Stronger 🥊 Jikook

By Park_Jhessuk

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[CONCLUÍDA] O Pugilismo é um ato antinatural, tudo nele é às avessas, algumas vezes é melhor recuar antes de... More

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By Park_Jhessuk

Diante de todas circunstâncias as quais Jungkook passou nos últimos anos, vê-lo em qualquer situação que eu considere de perigo é o suficiente para despertar o instinto protetor que há em mim.

Sendo assim, estar em uma posição onde eu fique impossibilitado de mantê-lo em segurança é inaceitável para mim. Quase o perdi e ainda quando não sabíamos se seria possível recuperar sua perna, prometi que não deixaria que nada o machucasse novamente. 

Minha cabeça e coração sabem disso, mas meu corpo não atendeu. Fazendo com que eu entrasse em crise quando o que deveria estar fazendo seria protegendo o Jungkook, passando por cima de todos se fosse necessário. 

Eu falhei. Não importa o que ele diga sei que falhei. 

Hoje acordei deitado em seu peito, envolvido em um toque cheio de amor por seus braços. Como pediu, ou melhor, ordenou, estava disposto a abdicar do treinamento, mesmo sabendo que não treinar tão perto da luta é burrice. 

Acabei por ficar entediado estando deitado sem fazer nada, quando meu corpo está acostumado com a liberação de substâncias como leptina e endorfina, que é nada mais que a recompensa do organismo após uma sessão de exercícios físicos, correr pela manhã por exemplo. 

Com cuidado me soltei de seus braços para não acordá-lo, ele realmente me pareceu exausto, e com toda certeza tardou a dormir. Peguei seu celular para ver as horas e me deparei com uma mensagem de Hoseok e outra de Namjoon, não costumo invadir sua privacidade, mas hoje em específico resolvi abrir. 

Jungkook está na capa de uma das principais revistas de esportes da Coreia, o que não é surpresa para um atleta bem sucedido como ele é, apesar dos pesares. A questão é: o que esse artigo trás? 

Porém no momento o que realmente me deixou preocupado foi a mensagem de Namjoon, avisando que nossa academia foi pichada por vândalos homofóbicos. Eu jamais deixaria Jungkook lidar com esse tipo de gente, por esse mesmo motivo me levanto com cuidado, para não desperta-ló, preciso ir até a academia, agora.

Não tenho tempo a perder me arrumando, apenas escovo os dentes, visto um conjunto de moletom e pego as chaves do carro, ainda sim, antes de sair, deixo um beijo na testa do meu príncipe, que ressona baixinho. 

Apesar do trânsito não estar um caos, fico mais impaciente a cada minuto que perco parado no semáforo. Com pressa e afim de voltar pra casa antes que Jungkook acorde, estaciono o carro e me encaminho imediatamente pra dentro da academia. 

E sem me dar o trabalho de olhar para canto algum em busca de alguém, fui direto pra área de serviços em busca de alguma coisa que me ajude a dar uma limpada na fachada da academia. 

— O que faz aqui? — Ouço Namjoon perguntar, revirei os olhos esperando o balde encher, antes de fechar a torneira e olhá-lo. 

— Bom dia, consagrado! — Então digo. — Eu também não sei o que estou fazendo na minha academia, não. 

Namjoon parece ignorar totalmente meus dizeres, quebra a distância entre nós para pegar o balde que enchi e então pergunta: 

— O Jungkook sabe que você está aqui? 

— Quando foi que meu homem se tornou meu pai? — Rebato ignorando seu gesto, para pegar o balde de volta. 

— Jimin, sem deboche. É sério cara, fazem poucas horas que recebeu sua alta, você precisa de repouso, o que faz aqui? — Namjoon questiona segurando meu braço, antes que eu possa sair do cômodo. 

— O que você deveria ter feito, limpando tudo antes que o Jungkook veja. Agora me dê licença que eu tenho que voltar pra casa antes que ele acorde. 

— Jimin não seria coerente esconder do dono da academia uma coisa dessas, você sabe mais que ninguém que quem é o cabeça disso aqui é ele — Começou a falar deixando meu braço livre.  — Cabe a ele decidir o que faremos, e é bem provável que ele faça um boletim de ocorrência, precisamos deixar como está até que ele decida o que fazer — E assim conclui sua fala sem fundamento. 

— Cabe a nós dois decidir, e eu estou decidindo poupá-lo de se desgastar com gente preconceituosa, não se meta. 

E assim saio deixando Namjoon, passando novamente em meio a academia que já está quase em horário de funcionamento, mais uma vez ignorando os cumprimentos dos alunos que estão a chegar, para ir direto para a fachada do prédio que exibe dizeres como: "Portador de HIV", "Golden Girl" e "Jesus salva".

— Que ódio! — Esbravejei sozinho ao notar que água e sabão não seriam suficientes para limpar a merda que fizeram, isso sem contar com as cartelas de ovos que foram quebradas aqui. 

Uma ira me consome de dentro pra fora e tudo que eu quero nesse momento, é socar os idiotas que fizeram toda essa bagunça, lágrimas de puro ódio escorrem pelo meu rosto enquanto tento lavar a lambança que fizeram. 

Eu nunca tive medo de ser atacado por causa da minha sexualidade, sei me defender. Mas Jungkook não merece isso, não quero aceitar que ele seja alvo de ataques que nada diz respeito sobre quem ele é, eu não admito. 

Me arrependo profundamente por ter incentivado, caso contrário Jungkook não teria se acidentado e estaria fazendo o que gosta de fazer. Também me arrependo de tê-lo apoiado a fazer aquela entrevista, porque sei que esse é só o começo. 

— Jimin? — Mais uma vez, escuto a voz de Namjoon a me chamar, nada respondo. 

De costas para o mesmo despejei a água do balde com demasiada força na parede, depois soltei o recipiente no chão, para com o auxílio de uma bucha esfregar os vidros. 

— As meninas da limpeza já estão chegando, você está exagerando Jimin, falei com o Jungkook ele está vindo pra cá. Espera você está chorando? — Perguntou ao parar do meu lado. 

Tomado pela ira que a ignorância de Namjoon me causou, precisei respirar fundo e massagear as têmporas afim de tentar manter a calma. Enxuguei a lágrima de raiva que escorria por meus olhos, antes de responder.

— Exagerado? E o que um homem hétero e cis sabe sobre ser julgado por ser quem realmente, é? E quando foi você que viu Jungkook sofrer algum tipo de ataque, antes de revelar que tem um relacionamento sério com outro homem? 

— A-ah eu... 

— Quando Namjoon?! — Insisto. 

Eu não estou bravo com Namjoon, não tem nada de errado em estar nos padrões impostos pela sociedade. Porém uma pessoa heterossexual, que tem um padrão de vida da família ‘tradicional’ não conhece a fragilidade da segurança pela qual um LGBTQI passa.

É de extrema ignorância julgar certas ações e reações como exageradas.

De olhos semi cerrados, cruzei meus braços e o olhei no fundo dos seus olhos deixando claro, que esta não foi uma pergunta retórica. 

— Nunca! Sei disso cara, foi mau. Eu não deveria ter falado isso, só estou preocupado com você campeão, quero te ver lutando no final de semana que vem, não em uma maca novamente. Volta pra casa, deixe isso comigo — Foi o que disse o moreno mais sua vontade de se redimir. 

— Você ligou para o Jungkook, por que? 

— Jimin, faz menos de 12 horas que eu te vi desacordado em uma cama de hospital. O que você queria que eu fizesse? — Rebateu com pesar nos olhos. 

— Eu sei, cara! Eu sei! Entendo suas motivações, mas olha só! — Apontei para a parede negando com a cabeça. — Jungkook não merece isso. 

— Sei disso. Não perca a cabeça agora Jimin, tente manter o foco. Eu sei que é difícil, você é completamente apaixonado pelo Jungkook, claro que quer poupá-lo do mundo, me sinto assim pela minha namorada e olha que estamos juntos a pouco tempo. Continue com o mesmo objetivo, vocês dois ficaram para sempre na história do pugilismo, quantos lutadores profissionais atuantes e assumidos você conhece? — Neguei com a cabeça. — Exatamente, nenhum. O próprio GB se assumiu somente após a aposentadoria, por você. Você será o único, ou mudou de ideia? Esse é o só o começo da jornada, que você  já sabia que iria percorrer.

— Mas é que-...

— Sim, Jungkook é incrível e não merece ser vítima de preconceito, ninguém merece, você não merece. Porém este é o mundo em que vivemos. Qual é guerreiro? Levanta a cabeça e para de chorar feito uma garotinha — Se aproxima para deixar um soco leve em meu ombro sorrindo, sorri de volta. 

— Ei! Não fala assim das garotas — Brinquei me sentindo mais relaxado, observando o sabão escorrendo em minhas mãos. 

Namjoon sorri deixando suas covinhas aparecerem e então responde: — É sério, todos nós perderemos um dia, mas não será hoje e muito menos amanhã, simplesmente porque decidimos lutar. Você não tem tempo para se lamentar por uma parede pichada. Você tem um mundo inteiro para conquistar. — Inspirou me com palavras de motivação junto de um olhar sonhador para então concluir. — Vamos lá! Eu vou te ajudar a dar um jeito nisso, então você vai pra casa descansar e voltar amanhã para seus últimos treinos antes da pesagem, fechado? 

— Vamos fazer isso! — Sorri sincero, voltando a tentar limpar a parede e falhando miseravelmente. 

— Espera aí, vamos ver se você está bem mesmo — Chamou minha atenção fazendo com que eu me virasse novamente. — Vamos lá Southpaw, mostre me suas habilidades como canhoto, afaste as pernas e flexione os joelhos — Obedeço imediatamente. — Proteja o queixo e agora me dê um soco de esquerda! 

Neguei com a cabeça antes de acertar sua mão com um soco sem força. A suposta vantagem que um Southpaw tem em uma luta, é o fato de que seu golpe não poder ser premeditado pelo adversário.

— Agora um de esquerda, cruzado. — Obedeço novamente. — Você está ótimo, eu vou buscar alguns itens, já volto. Você sabia que temos uma máquina de pressão? Por que diabos você pegou um balde? — Questionou em um tom de indignação bem humorado. 

— Bom eu... — Sorrio sem força coçando a nuca, meio sem graça. 

— Chorando enquanto esfrega a parede com um balde minúsculo, que cena mais dramática, meu Deus! — Retrucou se encaminhando para dentro da academia, o que diminuiu seu tom de voz gradativamente ao se distanciar. 

Talvez de fato eu esteja precisando relaxar, para suportar tudo que tanto eu quando Jungkook ainda iremos passar, infelizmente a  sociedade impede que sejamos apenas um casal como qualquer um, sempre haverá julgamentos. 

Sempre seremos julgados por amar demais, por pessoas que amam de menos, isso é um fato. 

Enquanto espero Namjoon, dedico alguns segundos da minha atenção para a rua, onde passa alguns carros com pessoas curiosas que diminuem a velocidade, apenas para olhar a obra de arte que enfeita as paredes da academia. 

Neguei com a cabeça e mais uma vez olho para a parede, "Jesus salva". Por qual motivo Jungkook precisa de salvação? Talvez por me amar a tanto tempo, não porque sou homem. Sim porque não sou merecedor de um coração tão puro, porém sou grato por tê-lo ganhado pra mim.

Não demora muito tempo, para que Namjoon volte em companhia de Yoongi, trazendo coisas que provavelmente julgaram que seria necessário para limpar a parede. 

— Bom dia, campeão! — Comprimentou Yoongi com seu sorriso bonito estampado no rosto. 

— Eai? — Comprimeitei de volta acenando com a cabeça, sorrindo pequeno tentando disfarçar o recente choro. 

— Fique a vontade para ir pra casa, eu e o Yoongi damos conta aqui — Disse Namjoon sem me olhar, concentrado em jogar um produto no chão, provavelmente para diminuir o odor. 

— Eu vou ficar aqui, por favor não insista. Mãos a obra meninos, quero tudo como era antes caso contrário dou um jab em vocês — Brinquei, já me sentindo menos tenso com toda situação.

Agora estamos assim, os 3 dedicados a fazer o melhor para deixar tudo limpo. Namjoon está me ajudando a esfregar a parede, enquanto Yoongi com o auxílio da máquina lava o chão. Alguns alunos se ofereceram para ajudar também, mas eu os dispensei pedindo para que se concentrassem em seus treinos.

Acho que Namjoon tem razão, eu não tenho tempo pra surtar por tão pouco, muito menos para perder o foco. Estou sempre dando minha cara a bater, Jungkook apoia. Preciso aprender a fazer o mesmo por ele.

Nossa tentativa de deixar tudo como estava, não funcionou 100% porém, acabei me divertindo com a forma desastrada de ser de Namjoon. Yoongi também é um cara engraçado, do tipo que não quer guerra com ninguém, este reclamou a todo tempo, dizendo que estávamos explorando ele, assim como sua esposa.

— É bom ir se acostumando Namjoon, quando você se casar com a Lilly, ela vai explorar você, exatamente assim. A Yejin faz isso comigo.

— Do que você está falando, ein? Você quem insistiu para ajudar — Rebateu Namjoon olhando infesado para o menor. — 100 flexões, vai!

— Só isso? Eu recomendo 200 flexões — Uma terceira voz doce e rouca invadiu meus tímpanos, não era aqui que eu o queria, mas não consigo segurar o sorriso que nasceu em meus lábios de forma involuntaria antes de virar para ver pela primeira vez hoje, seus lindos olhos brilhantes. — Bom dia, meninos! Bom dia, meu amor fugitivo!

— Bom dia!

— Olá!

Como um ímã sou atraido por sua aura magnética. Me esqueço de tudo quando começo a me aproximar em passos lentos, e ao parar em sua frente e me deparar com seu olhar amoroso direcionado a mim, toquei em seu rosto antes de me apoiar nas pontas dos pés para beija-lo em público pela primeira vez: — Bom dia! — Digo ao separar nosso lábios.

Não foi um gesto premeditado, nem demorado. Apenas um selar de lábios casto, porém suficiente para mais uma vez me encher de preocupações, nós dois sempre fomos discretos, poucas pessoas na academia sabem da nossa relação, Yoongi não é uma delas.

Me exibir para pessoas que passam aleatoriamente na rua, também não foi algo que planejei. Simplesmente aconteceu por alguma razão, e eu não sei como proceder agora. Não me sinto arrependido ou envergonhado, porém Jungkook e eu, não conversamos sobre antes, por esse mesmo motivo, não sei dizer se o deixei desconfortável. 

Sem jeito me virei e comecei um assunto aleatório, explicando a Jungkook que será necessário que contratemos um pintor, já que todo nosso trabalho só serviu para remover a lambança de ovos que estava causando mau cheiro na academia e a tinta da parte em vidro. Yoongi encontra-se em silêncio a me observar, posso ver pelo canto dos olhos.

— Meu amor, o que acha de mandarmos grafitar a parede? Essa tinta preta já está fora de moda, agora com esse retoque em tinta branca então, está ridícula. Estávamos mesmo precisando de uma reforma  — Ouço Jungkook comentar perto demais, perto o suficiente para me agarrar pela cintura e deixar um beijo em meu rosto, antes de apoiar o queixo em meu ombro. — O que acha pequeno?

Meu coração se aperta por conhecer meu príncipe o suficiente para saber que apesar de firme, ele está sim afetado. Mesmo que ainda estivesse perdido, toquei em suas mãos, apenas para que saiba que não está só.

— Bom eu... Acho que por mim, está tudo bem — Respondo baixo, olhando para Namjoon como um pedido de socorro, ele que dá de ombros como se não estivéssemos fazendo nada de mais.

E de fato não estamos, não estamos mesmo.

— Bom eu vou guardar essas coisas e trabalhar um pouquinho. Vamos Yoongi, você ouviu o chefe 200 flexões — Diz Namjoon se aproximando para um toque nos ombros de Jungkook, para então pegar alguns matérias usados para a limpeza, antes de começar a se afastar.

— Vai lá, garoto! Obrigada por ligar.

Apesar do convite Yoongi ainda está parado no mesmo lugar, entretanto seu olhar não parece de reprovação, nem de surpresa, incapaz de desvendar suas expressões, nada digo apenas espero alguma reação sua.

— Aconteceu alguma coisa? — Quem pergunta é Jungkook, arrumando sua postura sem me soltar.

— Na verdade eu só queria dizer, que fico feliz em vê-los  a vontade, apesar do Jimin está parecendo tenso agora — Disse em meio a uma gargalhada. — Agora vocês vão parar de fingir que são só amigos?

— Amigos não podem ficar assim? — Disse Jungkook afundando o nariz em meus cabelos.

— Poderiam, mas pra mim sempre foi claro. Vocês são como melhores amigos só que muito mais, um lance de conexão de almas. Vocês são incríveis e eu desejo tudo de melhor do mundo a vocês tanto como profissionais quanto casal, eu sempre quis dizer isso abertamente, então... É isso, vou treinar ainda tenho que trabalhar — Negou com a cabeça tocando em sua testa. — Até mais! — Dito isso sorriu e se foi.

— Até mais Yoongi, bom treino. Nós vamos pra casa agora, vou cuidar do meu fujão — Beijou-me no rosto mais uma vez, fazendo com que eu me sinta como uma criança vulnerável, porém não é como se fosse tão ruim.

Mais algumas palavras e nos despedimos de Yoongi, depois de mãos dadas Jungkook e eu seguimos até o estacionamento, não estou acostumado com isso, mas isso é bom. Sorri abobado olhando para nossas mãos juntas, antes de entrar no carro.

Do lado de dentro, Jeon se senta no banco do motorista e me olha por alguns segundos pelo retrovisor, depois sorri e toca em meu joelho para um carinho suave.

— Pregou me uma peça — Comentou.

— Me perdoa, bebê. Eu juro que chegaria antes que despertasse mas Namjoon resolveu importuna-lo, sinto muito mesmo — Tentei me justificar olhando em seus olhos que a esse instante estão dedicados ao painel do carro.

— Não precisa se desculpar, — Começou sem virar a chave para me dedicar atenção. — mas eu realmente preciso te entender meu amor, você me ensinou a me aceitar e não me importar com o que irão dizer a meu respeito. Mas nas últimas 24 horas, a forma como se comportou diante de tudo que vem acontecido, está me deixando preocupado. O que devo fazer? Voltar para o armário te deixaria mais relaxado? Sabe que a essa altura, isso não é uma opção — Dito isso Jeon volta a olhar pra frente e leva suas mãos ao volante, parecendo meio desconcertado.

— Ter certeza que ninguém no mundo, vai te magoar me deixaria mais relaxado — Digo de cabeça baixa esfregando minhas mãos que começaram a soar em minhas pernas. — Sim, eu sei que coisas assim são inevitáveis, mas é que eu amo tanto você e você me faz tão feliz, que se eu pudesse impedir, jamais alguém faria você sofrer. Mas reconheço que estou agindo de forma inconsequente quando ainda nem perguntei como está se sentindo, — Levanto a cabeça para captar suas expressões. — me desculpe meu amor, como você se sente?

Jungkook suspira e leva as mãos ao rosto, devagar massageia as temporas e por alguns segundos fico admirado com cada detalhe de seu rosto, é como se sua beleza se renovasse a cada manhã. Seu cabelo preso em um coque frouxo no topo da cabeça acentua a delicadeza marcante que ele é.

Jungkook é lindo, o mais lindo de todos.

— Eu me sinto livre Jimin — Ouço a voz de Jeon me despertar da epifânia em seus traços, junto com um sorriso conformado que nasceu em seus lábios. — Não me importo com o que vão dizer, desde que você esteja ao meu lado. Essa sempre foi nossa regra, eu por você e você por mim. Desde que esteja aqui para segurar a minha mão, nada pode me afetar. Não me peça pra esconder de todos o quanto eu te amo, seja meu par em qualquer lugar em que estivermos e aceite que eu seja o seu, vamos andar de mãos dadas na calçada e nos abraçar e beijar onde sentirmos vontade, foda-se os hipócritas, eu não me importo mais com eles.

Esse grandalhão ao meu lado, que hoje faz o uso de uma regata que deixa sua pele coberta por tatuagens exposta, é o ser humano mais incrível da terra. Surpreendentemente ele me ama, exatamente como eu o amo.

— Você é lindo! — Essa frase é tudo que consigo dizer, Jungkook me olha depois sorri daquele jeitinho característico que faz seu rosto enrugar. — Vamos nos abraçar e beijar onde sentirmos vontade, — Repito sua fala para então dizer: — agora seria um ótimo momento, não acha?

— Você quer um beijinho bebê fujão que me deixou muito preocupado? — Confirmei com a cabeça. — Agora não, está de castigo — Então sorri arteiro e dá partida no veículo.

웃🥊유

Jungkook e eu tivemos um resto de dia tranquilo, finalmente sentamos e aproveitamos bastante a companhia de seus pais e fizemos nossas refeições juntos, nos divertimos falando sobre as peripécias vividas por Jungkook.

Jeon teve muita sorte, seus pais são incríveis e o amam exatamente como ele é, sem pressões ou julgamentos, algo que infelizmente nunca poderei experimentar a sensação.

— Nós deveríamos sair para jantar hoje, o que acham? — Indagou o Jeon mais velho.

— Eu topo, o que acha Jimin? — É o que Jungkook diz deitado com a cabeça no colo de sua mãe e pernas no do pai, enquanto eu estou de frente pra eles, admirando a interação.

— Pode ser!

— O que acha de irmos para um restaurante chique, assim eu posso chegar todo elegante ao lado do amor da minha vida? — Diz Jungkook me fazendo rir alto.

Meu riso morreu assim que percebi que Jungkook não falou brincando, seus pais também não acharam graça, então perguntei: — Você está falando sério? — Pergunto realmente surpreso.

— Por que, não estaria meu filho? — Quem pergunta é Eunji me encarando com a sombrancelha arqueada.

— E-eu não sei — Sorrio quadrado.

— Ai Jimin, eu vou tomar banho — Disse Jungkook e então ele se levantou aparentemente irritado e se encaminhou em direção a nossa quarto.

Jong Suk e Eunji se entreloaram antes de olharem pra mim, acho que entendi mensagem. Essa é minha deixa para ir atrás do meu príncipe.

Duas batidas na porta antes de Jungkook murmurar um "entra", assim fiz me deparando com um Jeon deitado na cama com o travesseiro em cima da cabeça, me aproximo em silêncio para sentar a seu lado, depois deixo tapinhos leves em seu bumbum, para chamar sua atenção.

Jungkook não reage, então com cuidado retiro o travesseiro de seu rosto e me deito por cima de seu corpo, agora deixo beijos em sua nuca, sentindo o cheiro bom de seus cabelos longos invadindo minhas narinas.

— Você não ia tomar banho, uh? — Afundo meu nariz em seu pescoço onde também deixo um beijo carinhoso. — Venha fedorzinho, vamos pro chuveiro.

— Vá você, me deixe quietinho aqui — Responde com a voz manhosa.

Dessa vez eu me retiro de cima de seu corpo, para vira-lo de barriga para cima, afim de conseguir um minuto de sua atenção, Jungkook não gosta de situações tensas, por isso quando algo o deixa chateado, fica encolhido no quarto.

Com um pouco de dificuldade consigo colocá-lo em uma posição que facilita meu acesso a sua face. Me ajoelho sobre as pernas e seguro uma de suas mãos, para voltar a dizer:

— Vamos meu amorzinho, não fica triste comigo, é só que eu não esperava um convite desses tão de repente. Não significa que eu não aceitei, pelo contrário vamos nos arrumar e ficar bonitos para tirarmos muitas fotos para colocar nas redes sociais, nada mais vai me empedir de mostrar quem é meu homem, já chega de seção de fotos das nossas mãos, o que acha? — Propus sinceramente.

Jeon não se meche, apenas move seus olhos de encontro com os meus. Não resisto em me curvar para alcançar seus lábios, Jungkook não me rejeita, pelo contrário, afasta seus lábios devagar e me deixa aprofundar o beijo, me fazendo suspirar em satisfação.

Jungkook toca em meu rosto para me receber melhor, trocamos um beijo sonoro e lento, capaz de desestruturar cada célula do meu corpo, um som estalado antecede o momento em que me afasto para deitar em sua frente e puxa-lo pela cintura e tomar seus lábios mais uma vez.

Dessa vez nos beijamos com mais sede, explorando cada canto de nossas cavidades, anos se passaram e eu nunca aprendi a resistir a Jungkook, poucos toques já são o suficiente para arrepiar minha pele e me fazer desejar sua carne.

Me afasto de olhos fechados caindo na tentação de deslizar uma mão até sua nádega, onde deixei um leve apertão. Jungkook se aproxima outra vez, apenas para deixar uma mordida em meu lábio inferior.

— Nós somos bonitos. Mas pensando bem, vamos deixar que meus pais saiam sozinhos, vamos fazer amor vem — Jungkook diz me puxando para cima de seu corpo, o que me faz rir. — Para de se fazer de difícil, eu sei que você quer transar, posso sentir. Literalmente!

— Jungkook, pelo amor de Deus — Digo em um tom um tanto manhoso, por estar afetado pela sugada que Jeon deixa em meu pescoço. — Garoto para com isso, seus pais estão logo ali.

— Eu tenho quase certeza que eles não me fizeram, com magia negra — Rebate me apertando mais em seus braços.

Estou pronto para beija-lo como se minha vida dependesse disso, quando alguém bate na porta do quarto: — Jungkook?

Com custo me levanto para ir até a porta, deixando Jungkook se debatendo na cama, como uma criança birrenta. O encaro com uma falsa repreensão e faço um gesto com o dedo para que fique em silêncio, então abro a porta dando de cara com Eunji e minhas sobrinhas.

— Hayun, Bora?

— O síndico trouxe as meninas, disse que seu cunhado as deixou aqui e foi embora.

🥊 Continua...

Vocês não sabem o prazer que é estar de volta!

Close no certificado, Stronger vencedor do primeiro lugar na categoria fanfic no concurso LGBTQIA, lindão, né?

Esse Capítulo foi maior que o convencional, como uma retratação pela demora, enfim... Até a próxima.

Harder, better, faster, Stronger! 🥊

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