limits of attraction • JJK

By byloveyoon

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LIMITES DE ATRAÇÃO Ao mesmo tempo em que ele é afável e sensível, demostra ser petulante e protervo. Sua pers... More

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Comunicado
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Depois do fim pt. 1
Depois do fim pt. 2

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By byloveyoon

Boa Leitura, sejam felizes.

ANNA

No dia seguinte, ansiosa para ler meu livro que finalmente havia chegado, me dirigi até o elevador afim de sair daquele prédio e ir aprecia-ló em outro lugar, talvez numa cafeteria ou algo do tipo. Um lugar que estivesse apenas eu e o meu livro.

Eufórica com o livro em mãos, eu não via a hora da porta abrir logo, os números mudavam preguiçosamente.
Quando finalmente a porta abriu — coisa que não demorou realmente mas em minha cabeça parecia ter levado pelo menos cinco minutos para isso acontecer — revelou a imagem familiar, usava roupas mais confortáveis do que o costume e mantinha seus olhos fechados enquanto massageava sua testa por baixo dos cabelos que estavam extremamente bagunçados.

- Jungkook? - Chamei confusa, ele de imediato abriu os olhos. -

- Bom dia, Anna. - Jogou seus cabelos para trás enquanto segurava o elevador para que não fechasse. -

- Bom dia. - Respondi, dando alguns passos a frente para que ele deixasse o elevador seguir seu trajeto. - Está tudo bem?

Ele apenas assentiu, se afastando da entrada do elevador e indo de encontro com um dos bancos, sentou-se ali e novamente me olhou.

- Você parece cansado. Seus amigos estavam preocupados com o seu sumiço repentino. - Eu disse. - E ainda devem estar caso não tenha mandado mensagens.

Ele resmungou algo baixinho que não pude ouvir enquanto coçava os olhos.

- Me comuniquei com Seokjin, pedi para que desse meu recado. - Respondeu suspirando, calmo enquanto tentava amenizar a situação do cabelo bagunçado. -

- É, ele avisou que havia ido a Busan. Mas ainda assim, ficaram preocupados por você não atender ou responder as mensagens.

- Eu sei, eu sei... - Sussurou baixo. -

- Tem o costume de sumir por dois dias seguidos a cada mês e não avisar a ninguém? - Perguntei simplista recebendo seu olhar franzido, confuso com a pergunta. - Perguntei isso porque você fez o mesmo mês passado quando nos conhecemos.

- Há motivos para ambos acontecimentos. - Respondeu, voltando a feição de antes. -

Por um momento pensei que repetiria pela terceira vez desde que nos conhecemos aquela frase que nunca descerá por minha garganta: "Você não precisa de motivos."
Mas não, após ficar quieto e distraído com uma mulher que saia apressada do elevador, ele retornou a falar.

- Naquele dia eu realmente ia procurar-lá, mas eu tinha outros compromissos, no dia seguinte não fui a universidade e ao anoitecer você mesma veio. - Relembrou retornando o olhar a mim. - Há dois dias atrás meu amigo me convidou encima da hora para participar de uma festa, ele já estava aqui embaixo me aguardando, apenas me arrumei e fui com ele, você não o conhece, seu nome é Jimin.
A festa durou a madrugada toda, no final eu fiquei em sua casa, eu tinha roupas no carro e por isso não me importei de vim as pressas, em questão a isso aqui. - Parou apenas para tirar o celular do bolso da frente. - Estava desligado e quando eu retornava de Busan, ele descarregou. Eu cheguei nesse exato momento, quando me viu parado, esperando o elevador para subir.

- Eu pensei que havia acontecido algo de ruim, que você estava com problemas, não sei. - Eu disse. -

Ele apenas sorriu de lado e negou devagar.

- Eu estou bem, cansado mas bem. - Garantiu levantando-se do assento. - Mas e você, para onde estava indo?

- No café, ler meu livro. - Respondi tentando não mostrar a euforia que eu sentia apenas em dizer está palavra. -

Eu o convidaria para ir comigo, o convidaria se não tivesse a certeza que irei fazer tudo, menos ler o livro.

- Romance. - Indagou erguendo a cabeça ao lado quando leu a capa do livro. -  Parte de mim gosta de suspense, terror e ficção. - Contou voltando a cabeça para o centro. - E a outra gosta de documentários, aventuras e romance.

- É bom variar.

- Espero que tenha uma boa leitura. - Tocou meu queixo com o polegar, antes de seguir novamente até o elevador. - A propósito, tem algum compromisso hoje a noite?

- Não, creio que não. - Respondi. -

- Aceita ir jantar comigo? - Usou um mero sorriso para pedir, mas a energia positiva era transparente. -

- Aceito. - Respondi, assentindo e dando um sorriso pequeno. -

- Nos vemos a noite então. - Garantiu. - Até.

- Até.

Após isso segui meu rumo direto ao café, mas antes que eu desse início a leitura, mensagens foram alertadas.
Ao pegar o celular ainda com a tela desligada, pensei duas vezes antes de abrir a mensagem, talvez seja importante. É, eu vou supor que seja.

Miranda

- Você não vai acreditar 👺

7h13

- Eu vou sim, pode dizer

7h13

Miranda

- Me deram um cachorro, e você sabe que eu não gosto de animais violentos ❌🐶😠😤

7h13

- Quem deu e quando?

7h14

Miranda

- Meu irmão, ontem de noite
Por que ele não me deu um pato!? Uma galinha? Um avestruz ou uma arará?

7h14

- Miranda eu não posso rir dentro de uma cafeteria, você está estragando a minha formalidade

7h15

Miranda

- Ata ata

7h15

- Porque não recusou o cachorro então?

7h15

Miranda

- Ele sabe exatamente que não gosto e de propósito o trouxe
Mas eu já resolvi esse problema, hihi

7h15

- O que você fez?

7h16

Miranda

- Cachorro bom é cachorro longe
Vou dar ao Taehyung, ele vai adorar ter um Pitbull dentro de casa 😎

7h17

- Pitbull??? Você quer matar quem?

7h18

Miranda

- Ninguém, porque eu não vou ficar com ele

7h18

- E o Tae? O que disse sobre isso

7h19

Miranda

- Ele não sabe ainda, mas eu sei que ele vai gostar

7h20

- Bom, tomara

7h22

Miranda

- Daqui a algumas horas eu vou levá-lo para o dono, nos encontre lá
Quando eu estiver quase chegando eu te mando mensagem, não diga nada a Taehyung

7h24

- Okay

7h24

Depois da pequena conversa que tive com Miranda, finalmente consegui ler o primeiro parágrafo sem interrupções. E a partir dali eu apenas continuei, sem a mínima noção ou preocupação em questão ao tempo.
Quando eu realmente prestei atenção no aparelho celular, já mostrava ser um pouco a mais das 13h. Me apressei em sair da cafeteria para seguir caminho a casa de Taehyung — eu precisava ir cedo porque sabia que voltaria tarde — o tempo passa rápido demais quando estou com eles.

Miranda não havia mandado mais mensagens, então provavelmente ainda estava em casa ou a caminho. Taehyung e eu víamos qualquer coisa na TV, o joelho ainda doía, estava enfaixado e ele sempre acariciava o lugar.

- Sugiro que faça um raio-x do joelho. - Sugeri ainda olhando para TV, com a menor ideia do que se passava no filme. -

- Os remédios são fortes, me dão sono e indisposição. - Contou também olhando para tela da TV. - Eu vou fazer sim, amanhã.

- Ótimo. - Eu disse antes de ouvir a campainha tocar. - Eu atendo.

Ele apenas assentiu e me seguiu com o olhar até a porta, esperando com que a abrisse e revelasse quem estava do outro lado.
Antes de entrar, Miranda me cumprimentou com um abraço e se direcionou até ele, parando em sua frente com uma caixa em mãos.
O Pitbull provavelmente ainda seria um filhote. É, vou supor isso.

- Preciosa, o que tens em sua mão? Cupcakes? - Questionou a olhando. -

Ela não respondeu algo, apenas colocou a caixa em seu colo e cruzou os braços novamente o olhando. A caixa deu um leve saltinho para frente e Taehyung, de certa forma, se assustou.

- Cupcakes que se mexem? - Questionou irônico. - Certo, irei abrir.

Taehyung quando abriu a caixa por um momento ficou sem demostrar algo, mas seus lábios logo se formaram num sorriso contagiante.
Ele tirou o filhote da caixa e então eu que fiquei confusa.

- Você disse que era um Pitbull? - Perguntei retórica, com uma risada anasalada. -

- Eu acho que isso está muito longe de ser Pitbull. - Taehyung contestou, acariciando a cabeça do cachorro. - Ele é lindo, muito obrigado, Mi. - Agradeceu usando o apelido. -

Miranda me olhou por breves segundos e ergueu uma das sobrancelhas como quem diz "Eu avisei que ele iria gostar" e logo em seguida sentou ao lado de Taehyung.

- Meu irmão me deu ele, mas eu não gosto de animais violentos, então pensei que você seria o mais indicado para tomar conta dele. - Contou dando um sorriso. - E pelo visto, eu tinha razão.

- Ele nunca vai ser um animal violento. - Ele afirmou cheirando o pelo do cachorro ainda em seus braços. - Na verdade ele não crescerá muito.

- E qual será o nome? - Perguntei, voltando a sentar também. -

- Yeontan. - Afirmou, sorrindo bonito. - É um nome lindo, certo?

- Sim, é sim. - Miranda confirmou. - Agora eu vou comprar um pato! - Exclamou nos fazendo rir de imediato. -

- Pobre patinho. - Taehyung sussurrou. -

- Na verdade, uma arará. - Contestou a si própria. -

- Combina, são duas tagarelas. - Ele afirmou colocando Yeontan no chão. - Agora eu vou me recuperar mais rápido para cuidar de você devidamente, Yeontan.

O cachorro apenas latiu uma vez abanando o rabinho e deitou no tapete macio depositado no chão.

- Eu fiz um mousse de maracujá, está uma delícia! - Vangloriou. - Vocês querem provar?

Assentiu ambas em resposta, e ele — todo desajeitado — caminhou até a cozinha. Esperei com que ele sumisse de vista para virar novamente para Miranda, a mesma já me olhava esperando como se soubesse que eu faria aquilo.  

- Jungkook me convidou para jantar. - Contei de imediato. -

- E claro, você aceitou? - Perguntou retórica. -

- Sim.

- Não esqueça de tomar o remédio, nosso parceiro no dia seguinte. - Lembrou dando um sorriso. -

- Porque você acha que vai acontecer algo a mais do que um jantar? - Questionei. -

- Porque sempre acontece, termina com um beijo ou encima da cama. - Respondeu seria, com certeza daquilo. -

- Suponho que aconteça com você, então. - Questionei a vendo assentir devagar. -

- Não banque a de forte, tenho certeza que se Jungkook te envolver, você cede. - Garantiu rindo. - Acontece comigo as vezes.

Garantiu novamente suspirando devagar, e antes que eu dissesse algo novamente, Taehyung já estava voltando em nossa direção.
Nos entregou as tigelas com musse que dava água na boca apenas por olhar.

Tempo depois quando o sol estava quase nos dando adeus, eu me despedi deles, dizemos ainda poucas palavras antes que eu realmente fosse embora.
Em casa, ainda com o roupão sobre o corpo, me maquiava com toda calma do mundo.
Após finalizar o cabelo, me perfumei e por fim vesti a roupa.
Dizia que a temperatura podia cair hoje, mas ainda assim o tempo estava bom.

Eu usava calça mom jeans, juntamente com um salto fechado preto e um blusa de seda que também era desta cor.
Mas uma vez me olhei no espelho, certificado-se que estava tudo de acordo e desci quando o interfone tocou.

Jungkook usava calças que combinavam com a jaqueta e que por coincidência o jeans era o mesmo do meu. Usava um tênis preto e a blusa de frio lisa com gola alta da mesma cor que ele nunca largava mas que ficava extremamente bonita, realçando seu belo peitoral, abdômen e cintura.

- Qual a chance de você saber exatamente o que eu pretendia vestir? - Perguntei, curiosa. -

- Sinceramente? Nenhuma. - Garantiu, estendendo a mão para que eu desse a minha. -

Eu sem hesitar correspondo, levou minha mão até a boca e ali depositou um beijo, sem desviar os olhos dos meus. Por um momento fiquei sem reação, mas ao passar, retribuí seu ato com um sorriso gentil e apertei nossas mãos que estavam entrelaçadas.

- Você fica extremamente bonito de preto. - Elogiei quando estávamos quase na entrada do estacionamento. -

- Você fica bela com todas as cores possíveis, existentes. - Elogiou abrindo a porta para que eu entrasse. - Caso eu não diga o quanto bonita está, saiba que eu sempre estarei lhe elogiando aqui dentro. - Apontou para a própria cabeça. - Atualmente você é a única coisa na qual eu penso.

Aquela confissão me fez paralisar por breves segundos, e eu senti as bochechas arderem levemente, não respondi algo porque a possibilidade de gaguejar também estava presente. Eu apenas suspirei baixinho, senti sua mão quente tocando minha bochecha e pedi — implorei — para que a ardência que eu sentia não estivesse amostra, ele riu baixinho e depositou um beijo sereno aonde antes estavam seus dedos, me olhou bonito e gesticulou para que eu entrasse no carro antes de soltar minha mão e ir para o outro lado.

Dentro do carro eu ainda permanecia quieta — e ele pareceu não se importa com isso. — tocava uma música baixinha, mas eu conseguia ouvi-lá bem, da mesma forma que eu também consegui entender a referência.
Era Imagination, do Shawn Mendes.

We walk, we laugh, we spend our time.
[ Nós caminhamos, nós rimos, passamos o nosso tempo. ]

Our hands are gently intertwined.
[ Nossas mãos estão gentilmente entrelaçadas. ]

A feeling I can't describe.
[ Um sentimento que não consigo descrever. ]

And all this time that we spend alone.
[ E todo esse tempo que passamos sozinhos. ]

Thinking that we might not belong.
[ Pensando que poderiamos não pertencer. ]

To something so beautiful.
[ A algo tão bonito. ]

We'll be everything I want us to be.
[ Seremos tudo o que eu quero que sejamos. ]

Com aquilo um sorriso transpareceu em meus lábios e eu ainda mantive o olhar nas pessoas que passavam na rua.
Se fosse um hábito ouvir músicas enquanto dirigia, Jungkook já o teria feito há tempos. Mas não, foi a primeira vez e ele escolheu uma música específica para isso.

- Nos já chegamos. - Tirou-me de meus devaneios enquanto puxava o freio de mão. - Vamos andar um pouco antes de ir ao restaurante. - Sugeriu, armando o carro. -

- A última vez que saímos juntos eu acabei voltando com um colar caro no pescoço. - Contestei rindo. -

- Ele havia ficado lindo, você não podia recusar. - Afirmou. - Mas eu prometo que hoje eu não vou fazer algo similar. - Garantiu. - A noite está muito bonita, as vezes é bom respirar ar livre e longe de casa. - Aleatoriamente disse. -

- Você está diferente. - Eu disse, olhando as crianças correndo. - Diferente do normal.

- Você gosta? - Perguntou prestando atenção nas lojas, com uma das mãos no bolso. -

- Eu prefiro. - Confessei. - É um diferente bom.

- Eu pretendo lhe mostrar muito sobre mim ainda. - Afirmou, retornando o olhar a mim. -

- Então mostra. - Pedi. Ele passou uma das mãos na nuca sorrindo fraco. -

- Não é tão simples quanto parece e menos ainda fácil para mim. - Garantiu. -

- Você já disse tudo quando colocou Imagination para tocar. - O vi negar, parando no meio da calçada. -

- Com aquilo eu não disse nem dois porcento do que eu realmente quero. - Ponderou. - É tudo muito confuso, mas, muito bom também.

Eu apenas suspirei, compreendendo que as coisas aconteceriam no tempo dele.

- Diga-me o que a professora ensinou ontem? - Perguntou, retornando a andar ao meu lado. -

- Estamos começando a aprender sobre interpretação dos sonhos. - Respondi simplista. -

- Sim, Freud fez um livro com suas ideias baseada nos fatos e em seus pacientes. Eu já o li, o livro é ótimo e super explicativo.

- Quatrocentos e cinquenta páginas são muito. - Eu disse o vendo sentar em um dos bancos afastados, quase não visto pelas pessoas que andavam pela rua fora. Eu ainda me mantive em pé. -

- São sim, mas vale a pena. - Garantiu. - Posso lhe ajudar com isso caso não entenda.

- Por enquanto eu estou bem, Obrigada. - Agradeci dando um sorriso gentil. - Ela também explicou sobre esquizofrenia e dupla personalidade, disse que normalmente são confundidas.

Jungkook não respondeu nada nos dez primeiros segundos, apenas o vi desviar os olhos para outro ponto, meramente pensativo.

- Sim, alguns sinais são sim, as vezes se juntam com a ansiedade ou depressão para acabar de uma vez com o indivíduo. - Comentou. -

- Você conhece alguém que tenha uma dessas doenças? - Perguntei por fim sentando-se ao seu lado. -

Ele demorou um pouco para responder, fitava o chão, com o maxilar tensionado.
A expressão era idêntica a que fez aquele dia no penhasco. E eu torcia para que não acontecesse de novo, desagradasse o momento que estava tão bom.

- Não... - Suspirou antes de dizer. - Não conheço mas posso imaginar, ter a certeza de como é horrível.

- Eu também fico triste, quando penso.

- Esses transtornos, não apenas esquizofrenia ou TDI, os demais. São consequências de abusos ainda na infância ou estresse extremo, imagina uma criança sofrendo isso. - Ele disse, um pouco vulnerável. -

- Eu não quero pensar nisso agora. - Eu disse baixo. - Vem, vamos voltar a andar. - Pedi talvez um pouco afobada enquanto levantava. -

- Se o que te preocupa é a nossa noite, na verdade o jantar. - Corrigiu a si mesmo. - Não é necessário, eu não vou estragar tudo como da última vez.

- Não é isso, eu só não quero te ver triste ou algo do tipo.

- Você não verá. - Garantiu levantando-se, sem desviar o olhar do meu. Estávamos tão perto. -

Eu me perdia intensamente naqueles olhos negros, me sentia desnorteada, podia sentir Jungkook invadir a minha alma com um mísero olhar. Estando tão perto me fez inconscientemente abaixar a cabeça e simultâneamente fechar os olhos.

- Ei. - Chamou baixinho, como se logo em seguida fosse contar um segredo, erguendo minha cabeça novamente para cima. - Eu quero te beijar.

Sentir um arrepio dos pés a cabeça era o que Jungkook me causava sempre que falava baixo e rouco.

- E... - Suspirei antes de prosseguir. - Você quer que eu autorize? - Perguntei. Ele assentiu envolvendo um braço em minha cintura. - Então me beije. - Havia sido mais uma súplica do que autorização. -

Jungkook então me aproximou devagar até nossos corpos estarem totalmente grudados, selou nossos lábios pouco depois pedindo passagem com a língua, eu cedi.
Cedi sentindo a leveza, calmaria e o carinho com que ela, ao encontro com a minha transmitia, explorando devagar cada canto possível. Pôs a mão quente por dentro de minha blusa enquanto a outra estava a me acariciar sutilmente.

Pela primeira vez eu senti Jungkook me beijar de verdade, com gratidão, sinceridade e pouco amor. Como assim eu pensei que um dia faria.
Agradeço agora Seokjin por ter chego no momento em que nos — por pouco, bem pouco — quase nos entregamos aos desejos miseráveis do inconsciente, porque caso o tivesse feito, a essa hora provavelmente eu não estaria sentindo o que realmente era para sentir.

Antes mesmo que a falta de ar surgisse, Jungkook já havia afastado os lábios dos meus mesmo nos mantendo ainda colados. E pior, já estava a se comunicar novamente.

- Um beijo é tão pouco para o que realmente quero contigo. - Pronunciou baixinho, sorrindo contra a minha pele. -

Eu apenas ri baixinho, quase inaudível contra seu peito enquanto apertava sua jaqueta. Ele nos afastou apenas o suficiente e disse:

- Vamos jantar logo, antes que esfrie mais. - Aconselhou, me guiando para frente. -

Não demorou nada para que chegasse ao restaurante — que por sinal era lindo. Lindo e caro —
Fizemos os pedidos e enquanto eram preparados tirei o tempo para observa cada detalhe.
Estávamos reservados no andar de cima do restaurante, a cidade brilhava ainda mais á olhando de lá.

- O que achou daqui? - Ele perguntou após tirar a jaqueta e a dobrar, colocando-a encimada da cadeira. - Tenho certeza que irá adorar a comida, pedi um prato delicioso para nós.

- Tenho certeza que sim. Aqui é muito bonito. - Eu disse. - Está um pouco frio...

- Vista a jaqueta. - Me interrompeu antes que eu completasse a frase. -

- Não, não precisa, eu estou bem. - Tentei dar o melhor sorriso, mas foi impossível, porque ele ainda me olhava com a expressão inexplicável. -

- Isso não foi um pedido, Anna. - Levou a taça ao encontro com a boca, bebendo o vinho por breves segundos. - Sim? Por favor.

Hesitando um pouco ainda o fiz, mas não encaixei os braços, apenas a coloquei em minhas costas. Usou um mero sorriso e assentiu uma única vez quando eu voltei a olhar-ló.
O celular tocou, uma, duas, três vezes mas ele não atendeu, nem fez questão de olhar quem era.

- Você não vai atender? - Perguntei o vendo em seguida negar enquanto arrumava os talheres e a taça, que na verdade já estavam nos devidos lugares. -

Ansioso.

- E se alguém morreu? - Perguntei ironicamente mas persistente para que ele atendesse logo, realmente poderia ser urgente. -

- Eu irei no enterro. - Respondeu, aparentemente sem sarcasmo algum. -

- É sério, pode ser mesmo uma urgência já que insistem em ligar. - Questionei. -

- A urgência pode esperar. - Rebateu. -

- E se você não tiver tempo depois para a pessoa ou para o assunto que está aí, no seu aguardo.

- Tempo não existe, é uma ilusão. - Garantiu. -

- E se eu dissesse a você que estou perdendo o meu tempo contigo quando poderia estar com... Sei lá, Taehyung? - Ponderei. -

- Eu diria que você escolheu estar aqui, comigo. - Respondeu. - E não eu que lhe trouxe a força.

- Certo, você não vai atender mesmo. - Afirmei dando de ombros. -

- A pessoa já desistiu. - Afirmou. -

Depois disso o jantar ficou silencioso, as comidas chegaram e eu nunca havia percebido o quanto Jungkook demora para comer. Após comer, ele pagou a conta e novamente fizemos o trajeto na volta.
Conversamos mas não sobre o "nos", sobre o trabalho que tínhamos que fazer.
Já dentro do prédio apenas nos despedimos e cada um foi para seu apartamento. Foi questão apenas de tirar a bolsa, o celular vibrou notificação uma nova mensagem.

Jungkook

- Eu esqueci de agradecer, mas obrigado por hoje.

23h40

- Você ficou feliz?

23h40

Jungkook

- Mais do que você possa sequer imaginar.

23h41

- Eu realmente fico feliz em saber
- E eu também gostei muito

23h41

Jungkook

-  Eu ainda vou abrir meu coração pra ti, você consegue esperar?

23h43

- Eu não tenho pressa

23h45

Jungkook

- Seu instinto vai suplicar para que você faça algo, mas eu imploro que faça ao contrário.

23h46

- Hãn?
- Jungkook eu não entendi
- Explica isso

23h47

Jungkook

- Me surpreende, você entende as coisas rápido demais.

23h47

- Há excessões

23h47

Jungkook

- Apenas repense em suas decisões e sobre o que quer comigo.
Durma bem, sim? Boa noite.

23h48

- Eu sempre penso
- Eu notei agora, sua jaqueta ainda está comigo

23h49

Jungkook

- Não tem problema, amanhã eu pego.

23h53

- Okay

23h53

Ele não respondeu algo a mais.
Apenas tomei um banho rápido e vesti um pijama, logo depois indo para cama.
Eu não pensaria e repensaria sobre a mensagem recente, não entendi e não insistirei em entender.

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