Uma Nova Oportunidade

By nywphadora

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[Tradução de "Una Nueva Oportunidad"] A segunda guerra bruxa terminou, mas levou muitas vidas, entre elas a d... More

Prólogo
Conversa com Dumbledore, e o primeiro jantar
Começando com a atuação
Entre verdades e lembranças
Rubores à vista e "O que significa isso?"
Um descuido muda um pouco as coisas
Muitas perguntas para nenhuma resposta
Passo a passo
Momentos especiais
Muita paz é pedir muito
Lembranças e mal entendidos
Verdades
Uma história a contar - parte 1
Uma história a contar - parte 2
Uma noite com imprevistos
Ao estilo maroto
Suspeitas e planos
O caminho escolhido
Traições que doem
O peso das palavras
Aproximações
A última horcrux
Isso não é um adeus
Epílogo
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Retrocesso

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By nywphadora

Disclaimer: Todos os personagens pertencem a JK Rowling. Esta fanfic é uma tradução autorizada de "Una Nueva Oportunidad" postada em 2014 no Potterfics por leona19.

Retrocesso.

Tonks e Sirius separaram-se rapidamente e viraram-se para olhar para Remus, e o que viram não era bom. Ele estava parado na frente deles, e seu olhar era frio, decepcionado e cheio de dor. Seus braços cruzados e seu cenho franzido não eram um bom sinal.

— Remus — ela tentou aproximar-se, mas ficou estática ao ver como o castanho dava um passo para trás para afastar-se dela com rapidez.

— Há quanto tempo? — sua voz era um sussurro, mas dava para escutar.

— Há quanto tempo o quê? — perguntou Sirius sem entender.

— Há quanto tempo estão... juntos?

Tonks abriu a boca, mas não saiu nenhum som.

— Juntos? — repetiu Sirius.

— Foi o que eu disse — respondeu em um tom cortante.

— Remus... Nós não... — Tonks tentou falar, mas ele não prestou atenção.

Voltou a olhar para Sirius, tentando não perder a paciência.

— Remus... Por favor... — ela voltou a tentar.

— Não! — ele exclamou, fixando seus olhos verdes nela — Não quero escutar... Só quero saber o porquê... Por que fez isso, Sirius?

O animago sobressaltou-se ao ouvir seu nome, já que Remus não o chamava assim a menos que estivesse realmente irritado.

— Aluado...

— Não me chame assim! — alfinetou — Pensei... pensei que fosse meu amigo... Que nunca ia me trair...

— E não traiu! — exclamou Tonks.

— Cala a boca! — respondeu o lobisomem, apertando suas mãos em punhos.

— Não fale assim com ela! — retrucou Sirius.

— Por favor... Não, não briguem — disse a mulher, seus olhos enchendo de lágrimas.

— Nos deixe a sós, Amy — pediu Sirius.

— Não, preciso explicar o que está acontecendo, eu não...

— Explicar? Explicar? Não tem o que explicar. Eu já vi o que tinha que ver, e entendi o que tinha que entender.

— Então viu e entendeu errado! — Tonks também estava se estressando.

— Eu não acho — ele disse, dando-lhe as costas.

— Remus, Remus, olha para mim — as lágrimas começaram a cair.

Ele virou-se para olhá-la e uma lágrima caiu pela bochecha.

— Brincou comigo! Com os meus sentimentos... Por quê? — outra lágrima caiu de seus olhos.

— Eu não brinquei! Não é o que parece... Não tem nada entre mim e Sirius, somos só amigos — ela começou a se desesperar.

Ele fingiu que não escutou o que ela disse.

— Se tivessem me dito, eu teria entendido. Juro que teria. Sei que talvez seria difícil no começo, mas... — engoliu em seco e olhou para o chão.

— Remus... Não é o que está pensando — Sirius começou a falar, mas o castanho voltou a interromper.

— Eu sei o que vi!

— Não! Não sabe, Remus! — ela tentou mais uma vez.

— Confiei em você! Eu acreditei... Acreditei nas suas palavras... Acreditei que poderia ser feliz contigo...

— Remus, por favor! — Tonks começou a chorar.

Sirius olhava para seu amigo, sentindo-se impotente, desejando poder dizer toda a verdade. Remus encarou seu amigo.

— Pensei que era meu amigo... Sempre tiveram códigos entre nós. Eu nunca teria te traído. Queria provar que é melhor que eu? Não precisava, eu sempre soube... Mas sabia o que eu sentia, Sirius. Por que com ela? — agora soava abatido.

— Não tem nada entre nós! — Tonks estava desesperada — Eu nunca ficaria com ele. Eu gosto de você, Remus.

— Não diga isso! Não precisa continuar fingindo... Eu não entendo, Amy, eu não fui ruim contigo... Eu sentia que poderia funcionar.

— Remus, não tem nada entre nós, somos só amigos — voltou a repetir Sirius.

Mas ele os ignorou e afastou-se.

— Remus! Não vai! — Tonks apoiou-se na parede e deslizou até o chão, chorando incontrolavelmente.

— Nymph... Eu sinto muito — Sirius ajoelhou-se ao seu lado e pôs uma mão em seu ombro.

— Sirius, ele não acredita em mim. Acha que eu brinquei com ele... Agora ele me odeia e não vai me perdoar.

— Só precisa de tempo. Ele precisa pensar.

— Eu o conheço! Sei o que está acontecendo... Sei que pensa que te escolhi porque ele é um lobisomem... O que eu vou fazer? Não quero que a sua amizade acabe, e também não quero perdê-lo.

— Não vai perdê-lo. So dê um tempo a ele — Sirius levantou-se, olhou com tristeza para sua prima e foi até o Salão Comunal. Precisava conversar com James, precisava dar um tempo a Remus e ajeitar a situação.

Se passaram duas semanas desde aquele dia, e as coisas não melhoraram. Remus tinha se afastado completamente do grupo, e evitava o tempo todo tanto Sirius quanto Tonks.

Seguia falando com James, Lily, e um pouco com Harry sempre e quando eles não falassem sobre os outros dois. Quando falavam, o castanho inventava qualquer desculpa idiota para sair do quarto no mesmo instante. Mas mesmo que não tivesse se afastado dos três, a maior parte do tempo passava com o rosto escondido atrás dos seus livros.

Tonks também estava mal. Tinha problemas com sua metamorfose, tinha perdido seu sorriso e seu usual brilho nos olhos. Seu cabelo era cinzento, quase não falava, e pela sua aparência podia se deduzir que claramente não dormia bem.

Seus pesadelos tinham voltado com mais frequência, e misturavam-se com lembranças de sua vida com Remus. Suas brigas, o afastamento, o abandono dele quando descobriu que estava grávida. Tudo isso ressurgiu em sua memória mais uma vez, magoando-a.

— Eu não sei o mais que fazer... Não sei o quanto mais vou suportar — Tonks tinha o cabelo em uma cor morta, fazendo Harry lembrar-se de como ela esteve em seu sexto ano.

— Só precisa de tempo — voltou a repetir Sirius.

— Se pudéssemos pelo menos explicar tudo a ele, seria tão mais fácil.

— Quer que eu fale com ele?

Tonks, Harry e Sirius estavam na Sala Precisa, ajeitando os últimos detalhes para a visita que fariam a Andrômeda Tonks no dia seguinte.

— Não. Ele não quer saber de mim, e não vou ser eu a forçá-lo — ela respondeu, piscando rapidamente para afastar as lágrimas.

— Olha, agora só precisam pensar em amanhã, e no que vai falar para Andrômeda — sugeriu Sirius depois de uns momentos de silêncio.

— Verdade, mas não consigo parar de pensar que é muito triste que Remus não vá conosco...

— Eu sei, mas não podemos fazer nada, não agora.

— Sim, eu sei. Como vão as coisas com Regulus?

— Péssimas. Não avançamos nada, mas espero que ele ceda. Não entendo o porquê é tão orgulhoso! — ele gemeu, frustrado.

— Igualzinho a ti — ela disse, tentando sorrir, mas conseguindo apenas uma careta.

— Certo, mas alguma hora vamos conversar. O orgulho é a marca dos Black.

— Estou nervosa. Acha que minha mãe vai reagir bem?

— Sim, acho que sim. Vai ficar surpresa, claro, não é todo dia que você encontra com a sua filha do futuro.

— Eu sei — a voz dela era um sussurro.

— Calma, Nymph, vai dar tudo certo — tentou consolá-la.

— É melhor irmos ao Salão Comunal e tentarmos dormir — sugeriu Harry — Amanhã será um longo dia.

— Tem razão — Sirius esteve de acordo, e Tonks apenas concordou.

Entraram no Salão Comunal e só tinha algumas pessoas. Uma delas era Remus. Tonks apenas o olhou, e decidindo que não conseguiria, murmurou um fraco "boa noite" e fugiu para as escadas, tentando não deixar que vissem suas lágrimas, outra vez.

Sirius observou tristemente seu amigo, que nem tinha se alterado com sua presença na sala. Doía que Remus não confiasse nele, doía que Tonks estivesse sofrendo, mas não sabia o que fazer a respeito, pelo menos por agora.

Com um suspiro derrotado, foi até seu quarto para tentar dormir.

Harry depois de dar um olhar cauteloso a Remus, aproximou-se e sentou-se ao seu lado.

— Devia dar uma chance — disse depois de alguns instantes, ignorando o cenho franzido dele.

— Não — foi sua única resposta.

— Por que não? Remus, está agindo mal. Me espanta. Eu pensava que era racional, que não julgava pelas aparências. Sei que está errado, tenho certeza disso. Seu orgulho é tão grande?

— Não, não é isso — respondeu com a voz abafada.

— Então o que é?

— Eu... agi como um imbecil — exclamou por fim.

Soltou o livro e escondeu o rosto em suas mãos.

Harry pôs uma mão tranquilizadora no ombro, tentando acalmá-lo. Aquele Remus se parecia tanto com aquele que discutiu em Grimmauld Place 12, quando descobriu que Tonks estava grávida, que não pôde evitar um nó se formar em sua garganta.

Sentia falta daquele Remus, mais do que tinha imaginado.

— Calma. Não é tão ruim — disse.

— Não, é péssimo. Eu não os deixei se explicar, me recusei a escutar. Mas eu os vi tão... abraçados, e eu não... Sirius é meu amigo! E eu disse coisas horríveis. E Amy... Eu sou um idiota — suspirou frustrado.

— Sirius é seu amigo e sei que vai te escutar — Harry tentava convencê-lo a ajeitar as coisas. Pelo bem de Remus, por Sirius, mas principalmente por Tonks.

— Eu o chamei de traidor, disse que não era meu amigo, eu gritei — estava realmente mal, e Harry podia ver que estava arrependido.

Lembrando-se do Remus que tinha conhecido, arrumou uma barra de chocolate e lhe deu metade para que comesse.

— Amigos sempre brigam, discutem, mas não deixam de ser amigos.

— Mas eu não confiei nele, mesmo que Sirius tenha demonstrado que eu deveria, quando me ajudou com minhas transformações — seus olhos encheram-se de lágrimas.

— Ele vai entender, é sério.

— E se não entender? — foi um sussurro, mas conseguiu escutar mesmo assim.

— Ele vai. Sua amizade é forte, não vai acabar por algo tão insignificante — assegurou, sorrindo.

Ficaram em silêncio por um tempo, comendo chocolate até que Remus voltou a falar.

— E Amy? O que eu vou dizer?

— Que sente muito — respondeu Harry.

— Não posso ir e dizer isso! É... Eu disse coisas horríveis, gritei com ela.

— Ela vai entender — voltou a dizer. E era verdade. Quase ninguém o conhecia tão bem quanto Tonks, talvez James e Sirius, mas ela sabia o que ele enfrentava, e Harry era consciente que seu amor estava por cima de tudo e todos.

— Eu não sei como lidar com isso... Talvez se fosse outra eu não teria me estressado tanto, mas não consigo. Eu... realmente gosto da Amy.

— Eu sei, e sei que ela também gosta de você. Não deixe que o orgulho ganhe, se dê uma chance, não a magoe — aconselhou Harry, levantando-se do sofá e dando um tapinha nas costas.

— Obrigado — sussurrou Remus, enquanto ia até o quarto dos garotos com um último pedaço de chocolate.

— Para isso estamos aqui — respondeu com carinho.

Ele sempre esteve ali quando ele precisou, tinha sido um grande apoio, e em grande parte ajudou a curar a ferida da perda das pessoas que o destino lhe tirava como seus pais, ou até mesmo Sirius. Por isso estavam ali agora. Tinham que mudar aquela merda de futuro, tentar algo melhor... Não perder tantas pessoas porque doía, e como doía. A perda de Remus na última guerra foi terrível. Foi como perder seu padrinho de novo, o último rastro de família que o tinha visto nascer. E naquele momento percebeu tudo o que queria e devia mudar, percebeu que desejava a sua família, que incluía Almofadinhas e Aluado, e o amor de Ginny, a amizade Hermione, Fred... Percebeu que queria ver Tonks com seu cabelo rosa brilhante e seus olhos cheios de amor e doçura, e Teddy com seus olhos castanhos e cabelo azul, tão chamativo como o de sua mãe. E naquele momento fez uma promessa:

— Não vou falhar. Vai ser tudo diferente — murmurou enquanto subia as escadas até seu dormitório.

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