limits of attraction • JJK

By byloveyoon

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LIMITES DE ATRAÇÃO Ao mesmo tempo em que ele é afável e sensível, demostra ser petulante e protervo. Sua pers... More

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Depois do fim pt. 1
Depois do fim pt. 2

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By byloveyoon

PENSAMENTO DA AUTORA

" Estão acostumados com a típica fanfic clichê, aonde a história é a mesma porém sempre satisfatória de ler, as vezes chata, eu sei.
O que lhes mostro aqui é algo além de um simples romance, aonde existe casos na realidade que as vezes chegam a ser difícil de controlar.
Os mínimos detalhes são os mais específicos.
Provavelmente não estenderam de imediato o que quero dizer, mas irão saber quando chegar a hora e analisarem os fatos.
Eu estou disposta a ler todos os tipos de comentários, sejam negativos ou positivos. Mas vocês também terão que estarem dispostos a ler tais argumentos, porque aqui poderão encontrar de tudo.
Por isso peço uma mente aberta a determinados comportamentos, irão precisar."

Tenham uma boa leitura.

ANNA

Naquela manhã a professora havia faltado, então tecnicamente a turma não fez nada a não ser copiar algumas poucas coisas que ela havia enviado para o e-mail da turma.
Após o curto tempo ali dentro, me dirigi até a biblioteca afim de me distrair e esperar Taehyung e Miranda que ainda iriam demorar muito para serem liberados.
Eu estava só, e precisava estar, o silêncio me concentrava imensamente e minhas ideias fluíam num nível extraordinário.

" Existe causa para cada pensamento, cada memória revivida, sentimento ou ação."

" O inconsciente cria comportamentos recorrentes que se tornam hábitos. Com isso a maioria das nossas ações, pensamentos, valores e emoções ficam no piloto automático."

" O ser humano possui emoções que necessitam de ser avaliadas com cuidado, por isso toda atenção é importante, para que seja possível lidar com ele, da melhor forma possível."

- Os três elementos chaves segundo Freud. - Uma voz masculina soou lendo atrás de mim, me fazendo dar um sobressalto. - ID, EGO e SUPEREGO.

Após virar e ver quem era, suspirei aliviada por não ser quem eu imaginava.

- Você me assustou, Namjoon. - Eu disse, o seguindo com o olhar enquanto caminhava afim de sentar em minha frente. -

- Desculpe, não era a intenção. - Pediu. - Como pode ver eu vim buscar um livro. - Levantou o mesmo me mostrando. - Vi você e quis cumprimentar-lá.

- Jornalismo parece ser difícil. - Questionei abaixando a tela do notebook, pretendendo lhe dar mais atenção. -

- Tenho certeza que não tanto como Psicologia. - Garantiu. - Mas é algo que gosto e me sinto bem fazendo.

- Eu digo o mesmo em relação a Psicologia. - Afirmei dando um sorriso. - E o Seokjin, não deveria estar contigo?

- Quietos por favor. - A bibliotecária exigiu vindo em nossa direção. -

A única coisa chata daquela universidade era a bibliotecária que se déssemos um "oi" a ela, de imediato nos repreendia.
Apenas cumprimentava-a com acenos.
Quando ela se afastou o suficiente para conversarmos novamente, Namjoon questionou.

- E Jungkook? - Retrucou. - Também não deveria estar contigo?

- Eu não sei dele, não o vejo desde ontem.

Após minha fala o sorriso gentil que Namjoon nunca largava se desfez, por um momento ele ficou sério e pensativo, como se lembra-se de algo.

- No que pensa, Namjoon? - Perguntei-lhe. -

- Na possibilidade de Jungkook ter ido para outro mundo. - Respondeu pouco depois rindo sem jeito. - Seokjin está conversando com o professor, ele já deve estar vindo. - Respondeu-me o que havia perguntado antes. -

- A quanto tempo conhece eles? Jungkook e Seokjin. - Perguntei tentando descontrair algum nervosismo que ele aparentava ter. -

- Conheci Seokjin no Jornalismo, faz pouco tempo. - Respondeu ajeitando-se na cadeira. - Jungkook eu conheço há nove anos.

- São muitos anos. - Eu disse baixo, apenas para mim. -

Nem Taehyung me conhece há tanto tempo assim.
Provavelmente Namjoon viveu grande parte de sua vida ao lado de Jungkook.

- Talvez ele esteja em casa. - Questionou antes de prosseguir, sendo interrompido. -

- Namjoon, devemos começar com... - Seokjin dizia enquanto colocava as folhas na mesa, enfrente a Namjoon. -

- Você sabe onde está, Jungkook? - Namjoon o interrompeu sem dar atenção ao que ele dizia. -

- Não o vi o dia todo. - Seokjin afirmou simplista e rápido, talvez nem tenha prestado atenção. - Como eu estava dizendo, devemos começar pelas exigências... - Falhou ao prosseguir. - Espera, Jungkook?

- Não, Johnny Depp. - Namjoon respondeu simultâneamente revirando os olhos. -

- Está em Busan. - Seokjin respondeu sentando-se ao seu lado. -

- Jungkook? - Namjoon retornou a dizer, mas provavelmente teria sido automático está pergunta. -

- Não, o Johnny. - Seokjin respondeu com algum escárnio divertido, rindo quando viu a cara fechada que Namjoon havia feito. - Sim, ele mesmo.

- Ele disse o motivo dessa viagem repentina? - Namjoon perguntou, logo em seguida recebendo a negação de Seokjin. -

- Apenas pediu para avisar, mas como podem ver, eu esqueci. - Deu de ombros após a fala. -

- Você tem certeza? - Namjoon perguntou novamente quando Seokjin estava prestes a retornar ler o papel depositado na mesa. -

- Espero ter. - Ele sorriu, pequeno. -

- Senhor Kim por favor, silêncio, isto é uma biblioteca. - Novamente a bibliotecária retornou a repreender. -

Namjoon apenas levantou as mãos em rendição.
Seokjin retornou a ler os papéis que estavam depositados na mesa após suspirar pessado.
E eu retornei a minha pesquisa deixando-os estudarem em paz.

Após algum tempo eles precisaram voltar, se despediram e retornaram a sala, me deixando novamente sozinha.

Há tanto o que pensar, tantas suposições a serem respondidas, não há uma que eu possa descartar.
As vezes penso o que Jungkook acharia disso se soubesse ou quando souber, provavelmente irá se estressar.
E eu não o julgo, porque não seria fácil descobrir que alguém quase que o estuda e está disposto a tudo para entender tais comportamentos.

Entender suas manias que mais se igualam a tocs, como a organização extrema, a forma de dizer o horário e a forma de analisar os documentos pelo menos três vezes.
" Repara bem no que não digo."
Um pensamento de Paulo Leminski que veio de imediato em minha cabeça.
Desvendar usando o cérebro para que o coração decida a melhor opção.

Não posso dizer com certeza o que sinto pelo Jungkook. Mas é um sentimento tão intenso de querer estar ao seu lado, sentir-ló e ajudá-lo mesmo não sabendo se ele precisa disso.

Tempo depois dividindo meu pensamento entre Jungkook e no que eu estava pesquisando, Miranda e Taehyung finalmente saíram do auditório.

- Ela ficou mesmo nos esperando por quatro horas, Miranda. - Taehyung disse surpreso, com um sorriso se formando em seus belos lábios. -

- É um recorde. - Miranda informou, divertida. - Agora vamos para casa. - Retornou a andar. -

- Ei ei! - Contestei. - Se eu quisesse ir para casa já teria o feito.

- E para onde a senhora sua majestade deseja ir? - Ela perguntou fazendo uma breve referência a mim. -

- Vamos ao Lotte World. - Anunciei animada. - Nos divertir um pouco.

- Me diverti o suficiente vendo os trabalhos cinematográficos hoje. - Ela rebateu fazendo Taehyung rir alto. -

- Não seja chata, Miranda. - Ele repreendeu ainda com risadas. - E pare de julgar o trabalho dos outros.

- Eu acho engraçado você dizer isso logo depois de ficar rindo igual um pertubado pelo trabalho do Woozi. - Contestou. - Seu hipócrita. 

- Você não tem o direito de repreender já que também ficou ao meu lado gritando em meu ouvido. - Retrucou. -

- Antes que prolongue mais este assunto chato, vamos logo. - Eu disse puxando o braço de ambos por algum tempo. -

Tempo depois quando já estávamos no Lotte World, fizemos confusão pelo menos por uns dez minutos para ir no primeiro brinquedo, alma de criança eu diria.
Finalmente ambos concordaram em ir patinar no gelo.

- Deveríamos vim mais vezes. - Miranda levantou após calçar os sapatos apropriados. -

- Tenha certeza que vamos vim. - Taehyung afirmou patinando devagar sobre o gelo. - Faz tanto tempo que não venho mais aqui. - Contou enquanto girava levemente. - Venham logo que demora!

- Sem pressa, Kim. - Eu disse entrando junto a Miranda. -

Por alguns minutos andamos devagar tentando ao máximo nos equilibrar sobre o gelo que parecia mais deslizante do que eu me lembrava.
Não havia muitas pessoas, então tínhamos um enorme espaço para explorar. E como de costume, Taehyung tinha ótimas brincadeiras, isto para não dizer ao contrário.

- Dei-me as mãos e sincronizem os pés quando andarem. - Especificou esticando ambas mãos. -

- Só não me deixe cair, Taehyung. - Pedi quase choramingando, entrelaçando nossas mãos. -

- É só não sentir medo. - Confortou andando devagar segurando forte a minha mão e de Miranda. -

- Céus, ele está andando de costas. - Miranda sussurrou negando com a cabeça, desacreditada. -

- Eu ouvi isso. - Ele respondeu divertido, nos girando devagar. - Não é difícil, precisam manter a calma e a postura. Mas faz muito tempo desde a última vez que viemos.

- Vá dançar entre o gelo, Taehyung. - Miranda pediu, o soltando devagar. - Eu quero lhe filmar. - Se distanciou para pegar o aparelho. -

- Me conta porque está pensativa mais do que o normal. - Ele perguntou, segundos depois, balançando nossas mãos que ainda estavam entrelaçadas. -

- Eu estou? - Perguntei, quase retórica. -

- É o que acho. - Afirmou. -

- É sobre a pesquisa, nada de grande importância. - Respondi não mentindo totalmente. -

- E é sobre o que? - Perguntou segurando minha outra mão, sem desviar nossos olhares. -

- Os três mecanismos de defesa, ID, EGO e SUPEREGO. - Respondi. -

- Certo. - Pareceu compreender enquanto íamos de encontro a Miranda novamente. -

- Nos mostre do que é capaz, Kim Taehyung. - Miranda disse alterando um pouco a voz enquanto mirava o aparelho em sua direção. -

- Apenas andarei tranquilamente. - Soltou-me para voltar a deslizar sobre o gelo. - Está gravando? - Perguntou ajeitando a roupa. -

- Sim. - Ela respondeu simplista. -

Taehyung andava delicadamente sobre o gelo que dava um belo contraste no vídeo.
Fez algumas palhaçadas como de costume mas sem perder o equilíbrio.
Isto antes dele girar rápido demais e cair, dando um eco forte onde estávamos.

- Meu Deus, Taehyung! - Miranda exclamou, rindo extremamente alto. -

Eu tentando amenizar a risada cobrindo a boca com a palma de minha mão, fui em sua direção com o propósito de lhe ajudar a levantar, porém isso se tornou impossível quando o vi caindo na gargalhada, ainda por cima com o rosto avermelhado.

- V-você gravou isso? - Perguntou com alguma dificuldade pela risada fora do normal. - O meu joelho está doendo! - Reclamou ainda com um sorriso perante a risada. -

- Sim, agora levante, saia daí. - Miranda pediu tentando controlar a risada. -

- Vem, eu lhe ajudo. - Eu disse o ajudando a levantar, com cuidado voltamos para a bancada. - Você é realmente imprevisível, Kim.

- Eu não consegui controlar a queda. - Respondeu se recompondo. -

- Sente muita dor no joelho? - Perguntei, me agachando em sua frente. -

- Sim, mas está tudo bem. - Ele disse, levando os cabelos para trás. - Eu vou sobreviver.

-  Você quer ir embora para cuidar disso? - Perguntei, novamente me levantando. -

- Não é um joelho que vai me fazer voltar para casa. - Afirmou decidido levantando-se e segurando na barra ao lado. - Ah ah... - Gemeu devido a dor. - É sim, é sim.

- Não tem problema, a gente pode voltar outro dia. - Miranda sugeriu o segurando pela cintura, eu de imediato fiz o mesmo. -

- Agora teremos que levá-lo e colocar-ló para dormi. - Brinquei enquanto andávamos até a saída. -

- Eu machuquei o joelho, não quebrei a perna. - Respondeu colocando ambas mãos em nossos rostos, tampando-os quase por completo. -

- E como vai dirigir? - Miranda perguntou. -

- Meu carro ainda está na oficina. - Ele disse. - Terão que me levar para casa de qualquer jeito.

- Estão trocando uma peça ou o carro todo? Já faz quase um mês que você está sem carro. - Ela questionou. -

- Ele já está pronto, eu só preciso buscar. - Contou. -

Após aquela conversa seguimos para casa.
Miranda se despediu de nos e por morar longe demais, não levou Taehyung.
Eu por outro lado o levei até dentro de sua casa, que por sinal era muito bonita, os quadros, a moldura, exatamente tudo combinava consigo.
Era uma casa rústica, e aquilo alegrava ele.
Porém não fui embora antes dele deixar fazer o curativo que era necessário e tomar o remédio para aliviar a dor.

Após deixá-lo descansando em sua residência, segui para minha.
Já estava a anoitecer, e por algum motivo eu estava cansada. Apenas adiantei algumas coisas em minha casa e logo depois adormeci na cama.

No dia seguinte, sexta-feira, nos corredores da universidade, não propositalmente eu ouvi uma pequena conversar entre Namjoon e Seokjin quando estavam saindo de uma sala vazia que provavelmente ninguém usava.

- Eu não teria tanta certeza assim. - Seokjin contestou. - Jungkook não diz ter o controle total?

- Você sabe que não podemos descartar essa possibilidade. - Namjoon afirmou. -

- Nos saberíamos se isso acontecesse. - Seokjin respondeu. - Ou ainda vamos saber.

- Já é o segundo dia que ele simplesmente está em Busan, sabe-se lá fazendo o que. - Namjoon questionou. - O que me intriga é não ter recebido mensagens, ligações, nada vindo dele.

- Ambos sabemos que ele está vivo, é o mais importante. - Seokjin afirmou cruzando os braços. - Talvez ele esteja ocupado.

- Os pais dele ainda moram em Busan, e se... - Namjoon dizia antes de ser cortado por Seokjin. -

Droga, Seokjin. Eu estava pronta para ouvir.

- Namjoon, não vamos tirar conclusões precipitadas, certo!? - Seokjin pediu. - Jungkook está bem, eu tenho certeza.

- Eu vou concordar com isso, Jin. - Garantiu. - Mas eu não vou descartar que aconteceu de novo.

- Vamos apenas esperar o seu retorno, okay? - Seokjin pediu e Namjoon assentiu de imediato. - Ótimo, vamos voltar para sala, eu disse ao professor que você estava se sentindo mal e ele deixou eu vim lhe procurar, haja como se estivesse morrendo ou algo do tipo.

Após saírem de minha vista, esperei alguns minutos para retornar a sala.

As aulas continuaram entediantes e estressantes, e pela primeira vez eu não queria estar ali.
No final novamente me encontrei com Miranda e Taehyung.
Taehyung ainda mancava pelo machucado recente.

- Ele é todo seu. - Miranda disse o ajudando a sentar. - Eu não consigo nem cuidar de mim, imagina de um marmanjo perfeito e hipócrita como Taehyung?

- Você é tão pessimista, Mi. - Ele contestou usando um apelido. -

- Anda mudando seu vocabulário em relação ao Taehyung? - Perguntei. -

- Eu mudo de acordo com o que ele se torna ou é. - Respondeu dando de ombros. - Ele nem liga, se depender nem presta atenção. - Virou seu olhar a ele. -

- Eu ouço sim, chega a ser engraçado até. - Afirmou sorrindo sem mostrar os dentes. - Você é literalmente uma garota peculiar, mas eu gosto de você assim.

Por um momento Miranda ficou sem resposta ou argumento sobre aquela confissão.

- Bom, isso é bom. - Foi a única coisa que ela disse. -

- Isso é ótimo. - Taehyung corrigiu. -

Taehyung e Miranda seriam um belo casal engraçado e divertido.
E mesmo que ambos digam não sentirem nada e só verem um ao outro como amigos, isto ainda é duvidoso.

- A propósito, eu fui na enfermaria. - Taehyung contou. - Enfermeira disse que não é nada de grande importância e que logo ficarei bem.

- Mentira! - Miranda exclamou, rindo incrédula. - Ela disse que ele poderia ter quebrado o joelho e por pouco não o deslocou. - Corrigiu o visualizando revirar os olhos. - Aliás ela passou três medicamentos, dois para ele tomar e uma pomada para usar no joelho.

- Espero mesmo que siga com as instruções da enfermeira. - Pedi. -

- Eu acho que preciso desse joelho. - Se pronunciou fingindo estar incrédulo apontando para a perna machuca. - Eu irei seguir com tudo direitinho, vocês não precisam se preocupar.

Ele pediu dividindo o olhar entre mim e ela, que apenas olhamos para ele sem dizer nada.

- Certo então. - Ela disse. -

- Alguém pode ir comprar meu hambúrguer? Eu meio que estou impossibilitado de fazer isso. - Espreguiçou-se após pedir. -

- Eu vou. - Confirmei saindo de meu assento e indo em direção a lanchonete. -

Antes que me atendessem, meu celular vibrou — Provavelmente notificando mensagens —. Peguei o mesmo com a intuição que seria Taehyung exigindo o que deveria vim em seu hambúrguer.
E eu estava certa.

Tae

- Dupla porção de batatas fritas separadas do hambúrguer, chedeer em dobro, pão italiano e sem ingredientes pequenos que cairam quando eu morder

15h10

- Mas alguma coisa, patrão?

15h11

Tae

- Coca

15h11

- Okay, eu volto já já

15h11

Aguardando mais alguns minutos seguintes, nenhuma mensagem exigidas de Taehyung foi recebida.

Usei o tempo que esperava o pedido ficar pronto e tentei, uma única vez ligar para o Jungkook, eu também estava preocupada, desde ontem ele sumiu.
Caixa postal foi a resposta que recebi.

Suspirei tentando acalmar os nervos que se agitavam dentro de mim por algum motivo.
Após voltar a mesa e se juntar com Taehyung e Miranda novamente, tentei ao máximo distanciar esse pensamento de que ele estaria com problemas ou algo do tipo, tentando focar apenas na presença gratificante de ambos.

Ao voltar para sala não foi diferente, a professora explicava a matéria de ontem que havíamos copiado pelo notebook devido sua ausência.

- A interpretação dos sonhos é um estudo que se assemelha a psicanálise, porém este de forma é a entrada fatal para o inconsciente. - Ela explicava, como de costume sentando-se na beirada da mesa para nos olhar. - Freud criou este livro, obtém quatrocentos e cinquenta páginas, é um livro ótimo, recomendo. - Sugeriu sorrindo bonito. - Ele explica com perspicaz o assunto, irei ler uma passagem para a turma.

Ela apenas virou o suficiente para pegar o livro que já estava depositado na mesa, abriu em uma parte já marcada e voltou a se pronunciar.

- Nosso inconsciente é barulhento mesmo no silencioso porão em que o trancafiamos. Nosso desejo é jamais ali botar os pés. E foi lá que Freud justamente pos os dois. - Leu. -

- Professora? A psicanálise e a interpretação dos sonhos, são ligados aos três mecanismos, certo? - Uma voz feminina soou familiar. -

- Isso, porque estão tudo relacionado ao inconsciente e aos nossos desejos, medos, tudo o que há trancado em nosso sub e inconsciente. Está é mais uma das formas de entendermos o que se passa aqui dentro. - Explicou apontando para a cabeça, provavelmente se referindo ao cérebro. - Por mais que artigos contemporâneos não cessem de sepultar a psicanálise, o método dos sonhos e até mesmo a hipinose. Ela está aí, nos consultórios, nas anorexias, nas bulimias, nos adultérios, nas obssesões, nas esquizofrenias, nas paranóias, nas depressões e em muitos outros.

- Professora, cortando um pouco o assunto da senhora, sobre a esquizofrenia, é possível ser genética? - Um aluno perguntou. -

- Sim, assim como outros transtornos por exemplo o bipolar e TDAH, sem contar os de mais. - Explicou. - A esquizofrenia normalmente é confundida com a dupla personalidade ou o transtorno dissociativo se preferir chamá-lo assim. Esquizofrenia é um distúrbio que afeta a capacidade da pessoa de sentir, pensar e se comportar, a causa não é conhecida, mas pode haver com o ambiente, estrutura e químicas cerebrais alteradas.

- E dupla personalidade? Ela não é genética, certo? - Perguntou novamente o aluno antes dela prosseguir lendo novamente o parágrafo do livro. -

- Não, diferente da esquizofrenia a dupla personalidade é como um escudo que tenta proteger o indivíduo de recordações ruins, pode haver duas ou mais personalidades, sendo elas totalmente opostas, a idade, o comportamento, as vezes a linguagem, o estilo de roupa, a fala, tudo. - Explicou. - Porém é capaz de haver uma conexão entre tais, uma união em que todos sintam-se estáveis  a fazer —as vezes— o que gostam, como estudar tal coisa, ouvir músicas, aprender alguma língua, entre outras coisas. - Deu um sorriso quando fez a pausa. - Bom vamos continuar a falar da interpretação dos sonhos.

Antes de prosseguir com o livro, a professora primeiro trabalhou com a lista presencial.

- Uma das fontes de onde os sonhos retiram material para — material que, em parte, não é nem recordado e nem utilizado nas atividades do pensamento da vigília — é a experiência da infância. Citarei apenas dois dos autores que ressaltaram esse fato.
( Hildebrandt 1875, 23): " Já admiti expressamente que os sonhos as vezes trazem de volta a nossas mentes, com um maravilhoso poder de reprodução, fatos remotos e até mesmo esquecidos de nossos primeiros anos de vida."
( Volkelt 1875, 119): " É especialmente notável a facilidade com que as recordações da infância e da juventude ganham acesso aos sonhos. Os sonhos continuamente nos relembram coisas em que deixamos de pensar e que há muito deixaram de ser importante para nós." - A professora leu. -

Algum tempo depois explicando mais alguns tópicos a aula finalmente acabou.
Novamente precisei levar Taehyung para casa devido ao machucado recente no joelho.

E depois disso, fui para casa.

Daqui a algumas horas seria um novo dia, uma nova história e talvez uma nova luta.

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A estrelinha ⭐.

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