Era o dia do seu casamento, o dia mais feliz da sua vida. Estava na porta da igreja, nervosa, seu coração batia à mil; se perguntava se sairia tudo perfeito como sempre sonhou, ou se daria algo errado, mas não se importava realmente com isso, se no no final do dia estivesse casada com o amor da sua vida, então teria sido perfeito.
A porta se abre, e você olha diretamente pro horizonte onde encontra o homem que quer dividir o resto da sua vida, tinha certeza que dariam certo, porque além de amor, havia cumplicidade, confiança e respeito entre ambos. Suas mãos estavam geladas, porém suadas, e céus, ele estava lindo, mais do que já era, visivelmente nervoso, mas com o mais lindo dos sorrisos estampado no rosto. Kuroo te olhava como olhou na primeira vez em que se beijaram, um brilho puro no olhar, como se visse a maior das preciosidades do mundo inteiro, e pra ele, você realmente era.
Ao decorrer da caminhada até ao altar, que parecia mais uma maratona pelo tempo que estava levando, o analisou mais; estava com um smoking slim preto, juntamente de sapatos sociais da mesma cor, assim a gravata de cor vinho se destacando e ornando com a decoração do lugar e detalhes de seu vestido; seus cabelos desgrenhados como sempre, mas era o seu charme, não tinha importância; e mais uma vez podia afirmar, seu futuro marido estava incrivelmente lindo.
Tetsurou lá do altar também te analisava. Primeiro reparou o buquê de rosas vermelhas, depois seu vestido com tecido de cetim, porém opaco, era liso e branco pérola, com mangas ajustadas nos ombros e uma saia bufante, tinha a cintura marcada por um cinto fino de cor vinho ; em seus cabelos não usava véu e grinalda, mas uma coroa que se ajustava perfeitamente ao coque de lado; os brincos compridos e brilhantes, davam um ar ainda mais sofisticado, juntamente à maquiagem leve; estava linda.
Chegando ao altar foi entregue a ele, a partir daí só conseguiu olhar em seus olhos e respondia tudo no automático, por parte dele era igual, estavam ambos apenas concentrados um no outro e pensando o quanto estavam felizes.
"____ narrativa"
A cerimônia foi tão bela, e não imaginava o quanto éramos queridos, mas percebi quando todos a nossa volta lacrimejavam emocionados.
Quando passamos pela porta da igreja uma chuva de arroz nos esperava, assim como o carro logo à frente. Ao entrarmos nos olhamos com ternura e um sorriso no rosto, dizendo:
— Estamos casados!!!
— Nem acredito que enfim conseguimos realizar nosso sonho.
— Acho que esse é o dia mais feliz da minha vida.
— Sim, mas bem, uma festa nos aguarda agora.
—É, mas nem vamos aproveitar direito.
— Aproveitaremos depois, querido — disse sorrindo e dando uma piscadinha para ele.
— Claro, claro — responde também sorrindo, porém maliciosamente.
Ao chegarmos na festa, cumprimentamos todos ali presentes, separamos em mesas as pessoas de cada família, e os amigos as escolas que antes estudavam. Quando chegamos na mesa do Nekoma, Lev já nos esperava:
— Nee-san, você está tão linda! Parabéns pelo casamento, posso dançar com você depois?
— Claro, meu bem — Lev apenas cresceu e ganhou alguns traços maduros no rosto, tirando isso era a mesma "criança" de 15 anos que conheci quando estava no meu último ano na Nekoma.
— Estava achando que a noiva era minha — Tetsu se pronuncia, me abraçando por trás.
— Céus, idiota, continua o mesmo ciumento com a ____ de 10 anos atrás, e olha que vocês nem tinham nada na época — diz Yaku em tom de provocação.
— Acho que mesmo depois de casado, ele sente medo de perdê-la — Kenma fala em uma brincadeira com leve fundo de afirmação, já que conhecia o amigo de infância tão bem.
— Tem razão cabelo de pudim — afirma me apertando mais forte e pondo a cabeça em meu ombro — mas não é como se você não fosse igual ao mexirica, ali — provoca apontando onde a mesa da Karasuno estava.
Kenma cora, ao mesmo tempo que olha mortalmente para o "gato preto" e vira as costas, indo até a mesa de seu namorado.
— Você não tem jeito — digo virando a cabeça para olhá-lo nos olhos.
Ele da de ombros e diz — E você casou comigo do mesmo jeito — da o seu sorriso típico provocador.
— Tem razão, e não me arrependo por nada nesse mundo.
Minha fala o desconstrói e ele me olha bobo sorrindo.
— E ele continua o mesmo idiota apaixonado — Kai provocava sorrindo, mas Tetsurou nem da atenção e continua me olhando.
— Meninos, temos algumas coisas a resolver, mas assim que pudermos voltamos — digo saindo de perto da mesa sorrindo, com meu marido.
Fomos até a pista de dança que ficava na parte inferior esquerda do salão:
— Agradecemos a presença de todos aqui hoje, é realmente muito importante para mim e a ____.
— Como esse é o dia mais importante das nossas vidas, também queríamos as pessoas que nos importamos e se importam com a gente, junto de nós — disse sorrindo, porém segurando o choro.
— Bom, além de agradecermos, queria dizer que o jantar já vai ser servido, podem aproveitar.
Ao deixar o microfone em cima da caixa de som, Kuroo se aproxima:
— Meu amor, você está bem?
— Sim, sim. Por quê? — digo enquanto limpo uma lágrima escorrendo.
— Tem certeza? Não quer ir pro terraço respirar um pouco?
— Talvez.
— Vamos então — segura a minha mão me levando pra fora.
Ao chegarmos lá, ele me encara sério, e se aproxima.
— Não minta pra mim — diz enquanto me abraça.
— Não estou mentindo, só estou um pouco emotiva — e realmente só estava — E cara, como você está cheiroso! — tento descontrair.
— Obrigado, obrigado. Você também está — cheira meu pescoço, me causando leve arrepio — Acho que alguém teve um leve arrepio — sorri divertido, eu quanto levanta a cabeça para me olhar.
— Isso deve ser algo da sua cabeça, acho que casei com um maluco — digo enquanto me afasto, ameaçando à ir embora, mas meu marido me puxa pra si.
— Só se for maluco por você — então me beija de forma necessitada, como se precisasse daquilo mais que tudo. Suas mãos pousaram em minha cintura, enquanto rodeei meus braços em seu pescoço. Nossas línguas se entrelaçavam e brigavam para ver quem assumia o comando, nenhum dos dois cedia, até que o ar nos faltou.
— Nossa, o que foi tudo isso? — arranco alguns selinhos dele.
— Estava precisando. Sério, não te vejo desde semana passada, não pude te beijar direito na igreja, e meu, você tá tão gostosa vestida de noiva, acho que virou meu fetiche — diz enquanto me encosta na parece que tinha ali, e deposita beijos pescoço exposto pelo coque.
— Tetsu — arfo com a pequena mordida — Não tem nem como ver meu corpo nesse vestido; se eu continuar aqui ele vai sujar e é alugado, além de todos comentarem, quando voltarmos — o moreno me aperta mais forte e começa a passar a língua na área em que ele conhece muito bem, como a minha sensível.
— O suspense é o que exita — me da um selinho — foda-se o que todo mundo vai achar, estou com saudades de você.
— Aqui não amor, mas quem sabe se você me falar o lugar nossa lua de mel — meus olhos brilhavam em curiosidade e esperança. Mas ele se afasta.
— Que feio usando seu corpo para conseguir respostas — me encara como se estivesse decepcionado — Eu detesto te decepcionar, mas não vou dizer. E calma, agora tem pouco tempo até você descobrir — pisca com um sorriso convencido no rosto.
— O corpo é meu, eu faço o que eu quero — digo em falso tom de deboche — Mas certo, certo, agora temos que voltar para a festa estão todos nos esperando.
Ao voltarmos parecia que estavam todos tão entretidos com a comida e atrações ali presentes, que nem se deram conta que sumimos (o que é bom). Estava morta de fome, só queria comer, assim o puxei pela mão e fomos nos servir.
Algum tempo depois fomos chamados para abrir a balada, dançando a clássica valsa dos noivos; apesar de termos ensaiado uma boa quantidade de vezes, ainda assim nos atrapalhamos um pouco, o que gerou risadas nossas e dos convidados.
Após a curta abertura, uma música agitada começou a tocar, fazendo com que nossos amigos se aproximassem e começassem a dançar conosco. Os flashes das luzes me deixavam desnorteada assim como o som alto, mas ao mesmo tempo me trazia uma sensação boa, não conseguia parar de pular e dançar colada ao Tetsurou, ele parecia sentir o mesmo. Eu estava tão feliz, que nem mesmo o longo vestido me incomodava, mas tive que retomar a consciência para não o sujar demais.
— Tetsu, vou tirar a saia e já volto — disse quase gritando para que ele pudesse me escutar.
— Tudo bem, vou pegar algo pra beber. Não coloquei uma gota de álcool ainda na boca
— Ok, pegue algo para mim também — lhe dei um selinho ao me afastar e fui a um quarto específico para trocas de roupas que o salão oferecia.
Chegando lá, aproveitei para tirar o salto e pegar uma sandália confortável que estava na bolsa, posta ali pela minha mãe. Ao tirar a saia comprida, a dobrei na máxima quantia e cuidado que pude, assim alisando a curta que estava por baixo, sendo identifica a outra, se diferenciando apenas no tamanho.
Ao sair do quartinho, com tudo arrumado, fui até o bar encontrando meu marido, que bebia uma espécie de coquetel de cor esverdeada, roubando-lhe outro selar de lábios.
— Que bebida é essa?
— Também não sei direito, mas Yaku me recomendou e eu aceitei.
— Entendo — me viro para o balcão — Moço, me vê uma dessa também? — sorrio.
— Claro, senhora — sorri também — mas tem uma boa quantia de álcool. Tem certeza?
— Sim, não tem problema.
— Tudo bem então — se afasta para preparar a bebida.
— Amor, quando temos que ir para o hotel?
— Ainda tem tempo, daqui umas 2hrs ainda, eu acho — da um gole de sua bebida — Por quê? Não vai me dizer que esta apressada para a noite de núpcias?
— Quem estava com fogo agora pouco era você, não eu — o garçom volta com o drink e eu agradeço — além do que...
— HEY HEY HEY, se não são o Sr. e a Sra. Kuroo.
— BOKUTO — saio do banco que estava sentada e o abraço.
— Coruja insuportável — o homem ao meu lado diz levantando seu drink — está aproveitando a festa?
— Sim, eu e a Yukippe estávamos dançando até agora, vim pegar algo pra ela — diz com sua animação de sempre me abraçando também de lado — mas e vc, gatinha, como está nossa noiva da vez?
— Muito bem, e estaria melhor ainda se eu não estivesse te vendo, só porque é meu casamento.
— Foi mal, gatinha, mas é que eu fico treinando até tarde e muitas vezes nos finais de semana também. Agora é meu trabalho — sorri.
— As vezes ele não tem tempo nem pra namorada, isso porque moramos juntos — diz Yukie se aproximando do trio — mas é isso que faz eu ter tanto orgulho dele — abraça o namorado por trás, beijando seu ombro.
— Yukippe, prometo tentar ficar mais em casa — acaricia as mãos que o rodeiam — mas o que acha de agora arrastarmos os noivos pra pista de dança.
— Ótimo ideia, meu amor.
— Mas eu ainda nem bebi.
— Leva junto. Vem — sou puxada pela garota, que na maioria das vezes parecia estar tão preguiçosa, mas hoje estava até mais elétrica que o namorado.
Com nossos amigos nos puxando novamente para a pista, aquela sensação de alegria voltou se apossando do meu corpo. Arrastada até o meio da pista, comecei a dançar e pular mais uma vez, estava me divertindo como nunca antes. E o que não tinha como melhorar, melhorou quando o homem da minha vida se aproximou dizendo as seguintes palavras em meu ouvido, quase em tons de sussurros, para que só eu pudesse escutar.
— Obrigada por ter aparecido em minha vida, eu te amo como nunca amei ninguém, desde o dia que eu te conheci. ____, você é a minha vida, não existo mais sem te ter ao meu lado, eu prometo que eu vou fazer você ser a mulher mais feliz desse mundo. E eu nunca descumpro uma promessa.
As lágrimas escorriam pela minha face, sem que pudesse controlá-las. Não era a primeira vez que ele fazia esse tipo de declaração, mas justamente hoje, naquele momento, teve um peso muito maior.
— Eu sei, meu amor. E já sou a mulher mais feliz do mundo porque te tenho ao meu lado. Eu te amo! — digo isso sem conseguir desviar meu olhar de seus olhos tão brilhantes, que sempre iluminavam meu dia, não importando o momento, e finalizo com o abraço mais cheio de amor da minha vida.
É, foi tudo perfeito.