Dirty Laundry ✅

By ohlulis

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Nina Houston-Löwe tinha uma grande meta para seu semestre na Oak: se tornar a melhor no seu curso e voltar pa... More

intro
google.com/oak
prólogo
1. there's a new girl in town
2. starboy
3. big three
4. cool kids
5. don't call me angel
6. so much that we could've said, so much that we never said
7. i guess i'm lying cause i wanna
9. momma, I'm so sorry, I'm not sober anymore and daddy, please forgive me
10. make it two and we got a deal
11. i say don't let me go and you say why can't we be friends?
12. guess nothing in life's a mistake cause all wrong turns lead to you
13. it's just medicine
14. your right is wrong... but love never leaves a heart where it found it
15. another love
16. dry your smoke-stung eyes so you can see the light
17. if i knew how to hold you i would
18. i'm so into you i can barely breathe
19. are you scared of what's to come?
20. tell me I've been lied to, cryin' isn't like you pt. 1
21. tell me I've been lied to, cryin' isn't like you pt. 2
22. it's like I'm fighting behind these walls and hiding through metaphors
23. are you going to age without mistakes?
24. don't you dare look out your window, darling, everything's on fire
25. where do we go? tell me my fortune, give me your hope
26. oh you're in my veins and i cannot get you out
27. and now, it's time to leave and turn to dust
epílogo

8. i got issues, but you got 'em too

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By ohlulis

Já passava das dez horas quando a porta de madeira da casa de dois andares se abriu, estalando suas dobradiças ao notificar a entrada do único morador que ainda não estava na cama até aquele horário.

Leo fez uma anotação mental para resolver aquele problema do barulho assim que jogou sua bolsa de treino no sofá, pisando nos calcanhares para se desfazer dos seus tênis antes de andar nas pontas dos seus pés até a cozinha escura. Tinha pedido para Nate guardar um prato para ele algumas horas antes e suspirou aliviado ao encontrá-lo dentro do microondas, acalmando seu estômago barulhento.

Eles realmente não mereciam dividir a casa com alguém tão bondoso como Nate Duncan. Se um dia ele resolvesse se mudar, Leo iria derramar as lágrimas mais sinceras da sua vida.

Estava prestes a colocar um vídeo qualquer dos melhores momentos dos jogos de hóquei daquela semana no Youtube para se distrair enquanto comia quando se deparou com a imagem de Remi Vince apoiado no batente de madeira, com os braços cruzados e uma das sobrancelhas arqueadas em sua direção. A típica expressão que ele recebia do capitão depois de uma jogada errada ou de perder um gol feito.

— Porra Remi, você quer me matar? — questionou após um segundo de apreensão, levando a mão até o próprio peito. — Não ouvi você descendo.

— Onde você estava?

A voz de Remi era tão autoritária que Leo não conseguir segurar a risada. Parecia mais bravo que seu próprio pai quando ele saia sem avisar ou fugia para ir para um campeonato de hóquei que não era permitido quando era menor.

— O treinador quer que eu me dedique mais, então estendi o treino — Leo respondeu dando de ombros e Remi tomou uma lufada de ar. — Não sabia que tínhamos toque de recolher, mãe.

Achou que a piada descontrairia o clima que tinha formado, mas a ruga no meio da testa de Remi continuava no mesmo lugar.

— Você foi vê-la de novo — Remi falou com o tom terno, mas parecia usar todo seu autocontrole para fazer isso. — Eu sei, Hawkins. Você sabe que tenho contatos em todos os lugares.

Leo suspirou pesadamente, entendendo naquele momento qual era o ponto. Não sabia porque insistia em manter as coisas escondidas de Remi Vince se não havia uma informação sequer que pudesse passar despercebida pelos seus olhos.

Só havia uma pessoa que conseguia fazer as coisas sem ser flagradas na Oak. E era mesma pessoa que sabia de todas elas.

— Escute, foi a última vez...

— Até surgir a próxima vez — Remi aumentou a voz, caminhando em direção a Leo em passos pesados. — Pelo amor de Deus, Leo. Você precisa de um médico e não da porra de uma criminosa dos dormitórios.

Leo se calou. Era tão mais fácil quando era ele que julgava as atitudes questionáveis de Remi que mal sabia agir quando o jogo virava. Geralmente só acontecia dentro do gelo, já que Vince era o responsável por porcentagem considerável de besteira que faziam em Silvermount.

— Eu só quero ver você bem... Você sabe disso, não é?

Remi baixou o tom de voz antes de continuar. Sabia que não deveria ser fácil. Leo era uma das pessoas mais corretas que conhecia em sua vida e fugia do usual tomar uma atitude do tipo comprar analgésicos de difícil acesso de uma veterana que os vendia por um preço superfaturado no dormitório feminino sem checar se havia uma receita.

Descobriu que Hawkins fazia isso no final do semestre anterior, associando diretamente aos machucados que ficavam em seu corpo depois de um treino pesado ou jogo lotado de emoções. Tinham conversado sobre e Leo prometeu — de dedinho — que a situação não iria se repetir. Remi confiou em sua palavra e nunca mais tinha escutado sobre até aquele dia.

— Eu sei — Leo concordou, relaxando os ombros ao encarar Remi parado em sua frente. Era seu melhor amigo ali, ele não precisava nem iria inventar desculpas para justificar seu erro. — A dor piorou nos últimos dias com o tempo extra no gelo que eu venho fazendo. Mas dessa vez foi realmente a última, não quero arriscar ser pego no exame de doping ou qualquer coisa do tipo.

— Só me diga que vai ver um médico logo, Hawkins. Essa porra não parece ser normal.

Leo dizia a si mesmo que tudo aquilo era consequência dos treinos pesados, mas não conseguia não se questionar porque só ele parecia sentir. Remi continuava intacto depois de ver o treinador Patron e ninguém mais do time parecia estar com dor enquanto patinava, antes da adrenalina atingir seu pico.

— No primeiro final de semana que tivermos sem jogos, eu estarei indo para Boston ver isso. — Recebeu um olhar duro do amigo enquanto falava, rolando os olhos na sequência. — Caralho, pare de me olhar assim. Eu estou prometendo dessa vez.

Remi assentiu devagar, ainda ponderando se iria acreditar nas palavras de Leo ou colocar alguém na cola dele na semana seguinte para garantir que ele não terminaria no dormitório feminino novamente por aquele motivo. Também poderia intervir diretamente e trazer o assunto dos hematomas direto pro treinador, que seguramente iria indicá-lo para a enfermaria do campus checar se algo estava errado, mas sabia que não seria perdoado se essa fosse sua escolha.

— Ah, e você sabe quem eu encontrei no dormitório hoje? — Leo anunciou na tentativa de tirar o assunto de si mesmo, arqueando uma das suas sobrancelhas escuras na direção de Remi antes de continuar, procurando por uma reação no seu rosto. — Nina Houston-Löwe.

Imaginava que o nome ia chamar a atenção de Remi, mas tudo o que recebera como resposta foi uma expressão indiferente.

— Ela estava lá também?

— Lá onde?

— Com a vendedora de drogas ilegais no campus — respondeu, deixando claro o tom de julgamento que havia em sua voz.

— Por que ela estaria lá? — Leo se apressou para perguntar, não se esforçando para esconder sua curiosidade.

— Ah, ela tem um passado — Remi desconversou, dando de ombros. — Mas esse não é meu segredo para contar.

Leo assentiu lentamente, tentando controlar sua súbita curiosidade em relação a Nina. Remi podia ser um filho da puta, mas até ele sabia quando não deveria cruzar uma linha. De repente seu discurso na festa começou a fazer algum sentido na cabeça de Hawkins: Nina certamente mantinha um segredo.

E era óbvio que Remi Vince já sabia exatamente do que se tratava. Nada de novo em Silvermount.

— Não está interessado? — Leo voltou o assunto a Nina, vendo-o negar. — Achei que o fato dela ter esmagado o seu ego teria algum efeito.

— Como se não tivessem feito isso antes — deu de ombros, sorrindo. — Claire faz isso absolutamente todos os dias e eu ainda não me apaixonei perdidamente por ela, não é?

— Nate arrancaria seu pau se você mexesse com ela, você sabe.

— Ela faria isso antes, Hawkins — Remi riu com a própria fala, levando seu olhar até o amigo. — Até parece que você não conhece Claire Duncan.

Vince tinha um ponto e por isso Leo limitou a assentir, recordando de pelo menos dezenas de vezes que Claire tinha ameaçado Remi após ficar por vinte minutos em sua presença. Tudo tinha piorado consideravelmente depois que ela perdeu um prêmio de mérito no ano anterior para Remi, que tinha, impressionantemente, conseguido acumular mais pontos naquele período de Psicologia que Claire. O resultado era questionável, mas ninguém tinha coragem de acusar o filho do Reitor e Remi tinha absoluta certeza que tinha merecido aquilo.

— Mas porra, me prometa que essa foi a última vez de verdade — Remi voltou o foco para Leo, apertando os lábios em uma fina linha. — Até porque os jogos oficiais estão começando e com eles os testes e...

— Eu prometo, caralho. Você é um pé no saco quando quer.

— Eu sou um pé no saco sempre — Remi o corrigiu ao levantar um dedo em sua direção, desfazendo a expressão dura no instante seguinte. — Só quero que você procure a porra de um médico e pare de gastar dinheiro com essa merda. Você sabe que vão revirar sua vida quando você for um jogador profissional famoso pra caralho e essa menina vai aparecer nos jornais dizendo que vendia drogas para você, não é?

— Meu Deus, Remi. Eu tenho certeza que não vou ser assim tão importante.

— Você sendo modesto é irritante pra caralho, sabia? — Remi rolou os olhos. — Você vai assinar um contrato bom esse período, Leo. E se não assinar, saiba que eu vou encher o seu saco todos os dias até que você deixe eu fazer alguma coisa para alguém notar que você é melhor que metade do time junto.

Dessa vez, Hawkins não retrucou. Era bom que no meio de tantas cobranças, dores não desejadas e rotina atarefada alguém ainda pudesse pará-lo e lembrá-lo que era realmente bom no que fazia e que as coisas se encaminhariam para o destino que ele almejava desde que se entendia por gente.

Teve a companhia de Remi durante todo o seu jantar, mas não demoraram para se recolherem em seus respectivos quartos para dar aquele dia como finalizado. Leo só queria deitar na sua cama e dormir o mais rápido que conseguisse, aproveitando que a dor não o atormentava naquele exato momento graças aos analgésicos recém adquiridos. Não tinha energia para fazer nada diferente de se jogar embaixo dos seus lençóis e aproveitar a sensação boa que o remédio lhe proporcionaria uma última vez.

Estava prestes a cair no nosso quando sentiu seu celular vibrar na mesinha de madeira que ficava ao lado da sua cama, pensando duas vezes se deveria ou não atender a chamada quando viu a foto do seu pai na tela.

Não era um bom momento para uma conversa que certamente ia acabar com uma discussão como todas as outras deles, mas sabia que tinha que dar algum sinal de vida para Sean. Ainda era ele que pagava suas contas e Leo era o único que o mais velho tinha.

Ei, filho. Achei que você estava dormindo... — Sean falou assim que Leo atendeu a ligação, murmurando um 'uhum' em resposta. — Como estão as coisas na universidade? Como está se saindo nas últimas matérias?

Leo suspirou profundamente, aceitando que aquele seria o único assunto que conseguiria conversar com seu pai pelo resto da sua vida: o curso de economia. Ele nunca tinha ido até Sean para conselhos sobre garotas, opiniões sobre esportes ou qualquer outra coisa que um filho normalmente pudesse conversar com o pai. Se fizesse isso, sabia que ele iria encurtar o assunto e insistir para que ele colocasse seus pensamentos no seu futuro e não naquele tipo de distração.

Tinha sido assim a sua vida inteira e a ausência de uma figura materna o criou como uma pessoa solitária. Agora, sempre tinha alguém ao seu redor, mas não era tão simples mudar vinte e dois anos de rotina de uma hora para outra.

— Trabalho pesado, pai — respondeu enquanto fitava o teto escuro do seu quarto, escolhendo as palavras certas para não chatear Sean. — Eu estou pagando Econ441 e 491, mas é praticamente apenas entregar trabalhos. Também estou fazendo Econ121 de novo, tentando me sair melhor do que da primeira vez.

Ele riu, mas sabia que o pai continuaria sério do outro lado. Ele sempre tinha cobrado dedicação e as melhores notas do filho, e Leo ainda conseguia se lembrar de alguns momentos do passado que Sean até se sentava ao seu lado para ajudá-lo a fazer a lição de casa.

Sabia que não podia culpar tanto o pai. Devia ter sido difícil perder a esposa no dia do nascimento do filho que eles tinham planejado por tantos anos.

Tente não perder dessa vez, ok? Não queremos que você passe mais um ano aí em Silvermount enquanto já poderia estar trabalhando aqui em Boston.

— Uhum — Leo concordou, escolhendo bem as palavras seguintes antes de colocá-las em voz alta. — Pai, o treinador conversou comigo na primeira semana de aula. Ele acha que eu realmente tenho chance de assinar com um time se tiver uma boa temporada e eu estou...

Não vamos ter essa conversa de novo, Leo — Sean o interrompeu sem cerimônia, usando o tom de voz mais rude que tinha e que poucas eram as vezes que ele tinha o escutado. — Você não vai assinar com um time. Hóquei é só a maneira de...

Parou de falar e não precisava concluir a frase para que Leo soubesse exatamente o que ele ia dizer. Ele só estava no time de hóquei para manter a bolsa de estudo que tinha por causa do esporte, já que seu pai não conseguiria arcar com os custos de quatro anos de universidade na Oak.

Um silêncio perturbador se estabeleceu entre os dois e esse foi o sinal que Leo precisou para saber que era hora de se despedir.

— Preciso desligar, pai. Tenho aula amanhã cedo.

Ok — Sean respondeu, soando incerto quando continuou. — Cuide-se, Leo.

O jogador não respondeu, esperando Sean finalizar a ligação antes de jogar seu celular de volta no criado-mudo de madeira, fechando os olhos com força ao esfregar o rosto com suas mãos, perdendo todo o sono.

Sabia que, se um contrato realmente fosse oferecido a ele no final do semestre, não importava muito o que seu pai pensava. Iria assinar sem pensar duas vezes. Só o chateava saber que a única pessoa que ele tinha não apoiava o seu maior sonho.

Sean nunca tinha ido a um jogo de Leo até os vinte e dois anos. Só não o proibira de jogar porque sabia que ele era bom e não foi muita surpresa quando ele ganhara uma bolsa de estudos na Oak por causa do seu talento. O fato dele continuar jogando não agradou ao seu pai, mas ao menos diminuiu as discussões ao saber que ele estaria estudando para se formar em economia.

Leo deveria ter saído no primeiro ano, quando odiou todas as matérias que estudava. Mas a aprovação na Oak tinha melhorado o seu relacionamento conturbado com o pai e era bom finalmente ter algo para conversar com ele nas férias e nas eventuais visitas que fazia até Boston nos feriados.

Mas Sean era irredutível quanto ao hóquei, e Leo estava começando a perceber que deveria se acostumar com isso. Jogar a toalha. Parar de tentar fazê-lo entender que não existia Leo sem o gelo, o puck e o stick.

Dormiu pensando na conversa com seu pai e, quando acordou na manhã seguinte, não estranhou que tinha sonhado com sua versão de 15 anos ganhando o primeiro prêmio oficial com o time de hóquei da sua escola pública. Eles eram bons, mas os elogios sempre eram centrados em Leo durante todo o tempo que estudara lá e não era uma grande surpresa que tinha sido ele a ganhar uma bolsa de estudos pela sua performance.

No sonho, porém, quando ele olhava para a arquibancada, seu pai estava aplaudindo e sorrindo em sua direção, enquanto Leo levantava o troféu e comemorava com seus colegas da mesma idade. Sua mãe também estava lá, tão parecida com ele que sua família até era obrigada a disfarçar o aperto na garganta toda vez que Leo ia visitá-los nos feriados.

Deus, só ele sabia o quanto queria que aquela visão tivesse sido real.

Primeiro queria me desculpar pelo sumiço na sexta-feira passada. Estou passando por uma fase complicada na escrita de síndrome do impostor em que tenho vontade de apagar tudo o que escrevo e foi exatamente o que aconteceu com esse capítulo inteiro. Mas sempre fico muito feliz em ver todos os comentários, estrelinhas e visualizações que DL tem alcançado. Vocês são demais, obrigada por tudo ❤ 
Espero conseguir trazer um capítulo novo o mais rápido possível e que vocês estejam gostando de se aprofundar em cada um dos nossos personagens.
Até a próxima!

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