Stupid Wife (RABIA)

By ataradahh

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Você já se imaginou casada com alguém que você nunca suportou na vida? Rafaella Kalimann também nunca havia... More

Capítulo 01
Capítulo 02
Capítulo 03
Capítulo 04
Capítulo 05
Capítulo 06
Capítulo 07
Capítulo 08
Capítulo 09
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40

Capítulo 30

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By ataradahh

Rooooooi! Surpresa da madrugada! 


--

Respiro fundo ao acordar, um pequeno gemido abafado escapa de mim quando eu estico as costas. Abro os olhos e pisco algumas vezes, logo me deparo com o baú que fica ao lado do colchão. Viro a cabeça e só então noto como estou deitada. Entre as pernas de Bianca, minha cabeça sobre sua barriga. Somente consigo ver a ponta do nariz dela e o queixo, ela parece dormir profundamente. Sorrio, ao lembrar-me da noite que tivemos. Não sei dizer ao certo em qual momento ela me beijou daquela forma que me faz suspirar, sei que ficamos praticamente a noite toda fazendo sexo.

Foi um dos melhores até agora, vale ressaltar.

Fecho os olhos para relembrar, os sorrisos que ela me deu. A forma carinhosa que me tocou, o jeito de sussurrar meu nome. Sou capaz de sentir ela dentro de mim ainda, levando-me a loucura. Seus dedos habilidosos, girando daquela forma que me deixa a ponto de desfalecer nos braços dela. A respiração alterada em meu ouvido enquanto ela se esfregava em minha coxa.

Díos!

Bianca é incrível, em basicamente todos os aspectos, principalmente em qualquer coisa que seja relacionada a sexo.

E agora aqui estou eu, deitada em uma posição não muito confortável, meus pés estão para fora do colchão, assim como metade da minha perna. Mas não me importo. E por que? Está tão gostoso sentir o calor do corpo dela, e admira-la dormir é uma das minhas novas coisas favoritas. Bianca se mexe um pouco, parece começar a despertar aos poucos. Logo seus olhos verdes estão focados em meu rosto.

- Buongiorno, bella mia. (Bom dia, minha linda)

Bianca sorri, sonolenta. Ela se arrasta um pouco para cima, olhando em meus olhos. Como consegue ser tão linda a qualquer momento? Nem acordando ela fica menos bonita. O rosto um pouco marcado de um lado por causa da fronha do travesseiro que é bordada, os olhos pouco inchados assim como seus lábios. Suspiro, ela é a personificação da beleza.

- Que sexy você falando italiano logo pela manhã. - Coloca uma mão em meu rosto, acaricia minha bochecha com seu polegar. - Bom dia, Lua.

Bianca força seu sotaque carioca, fazendo minha respiração falhar um pouco. Maldita! Ela que fica sexy falando dessa forma. Bianca sorri mais, parece saber bem o que me causou. É claro que ela sabe, ela sempre sabe.

- Espertinha.

- Eu sei o que meu sotaque causa em você. - Reviro os olhos, Bianca solta uma risada nasal. Egocêntrica demais. - Acha que eu nunca notei como você ficava na escola quando eu falava dessa forma?

- Nunca fiquei de jeito nenhum.

Resmungo, desviando o olhar dela. Bianca abafa uma risada. Estou mentindo, obviamente. O sotaque de Bianca sempre foi charmoso, e quando ela forçava ele, nossa... Era como o inferno. Não posso negar, sempre achei ela sexy, principalmente nas aulas de educação física, principalmente quando ela falava como uma carioca nata. Minha turma quase sempre jogava algum tipo de esporte contra a turma de Bianca. Ela fazia questão de usar shorts curtos, só para provocar todo mundo. Como eu disse, ela sabe que provoca as pessoas, sabe o que causa nelas e faz de propósito, apenas pela diversão de vê-las suspirando por sua causa.

E eu nunca fui de ferro, eu olhava as pernas dela mesmo, principalmente as coxas, e nem preciso falar da bunda dela, que por sinal, sempre foi durinha e arrebitada. Embora nunca tenha admitido sempre a achei gostosa. Porém ela já se achava demais sem ouvir isso de mim, eu que não inflaria o ego dela mais do que já era inflado.

- Será que nós podemos ficar aqui deitadas o dia todo?

- Tudo que você quiser, Lua. - Escondo o rosto no abdômen dela, ronronando ao sentir ela acariciar meu couro cabeludo com suas unhas curtas. - Mas será que você pode subir aqui e me dar um beijo de bom dia?

- Não.

Minha voz saí abafada pelo simples fato de eu estar com o rosto na barriga dela. Bianca bufa e tenta me puxar para cima, seguro em seu quadril e cravo os dentes um pouco acima de seu umbigo. Ela se remexe inquieta.

- Para de morder minha barriga. - Em resposta mordo-a com mais força. Bianca solta um gritinho de dor e tenta puxar minha cabeça para trás. - Rafa...

- Não tenho culpa se você é gostosa.

Olho para a barriga dela e sorrio ao ver a marca dos meus dentes ali em meio a vermelhidão na pele dela. Bianca ergue o tronco para ver minha obra de arte, prendo a língua entre os dentes ao olhar para ela através de meus cílios. Ela vai me matar, eu sei disso somente pelo olhar dela.

- Sua sorte é que eu gosto muito de você, mas se eu fosse você, não dormiria de bruços nem tão cedo. - Sua voz soa ameaçadora, de uma forma que faz meu corpo estremecer. Os olhos dela brilham, de um jeito estranho. Okay, Bianca me assusta às vezes, mas esse olhar sério me deixou excitada. - Por que está sorrindo

- Você. - Respondo simples, ela me olha confusa. - Fica tão sexy falando séria assim, confesso que até estremeci de medo.

Fico em meu joelhos e subo no colo dela, uma perna de cada lado de suas coxas. Meus braços envolvem seus ombros, ela me analisa. Um pequeno sorriso travesso surge em seus lábios, e antes que eu possa reagir, Bianca nos vira um pouco de lado e gira meu corpo. Fico de bruços, com ela fazendo pressão em minhas costas. Filha da mãe, me pegou.

- Você deveria acreditar mais nas minhas ameaças. - Minha boca se abre ao sentir o estalar se um tapa em minha nádega esquerda. Separo os lábios, porém o grito fica preso em minha garganta. Isso doeu como o inferno. - Eu deveria te dar alguns tapas, para você aprender a parar de me morder.

- Você não reclama quando eu te mordo enquanto nós estamos fazendo sexo.

- Essa é outra situação, amor. - Com delicadeza ela acaricia a região, ainda quente pelo tapa, aliviando um pouco o formigamento em minha pele. - E eu falei sério, não durma de bruços.

Sussurra em meu ouvido, fecho os olhos ao sentir os pelos do meu corpo se eriçarem. Talvez eu passe a dormir de bruços todos os dias apenas para descobrir o que ela fará. Bianca deposita um beijo molhado em minha têmpora e então levanta, fazendo com que uma leve brisa bata contra meu corpo ao perder o calor do corpo dela. Solto um gemido de frustração, mas ela não ouve, ou finge que não ouve. Viro-me de barriga para cima, a tempo de vê-la vestir a calcinha de renda branca que ela estava usando ontem. Com o pé ela chuta meu moletom do Mickey para cima e o pega, vestindo em seguida.

Tenho quase certeza que estou babando, ver Bianca usando somente meu moletom e calcinha consegue ser ainda mais sexy do que vê-la usando camisa social e cueca. Ela calça suas pantufas de patinhos. Sim, ela tem uma.

- Vou ir preparar nosso café, algum pedido em especial?

- Você vai sair assim?

- Qual o problema? Só tem nós duas aqui.

- Bianca, veste uma calça, quando você voltar pode ficar assim de novo.

- Não.

Me lança um beijo no ar e gira em seus calcanhares, abro a boca para brigar com ela, mas Bianca  é mais rápida e em segundos está fora da casa na árvore.

Consegue ser pior do que nosso filho.

(...)

Depois do café da manhã, fomos tomar um rápido banho e voltamos correndo para a casa na árvore. Apostamos corrida, e é claro que ela venceu. Estamos de volta a cama, quase nuas.  Minha cabeça repousa nas coxas dela, Bianca está sentada lendo um livro. Não consigo desviar o olhar dela, tão linda e charmosa quando está lendo.

- Seu olhar não está deixando eu me concentrar, amor. - Bianca retira o óculos e fecha o livro, um dedo impede que ela perca a página em que parou. Sorrio para ela quando seus olhos se fixam aos meus. Ela nega com a cabeça. - O que foi?

- Nada. Só gosto de olhar você. Fica tão bonita toda concentrada, e esse óculos te dá um charme desmedido.

Bem levemente posso notar as bochechas dela rubras, ela pressiona os lábios e desvia o olhar. Bianca ficou sem graça. Me forço a prender uma risada que iria escapar, ela fica tão adorável quando está sem jeito. Levanto de seu colo, sobre o olhar dela eu pego o livro de suas mãos, coloco o marcador na página e depois coloco livro no chão ao lado do colchão. Pego também o óculos dela e coloco em cima do livro, passo uma perna por cima das suas e me sento em seu colo. As mãos dela automaticamente vão para minha cintura, puxando-me um pouco para frente.

- Você anda muito galanteadora, sabia disso?

- É que eu tenho uma esposa muito linda, impossível não ser galanteadora e enchê-la de elogios.

- Ótima resposta.

Diz antes de me segurar pela nuca e puxar-me para um beijo. Levo minhas mãos até seus cabelos, segurando-a com firmeza. Bianca suga primeiro meu lábio inferior, para em seguida enfiar a língua em minha boca. Permito que ela comande o beijo, movendo os lábios no ritmo dela. Sinto uma pressão em meu quadril, os dedos dela se afundam em minha carne, marcando-me. Suspiro, paramos o beijo e ficamos apenas com os lábios encostados. Abro os olhos e me deparo com aquela imensidão castanho, ela sorri, faço o mesmo. Mantendo os olhos abertos, Bianca passa a ponta da língua em meu lábio inferior, devagar.

- Você tem o melhor beijo do mundo. - Minha voz é rouca, um tanto ofegante pela pequena perda de ar ocasionada pelos beijos trocados segundos antes. - Sei que não me lembro de ter beijado outras garotas, mas tenho certeza que nenhuma delas se compara a você. Seus lábios são tão macios. - Selo nossos lábios. - Gostosa.

- Sente só como meu coração está. - Pega minha mão e coloca por debaixo do seu moletom, levando em direção ao vale entre seus seios. Logo sinto seu coração batendo acelerado contra a palma de minha mão. - Parece que esta rolando um paredão aqui.

- Ele está muito acelerado.

- Culpa sua.

Encosto minha testa na sua, coloco a outra mão por dentro do moletom dela e fico alisando sua barriga. Se alguém nos visse nesse momento, diria que somos um casal de adolescentes que começaram a namorar a algumas semanas, e não duas mulheres casadas na faixa dos trinta anos com um filho. Mas acho que a magia de tudo é essa, não é? Faz bem parecermos um casal adolescente ainda, porque adolescentes são bastante apaixonados. Diferente de alguns casais que após se casar, parecem perder a graça da relação e todo o amor acaba se tornando comodismo. E eles apenas passam a conviver apenas por conviver ou por causa de seus filhos.

Eu espero nunca ver meu casamento se tornar algo assim.

- Bianca? - Ela faz um som nasal sem tirar o rosto de meu pescoço. Seus dedos acariciam minhas coxas com delicadeza. Meu queixo repousa em sua cabeça, minhas mãos ainda por dentro do moletom dela, só que agora pelas costas. - Você também se sente como uma adolescente? Digo... Nós parecemos um casal de adolescentes.

- Parecemos mesmo.

- Você gosta disso?

- Bastante. - Fecho os olhos ao sentir ela apertar minhas coxas. - Por quê? Você não gosta?

- Eu gosto... É só que.

Ela puxa a cabeça para trás, seus olhos se encontram com os meus. Bianca analisa meu rosto durante alguns segundos, tentando buscar alguma resposta para minha hesitação.

- O que houve?

- Você ainda me ama da mesma forma que amava na adolescência?

Minha pergunta parece pega-la desprevenida. Bianca abre e fecha a boca algumas vezes, seu olhar fica diferente. Um tipo de olhar desconhecido por mim até então. Ela suspira, minhas mãos suam, meu coração está acelerado dentro do peito. Será que...

- Não, Rafa...

- Mas.

Engulo seco, tento sair do colo dela, porém Bianca me segura pelo quadril. Não quero olhar para seu rosto, não quero que ela veja que estou quase chorando. Se ela já não me amava tanto então por que insistia nessa relação? Será que já nos tornamos aquele casal que só continuam por causa dos filhos? Eu não quero isso.

- Você é sempre tão impaciente. - Sua voz soa estranhamente divertida. Confusa olho para seu rosto, ela está sorrindo. - Eu amo você muito mais do que amava naquela época. - Sorrio automaticamente. Ela me ama sim. Claro que ama. - Não precisa nem responder nada, só esse seu sorriso já fez meu dia todo valer a pena.

- Eu sou galanteadora e você uma romântica incorrigível.

- É meu charme. - Me rouba um rápido beijo.

- Gosto disso.

- Eu sei.

Reviro os olhos. Ela morde meu queixo sem muita força, sobe as mãos por dentro da minha blusa pela parte detrás. Seus dedos quentes tocam minha pele, fazendo-me suspirar inconscientemente.

- Tão convencida.

- E tão sua.

Touché, Bianca Andrade.

Sábado, dia 2 de Janeiro de 2021

Ao chegar em casa, a primeira coisa que fizemos foi jogar as malas de qualquer jeito na sala e correr para o banheiro. Tanto eu, quanto ela, necessitava de um longo banho gelado. Estou tirando minhas botas, sentada na beirada da cama. Bianca está no banheiro, deve ter ido retirar sua maquiagem.

- Lua, eu estive pensando uma coisa. - Bianca saí do banheiro, fico de pé para retirar minha calça. - Podíamos fazer uma reforma no banheiro, o que acha?

Termino de tirar a peça, chutando-a para o canto. Seguro na barra da minha blusa, puxando-a por minha cabeça. Olho para Bianca, que está parada ao meu lado esperando minha resposta. Ela não veste nada além que a calcinha roxa de sua lingerie. Meus olhos desviam para seus seios durantes alguns segundos, balanço a cabeça e volto a olhar para seu rosto. Um sorriso de lado enfeita seus lábios, reviro os olhos.

- Que tipo de reforma?

Levo as mãos para trás e solto meu sutiã, a peça fica solta e eu a deixo escorregar por meus braços. Bianca está com os olhos fixos em meu seio, e dessa vez quem sorri sou eu. Ouço ela engolir seco, levanta a cabeça e me olha.

- Tem algum tempo que eu quero colocar uma banheira com ducha no nosso banheiro, ou talvez uma jacuzzi. O que você acha?

- Não acha melhor então colocar uma jacuzzi com ducha? Aliás, é uma ótima ideia. - Me aproximo dela e seguro em seu queixo com uma mão. - Muito inteligente da sua parte, bella mia.

- Você gostou mesmo de me chamar assim, eu sabia que assistir aquele filme era uma boa escolha. - Suas mãos seguram meu ombro, com um puxão contra ela, Bianca faz nossos seios colidirem. - Que horas seus pais voltam mesmo?

Seguro em seu quadril e Bianca permite que eu a puxe para cima, logo coloca suas pernas em volta da minha cintura.

- Daqui a algumas horas, amor.

- Lua, eu preciso tirar minha calcinha.

- Não precisa, eu faço questão de tirar para você.

• • •

Estou sentada entre as pernas de Bianca, uma bacia enorme de pipoca em meu colo. Minha diversão no momento é observar minha esposa jogar videogame. É engraçado, de vez em quando ela resmunga por errar algo movimento ou quando o jogador dela morre. Não sei ao certo qual jogo ela está jogando, mas ela disse algo que começa G.

- Qual a graça em ficar roubando carros e matando prostitutas?

Encho minha mão de pipoca e levo até minha boca. Bianca pausa o jogo, fazendo-me virar o corpo um pouco de lado.

- Você realmente me perguntou isso? - Junto as sobrancelhas, paro de mastigar. - Eu vou fingir que não ouvi essa pergunta.

- Mas qual é a graça?

- Toda, Rafaella. - Engulo a pipoca em minha boca e levanta as mãos em sinal de rendição. Se ela diz que tem toda a graça, eu que não vou ser doida de contrariar ela. - Você pode não lembrar, mas eu bem me lembro de você me trocando por esse jogo sem a mínima graça. E a senhorita amava matar as vadias, ok? Que fique claro.

- Sério?

- Sim. - Sorri, seus ombros relaxam e a expressão séria em seu rosto se desfaz. - Eu lembro, você sempre dizia que cada vadia era qualquer uma mulher que ousasse se aproximar de mim.

Não posso evitar gargalhar, em minha mente eu crio supostas cenas minhas jogando videogame e dizendo tais coisas.

Continuo comendo minha pipoca e assistindo uma Bianca bastante animada jogar aquele jogo super mega legal. Vez ou outra bato em sua mão atrevida que tenta pegar da minha pipoca. Ela é engraçada, quando eu disse para ela fazer ficou toda resmungona, mas agora quer comer. Muito esperta essa mulher. Batidas na porta despertam minha atenção, paro de comer na hora e como se fosse ensaiado, olho para Bianca ao mesmo tempo em que ela me olha.

- São eles.

Praticamente salto do sofá, alcanço a porta em segundos, seguida por Bianca. Giro a chave e abro a porta, todo meu corpo parece mais leve ao ver meus pais e meu pequeno filho. Quantas saudades.

- Mamães.

Ele grita e agarra minhas pernas, Bianca se ajoelha ao lado dele, que logo solta minhas pernas para agarrar o pescoço de minha esposa. Sorrio para a cena de Bianca enchendo o rosto de Gabriel de beijos. O pequeno gargalha, agarrando-a cada vez mais forte.

- Que saudade de você, carinha. Que saudade.

- Ele nem dormiu noite passada, estava ansioso para ver vocês.

Meu pai comenta, vou até os dois e os abraço. Porque afinal, também estava com saudade deles. Conto rapidamente, e sem muitos detalhes para minha mãe como foi minha virada de ano novo. Claro que eu não iria falar para minha mãe que virei o ano transando com Bianca até altas horas.

O que ela pensaria de mim?

Depois de falar com meus pais, me juntei a Bianca e Gabriel, uma felicidade imensa cresceu dentro de mim. Não tinha lugar melhor do que estar nos braços deles dois, com a minha família. Estou no lugar certo.

(...)

Duas horas e alguns minutos depois, mamãe e papai foram embora, alegando estarem cansados demais e necessitando de uma boa noite de sono. Bianca , Gabriel e eu jogamos um pouco de banco imobiliário até que desse a hora do jantar. Após o jantar, ficamos um pouco na sala assistindo desenhos.

- Carinha, vamos subir que vou te dar um banho e colocar você para dormir. Eu estou vendo você cochilando já.

Quase choramingo quando Bianca se desvencilha de meus braços para levantar. Separo as pernas para que ela pegue Gabriel, que está deitado com a cabeça em minha barriga.

- Bianca, cuidado para não deixar ele cair.

Peço receosa quando ela o joga em seu ombro esquerdo, ele nem ao menos parece se preocupar. Gargalha para ela enquanto Bianca sorri e o gira.

- Já volto para te colocar na cama também.

Diz e pisca para mim antes de sair da sala e subir a escada com nossos filho em seu ombro. Nego com a cabeça, uma rápida impressão de que tenho duas crianças dentro de casa. Pego o controle da televisão e procuro algo interessante para assistir. Estou de bruços, bufando pela milésima vez.

Mas que demora dessa mulher.

Cansada de esperar, levanto-me do sofá e desligo a televisão. Calço meus chinelos e apago as luzes antes de sair da sala. Subo as escadas lentamente, o dia foi agitado e começo a sentir os efeitos do cansaço. Ganho o segundo andar e paro próxima a porta de Gabriel. Ouço risadas vindas de lá.

O que esses dois estão aprontando?

Empurro a porta entreaberta e adentro o quarto, não tem ninguém no quarto. A porta do banheiro está um aberta, ouço barulho de água e mais risadas dos dois. Caminho naquela direção, ao abrir a porta, minha boca se abre sozinha. Eu não acredito nisso.

- Boca Rosa! Solta isso agora, e me explica o que está acontecendo aqui.

Exijo ao vê-la com um pote em sua mão. A porta do box está aberta, lá dentro Gabriel está paralisado com uma pequena mangueira em sua mão. Olho em volta, tudo está molhado no banheiro. Inclusive a estúpida que chamo de esposa. Cruzo os braços e olho para Bianca com o olhar mais sério que consigo. Ela engole seco, abaixa a mão com o pote e encolhe os ombros.

- A-amor eu, ele, é que... Nós, é.

- Eu não acredito nisso, Bianca . São quase dez horas a noite, além de estar tarde, também está frio. Você já deu uma olhada em volta para ver a bagunça que os dois estão fazendo? - Desvio meu olhar para Gabriel, que está com a mesma expressão amedrontada de Bianca. Não disse que tenho duas crianças em casa? - Você! Vai secar esse banheiro todo, depois vai ir para o nosso quarto tomar um banho e tirar essa roupa molhada. Ouviu bem?

Me aproximo de Bianca enquanto falo, ela apenas acena freneticamente com a cabeça e se encolhe mais a cada passo que dou. Desvio o olhar para Gabriel, que agora está de cabeça baixa.

- Desculpa a gente, mamãe.

Ele pede com a voz baixa, trêmula. Confesso que meu coração se aperta ao ver seu olhar triste. Relaxo os ombros e tiro a expressão séria do rosto. Nego com a cabeça e me viro para falar com Bianca, porém, acabo esbarrando no pote em sua mão, fazendo cair no chão e me molhar quase toda.

- Você viu que eu não tive culpa.

Bianca rapidamente diz, com medo de que eu possa fazer algo para me vingar. Olho para o meu conjunto de moletom, completamente respingado de água. Respiro fundo, buscando paciência.

- Tudo bem. - Passo as mãos em minha calça, tentando em vão seca-las. Giro em meus calcanhares e ameaço sair do banheiro, mas acabo tendo uma ideia. Olho de soslaio para a pia e um sorriso diabólico surge em meus lábios. - Três podem brincar disso.

Sussurro para mim mesma, abro a torneira e coloco as mãos em forma de concha debaixo da água. Olho para Bianca e Gabriel que me fitam sem entender.

- O que você vai-Rafaella!

Bianca grita surpresa ao ser atingida pela água em seu rosto. Gargalho da expressão indignada dela e Gabriel também ri.

- Você acha isso engraçado, não é? - O pequeno faz que sim com a cabeça, Bianca sorri de lado e vira para pegar algo. Ela ergue uma coisa verde, olho melhor e vejo um arma de brinquedo. Daquelas que você coloca água. - Que a guerra comece.

Ela diz antes que começar a atirar em nosso filho, olho para aquela cena sorridente. Realmente não existia lugar melhor para eu querer estar. Meu lugar é aqui, com eles. Apesar de não sermos uma família nada tradicional, e Bianca e eu não sermos aquelas adultas responsáveis. Somos felizes, a tendência é somente melhorar, sempre. Espero que tudo continue dessa forma, ou que tudo melhore ainda mais.

Porque eu não posso, e nem quero ir a lugar nenhum porque meu lugar é aqui.

---

Vamos fazer uma maratona para nosso gran finale ou preferem um suspensezinho até la?, me respondam ai nos comentários <3 

Até breve, bjssss

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