A GreenLeaf

By Lua_9731

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"A alguns anos eu era só uma garota normal..." Aerin era uma garota normal, que depois de um estranho acontec... More

Um novo começo
Convites
Uma festa inesperada
Erebor
A aventura
Perdas
Um encontro perigoso
Necromante
O conselho branco
Montanha adentro
Adivinhas no escuro
Da frigideira para o fogo
Sobre as árvores
Epílogo

Valfenda

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By Lua_9731

- Essa é a última casa amiga a leste do mar. - disse Gandalf.

- Esse era o seu plano desde o início - disse Thorin - buscar refúgio com nosso inimigo.

- Você não tem inimigos aqui, Thorin Escudo de Carvalho - Eu respondi, lembrando a ele de sua promessa. - O único pensamento ruim que encontrará nesse vale será o que trouxer consigo.

- Vocês acham que os elfos darão sua benção à nossa missão? Eles tentarão nos impedir. - Disse Thorin - Não entendo nem porque a elfa está conosco. Tem permissão de seu líder para isso?

- Na verdade, Elrond não sabe que estou com vocês. Mas parece que logo irá descobrir. Eu sei que ele irá tentar impedir essa missão, mas ele não pode impedir minhas escolhas. Um dia ele vai me perdoar.

- Vai demorar bastante para isso, tenho certeza - respondeu o príncipe anão.

- Tenho bastante tempo - retruquei.

- Querendo ou não, é nossa única escolha. Temos perguntas que precisam de respostas - disse Gandalf, encerrando a discussão.

O lugar estava exatamente como eu me lembrava. Acho que eu não tinha percebido o quanto me sentia confortável lá. Gandalf e eu fomos na frente, pois em Valfenda teríamos que lidar com algo em que os anões não eram grandes especialistas. Respeito e simpatia.

Assim que nos aproximamos, vimos um elfo perto da entrada.

- Lindir! - fui até ele e o cumprimentei.

- É bom vê-la de novo, senhorita Aerin - disse ele. - Mas parece que traz um estranho grupo a Valfenda.

- Nem imagina - Respondi, com humor.

- Lindir - Cumprimentou Gandalf, com um aceno de cabeça. - Onde está Elrond?

- O senhor Elrond não está. - respondeu ele - deve chegar em breve.

Nesse momento, ouvimos o som de cavalos. Um grupo de elfos se aproximava, liderados por Elrond. Os anões imediatamente formaram um círculo de defesa, deixando Bilbo no meio. Os cavaleiros chegaram até nós, e desmontaram.

- Elrond! - Exclamei. Corri até ele, e o abracei.

Ele sorriu.

- É muito bom tê-la de volta, minha filha. Mas não esperava sua volta tão cedo.

- Vamos explicar tudo.

Gandalf se aproximou de Elrond.

- Mellonnen! Mo evínedh? (Meu amigo! por onde andava?)- disse Gandalf,

- Farannem 'lamhoth i udul o charad. Dagannem rim na Iant Vedui. (Estávamos caçando um grupo de orcs que veio do sul. Matamos alguns perto da passagem escondida.) - ele continuou na língua comum - É estranho orcs virem tão perto de nossas fronteiras. Alguma coisa, ou alguém, deve tê-los atraído.

- Acho que fomos nós - respondeu Gandalf.

Elrond acenou, agora compreendendo. então ele notou Thorin, agora a frente dos anões. Falando na língua normal agora, ele disse.

- Bem vindo Thorin, filho de Thrain.

- Acredito que não nos conhecemos - respondeu o anão.

- Você tem o mesmo porte de seu avô. Eu conheci Thror quando ele governou sobre a montanha.

- É? Ele nunca mencionou você.

Lancei um olhar de advertência a Thorin.

- Nartho i noer, toltho i viruvor. Boe i annam vann a nethail vin. (Acenda os fogos, tragam bebidas. Precisamos alimentar nossos convidados) - Disse Elrond.

- O que ele está dizendo? Ele nos insultou? - Trovejou Glóin.

- Não Glóin. Ele está lhes oferecendo comida. - Eu disse.

- Err... Bom... Nesse caso continue.

Elrond nos levou para dentro. Nos sentamos em uma mesa, onde os elfos serviram um banquete. Eu, Elrond, Gandalf e Thorin nos sentamos próximos na ponta da mesa. Elrond nos contou mais sobre as espadas Orcrist e Glamdring.

Bilbo, ouvindo a conversa, desembainhou a própria espada, e a observou.

- Eu não me daria ao trabalho - Disse Ballin, sentado ao seu lado - Os nomes das espadas vem de seus grandes feitos em batalhas.

- Isso significa que minha espada nunca viu uma batalha? - perguntou o hobbit.

- Não tenho certeza se é uma espada - respondeu o anão - parece mais um abridor de cartas.

- Como conseguiu essas espadas? - perguntou Elrond para Gandalf.

- Encontramos num esconderijo de trolls na grande estrada do leste. Pouco antes de sermos emboscados por orcs.

- E o que faziam na grande estrada do leste?

Thorin lançou um olhar a Gandalf, e depois o dirigiu a mim. Estava claro que não devíamos contar a Elrond o que fazíamos. Ainda.

- Com licença - disse o anão, e foi se juntar aos companheiros.

- Estranho grupo - disse o elfo depois que Thorin se afastou - Um mago, uma elfa. Treze anões, e um pequeno.

- Eles são os descendentes da casa de Durin - disse o mago. - São um povo nobre.

Os elfos tocavam uma música suave ao fundo. De repente, Nori, que estava mais próximo disse:

- Não dá para trocar essa música? Parece que eu estou em um funeral!

- Quem morreu? - perguntou Oin, que tinha problemas de audição.

- É amigos, acho que só a uma coisa a fazer! - disse Bofur, com um sorriso na cara.

Bofur subiu em uma mesa, e começou a cantar uma música animada, enquanto todos os anões o acompanhavam, e jogavam comida para todos os lados. Elrond olhava, praticamente paralisado. Gandalf parecia estar com vergonha. Eu lutava para segurar o riso.

Continuamos conversando por um tempo. Mas eu e Gandalf ainda não revelamos o motivo de nossa aventura. Acho que eu preferia contar a Elrond que traí sua confiança num lugar mais reservado.

...

Já era noite. Havíamos nos reunido apenas eu, Elrond, Gandalf, Thorin, Ballin e Bilbo. Precisávamos da ajuda de Elrond para ler as runas da lua no mapa, e Gandalf achou que essa seria a melhor hora, quando não estivéssemos junto com uma dúzia de anões barulhentos.

- Mostre o mapa a Elrond - disse Gandalf, se dirigindo a Thorin.

- Nossos assuntos não são da conta de elfos - ele respondeu. Eu suspirei. - Esse é um legado do meu povo. Devo protegê-lo. Assim como seus segredos.

- Poupe-nos da grande teimosia dos anões. Seu orgulho será sua ruína. Você está na presença de um dos poucos na terra média que conseguem ler o mapa. Mostre para o senhor Elrond.

Thorin, ainda hesitando, entregou o mapa ao elfo.

- Erebor? - disse ele - Qual é o seu interesse neste mapa?

- É puramente acadêmico - disse Gandalf - Como você sabe, esse tipo de artefato as vezes contém escritas ocultas. Ainda consegue ler a antiga escrita dos anões, não sabe?

Elrond examinou o mapa.

- Runas da Lua - disse ele. - Podem ser lidas apenas sob a luz da lua na mesma fase, e estação do dia em que foram escritas.

- Consegue lê-las? - disse Thorin.

Elrond nos guiou até um espaço aberto. Era bem alto, podíamos ver várias cachoeiras em volta. Ele posicionou o mapa sobre uma pedra brilhante.

- Essas runas foram escritas na véspera do solstício de verão sob a luz de uma lua crescente a cerca de duzentos anos. Parece que estavam destinados a vir a Valfenda. O destino está ao seu lado Thorin Escudo de Carvalho, a mesma lua brilha sobre nós esta noite.

Um facho de luz atingiu o mapa. As inscrições ficaram em azul brilhante.

- Fique ao lado da pedra cinzenta quando o tordo bater. E o sol poente, com a última luz do dia de Durin brilhará então, sobre a fechadura. - Elrond leu.

- Dia de Durin? - disse Bilbo.

- É o início do ano novo dos anões. Quando a última lua do outono e o primeiro sol do inverno aparecem juntos no céu. - Gandalf explicou.

- São más notícias - disse Thorin - o verão está acabando, o dia de Durin não está longe.

- Ainda temos tempo. Tempo para encontrar a entrada. Temos que estar exatamente no local certo, e também na hora precisa. E só então, a porta será aberta. - Disse Ballin

- Então esse é o seu propósito? Entrar na montanha? - disse Elrond.

- Qual o problema? - retrucou Thorin, pegando o mapa de volta da mão do elfo.

- A quem não considere essa uma atitude sábia. - ele respondeu.

- O que quer dizer? - Perguntou Gandalf.

- Você não é o único guardião que protege a terra média, Gandalf. E eu também esperava que não colocasse minha filha no meio disso - disse Elrond, e então se virou para mim. - Aerin. Sabia que essa atitude não seria aprovada. Mas você traiu a minha confiança.

- Pai, eu...- comecei, mas ele me interrompeu.

- Não me venha com explicações. Estou muito decepcionado com você. Achei que tivesse mais consideração. Não lhe dei essa vida para que a desperdiçasse com atitudes tolas como essa.

E então, ele se virou de costas e saiu. Eu ia correr atrás dele, eu precisava explicar, mas Gandalf segurou minha mão.

- Espere Aerin. Deixe ele pensar. Ele vai te perdoar.

Eu olhei para Gandalf, os anões e Bilbo, com lágrimas nos olhos.

- Eu espero que sim - sussurrei, mais para mim mesma.

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