Me Chame De Vênus

By miel_sa

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OBRA CONCLUÍDA. NÃO REVISADA. Vênus é um garoto de 16 anos que acaba de se tornar órfão. Sem nenhum parente... More

Um
Dois
Três
Quatro
Cinco
Seis
Sete
Oito
Nove
Dez
Onze
Doze
Treze
Quatorze
Quinze
Dezesseis
Dezessete
Dezoito
Dezenove
Vinte
Vinte Um
Vinte e dois
Vinte e três
Vinte e Quatro
Vinte e Cinco
Vinte e seis
Vinte e sete
Vinte e oito
Vinte e nove
Trinta e Um
Trinta e dois
Trinta e Três, Capítulo Final
LIVRO DOIS?

Trinta

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By miel_sa

   Eu me levantei, o mais rápido que consegui balançando Lucas que roncava na cama.

— Temos que sair! — disse alto observando a contagem com cada vez menos números.

— Que porra é essa?! — Lucas exclamou se levantando.

Saímos do quarto e comecei a ir de porta em porta acordando todos que podia, Lucas acionou o alarme de incêndio e todos começaram a sair da escola.

— Devagar! Isso não é uma simulação.— a diretora, minha tia, dizia atrás de nós com seu roupão branco e bobs no cabelo.

  A polícia começou a chegar quando todos os alunos estavam a uma distância segura da escola, minha tia, está com uma prancheta na mão e faz a chamada para garantir que todos estão aqui.

Eu olho em volta, Lucas treme de frio com os braços cruzados, Erick fuma seu cigarro despreocupado, Iza parece estar procurando por alguém, ela olha envolta da multidão de alunos assustados e então eu percebo que Jonathan não está entre nós.

— Jhonatan Prierri? — Minha tia pergunta observando os alunos, todos se entreolham e percebem que Jonathan não está aqui.
Isa está chorando e Lucas parece assustado. — Alguém viu o Jonathan!?—

O esquadrão anti bombas já está dentro da escola, pelo que sei, há mais três bombas em três quartos diferentes.
Meu corpo está fraco, minhas pernas tremem, meus olhos estão molhados e percebo que não consigo viver sem Jonathan, eu nunca vou me perdoar caso algo aconteça a ele, querendo ou não, é minha culpa, culpa de todos nós.

— Está tudo certo! — Um homem alto com uma roupa estranha, como a de um astronauta, diz enquanto carrega quatro caixas consigo, são as bombas.

— Podemos voltar?— Minha tia pergunta, mas não acho que ela esteja preocupada com seus alunos e sim com ela mesma.

— Podem sim.— o investigador, o mesmo da morte de Kira, surge por trás do cara alto, seus olhos passeiam pelos alunos e ele me vê.— Revistamos a escola por segurança, está livre, mas...—

Não da pra ouvir, estão afastados, minha tia, arregala seus olhos surpresa mas não assustada, suas mãos vão até a boca e o investigador gesticula, é possível ler seus lábios enquanto ele lamenta um — Sinto muito.— Meu coração acelera, pensando na possibilidade de algo ter acontecido a Jonathan.
Lucas parece nervoso, tenso.
Isa também.observa a conversa e finalmente minha tia volta para perto dos aluno, parece abalada, assustada, mas não triste.
Henrique surge de repente ao meu lado, eu o observo e ele sorri pra mim, me sinto estranho.

— Infelizmente, acabo de receber uma notícia nada feliz, um de seus colegas foi encontrado sem vida, pelo que parece foi suicídio, não sabemos direito o por que de um garoto tão feliz nos abandonar de forma tão repentina!—

— Poser!— Lucas exclama.— Não só Jonathan como a maioria de nós tem tendências suicidas aqui.—

Henrique está estático, em choque, meu corpo está anestesiado, tudo rosa e as vozes parecem distantes, Isa parece estar prostada sobre o chão, gritando enquanto é segurada por outros alunos que tentam acalmá-la.

Há uma maca sendo arrastada da escola e algo que parece ser um corpo sobre a mesma, coberto por um tecido de alumínio.
Isa também vê, ela se levanta e corre até lá, eu observo sentindo meu corpo quase ser puxado para o chão, mas me forço a ficar de pé.
Isa puxa o alumínio revelando o rosto pálido e sem vida de Jonathan Prierre.
E de repente eu caio, Lucas se vira e todos ao meu redor estão em câmera lenta, as luzes da sirene piscam sobre mim e ouço o som das mesma.
Numa imagem embaçada, eu me lembro de cada momento que tive com Jonathan desde que cheguei, o garoto proibido.
Nossa troca de olhar no refeitório, quando eu entrei distraído usando apenas uma toalha, quando ele me protegeu de Erick quando o mesmo almejava cortar minha garganta, ou quando nos beijamos debaixo da estrelas em frente a um campo de girassóis.
Tudo estava ali, na minha cabeça num sopro espesso e difícil de suportar.
Eu não me questiono do por que ele se matou, mas me questiono do por que ele não pensou em mim enquanto fazia isso, se é que não pensou.

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