A queda das rainhas do norte...

By _BrunaRamalho_

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O Norte, um império sólido, mas amaldiçoado. Atarah é a herdeira de ouro, mas seu trono está ameaçado por uma... More

Mapa
O Norte - Atarah
Melione - Adenna
Tudo ou nada - Atarah
Sangue sobre o mármore - Adenna
A rainha - Atarah
Gelo e fogo - Atarah
Coroa de vidro - rainha Odalis
A assassina - Merle
Um novo dia - Atarah
Sangue e família - Atarah
Vida e morte - Adenna
Fuja das sombras - Merle
Rainha Atarah - Atarah
O renascer - Merle
O preço - Adenna
A peça - Merle
Um novo início - Atarah
Ela está morta - Atarah
Ariella - Merle
Doce veneno - Keir
Odeio o meu trabalho - Merle
Amadrya - Atarah
A estrela mais brilhante - Merle
Chamas do passado - Atarah
Pequeno lumaréu - Adenna
O veneno do amor - Merle
Terras Férteis - Atarah
Perdão - Adenna
Uma nova rainha - Adenna
Aislinn - Atarah
A deusa - Atarah
Minha primeira morte - Atarah
Um novo começo - Merle
Fim de jogo - Adenna
Bronimir - Merle
Sem destino - Atarah
A rainha está morta - Atarah
Por amor e um rei - Adenna
Selene - Merle
Os mortos - Atarah
Um final definitivo - Atarah
Dezesseis dias - Merle
O traidor - Adenna
A última jogada - Atarah
O peso de uma vida - Merle
Fim de jogo - Atarah
A queda - Adenna
Viva - Merle
O mundo que sobrou - Atarah
A história continua

A melhor rainha - Adenna

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By _BrunaRamalho_

Faz quatro dias que Atarah incendiou a própria cidade e a “salvou” do fogo. Ela conseguiu o que queria, mais apoio, e a única prova que temos de que foi a rainha que causou do incêndio é a palavra de Alastair, que no momento é nosso único informante no castelo, já que todos estão com medo de serem descobertos.

Pelo o que soubemos Blyana está sendo torturada para falar. Ela não era tão importante dentro da causa, então não acho que possua informações relativamente importantes. Realmente espero que não possua. Espero que a moça sobreviva, pois nós vamos tirá-la de lá. Eu vou tirá-la de lá... De alguma forma.

Balderik e a família estão morando conosco, por conta da atitude de Atarah. Precisamos agir. Precisamos tirá-la do tabuleiro, a rainha. Meu amigo estava comigo em um quarto, estávamos deitados na cama, ele como um belo leão. Eu lia um livro sobre o mundo na época em que os Elfos dominavam tudo, e como eles perderam. Minha leitura em voz alta acabou fazendo o Bruxo cair no sono, mas acabou sendo acordado com o estrondo de meu tutor abrindo a porta.

– Adenna. – Quando Cathan viu o leão levou alguns segundos para assimilar que aquilo era Balderik. – Vocês dois. Desçam agora.

Com isso ele saiu, meu amigo rosnou, então fiz um carrinho atrás de sua orelha, desta vez o som foi de um ronrono, não resisti e ri baixinho.

– Vamos. O chefe não parece estar muito feliz. Isso quer dizer que vai sobrar para nós.

Assim que Balderik se transformou novamente em sua forma humana. Disse enquanto caminhávamos para a grande sala de estar.

– Já faz quatro dias. Ele nunca vai cansar?

– Acho que ele não esperava que Atarah fosse fazer algo, ou que se importasse o suficiente para fazer algo... Mas o que você achava?

– Eu sabia que a rainha iria fazer alguma coisa, mas me surpreendeu quando ateou fogo na própria cidade.

Assim que descemos escutamos meu tutor gritar, novamente, e culpar a todos, menos a si próprio. É o mesmo discurso de ontem, e após eu ter “respondido” fui convidada a me retirar. Nunca me senti tão grata por ser indesejada em algum lugar.

Não pretendia ficar em casa, precisava de ar, e no momento, qualquer lugar era melhor que lá. Enquanto andava por Melione me sentia como se alguém me observasse. Escutei alguns boatos de que Keres estava de volta à cidade, nem havia sabido de sua saída, mas em que isso importa? Como fui andando a esmo acabei parando numa parte mais precária de Melione, mas não perigosa, posso dizer que essa parte da cidade é minha, ninguém me atacaria aqui.

Já estava escurecendo e a iluminação dessa área é totalmente inexistente. Acho que já é hora de voltar para casa, mesmo que isso signifique outro discurso de meu pai, mas esse será apenas para mim. Como sou sortuda, não é mesmo?

Havia diversos becos, mas um me chamou a atenção, nele havia luz, chamas, caminhei de volta para ver o porque. Não existia tocha ou qualquer luz mágica, penas uma pessoa completamente coberta por uma capa. Algum instinto meu me induziu a ir para lá, para falar com aquela pessoa. Enquanto caminhava em sua direção perguntei.

– Olá. Precisa de ajuda? Está perdido?

Quando a figura se virou um clarão invadiu meus olhos e uma onda mágica me jogou para trás me fazendo cair no chão, mas quando abri os olhos não estava mais em um beco em Melione, mas sim, em uma sala feita de mármore vermelho com enormes vidraças dos dois lados feitas de vidro igualmente vermelho, tão escuro que não era possível ver o lado de fora. O local não era gigantesco, mas estava bem longe de ser pequeno. Era abafado, e estava muito, muito quente.

Antes que conseguisse me recompor a figura que antes usava capa agora se revelava uma mulher, estava seminua, um sutiã feitou de tecido vermelho, mas totalmente coberto por rubis. Sua saia era de camadas finas de um lindo pano preto, possuía cobertura o suficiente para não ser possível ver suas roupas de baixo. Era lindo, e absurdamente escandaloso.

Seu rosto era digno de uma deusa, sem dúvida a mulher mais bela que já vi na vida, sua pele era bronzeada em um tom dourado, e seus cabelos de um laranja queimado. Seus olhos são igualmente laranjas, mas é possível ver a chama deles. Como? Antes que eu pudesse falar algo, ou se quer tentasse, a moça começou enquanto se aproximava de mim.

– Adenna. Você sempre se permitiu ser fraca, ser chamada de tal nome. E acabou se conformando com isso. – A mulher me ofereceu a mão, a qual eu aceitei.

– Quem é você? Onde eu estou?

– Perguntas erradas, jovem lumaréu.

– O que é você?

– Pergunto o mesmo a você. – Disse ela sorrindo. – Sou a deusa que te escolheu como peça.

– O que? Quem disse que eu concordava com isso?

Isso a fez gargalhar, a deusa se afastou e caminhou em direção a dois sofás, que há minutos atrás não estavam ali, quando ela se sentou fez um sinal com a mão para que fosse atrás dela. Assim que me sentei no outro, a sua frente, à deusa começou a explicar.

– Adenna. Destino. É isso que eu dei a você. Já que sou a única que está em desvantagem, decidi intervir, não aceito perder sem jogar. – A deusa me deu um tempo, esperando que perguntasse algo, mas para eu ser capaz de formular uma dúvida devo pelo menos entender alguma coisa, que até o momento não aconteceu. – Quando você nasceu vi algo em você. Senti algo por você. Empatia? Talvez. Evitei que morrece, fiz Cathan levar você, criar você. De nada.

Será que meus pais me abandoraram por causa dela? Rapidamente mudei de pensamento, isso não importa, não mais, pode ser que para a Adenna de doze anos importasse, mas agora soa completamente irrelevante.

– Jogo?

– O jogo do divino, mas já trapacearam. O que poderia esperar? Como se a honestidade vencesse guerras. – Disse ela com um sorriso doce.

– Que jogo? Que destino? Que...

– Pequeno lumaréu, tudo há seu tempo. Eu escolhi você não pelo seu grande intelecto, ou pelo seu poder exorbitante...

– Que poder? – Falei balançando a cabeça em negação com um sorriso amargo no rosto.

– O poder que os trapaceiros tiraram de você. Fogo. Você é fogo como eu. Sou uma das deusas elementais, e te escolhi, pois nós duas somos chamas. Atarah é gelo.

– O que isso tem haver?

– A parte que importa para você é “O fogo nascerá na mesma noite que o gelo, a prata e o ouro se enfrentarão até a morte.”. Nada é em vão.

– Eu vou morrer? É isso? Veio me avisar que meu fim está próximo?

Minha voz carregava indignação e bastante desespero. Acabou soando bem grosso.

– Preste atenção sua tola. Vocês se enfrentarão até a morte, mas quem disse que a primeira a morrer não será Atarah?

– Se meu destino está mesmo escrito você já sabe a resposta.

– O destino de ambas está escrito, mas essa é a graça do jogo, nós não sabemos o final, vocês o escreverão, de certa forma, existem vários e sabemos de todos, mas está nas mãos de vocês o definitivo. O tempo que ele levará, qual será no fim das contas.

– O que define a vitória do jogo? Já que a morte de uma de nós significa o final dele...

– O Norte. Quem será a rainha do Norte. Até o fim.

– Atarah já venceu então.

– O gelo está vencendo, mas só ganhará o jogo quando você cair.

Por algum motivo o nome de Keres me apareceu na mente.

– Keres.

– Merle? A peça da morte e do caos?

Então esse era o verdadeiro nome da assassina. Merle. Informação útil de se guardar.

– É. Qual é a importância dela no jogo?

– Ela escolhe o lado que a beneficia. Ou melhor. O caos e a morte escolhem. É mais para que o jogo não fique entediante.

– Eu nunca quis ser sua peça.

– E isso importa? – Ela deu um sorriso malicioso. – Pequeno lumaréu. Eu tolerei você falando que nós não existimos. Que havíamos abandonado as terras por tempo o suficiente. E você nem acredita no que prega. Eu te tornarei rainha do Norte, Adenna. Não tolerarei perder. Mostre que é melhor que Atarah, mostre ser mais que ela de todas as formas...

– Disse que tenho magia, por que nunca a senti, nunca a possui?

– Trapaça! Quero que vá para perto de Aloisia. Não na cidade, é claro. Você não quer encinerar às poucas pessoas que vivem lá.

– Aquele lugar esquecido por todos?

– Você possui poder de mais de dez anos presos em você. Precisará de espaço para não incendiar o mundo. Não terá controle sobre ele, precisará de treino.

– Onde está essa magia? Como ela está presa?

– Os pais de Atarah fizeram um acordo com Brylee. Ela mexeu com sua cabeça e colocaram um pedaço de pedra de Dhara em você. Tire-o com uma adaga. Está entre os seus últimos ossos do pulmão. Irá colocar a mão lá dentro e arrancará a pedra. É do tamanho de um grão.

– E se eu morrer?

– Atarah vence. Então não morra. Mais alguma pergunta?

– Na verdade sim. Atarah congelou com a própria magia duas algemas feitas de pedra de Dhara pura. Como?

– Diferente de você, de Merle, de muitos outros, Atarah não é uma peça, ela é o entretenimento. Ela é o jogo em geral. Não posso dizer mais nada, pequeno lumaréu. Meu tempo acabou. Já te dei a vantagem, você decide o que fará com ela. Boa sorte.

E com isso outro clarão, agora estava novamente no beco. Parada no mesmo lugar de antes. Uma deusa falou comigo, eu sou a peça de uma deusa, não apenas de Cathan, mas do divino também. Voltei para casa em silêncio, o mundo parecia diferente. Aquela sensação de alguém estar me observando sumiu, mas estou sendo observada, todos os deuses me assistem. Todos movem suas peças, será que conheço alguma delas?

Assim que entrei em casa, Balderik apareceu, meio que fugi dele, mas... Não existia um motivo exato, além do que eu realmente não quero falar com ninguém. Não quero contar para ninguém o que aconteceu hoje. Assim que tranquei a porta de meu quarto comecei a fazer a minha mala, poderia partir para Aloisia amanhã a noite, então chegaria lá em dois dias. Vamos ver se realmente sou... Mágica. E então veremos quem é a melhor rainha.

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