Fiz esse capítulo escutando "Train Wreck - James Arthur" se quiserem ouvir para dar um clima, podem dar o play já no início do capítulo🌻
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Boa leitura💞
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Uma semana. Já fazia uma semana que eu estava viúva. Uma semana que Polaris e Atria estavam órfãos por parte de pai. Uma semana que os Malfoy haviam perdido seu primogênito. Uma semana que eu não saía do quarto. Pelo menos até agora, já que iria ao enterro
Descobrimos que o maldito feitiço era na verdade, um encantamento, só era possível ser usado em pessoas que haviam algum tipo de arte das trevas no corpo, e ele tinha a marca negra, supostamente essas trevas se concentrariam na corrente sanguínea como um veneno
Havia apenas duas possíveis alternativas, a primeira era que ele morreria algumas horas depois, a segunda era que ele entraria em coma e os médicos teriam tempo para tentar cura-lo e com isso, Polaris teria alguma chance de ajudar o pai a sobreviver, mas como era ele, era nós, a primeira opção ocorreu
Oque mais me enlouquece é o fato de que ele se jogou na minha frente e tomou o maldito encantamento por mim, porém, se tivesse pegado em mim, não teria acontecido nada tão ruim
Narcisa estava tão mal quanto eu, mas fazia questão de vir até o quarto todos os dias e me fazer comer alguma coisa, porém graças às minhas belas crises de pânico, eu sempre acabava vomitando tudo depois
Atria chateada, andava com um dos casacos de lã dele pra cima e pra baixo o dia todo segundo Narcisa, Polaris estava confuso do porque de tudo aquilo se via o pai algumas noites
Me levantei da cama e fui para o banheiro, tomei um banho rápido e coloquei um vestido branco com a barra preta, era a tradição dos Mountbatten vestir branco em velório, significava a paz de espírito e que de alguma forma, a alma seguisse o caminho com luz, seja ele bom ou ruim
Já os Malfoy eram obviamente o preto, que simbolizava o luto pela perda de alguém, então achei justo o vestido simbolizar as duas famílias, e coloquei um salto preto, deixando os cabelos soltos
Não entrava no closet fazia uma semana, o vestido havia sido pego por um dos elfos, mas eu tinha que entrar hora ou outra, num impulso abro a porta sentindo o perfume forte que tinha e não aguento desabando na porta sem mais ou menos
Podia jurar que vi nossas discussões e implicâncias infantis passarem diante dos meus olhos e a única coisa que era capaz de fazer era chorar
"Laying in the silence, Waiting for the sirens Signs, any signs I'm alive still I don't wanna lose it I'm not getting through this..."
Sinto uma mão em meu ombro e me viro num susto, vendo que não havia nada e me lembro de como foi quando eu morri, "não, ele não pode fazer isso comigo, não agora", me levanto olhando para o nada:
- Malfoy? - pergunto não conseguindo fazer seu primeiro nome sair diretamente de minha boca nem sequer pensamento, sinto um arrepio em meu braço e vou para o lado aposto - não pode fazer isso comigo! Não agora...- digo com a voz falhando em algumas palavras e sinto um veto suave em meu rosto e corro para o lado oposto - pare com isso...- não sabia se estava alucinando ou se ele estava realmente ali, mas a dor era a mesma então não queria realmente saber
- Maddison...- ouço e olho para a porta vendo Narcisa a minha espera - temos que ir
Saio do quarto e desço as escadas vendo Polaris e Atria correrem até mim e me agacho, vendo Atria com um vestido preto e totalmente fechado assim como o meu e Polaris com um terno preto que me lembrava muito o de seu pai:
- Mamãe, você está bem? - pergunta Atria me abraçando
- Vou ficar - respondo nos separando e colocando um fio de cabelo atrás de sua orelha, observando seus grandes olhos azuis acizentados, uma cópia perfeita de seu progenitor
- A senhora viu o papai? - pergunta Polaris esperançoso - ele disse que iria ver a senhora e que era para eu lhe dizer que-
- Não - corto oque quer que ele quisesse falar - apenas você consegue vê-lo estrelinha - explico colocando a mão suavemente em seus cabelos que estavam perfeitamente ajeitados, com o tom de loiro platinado perfeito, provando sua descendência
- Vovó - chama e ela o olha - posso...ir até o quarto? Esqueci de algo - diz e Atria arqueia uma sobrancelha
- Vá rápido sim? - diz e ele assente correndo escada acima
"Hey, should I pray? Should I fray to myself? To a God, to a saviour Who can..."
Me levanto e coloco as luvas brancas que Narcisa havia me dado junto de um óculos preto o qual colocaria mais tarde e logo Polaris desce as escadas correndo e me estende a mão me fazendo agachar a sua altura:
- Papai disse para eu lhe dar isso - sussurra - pediu para usá-lo hoje - diz e eu estendo a mão o vendo deixar o anel da Sonserina em minhas mãos,
O mesmo anel o qual ele havia colocado o diamante, par do que havia em minha corrente, que agora eu havia dado para Polaris, com as mãos trêmulas, coloco o anel em meu dedo e olho para Polaris que olhava pra trás de mim com um sorriso orgulhoso
Me levanto devagar e me viro, não via nada apesar de me sentir próxima a algo como se me sufocasse, sinto um arrepio na bochecha esquerda me fazendo tombar a cabeça de leve para o lado fechando os olhos, e sinto alguém pegar minha me fazendo abrir os olhos para ver Polaris me olhar com um sorriso no rosto:
- Eu disse que ela o veria de outro jeito - diz com um sorriso convencido e eu sinto uma lágrima escorrer
"Unbreak the broken, Unsay these spoken words,
Find hope in the hopeless, Pull me out the train wreck, Unburn the ashes, Unchain the reactions,
I'm not ready to die not yet, Pull me out the train wreck, Pull me out..."
A limpo e pisco algumas vezes e solto a mão de Polaris antes de ir até a porta e a abrir rapidamente, sentindo o vento frio se bater contra meu corpo e suspiro passando as mãos pelos cabelos em desespero:
- Maddison - ouço e levanto o olhar o sentindo me abraçar em seguida - se acalme...
- Oque faz aqui Weasley? - pergunto com a voz abafada por estar com a cabeça afundada em seu ombro
- Não a deixaria sozinha Mads - responde Gina e me solta delicadamente - achei melhor vir no lugar de Hermione...pelo menos sou uma sangue-puro de qualquer jeito - explica e eu concordo - vamos? - pergunta e eu concordo com a cabeça
Logo aparatamos para o cemitério, e andamos calmamente até a área reservada do ministério para pessoas importantes, como Malfoy's, Mountbatten's, Avery's e até mesmo Yaxley's, e coloco os óculos escuros ouvindo Narcisa e Lucius aparatarem logo atrás de mim
"Underneath our bad blood, We still got a sad song, home, Still at home, still at home, It's not too late to build it back, Coz a one in a million chances, Still a chance, still a chance, And I would take those odds..."
Assim que chego o caixão estava fechado como havíamos mandado, a madeira escura quase preta e todas as rosas negras ao redor com algumas poucas pessoas que realmente se importavam com ele e o quarteto que iriam para não me deixar sozinha
Logo o ministro chega e diz palavras frias e ensaiadas e dão início as tradições, o caixão que estava suspenso no ar desce devagar até a altura de minhas mãos e uma parte é aberta para que apenas eu e Narcisa vejamos
Assim que observei o corpo fechei os olhos fortemente e Narcisa agarrou minha mão a apertando com força, esperando que de alguma forma, seu desespero sumisse:
- É o meu filho - diz Narcisa com a voz trêmula
- É seu marido senhora Malfoy? - pergunta após alguns minutos de silêncio
- Sim - digo com um fio de voz e o caixão é fechado enquanto Narcisa da um passo pra trás
- Senhora Maddison Malfoy...- começa me apontando a varinha - jura diante de todos aqui presentes, diante de mim, e do corpo de seu falecido marido, que o amará até depois da morte?
- Juro - digo e uma linha de fogo sai de sua varinha me atingindo o pescoço e se entrelaçando
Se eu mentisse, a linha me sufocaria, era um teste de capacidade mental, já que agora eu seria a patriarca dos Malfoy e se não fosse sincera e leal ao meu marido, nada mais justo do que morrer ao seu lado, e dependendo da mentira, carregar o "fardo" de estar ao seu lado até depois do fim
- Jura diante de todos que não encomendou sua morte para se apossar se suas posses?
- Juro
- Jura que será leal a tudo que carregar seu nome?
- Juro
"Unbreak the broken, Unsay these spoken words, Find hope in the hopeless, Pull me out the train wreck, Unburn the ashes, Unchain the reactions, I'm not ready to die, not yet..."
- Que assim seja - diz e a linha de fogo desce pela minha garganta impregnando em minha pele até atingir meu coração onde some
Dou três passos pra trás vendo o caixão descer e pousar calmamente no fundo da cova, aos poucos cada um pega um punhado de terra e joga no caixão de modo simbólico, Narcisa, Lucius, Atria, Polaris e por fim eu, pego um pouco da terra e a jogo calmamente
Logo todos pegam rosas negras e as jogam junto, pego a única rosa branca que havia e a jogo, vendo ela subir novamente, arqueio as sobrancelhas em confusão e o ministro me olha surpreso enquanto todos mostravam confusão também, e a rosa permaneceu no ar sem ninguém ser capaz de tira-la e em seguida todos se despedem e vão embora enquanto o ministro vem até mim:
- Terá de jogar duas rosas senhora - diz suavemente e eu o olho confusa
- Por que? - pergunto e ele me olha pouco confuso
- Esta era uma cerimônia tradicional sangue-purista, todos os presentes são obrigados a jogarem uma rosa em sinal de luto, para representar certa beleza na morte - explica
- Eu o fiz - digo friamente - porque a maldita rosa subiu novamente?
- A senhora não sabe? - me pergunta e eu grunho irritada
- Caso não tenha notado estou enterrando meu marido, então faça-me o favor de me dizer logo ao invés de fazer joguinhos estúpidos - brigo e ele ajeita a postura colocando uma expressão suave como se tivesse pena
- A senhora está grávida - diz e eu ofego "não...não... por favor..." - isso só acontece nesses casos...a deixarei sozinha, sinto muito pela perda - diz e se retira
"Pull me out the train wreck, Pull me out, pull me out, Pull me out, pull me out, Pull me out, pull me out..."
Pego outra rosa e jogo as duas as vendo finalmente ficar e sinto as lágrimas escorrerem de meu rosto e Caio no chão sem força alguma, estava esperando uma criança que sequer conheceria o pai, e não havia nada que eu pudesse fazer
Era o último da linhagem Mountbatten Malfoy, era o último que eu teria na vida, era o último rastro que Malfoy havia deixado, era a coisa mais importante que ele havia deixado a mim, sua última parte, nosso último filho
Tiro o vidro de perfume dele que havia pego mais cedo e o taco com força dentro da cova o ouvindo o vidro se quebrar ao bater contra o caixão e choro sentindo uma raiva anormal "por que ele teve que se jogar na minha frente? Como pode me colocar acima da própria saúde? Por que ele fez isso?"
"You can say what you like, Coz see I would die for you, I'm down on my knees, And I need you to be my guard Be my help, be a saviour, Who can..."
- Que droga Malfoy - digo irritada aos soluços - por que? Porque não me deixou levar a porcaria do feitiço? - pergunto a ninguém em especial
- Porque ele te amava mamãe - ouço e me viro num susto vendo Polaris de mãos dadas com Atria
- Por que não está com sua madrinha? - pergunto olhando pra frente novamente
- Porque ela não precisa de nós - responde Atria e ouço a seus passos vindo até mim
- Papai está bem mamãe - diz Polaris se sentando a frente de minhas pernas e Atria estava atrás de mim mexendo no meu cabelo suavemente - disse que está com saudades...
- Ah é? - pergunto suavemente não sabendo se era real ou uma tentativa de me tranquilizar
- Sim, ele disse que o vovô Steve e ele viraram amigos - diz e eu solto um riso anasalado - disse que o tio Kilian fica atrás de dele irritado o dia todo repetindo...como era mesmo? - sussurra olhando para o lado e eu fecho os olhos fortemente - ah é, que não gostava dele por que deixou a senhora triste
- Disse? - pergunta Atria - Polalis...
- Certo - diz contrariado - disse que gostava muito dele e que era seu favorito - diz emburrado cruzando os braços e eu rio
- Não tenha ciúmes, tio Kilian o ama muito também, sabe disso - digo e ele pondera ainda meio irritado
- Como? - pergunta de repente - ah ele disse que a senhora lhe deve um vidro novo de perfume - diz e eu solto um riso irônico ainda chorando
- Babaca - murmuro e sinto um vento suave em meu rosto - sério? Mesmo depois do fim?
- "Sempre, para sempre e mais um dia"
- Ele disse que para sempre e mais um dia - responde Polaris e eu sorrio
"Unbreak the broken, Unsay these reckless words, Find hope in the hopeless, Pull me out the train wreck, Unburn the ashes, Unchain the reactions,
I'm not ready to die, not yet..."
- "Polar..."
- Hm?
- "Diga a ela que o nome Selene está bom pra mim"
- Papai disse que gosta do nome Selene - diz a mim e eu rio
- Como tem certeza que é uma garota? - pergunto arqueando as sobrancelhas suavemente
- "Porque a nossa filha está aqui... eu a conheci assim que cheguei"
- Ele disse que é porque a conhece...
- "E terá a minha personalidade, se prepare.."
- E terá a perso...perso...persolalidade dele - diz confuso e eu rio
- Será igual a você? - pergunto olhando para o nada
- "Os olhos...terá os cabelos negros dos Black, mamãe irá surtar de felicidade"
- Disse que terá os olhos, mas os cabelos iguais aos da vovó - diz e eu sorrio
"Pull me out the train wreck, Pull me out, pull me out, Pull me out, pull me out, Pull me out, pull me out."
- Podem ir...eu já vou - digo aos pequenos que me dão um beijinho na ponta do nariz e saem
Desfaço o sorriso e sinto as lágrimas escorrerem com mais intensidade me fazendo levar a mão na boca repreendendo o soluço:
- Não faça isso Malfoy - peço - é pior pra nós dois, pode vir e conversar com os dois, seus pais...mas eu imploro - digo com a voz trêmula levantando a cabeça - não faça isso comigo...não posso o olhar nos olhos, conversar com você, não com Polaris...não posso ouvi-lo, nem trocá-lo, por favor - digo aos soluços - não faça isso novamente...
- "Perdão foxy...eu não irei...prometo - diz com um tristemente com uma única lágrima escorrendo em seu rosto, e se vira, afastando-se da garota - acredite...dói mais em mim do que em você".
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Tradução
Desastre
Deitado no silêncio
Esperando pelas sirenes
Sinais, quaisquer sinais de que ainda estou vivo
Eu não quero perder
Eu não estou conseguindo passar por isso
Ei, eu deveria rezar?
Deveria me refugiar em mim mesmo?
Até que encontremos um salvador
Que possa
Remendar o que foi quebrado
Desdizer estas palavras lançadas
Encontrar esperança na falta de esperança
Me tirar desse desastre
Desfazer as cinzas
Desacorrentar as reações
Eu não estou pronto para morrer, não ainda
Me puxe para fora do desastre
Me puxe para fora, me puxe para fora
Me puxepara fora, me puxe para fora
Me puxe para fora
Debaixo do nosso sangue ruim
Nós ainda temos uma canção triste, casa
Ainda em casa, ainda em casa
Não é tarde demais para reconstruir
Porque uma chance em um milhão
Ainda é uma chance, ainda é uma chance
E eu prefiro apostar nessa chance
Remendar o que foi quebrado
Desdizer estas palavras lançadas
Encontrar esperança na falta de esperança
Me tirar desse desastre
Desfazer as cinzas
Desacorrentar as reações
Eu não estou pronto para morrer, não ainda
Me puxe para fora do desastre
Me puxe para fora, me puxe para fora
Me puxe para fora, me puxe para fora
Me puxe para fora, me puxe para fora
Você pode dizer o que quiser
Porque veja, eu morreria por você
Eu estou de joelhos
E eu preciso de você para ser meu guarda
Seja minha ajuda, seja um salvador
Quem pode
Remendar o que foi quebrado
Desdizer estas palavras lançadas
Encontrar esperança na falta de esperança
Me tirar desse desastre
Desfazer as cinzas
Desacorrentar as reações
Eu não estou pronto para morrer, não ainda
Me puxe para fora do desastre
Me puxe para fora, me puxe para fora
Me puxe para fora, me puxe para fora
Me puxe para fora, me puxe para fora
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