A grama do vizinho nem sempre...

By zarthas

294K 34.2K 139K

Jeon Jeongguk é um garoto inocente, mas o pouco que conheceu da vida não lhe permitiu exatamente viver como g... More

avisos
Prólogo: Mimeomia
[1] Anthrodynia
[3] The Bends
[4] Ambedo
[5] Monachopsis
[6] Nodus Tollens
[7] Exulansis
[8] Nementia
[9] Zenosyne
[10] Kairosclerosis
[11] Ecstatic Shock
[12] Ellipsism
[13] Énouement
[14] Lethobenthos
[15] Rigor Samsa
[16] Gnossienne
[17] Chrysalism

[2] Liberosis

16.7K 2.2K 7K
By zarthas

Mas o homem foi criado livre e o que lhe confere a liberdade é a razão, pois através da razão é que os seres humanos vão poder diferenciar o bem do mal e fazer as suas escolhas. Se não existisse liberdade não existiria também pecado e a virtude, pois para que ambos existam é necessário que exista a capacidade e a liberdade de fazer as escolhas certas. Dicionário de Filosofia - Gregório de Nissa:

O som incessante do celular estava causando uma enorme dor de cabeça a Namjoon. Quem diabos telefona em pleno sábado de manhã? Vencido pela tecnologia insistente, ele pegou o aparelho e nem olhou para conferir quem era o meliante que o importunava. Atendeu.

— Fala — disse ríspido, a voz grossa, ajeitando-se na cama e tentando controlar sua raiva por ter acordado.

Credo, Namjoon, que mau humor é esse? — Reconheceu a voz de Jimin, involuntariamente relaxou o corpo e deitou-se novamente no travesseiro macio, sorrisinho no canto dos lábios.

— Bom dia, Jiminie. A que devo a honra da sua ligação? — A voz já era mais calma, não conseguia se estressar com Jimin.

Bom dia! Eu liguei pra conversar com você, ué — ele disse, mas Namjoon revirou os olhos, mesmo que soubesse que Jimin não veria.

— Você é péssimo em mentir, cara. Primeiro que é raro você me ligar, segundo que mais raro ainda me ligar para conversarmos. Desembucha. — Ouviu Jimin bufar do outro lado da linha. Tinha acertado. Trocou o celular de orelha e esperou pelas asneiras que Jimin provavelmente pediria.

Namjonnie, convence o Tae a não ir na festa da Joy, ele não me ouve!

Namjoon riu sem humor, então era sobre ele. Sempre era sobre Taehyung. Namjoon poderia muito bem inventar alguma desculpa para não irem à festa, mas Jimin era mimado demais e na maioria das vezes conseguia o que queria, por mais tentador que fosse suprir os caprichos dele, Namjoon estava cansado de nunca dizer não a ele.

— Me erra, Park Jimin.

Sem esperar por uma resposta, Namjoon desligou o telefone, ignorando completamente uma dorzinha no fundo do peito. O telefone tocou mais algumas vezes. Era Jimin, mas sequer fez questão de atender, não sucumbiria a ele, não dessa vez.

Muitas coisas deveriam ser resolvidas no sábado; a matrícula na faculdade, continuar a trágica tarefa de distribuir a porcaria dos currículos pela cidade, conversar com seu advogado sobre algumas dúvidas que tinha em relação ao testamento de seu pai. Porém, Taehyung apenas dormiu até meio dia, sem se preocupar com mais nada.

Ao acordar perto do meio dia, percebeu o quanto o quarto estava deplorável e quase inabitável; havia bitucas de cigarro espalhadas pelo chão, restos de comidas debaixo da cama e na escrivania, meias e roupas sujas jogadas no carpete, o lugar estava fedendo a pano molhado e nicotina velha. Como ele não tinha mais sua mãe para encher a porcaria do saco, não fazia sentido algum se esforçar para manter a organização. Mas por medo de que alguma coisa criasse vida no meio daquela bagunça, resolveu colocar algumas coisas no lugar mais tarde, isso também porque não tinha mais cuecas limpas.

Saiu debaixo daqueles amontoados de cobertas sem muito ânimo, arrastando-se até o banheiro. O reflexo no espelho ainda era o mesmo que vira na festa; deplorável e quase humilhante. Era uma sensação esquisita todas as vezes que Taehyung mergulhava naquela coisa de rever o que tinha de errado com ele. Sempre se sentia vazio e desesperado nas mesmas proporções, sendo obrigado a desviar os pensamentos sem que chegasse a uma conclusão porque, se continuasse, morreria sufocado em sua própria mente turbulenta.

Sonolento e só vestindo uma cueca, caminhou até a janela, pegou um cigarro e acendeu. Só assim para começar o dia. A janela do outro lado nunca tinha sido interessante o suficiente para que chamasse sua atenção, mas as coisas haviam mudado, e agora encarava fixamente o garoto que já havia encontrado outras duas vezes.

O vizinho parecia concentrado, a cabeça baixa enquanto copiava algo no caderno. Mesmo à distância, Taehyung notou o quanto ele parecia insatisfeito, o semblante apático, sobrancelhas e lábios apertados.

Permaneceu ali por mais tempo do que de costume, a imagem do dia interior vindo à mente, e não conseguia evitar o incômodo que apertava seu estômago quando a cena da agressão se repetia como um looping, não havia justificativas que explicasse aquele comportamento do pai.

Era muito cruel.

Agora, nem de longe eles se pareciam com a família feliz do comercial de margarina.

Foi despertado dos pensamentos quando a porta do quarto do menino se abriu, e, automaticamente, viu Jeongguk se encolher na cadeira e abraçar o próprio corpo, a franja escura caindo sobre os olhos, sem nem mesmo saber quem era pessoa que havia entrado... Ele estava receoso. E traumatizado.

Taehyung pôde reconhecer porque era a mesma mulher que havia aparecido na sua porta; a mãe de Jeongguk. Segurando uma bandeja em mãos, ela deixou o objeto na cama e começou a falar com o filho.

Assoprou a fumaça, um pouco mais expectativo do que deveria ser em relação aos vizinhos.

Munhee estava preocupada com o filho.

Jeongguk se manteve enfurnado no quarto o dia todo e quase não tocou em seu café da manhã e não desceu para o almoço, dando a desculpa de que precisava estudar e não tinha apetite para refeições. Mas ela não poderia deixá-lo sem comer, então preparou o sanduíche favorito dele e um copo de leite quente.

Sorriu ao vê-lo estudando, orgulhosa por ter um filho tão dedicado e obediente.

Era o menininho que havia pedido a Deus.

Ao ouvir o barulho da porta, Jeongguk pôde contemplar aquele medo esfriar a espinha. Desde ontem, não havia um só minuto que não pensasse que a qualquer momento aquilo tornaria acontecer, ainda podia sentir o formigamento na bochecha atingida, o aperto da humilhação, a voz cortante e dura dizendo todas aquelas coisas.

— Filho, está tudo bem? — Jeongguk soltou o ar aliviado quando reconheceu a voz de sua mãe, num tom preocupado e cauteloso.

— Sim, senhora.

— Eu trouxe algo para você comer, meu amor — Ela tocou seus cabelos com carinho maternal, mas Jeongguk não sentiu o conforto que deveria sentir. Não agora. — Você precisa se alimentar e descansar um pouco.

— Não estou com fome e tenho muita coisa pra fazer, mãe.

Não era mentira, o peso no estômago o impossibilitava de comer e tinha tanto o que estudar que estava começando a ficar tonto e angustiado. Todos aqueles livros e apostilas que deveriam ser aprendidos para que conseguisse passar no vestibular só o desestimulava a pensar que conseguiria.

A pressão nas palavras de seu pai, dando a sensação de que ele não tinha outras opções. Passava ou passava.

Seu futuro só depende de você. Então se esforce. Ele dizia.

Esse tipo de coisa só deixava espaço para que a negatividade tomasse conta, deixando-o com medo do próprio futuro. Apavorado só de pensar estar fazendo alguma escolha errada.

A mulher respirou fundo, em busca de palavras sábias que pudessem confortar o filho sem interferir ou que se sobressaísse às do marido.

Jeongguk e Jongwon nunca tiveram o que poderia se chamar de uma relação próxima de pai e filho, não que Jeongguk desse algum motivo e fosse desobediente, era muito longe disso, mas havia um muro frio e impenetrável entre os dois desde sempre que parecia se estender a cada dia mais; uma relação limitada e glacial. Por mais que visse todo desagrado estampado em Jeongguk todas as vezes que ele recebia sermões e todas aquelas repreensões, ele nunca reclamava ou alterava a voz com o pai, engolindo tudo de uma vez, a cabeça sempre baixa, numa posição que fazia Munhee querer se intrometer.

Mas ela nunca ousou.

Jeongguk era um filho de ouro; um exemplo a ser seguido com suas boas notas no colégio, sua dedicação à igreja, sempre muito bem educado e gentil com as pessoas. Mas, ultimamente, de uns dois anos para cá, ela notou algumas mudanças de comportamento; ele estava mais retraído em suas relações sociais, não tinha muitos amigos e vez ou outra notava que o humor dele estava triste e desanimado. Como mãe, tirou a conclusão de que eram coisas da idade, a transição da fase adolescente para adulta.

Seu filho estava se tornando um homem. E seria um homem de fé e exemplar.

— Eu sei que seu pai está cobrando muito de você, principalmente depois da briga que tiveram sobre a faculdade. Eu também não concordo com algumas atitudes dele, meu filho. Mas eu tenho certeza que ele pensa que é para o seu bem, ele te ama! E eu também, muito! — ela disse, segurando as mãos dele sobre as suas. Jeongguk riu sem humor porque não conseguia entender como aquilo poderia ser para o seu bem, como deveria acreditar naquelas palavras? Como acreditaria no amor de seu pai quando o mesmo lhe deu um tapa na cara sem motivos?

Claro que ele não falaria sobre isso, estender esse assunto só geraria mais desgaste e provavelmente levaria outra bronca.

— Tudo bem, mãe. Eu vou comer e descansar um pouco, ok?

— As coisas vão dar certo, meu filho, Deus sabe o que faz. Você é tão bonzinho, meu príncipe, o menino mais inteligente do mundo — Jeongguk não soube dizer se ela disse aquilo por vaidade maternal ou não, mas puxou suas mãos da dela, uma vontade de dizer algo apertando a garganta.

Mas não disse.

Ele não queria conversar sobre seu pai, não estava com estômago para tentar entender alguma justificativa. Não havia contado sobre o ocorrido para sua mãe, afinal, não adiantaria de nada. O mesmo de sempre iria acontecer.

Seu pai irritado e sua mãe triste.

Munhee levantou-se e deu um beijo no topo de sua cabeça e depois afagou-lhe os cabelos macios, o sorriso dela era doce e cheio daquilo de quem sempre tinha algo a mais para falar, tanto que conseguia enxergar nos olhos semelhante aos seus que ela desejava fazer qualquer coisa além de uma conversa, mas junto a isso vinha a apreensão e o medo da desobediência.

Era o tipo de esposa exemplar; fiel e submissa. Tão dedicada ao casamento e à igreja que mal tinha tempo para ela mesma. Sempre tentando buscar uma paz e equilíbrio dentro da família que parecia ser impossível de atingir, fazendo com que todas as vezes em que tinham algum problema maior, ela finalizava com um suspiro e um belo "Deus sabe o que faz" ou "Esses são os planos de Deus, no final, tudo tem um propósito". Certo, tudo bem, mas se esconder atrás disso todas as vezes não apagava aqueles problemas no momento, era o mesmo que empurrar toda bagunça para debaixo do tapete, como se magicamente uma solução fosse aparecer.

Não ia. A sujeira ainda continuaria ali se ninguém limpasse.

Quando ela saiu, Jeongguk esfregou as mãos no rosto, engolindo a vontade de gritar.

Não gritou.

Do outro lado, Taehyung observou atentamente toda movimentação dentro do quarto, o cigarro queimando entre os dedos, sem de fato tragá-lo, tão focado que estava. Diferente da outra vez, pôde ver pela linguagem corporal da mulher que ela não estava ali com o mesmo propósito do marido e, ao contrário de um tapa, Jeongguk recebeu um carinho na cabeça e um sorriso afável.

Com um sorriso surgindo nos lábios, uma ideia brilhou em sua mente como se uma lâmpada tivesse se acendido e, convicto do que queria, Taehyung jogou o cigarro no cinzeiro, apanhou o macacão jeans, calçou um chinelo e desceu rapidamente as escadas da casa, direcionando-se à vizinha.

Por morar em uma área segura e mais afastada da cidade, as casas não tinham muros para separá-las, então todo o jardim e quintal ficavam livres ao acesso de qualquer pessoa. Taehyung rodeou a casa maior que a sua e ficou observando a janela do quarto de Jeongguk, pensando em alguma forma de subir até lá. Foi até o jardim na parte de trás, à procura de algo que o ajudasse, foi quando avistou uma escada de jardim posicionada na parede e a pegou, não era muito alta, porém devia servir.

Por sorte, a janela ficava no segundo andar para facilitar as coisas porque definitivamente Taehyung não era a pessoa mais habilidosa do mundo para se aventurar em subir em lugares altos. Sem contar no medo que tinha de altura. Mas tentando não pensar muito nisso, ele posicionou o objeto na janela alheia e subiu degrau por degrau sem olhar para baixo.

Quando chegou ao topo, o vizinho tomava um copo de leite enquanto mantinha os olhos fixos na leitura, alheio a qualquer outra coisa. Ajeitando-se sobre o apoio da janela, que, para sua sorte, estava aberta, apoiou os cotovelos nas frestas e descansou a bochecha na mão esquerda.

Ele era bonito. Não um bonito comum achado em qualquer lugar; Jeongguk tinha uma beleza pura, quase cristalina, que transmitia inocência até no modo de respirar. Mas não era só isso, além da estrutura semelhante a sua, corpo forte e alto, ele era dono de um rosto singular, traços harmoniosos, lábios róseos, pescoço alongado e pele alva e lisa. Bonito demais para se olhar de menos.

E nem mesmo o bigodinho de leite parecia ser um defeito no momento.

Vendo que não teria a atenção dele, deu umas batidinhas no vidro.

No segundo em que seus olhos pousaram na direção da janela, ele engasgou com o leite, e por pouco não caiu da cadeira, os olhos assustadoramente arregalados, como se Taehyung fosse o próprio demônio.

Tae revirou os olhos com o exagero e abriu um sorriso.

— Olá, vizinho — sibilou, quase soletrando a última palavra.

Jeongguk piscou um par de vezes antes de conseguir dizer alguma coisa, como se o cérebro se recusasse a processar de que havia, sim, alguém na sua janela.

Seu vizinho.

— O-o que você está fazendo aqui? — Jeongguk perguntou, engolindo em seco e limpando os lábios com resquícios de leite.

Taehyung estalou a língua no céu da boca antes de abrir um pouco mais o espaço da janela e impulsionar o corpo para dentro do quarto, uma perna de cada vez, segurando-se firme porque, céus, era meio alto. Jeongguk enrijeceu, olhos direcionando até a porta para verificar se estava totalmente fechada, apavorado.

— Você parecia bem entediado — foi o que Taehyung disse quando ficou de pé.

— O quê?

Jeongguk esticou o pescoço para conferir do que ele estava falando, vendo que sua janela ficava paralela à dele, dando a visão completa de seu quarto.

— Você estava me espionando?

Taehyung apenas deu de ombros como quem diz quase isso, enquanto seus olhos viajavam pelo cômodo não muito grande e com nada que realmente chamasse sua atenção.

Aquelas paredes, a paleta de cores monocromáticas, deixando tudo estupidamente sem graça e apagado. Sendo o total oposto do seu, aquele quarto era organizado, o lençol bege bem esticado na cama, o tapete felpudo no chão, os livros na estante. Uma bíblia.

Tudo era chato. Sem cor.

Não se parecia com um quarto de alguém na idade dele.

— Ok, agora que terminou de avaliar meu quarto, pode me dizer o que você quer? — Apesar do tom defensivo, as orelhas e as bochechas tinham se avermelhado. Taehyung franziu o cenho, admirado pelas palavras mais firmes dele.

— Já disse, te vi entediado então resolvi te ajudar. Eu só vim conversar, Jeongguk — Sentou-se na cama macia, encarando a face desconfiada e envergonhada, o cabelinho escuro caindo sobre os olhos redondos e grandes, transbordando um certo horror e curiosidade com aquela situação.

— Eu não estava entediado, estava estudando. Além disso, o que você quer conversar comigo?

— Por que você está na defensiva? — perguntou, ainda com aquele sorriso largo.

— P-porque você é um estranho e invadiu meu quarto pela janela. Não vejo outra maneira de agir, Taehyung-ssi — ele disse tudo em um fôlego só, olhando para a porta como se a qualquer instante alguém fosse aparecer.

— Então você também se lembra do meu nome!

Jeongguk piscou os olhos, surpreso, e desviou o olhar envergonhado para as mãos que repousavam nas coxas, os dentes salientes mordiscando o lábio inferior avidamente.

— Você disse aquele dia — resmungou.

— Então não somos tão estranhos assim — Taehyung levantou, esticando o braço na direção dele, as mãos e os dedos tatuados, e Jeongguk entendeu que as letras ali formavam a palavra Free. Limpou a garganta falsamente antes de dizer: — Meu nome é Kim Taehyung, mas isso você já sabe, vinte e quatro anos, nasci em Daegu, sou solteiro e seu vizinho. Muito prazer.

— Uau, estou surpreso por saber tanto de você, acho que podemos ser melhores amigos agora, não? — perguntou em um tom cheio de ironia que fez Taehyung dar risada, porque o contraste das bochechas envergonhadas e o tom defensivo resultava em algo realmente muito fofo.

— Ah, Jeongguk, não seja tão mal educado. Você parecia ser um garoto bonzinho quando te vi pela primeira vez, e até me emprestou um lencinho pra limpar o nariz. Acho isso intimidade o bastante — dramatizou, colocando a outra mão estendida sobre o peito, esta que tinha outra palavra tatuada nos dedos. Soul. Algo dentro de Jeongguk se empertigou com aquilo, mas ele não cumprimentou de volta e engoliu o gosto estranho em sua boca. — Certo, vamos aos poucos. Está gostando da nova casa?

— Não gosto de Seul — ele respondeu depois de um tempo em silêncio, porque nem mesmo sabia a resposta e se surpreendeu. Realmente não gostava de Seoul.

— De onde você era?

— Busan.

— E por que veio morar na capital?

— Você está levando esse lance de melhores amigos bem a sério, né?

Taehyung riu, o som da risada ecoando pelo quarto, os lábios em um formato de coração, salientando as bochechas douradas e diminuindo os olhos, dando a ele um ar inocente que não parecia pertencê-lo nem em outras vidas.

Com todas aquelas tatuagens, os piercings, o jeito despojado, os cigarros, as roupas, tudo nele brilhava a erro. Tudo o que Jeongguk tinha sido ensinado de que era errado. Pecaminoso. Indecente. Condenável.

Uma passagem livre para o inferno.

Taehyung cheirava a problema e isso fazia as entranhas de Jeongguk repuxarem dentro dele, o cérebro criando sinais de alerta desde o momento em que o vira.

— Você já foi em festas de aniversários, Jeongguk? — Taehyung perguntou, fazendo Jeongguk balançar a cabeça por estar com os pensamentos mergulhados numa direção em que só procurava tudo que havia de errado com ele. Então franziu o cenho quando absorveu a pergunta aleatória.

— Claro que já. Que tipo de pergunta é essa?

— Festa de criança e reuniões entediantes de familiares não contam.

Jeongguk não soube responder.

— Festas de crianças são as melhores, se você quer saber — resmungou, sentindo-se meio patético porque o vizinho riu de novo.

Jeongguk certamente vivia em uma bolha. Despertava em Taehyung uma vontade imensa de estourá-la.

— Não, Jeongguk, eu estou falando de festas de verdade, jovens, bebida, música alta, pessoas se pegando em todo canto... — Jeongguk ajeitou-se na cadeira, negando à pergunta feita, sobrancelhas em vinco porque ele definitivamente nunca esteve em um ambiente assim e não conseguia se imaginar em um. — Então é o seu dia de sorte. Estou te convidando para ir a um aniversário de verdade, comigo. O que acha?

Taehyung disse tudo tão naturalmente que Jeongguk começou a se perguntar se ele não estava sob efeito de alguma coisa.

— O quê? Mas você nem me conhece!

— Claro que te conheço. Você é o Jeongguk, meu vizinho, gosta de estudar, trabalha numa loja de conveniência e... Hm, é meio careta.

— Eu não sou careta!

— Então aceite o convite.

Dessa vez Jeongguk que riu, sem qualquer humor, o ceticismo transbordando pela risada.

— Meus pais jamais deixariam, Taehyung-ssi — explicou, as palavras ricocheteando em volta da sua cabeça, a língua pesada na sua boca.

O vizinho fez um som de desagrado e frustração, estalando a língua no céu da boca, ajeitou-se na cama novamente e pegou um cigarro no bolso da frente do macacão. Assim que viu o que ele pretendia fazer, Jeongguk levantou-se tão depressa que ficou sem ar e pegou o isqueiro antes que ele o acendesse.

— Está maluco, Taehyung-ssi? Não pode fumar aqui! Meu Deus.

Taehyung revirou os olhos, mas não rebateu e colocou o cigarro na orelha.

— Seus pais não precisam saber sobre a festa, Jeongguk.

Como se Taehyung tivesse dito o maior absurdo, Jeongguk gargalhou novamente, chocado e descrente com o que ele havia sugerido.

Kim Taehyung era muito engraçado, mesmo.

— Você quer dizer mentir e sair escondido?

— Não. Eu quero dizer sair sem avisá-los, se divertir em uma boa festa e voltar de madrugada sem fazer barulho, é isso que eu quero dizer. Não é mentir, é omitir! — explicou como se fosse óbvio.

— Isso é mentir. É pecado do mesmo jeito — sibilou a última parte em um tom não muito convicto, mas Taehyung conseguia ver no brilho dos olhos dele que, se não fosse por isso, Jeongguk provavelmente aceitaria.

— Como dizia François: Esquecemos facilmente os nossos pecados quando só nós próprios os sabemos.

— Continua errado.

Era loucura só de cogitar a possibilidade, Jeongguk sabia disso. Se alguém descobrisse, ficaria de castigo até que seus cabelos se tornassem brancos. Sem contar seu pai... Seu pai, provavelmente... Não gostava nem de pensar na possibilidade.

Taehyung foi até a mesinha do quarto e pegou uma caneta junto a um papel, escreveu algo e deu duas batidinhas antes de dizer:

— Esse aqui é meu número — disse por fim e direcionou-se até a janela, se posicionou na escada e, quando estava prestes a descer, encarou o vizinho novamente, o rosto angelical retorcido em surpresa e hesitação. — Se mudar de ideia, me manda uma mensagem que passo aqui às dez e meia.

E, simples assim, Taehyung desceu pelo mesmo lugar por onde veio, sem dar a Jeongguk uma chance de resposta.

Deus do céu.

Jeongguk passou a tarde tentando se concentrar nas atividades, mas sua mente se direcionava ao que lhe foi proposto naquele dia. Até pensou em mandar uma mensagem apenas para acabar com aquela ansiedade que o consumia aos poucos e finalizar esse assunto, dizendo que não poderia ir e que Taehyung nunca mais ousasse subir até sua janela, mas não conseguiu. Culpa daquele sentimento de novo, o sentimento de curiosidade que implodia todas as vezes que pensava no convite. E mesmo que o cérebro gritasse como se um enorme outdoor em vermelho, com palavras em neon e sirenes, estivesse dentro dele, escrito PERIGO, a outra parte gritava liberdade.

Passou o restante da tarde totalmente inquieto, cogitando seriamente ir em uma festa com um cara que mal conhecia. Quais eram as possibilidades de isso dar errado? Todas. Ele nunca havia feito nada tão rebelde, no máximo bebeu leite direto da garrafa e voltou para geladeira ou se esqueceu de orar antes de dormir, caso contrário, Jeongguk nunca ultrapassou qualquer limite.

Mas ele queria.

Cresceu com a premissa de que qualquer coisa o levaria ao inferno. E desobedecer aos pais, certamente diminuiria seus dias na terra.

Estava na bíblia.

O tempo ia passando e Jeongguk sentia a ansiedade consumir cada partezinha dele, se vendo obrigado a descontar em suas unhas. Em um impulso de coragem, pegou o celular e adicionou o número escrito no papel, abriu o chat, sem ter muita certeza do que diria.

Jeongguk:

Boa noite, Taehyung-ssi

Eu andei pensando, eu não..

Muito obrigado pelo convite, mas eu não...

Não. Apagou as palavras, os dedos trêmulos e gelados. Deus do céu, queria vomitar.

Jeongguk:

Eu vou.

Enviou de uma vez e desligou o celular, jogando-se na cama, as pernas moles feito gelatina.

E, com esse sentimento queimando em cada parte do seu corpo, abafou um grito no travesseiro, seguido de uma risada desacreditada, o coração bombeando rápido demais para que pudesse pensar direito.

O que tinha acabado de fazer?

Jeongguk desceu na hora do jantar e tentou parecer o menos óbvio possível. Tinha um medo real que seu pai descobrisse as coisas do nada. Desde criança, seu pai sempre dizia que as pessoas mentirosas pagavam um preço muito alto, e que a verdade sempre aparecia de alguma forma, porque Deus era justo.

Com a desculpa de que ainda tinha mais alguma apostila para estudar, avisou a mãe que não precisava do lanche da noite e que provavelmente dormiria cedo. Ela concordou e desejou boa noite com aquele sorriso de mãe orgulhosa, fazendo o coração de Jeongguk se encher com aquele sentimento de culpa.

Havia mentido.

Bom Deus, por favor me perdoe.

No banho, deixou a água quente cair sobre seu corpo como se a qualquer momento alguma sabedoria e bom senso fosse surgir, as pernas junto ao peito, cabeça apoiada nos joelhos, enquanto ainda repassava qualquer coisa que o convencesse do contrário, mas aquele sentimento ainda continuava ali, queimando, como se fizesse parte dele há anos, como se esperasse um momento certo para aparecer de uma vez e explodir.

Queria tanto ir que doía.

Por favor, por favor, não seja um covarde — repetia como um mantra. — Me perdoe.

Ao terminar o banho e abrir o guarda-roupas, encarou com certo desgosto todas aquelas peças, porque elas de repente não pareciam adequadas e interessantes. Jeongguk sentiu novamente a vontade de desistir porque ele nunca gostou do jeito que era praticamente enfiado dentro daquelas roupas, sendo repreendido se às vezes desviava do estilo que sua mãe sugeria, que nada mais era que quase um padrão entre os garotos da igreja.

Essas roupas são muito mundanas. Não combinam com você. Homens de verdade não usam isso.

Procurou algo que não lhe deixasse com uma aparência tão formal, e o que conseguiu foi uma camiseta branca de algodão com mangas compridas, jeans escuros liso e as botas timberlands.

Olhou-se no espelho e concluiu que não estava tão ruim quanto achou que ficaria, mas faltava algo. Sem que percebesse, rodeou os dedos pelo lóbulo macio da orelha. Um segredo muito bem guardado seu era que sempre admirava orelhas furadas dos garotos do colégio. Pareciam tão legais e estilosos, enfeitados com as grossas argolas de pratas, mas não conseguia imaginar a reação dos fiéis se vissem alguém como ele com um acessório tão simples, que não definia nada, aparecendo na igreja com as orelhas perfuradas.

Achariam que ele era um desviado.

Sua memória o lembrou de que Taehyung também tinha as orelhas furadas, não só elas como também o lábio e a sobrancelha. Não soube como e nem porque havia armazenado esse tipo de informação irrelevante sobre o vizinho. Balançando a cabeça para voltar à realidade, pegou um boné preto e o vestiu, dando uma última checada no espelho.

Sentou-se na cama e ligou o celular. Ao abrir a mensagem que havia mandado mais cedo, notou que não havia recebido nenhuma resposta.

Foi um balde de água fria. Soltou o ar preso com força, porque se passavam das dez e vinte.

Alguns minutos para que pudesse estar fora de casa.

Sem que seus pais soubessem.

Qual era o seu problema?

Levantou da cama, andando no pequeno quarto, mãos suadas enquanto apertava o pingente da estrela de Davi que carregava no pescoço, coração espancando as costelas, a vontade de vomitar voltando.

Dez e meia.

Nada.

Dez e trinta e um.

Nada.

Era óbvio que ele não viria, Jeongguk não era uma pessoa que as outras queriam em suas festas; e outra, como havia confiado em alguém como Taehyung? Ele não parecia confiável agindo daquele jeito.

Estava mais do que claro que a intenção dele era brincar com a sua cara.

Sentindo-se a pessoa mais patética da face da terra, levantou decidido, completamente frustrado por ter criado expectativa em cima de algo tão errado. E talvez fosse um castigo de Deus.

Sim, Jeongguk merecia isso.

Quando ameaçou tirar o boné, ouviu as mesmas batidinhas que ouvira mais cedo.

Seu coração pulou na garganta, sentiu toda a adrenalina de outrora voltar com força em seu corpo, o deixando mole. Virou-se nos calcanhares, olhos arregalados, surpreso, aliviado. Taehyung estava lá, de verdade, era ele, pendurado na escada e com um cigarro aceso nos lábios.

Prendeu a vontade de sorrir, mordendo os lábios, mas estava feliz por não ter sido feito de idiota.

— Está pronto, Jeongguk-ssi?— Taehyung sorriu quando disse seu nome daquele jeito formal.

Ainda pego de surpresa, Jeongguk assentiu meio no automático, sentindo suas glândulas produzem uma quantidade enorme de suor na palma das mãos, o corpo estava quente em pura ansiedade. Ajeitou os travesseiros na cama, estes que simulavam o corpo dele, só por precaução. Nos filmes, sempre parecia funcionar.

Fechou os olhos, inspirou o máximo que pôde ao que apertava a correntinha, reunindo qualquer coragem que tivesse ali dentro, abriu os olhos e deu uma última olhada no quarto antes de seguir até a janela.

O vizinho desceu a escada e ficou segurando-a para que ele pudesse descer. Assim que colocou os pés no chão, Jeongguk sentiu o receio aumentar como uma dor chata que não parava de incomodar, incerto sobre o que deveria fazer.

Taehyung deu uma longa tragada no cigarro, mantendo os olhos felinos sobre ele. O rosto de Jeongguk ficou quente de vergonha, porque parecia que a qualquer momento Taehyung fosse falar alguma coisa que o fizesse desistir e cair na realidade, mas ele só jogou o cigarro no chão e apagou com as solas do sapato pesados, sem fazer nenhum comentário.

A luz fraca do poste iluminava parte do corpo de Taehyung, evidenciando uma aparência quase incômoda nos pensamentos de Jeongguk. Ele vestia um jeans escuro e rasgado na região das coxas, regata preta e por cima uma jaqueta de couro escuro esticada nos ombros largos e calçava coturnos de combate.

Tão diferente das que vestia.

Sem ter o que dizer e consumidos pelo silêncio da noite fria, o seguiu até a moto estacionada em frente à casa, uma Ducati Hypermotard preta.

— Pega — Taehyung disse, estendendo um capacete, mas Jeongguk desviou os olhos para o veículo, inquieto — O que foi?

— Eu...bem, eu nunca andei em uma dessas — confessou, se sentindo meio bobo porque, Deus do céu, quem nunca tinha andado de moto no século XXI?

— Não tem muito segredo, você senta aqui — Taehyung explicou, batendo na parte de trás do banco —, e tem duas opções para se segurar; ou você se segura no motorista, no caso, eu, ou, você pode segurar nessas duas hastes aqui — indicou o lugar onde ele poderia segurar, anexado na parte de trás do banco.

Jeongguk assentiu, arrumando o boné para trás para que pudesse colocar o capacete. Teve dificuldades porque, caramba, ele nunca tinha colocado um desses na vida. Foi surpreendido quando duas mãos grandes se sobrepuseram às suas, clicando o fecho do capacete com facilidade.

O calor que sentia no rosto se intensificou quando seus olhos notificaram que estavam um pouco perto demais, o suficiente para quase deixá-lo vesgo, a boca aberta de surpresa, as mãos emboladas.

— O-obrigado — conseguiu dizer quando Taehyung se afastou, soltando a respiração que nem havia se dado conta que prendera.

— Sem problemas.

Ainda sem saber como agir, esperou Taehyung sentar-se na moto e aproximou-se. Imitando os movimentos do vizinho, ele passou uma perna e depois a outra com cuidado, preferindo segurar nas hastes traseiras do que se apoiar no corpo dele. É claro.

A moto arrancou ao mesmo tempo em que as batidas de seu coração aceleraram, sentia as veias pulsarem cada vez mais fortes e o vento frio da noite só aliviava a quentura que se espalhava pela pele. Devido à inexperiência e o medo de cair, estava começando a ficar desconfortável em se segurar daquele jeito. Era horrível, tinha a sensação de que a qualquer momento fosse ceder e cair no asfalto.

Vendo-se sem opções, Jeongguk foi obrigado a se apoiar no corpo do vizinho, então, quando ele parou em dos sinais vermelhos, rodeou a cintura dele com cuidado, não muito forte, mas firme o bastante para se sentir seguro, o rosto escondido nas costas largas, quente de vergonha.

Mas era bem melhor assim.

Depois que trocara de posição, Taehyung aumentou a velocidade da moto e Jeongguk estava começando a se arrepender de não ter pegado algo para se proteger do frio.

Aos poucos, a paisagem urbana começou a ser abandonada, dando lugar a uma estrada escura de lotes abandonados. Jeongguk fechou os olhos com força, com medo. Instintivamente apertou os braços em volta do corpo do mais velho.

Bom Deus, não permita que nada de ruim aconteça.

Estava começando a ficar totalmente deserto, até que Taehyung virou numa estradinha de terra. Por cima do ombro dele, Jeongguk pôde ver os picos de luzes brilharem não muito longe, a música tão alta que chegava até seus ouvidos.

Não tinha mais volta.

Taehyung estacionou um pouco longe, onde ficavam as outras motos. Jeongguk respirou fundo, sentindo o cheiro dele invadir suas narinas; ele tinha cheiro de cigarro de canela e perfume masculino, não era ruim, era... intenso e nada certo. Desceu da moto, tirou o capacete e o entregou para Taehyung. Não falou nada, apenas acompanhava-o em tudo que fazia, seguindo-o como um animalzinho assustado e perdido.

— Você está bem? — Taehyung perguntou.

— Não pareço bem? — Jeongguk riu de nervoso.

— Parece uma criança prestes a engolir o pote inteiro de biscoitos, vigiando pra ver se a mãe não vai aparecer.

— É uma analogia e tanto.

— Relaxa, ok?

— Eu nunca fiz isso antes. É meio assustador — murmurou, levando as mãos até a correntinha.

— Pra tudo tem uma primeira vez. Eu sei que primeiras vezes nem sempre são prazerosas — Jeongguk inclinou a cabeça para o lado, sem entender o sorriso sugestivo que ele deu —, mas posso te assegurar que essa vai ser incrível. Então, relaxa e aproveita.

Aproximaram-se do local e o mais novo sentia a música alta bater em seu coração, causando-lhe uma sensação de tremor que deixava tudo mais sensível e real. Havia uma fileira enorme de veículos estacionados e as pessoas estavam encostadas em seus respectivos carros. Algumas meninas dançavam na traseira de picapes enormes, vestindo roupas ridiculamente curtas, que seriam alvos de fofocas e mal olhado de todas as pessoas que conhecia, outras bebiam e fumavam enquanto conversavam, umas já se enroscavam de forma que Jeongguk julgou ser impudica demais para estarem em público.

Era tudo tão novo, tão diferente da sua realidade, como se estivesse em um daqueles filmes que via na TV ou em um sonho maluco. Sentia-se um verdadeiro peixe fora d'água, perdido e deslocado entre a mistura de pessoas, música alta e o cheiro forte de algo que não soube identificar. Quase pediu para Taehyung o levar de volta pra casa, mas sempre repetia em sua mente para não ser um medroso covarde.

Ele não tinha contato com esse tipo de coisa, o máximo eram festas comemorativas da igreja, que serviam suco de uva e biscoitos sem glúten. Música? Apenas as adorações a Deus. Tão diferente da letra sensual que tocava agora. Para todo lugar que olhava, Jeongguk via um copo de bebida, e ele jamais em sua vida ousou colocar uma gota de álcool na boca. Mentira. Uma vez bebeu um pouco de vinho da santa ceia, mas fora sem querer e de quebra ganhou uma enorme bronca de seu pai. Só. Esse fora o máximo que havia chegado perto disso.

Seu coração acompanhava as batidas violentas da música e o restante do corpo parecia anestesiado e quase conformado de que não tinha mais como voltar atrás. Mas gostava daquilo, não era de todo ruim. Quase agarrou-se na jaqueta de Taehyung por medo de se perder no meio daquela gente. Algumas pessoas tinham olhares curiosos, outras ousaram piscar na sua direção, fazendo-o tropeçar nos próprios pés, sentiu até uma certa cobiça quando uma garota sorriu de forma maliciosa para si, assoprando um beijinho e lançando uma piscadela.

Assustou-se quando Taehyung passou um braço por seus ombros, abraçando-o de lado, puxando-o para frente.

Jeongguk viu de soslaio, ainda de olhos arregalados pelo toque repentino, que Taehyung o encarava com um sorriso enorme e um cigarro acendido nos lábios.

Seja muito bem-vindo ao meu mundo, Jeonggukie. 

III

Oi!! espero que tenham gostado do capítulo, nos próximos, finalmente, vai ter alguma coisa para se orgulhar dos dois boiolinhas. no momento está a passinhos de bebê, mas prometo que eles vão interagir muito.

Taehyung príncipe e Jeongguk outro príncipe preso na torre, mas que jogou os cabelos pra ser resgatado. Amaram? 

Obrigada ao meu amorzinho, Mande, que betou.

Continue Reading

You'll Also Like

1.1M 66.3K 47
Atenção! Obra em processo de revisão! +16| 𝕽𝖔𝖈𝖎𝖓𝖍𝖆 - 𝕽𝖎𝖔 𝕯𝖊 𝕵𝖆𝖓𝖊𝖎𝖗𝖔| Fast burn. Mel é uma menina que mora sozinha, sem família e s...
225K 14.4K 50
Elisa, uma jovem mulher que pretende se estabilizar no ramo de administração depois de sua formação. Ela entregou seu currículo em várias empresas, m...
123K 5.2K 9
Dois melhores amigos que vivem se provocando decidem adicionar um pouco mais de cor na amizade... O que pode dar errado?
805K 24.2K 30
Você e sua mãe tinham acabado de se mudar para a casa do seu padrasto e foi então que você descobriu que teria um meio-irmão, você só não esperava sa...