Stupid Wife (RABIA)

By ataradahh

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Você já se imaginou casada com alguém que você nunca suportou na vida? Rafaella Kalimann também nunca havia... More

Capítulo 01
Capítulo 02
Capítulo 03
Capítulo 04
Capítulo 05
Capítulo 06
Capítulo 07
Capítulo 08
Capítulo 09
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40

Capítulo 20

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By ataradahh

7/10

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Domingo - 30 Novembro de 2020

Estou sentada na varanda lateral do casarão que tem naquele enorme sítio. Uma xícara de chocolate quente em minhas mãos enquanto observo Biaca e Gabriel brincar com Luete, eles insistiram em brincar com aquela gata enquanto a mesma não estava nem aí para eles. Não me juntei a eles porque estou cansada, e também porque mentalmente falando, depois do que vi naquela casa da árvore, eu não me sinto totalmente sóbria.

— Cuidado, Gab!

Bianca grita para o pequeno, que agora está correndo o mais rápido que pode. Observando aquele momento é impossível não sorrir, quer dizer, é a minha família. E talvez não faça tanto sentido, mas ali está a imagem do meu presente e futuro. Eu gosto disso, acho que não poderia pedir por pessoas melhores na minha vida. Minha família.

Eu cresci ouvindo as pessoas dizerem que existe amor à primeira vista, meus pais sempre diziam que existe paixão à primeira vista, o amor surge com o tempo e a convivência. Quando eu conheci Bianca eu descobri um novo sentimento à primeira vista, antipatia. E o ódio surgiu com o tempo e a convivência. Eu me lembro bem, como se fosse ontem de como nos conhecemos.

Eu estava atrasada para a primeira aula, vinha andando pelos corredores de forma apressada. Eu carregava três malditos trabalhos na mão, um de história, de química e física. Estava surpresa ainda que tinha conseguido fazer o de química e física já que sempre fui péssima nessas duas matérias. Lembro que fui cruzar o último corredor e então colidi com alguém, sabe quando você bate de frente com a pessoa com tanta força que é arremessada para trás? Foi o que aconteceu, os trabalhos voaram da minha mão. Eu grunhia de dor, quando abri os olhos e vi que todas, todas sem exceção das folhas estavam completamente molhadas por um líquido azul. Eu levantei desesperada, e enquanto eu surtava eu ouvia aquela voz irritante "Calma aí, gatinha, fica calma". Lembro também que comecei a gritar com Bianca, mas tudo piorou mesmo quando ela tentou "consertar" as coisas me dando um beijo. Minha vontade foi de cuspir na cara dela, eu estava fumegando de raiva e a criatura tentando me beijar. Desse dia em diante ela não parava de me perseguir, nos primeiros dias até tentou se desculpar, mas com o passar do tempo as desculpas evoluíram para tormentos, pegadinhas, cantadas e mãos bobas. Eu odiava Bianca Andrade mais do que qualquer outra coisa na face da terra.

Mas agora eu te digo, sabe aquele ódio todo? Aquela ânsia? A antipatia? Está sendo convertida em carinho, admiração e.... Outra coisa. Eu ainda não quero nomear, tenho medo de me precipitar e acabar dando errado.

Mas uma coisa é certa, gosto de Bianca, e cada dia gosto mais dela. Sem contar que ela me deixa segura, nenhuma pessoa no mundo além dos meus pais me passa a segurança que Bianca passa. Ela é especial, nós temos uma conexão forte.

— Alice. — Sou desperta de meus pensamentos por Bianca, pisco algumas vezes para focar minha visão e me deparou com seus olhos castanhos fixos em meu rosto. Bianca sorri, suas mãos em meus joelhos. — Voltou para o mundo real?

— Estava lembrando de algumas coisas.

Sorrio sem jeito, sinto ela acariciar meus joelhos com seus polegares e então sela nossos lábios. Solto o ar por meu nariz ao sentir o toque suave da boca dela na minha, era possível sentir meus lábios formigando. Seguro a xícara firme com uma mão só, a outra levo até os cabelos da nuca de Bianca, puxando-os levemente para logo em seguida acariciar seu couro cabeludo com as pontas dos dedos.

— Quer conversar sobre essas lembranças?

Pergunta ao quebrarmos nosso beijo, demoro um pouco a raciocinar, pois ainda estou meio aérea pelo beijo. O beijo dela é tão calmo e relaxante, deve ser melhor que um orgasmo. Jesus! Porque eu comparei o beijo dela com a sensação de gozar? Eu preciso aprender a me controlar perto dela.

— Estava lembrando do dia em que nos conhecemos, lembra?

Solto uma risadinha e Bianca me acompanha, ao longe posso ouvir a voz de Gabriel chamando por Luete. O tempo está fresco, e ainda temos algum tempo para ficarmos por aqui antes de irmos embora. Eu não queria ir embora, me sinto bem aqui nesse sítio. Me sinto em casa.

— Como esquecer? Você sempre foi estressada, mesmo nova como naquela época. — Ela senta ao meu lado e apoia as mãos no extenso banco onde estou sentada. — Eu pensei que você iria me assassinar naquele dia.

— E eu quis, sinceramente. — Bianca gargalha, mordo meu lábio inferior enquanto a observo rir. Os olhos fechados, a cabeça levemente inclinada para trás, as ruguinhas nos cantos dos olhos. E o som... Ah, o som da risada dela. — Quando eu vi meus trabalhos cobertos daquele negócio esquisito, Bianca, eu queria esfregar a sua cara neles. Juro.

— Eu sei que queria. — Ela para de rir aos poucos, enxuga os cantos de seus olhos com os dedos. — Ainda tentei amenizar a situação brincando com você, mas você levou a sério demais.

— Você não parecia estar brincando.

E não parecia mesmo, até me prensou contra um armário.

— Para ser sincera eu não estava brincando totalmente, se você tivesse aceitado, com toda certeza eu teria te beijado. Mas quando você começou a ficar vermelha e soltar palavrões desconhecidos por mim, eu percebi que tinha que sair dali antes que você me matasse.

— Que exagero. — Deixo a xícara em cima do banco, um pouco distante de mim. Me viro um pouco de lado e coloco as pernas em cima das pernas de Bianca, ela me olha de lado e estala a língua. — Se importa?

— Não. — Põe suas mãos em minhas pernas, uma em minha coxa e outra em meu tornozelo. — Não mesmo. — Alisa meu tornozelo com sua mão esquerda, com a direita ela segura em meu ombro e me puxa para frente, indicando que quer que eu me aproxime. Prontamente o faço, deitando a cabeça na curva de seu pescoço. Bianca cheira meus cabelos e beijo minha cabeça. — Eu realmente não importo.

E eu muito menos... É ótima a sensação de ter o corpo dela junto ao meu.

//

Segunda feira - 01 de Dezembro de 2020

A despedida dos pais de Bianca foi demorada, Gabriel não parecia muito alegre em ir embora, e Alfredo não queria deixa-lo ir, praticamente implorou que ele passasse alguns dias lá enquanto estivesse de férias. Bianca acabou concordando, mas não agora porque segundo ela nós temos que aproveitar nosso filho um pouco, já que teremos mais tempo para isso. Eu fiquei quieta, mas minha vontade era de negar. Mesmo sabendo que é egoísmo, é só que... Eu gosto tanto de ficar com ele, e agora que estou me acostumando com a ideia de ser mãe, não quero ter que me separar dele. Pelo menos não por enquanto.

A volta para casa foi super rápida, chegamos durante a madrugada. Acabamos dormindo os três juntos no meu quarto e de Bianca, eu confesso, foi ótimo dormir com os dois. No momento eu estou sentada na varanda, tentando me concentrar nesse livro, que eu nem ao menos lembro o nome, enquanto espero voltarem, eles foram buscar os resultados finais do pequeno. O clima na cidade está melhor hoje, nem muito quente, embora tenha sol, porém não está frio também. Está um clima agradável, até daria para tomar um banho de piscina, mas não estou com vontade de nadar hoje.

Na verdade eu preferia apenas ficar deitada comendo besteiras o dia inteiro.

— Mamãe, Mamãe!

Olho para o lado a tempo de ver o pequeno correr em minha direção, me sento corretamente na rede, deixo o livro de lado e abro os braços para o pequeno.

— Oi, meu amor.

Beijo seus cabelos, bem cheirosos por sinal. Ele está falando coisas muito rápidos, tento acompanhar, mas seu jeito afobada me distraí. São momentos como esse que me fazem ver o quão parecido comigo ele é, o jeito animado e imperativo. Da mesma forma que eu era quando pequena. E confesso, ainda sou assim às vezes. Pelo menos eu ainda era durante minha adolescência.

— Mãe, mostra a ela, mostra a ela mãe.

Ele se solta de mim e vai correndo até Bianca, segura ela pela mão e saí puxando-a em minha direção. Bianca ri e me olha, também acabo rindo.

— O que tem para me mostrar?

— O boletim dele, aqui. — Bianca me estende um envelope branco e eu prontamente o pego, abrindo-o em seguida. — Todas as notas estão excelentes, acho que alguém merece uma recompensa.

Surpreendo-me ao ver todas as notas A. Olho para Bianca e vejo ela com o pequeno sentado em seus ombros. Sorrio para ele e bato algumas palmas. Tenho um filho inteligente, bem não poderia esperar menos sendo filho de quem ele é.

Modéstia à parte, claro.

— Eu também acho. — Guardo a carta dentro do envelope e fico de pé. — O que você quer, Gab?

— Pizza! Muita pizza.

Não disse? É meu filho mesmo.

//

Bianca resolveu ir ao mercado comprar algumas pizzas congeladas. O almoço e o lanche foram banhados a pizza, nossa tarde foi muito agradável e acabamos os três brincando de carrinho no chão da sala. A poucos minutos Gabriel acabou pegando no sono, Bianca o levou para o quarto.

— Acho que ele só vai acordar amanhã de manhã, ou muito mais tarde. — Bianca diz assim que volta a sala. — Ele ficou feliz com o dia de hoje, tinha semanas que não fazíamos algo parecido com esse. — Olho curiosa para ela. — Sabe? Coisas em família, nós três juntos.

— Sério?

— Sim. — Ela senta no sofá ao meu lado e deita, faz eu descer as pernas do sofá e coloca a cabeça em meu colo. — Quer fazer alguma coisa agora?

Quero te beijar.

— Uh, não sei...

— Ah, esqueci de avisar, apesar de que você não lembra de qualquer forma. Seu carro já está bom outra vez, eu levei ele na oficina semana passada.

— Eu não me lembro de saber dirigir.

— Oh... É verdade. — Ficamos um tempo em silêncio, até que ela volta a falar: — Quer reaprender a dirigir? Eu te ensino se você quiser.

— Não sei...

Estou insegura, nunca quis pegar no volante de um carro antes porque morria de medo. Na verdade eu sempre preferi ser a carona em qualquer tipo de transporte, até mesmo em bicicletas. Bianca levanta de meu colo em um salto, levo um pequeno susto com seu movimento inesperado.

— Vamos? Você vai precisar, nem sempre vou estar aqui para te dar carona, além do mais você precisa conhecer direito as ruas.
— Tem razão... Mas não sei, tenho medo.

Bianca sorri, como se já soubesse que eu diria aquilo. Ela vem para perto de mim e segura meu rosto em suas mãos, sela nossos lábios duas vezes lentamente antes de cobrir minha boca com a sua. Iniciando um lento beijo, com calma ela insere sua língua em minha boca. Movimenta ela lá dentro com extremo cuidado, como se estivesse lambendo um sorvete, e saboreando ele. Minhas mãos vão para sua cintura e deixo que ela guie o beijo da forma dela, sinto-me entorpecida.

— Você confia em mim?

Pergunta em um sussurro, afasta um pouco o rosto do meu e olha em meus olhos. Não consigo falar então eu apenas concordo com a cabeça.

Sim, eu confio nela. Confio com a minha vida.

— Mas e o Gabriel?

— Ele tem o sono pesado, e nós podemos apenas dar uma volta no quarteirão. Que tal?

Paro um pouco para pensar, não sei se devo, mas também não pode acontecer nada de ruim em poucos minutos. Além do mais vou estar com Bianca, com toda certeza ela vai conseguir reverter a situação caso algo dê errado.

— Acho que tudo bem... — Concordo por fim, meio hesitante. Bianca sorri e comemora fazendo uma rápida dancinha, nego com a cabeça. — Mas você vai precisar ter calma comigo, eu sou meio lenta.

— É, eu sei. — Se levanta do sofá e me puxa junto dela. — Quem você acha que te ensinou a dirigir da primeira vez?

Bem, por essa eu não esperava... Eu achei que tinha aprendido com o meu pai. Mais uma coisa para a lista de coisas que eu aprendi com Bianca Andrade.

— E qual desses dois é o meu?

Questiono revezando o olhar entre aquele carro preto mais alto que Bianca sempre usa, e o menor estacionado do outro lado, que está coberto. Bianca não diz nada e passa pelo carro maior, para ao lado do pequeno, a acompanho até lá e espero que ela descubra o carro por debaixo daquela lona cinza.

— Esse é o seu carro.

Aos poucos ela foi revelando um carro branco, conversível e... Puta merda! Maravilhoso. Meu queixo está caído enquanto observo aquele carro. Eu me lembro de Manu ter dito que Bianca me presentou com esse carro.

— Nossa...

— Decepcionada?

— Óbvio que não!

Respondo rapidamente e Bianca gargalha de minha reação, vou para perto do carro e passo a ponta dos dedos no capô. Ou ela me ama muito, ou tinha feito uma besteira muito grande para ter me dado um carro desse.

— Eu comprei ele para você no meio do ano, veio direto da Alemanha.

— Você não deve ter pagado nada barato nele, ainda mais vindo de outro país.

— Você é minha esposa, Rafa, eu não me importo de gastar dinheiro com você. – Olho para ela, que dá de ombros como se aquilo não fosse grande coisa. Eu disse, Bianca não mudou, continua exagerada nas coisas. Embora eu não deva ser ingrata, porque é um carro realmente bonito e bem luxuoso. — E então? Quer dar uma volta?

— Com certeza.

Ela pede um segundo e entra em casa, volta correndo com algo em suas mãos, joga em minha direção e quando pego o objeto posso ver que é a chave do meu carro. Meu carro... Nem acredito.

...

— O cinto de segurança. — Puxo-o e o prendo da forma correta. — Agora você tem que marcha ré, assim...

Bianca começa a me explicar o que devo fazer e como devo fazer. Ela é mandona, muito mandona. Antes que pensei que era a mandona da casa, mas ela é muito mais do que eu. Eu estou tentando acompanhar cada comando e ordem dela, eu sou desastrada e meio lenta, ela terá que ter muita paciência comigo.

— Com calma, com calma, com calma.

Repito como um mantra enquanto sinto o carro andar para trás, Bianca está quieta ao meu lado, me dando um espaço para que eu fique mais tranquila.

— Rafaella, olhos no retrovisor!

Acho que falei cedo demais. Faço como ela manda e olho pelo retrovisor, por sorte não tem ninguém passando na rua, e o movimento de carros quase sempre é nulo por aqui. Bianca continua a me dar comandos, pelo menos ela não está gritando. "Você está indo bem.", ela elogia quando eu consigo manobrar o carro da forma correta. Sorrio para meu próprio feito. Até que não é tão difícil.

— É para eu ir direto?

— Sim, quando chegarmos na esquina você diminuí a velocidade, depois liga a seta para a esquerda. — Faço como ela coordenou, minhas mãos estão suando, porém as mantendo firme no volante. Seguro-o com tanta força que meus dedos estão quase sem cor. — Não precisa virar assim com tanta força, Rafaella! Porra!

O carro acaba morrendo quando eu tiro o pé da embreagem, o grito de Bianca me assustou. Olho para ela com os olhos arregalados, ela está respirando fundo como se estivesse buscando calma. Okay, acho que fiz besteira.

— Desculpa.

— Tudo bem, tudo bem. — Agora parece mais calma. — Me perdoa por ter gritado, é só que... Achei que iríamos bater.

— Acho melhor a gente voltar para casa, eu não consigo fazer isso.

— Ei! Ei! Sem esse desânimo, você consegue sim. — Repousa sua mão em minha coxa direita e a acaricia. — Vamos devagar, com calma. Você sabe que pode fazer isso. — Olho para ela e sorrio, é bom ser confortada por ela. — Respira fundo e vamos antes que... Puta merda!

— Deus!

Nós duas saltamos ao ouvir uma buzina atrás de nós, passado o susto caímos na gargalhada. Bianca volta a me coordenar e com calma damos a volta no quarteirão, estamos perto de nossa rua outra vez. Olho para os lados antes de entrar na rua assim como ela me ensinou, com o caminho livre continuo meu caminho. Avisto nossa casa, Bianca vai me acalmando para que eu consiga estacionar o carro no local certo e sem bater no carro dela.

— Assim... Muito bem. — Ela elogia enquanto eu adentro a garagem lentamente. — Viu como não é difícil? — Acabo me distraindo e minha mão escorrega no volante, Bianca consegue agir rápido e tomar o controle do carro. Tiro os pés do acelerador e da embreagem antes que eu faça mais besteiras. — Ufa! Por pouco.

Ela solta uma risadinha nervosa, aposto que achou que meu carro iria bater com tudo no dela. Recupero o fôlego que nem notei ter perdido. Jesus! Eu sou uma merda no volante, definitivamente eu não devo dirigir outra vez na vida.

Jogo a cabeça para trás e fecho os olhos, solto o cinto de segurança para ter um pouco mais de liberdade. Ouço Bianca fazer o mesmo ao meu lado, mas não a olho, tenho que raciocinar corretamente outra vez.

— Lua? Tudo bem?

Abro os olhos e viro a cabeça em sua direção, Bianca tem um olhar de preocupação. Sorrio para tranquiliza-la. Bianca sorri de volta e traz sua mão direita até meu rosto, logo acariciando minha bochecha com delicadeza.

— Isso foi meio assustador.

— Um pouco. — Ela solta uma risadinha nasal. Bianca se move no banco do carona e chega mais perto de mim. — Você foi muito bem.

— Diga-me a verdade, eu fui uma droga.

— Foi melhor do que quando você aprendeu pela primeira vez, juro. Pelo menos meu carro se salvou dessa vez, mas o do seu pai não teve a mesma sorte.

— Eu bati no carro do meu pai?

— Sim, dando a ré. — Não posso evitar gargalhar disso, é uma cena engraçada de se imaginar. — Temos bastante tempo para você se acostumar outra vez, fica tranquila.
O silêncio caiu sobre nós duas, ela continua acariciando meu rosto. Aproveito seu carinho maravilhoso, olhando-a de tão perto ela parece ainda mais linda. Os olhos tão negros, o nariz... Jesus! Quem tem o nariz atraente? Ela tem, como? E nem preciso falar dessa boca linda, não é mesmo?

Sinto minha boca secar. Céus!

— Bi, me beija...

— O quê?

Ela parece surpresa, é a primeira vez que peço um beijo a ela. Me inclino para frente, deixando nossos lábios a centímetros de distância.

— Me beija, me beija agora.

E não preciso pedir outra vez para que ela me beije, seguro seus cabelos com força, sentindo ela amassar seus lábios contra os meus. Tão bom, tão doce. Ela coloca a mão em minha coxa outra vez, aperta a região um pouco abaixo do meu joelho, causando-me um pequeno espasmo. Arfo ao sentir ela deslizar a ponta da língua em meu lábio inferior, ela insere-a em minha boca e eu arrisco chupa-la. É o suficiente para tirar Bianca do sério, sua respiração se altera e a mão em minha coxa sobe. Ela me beija com mais vontade, como se fosse nosso último beijo.

Esse acaba de entrar no top 3 dos beijos que demos até agora. Definitivamente.

— Rafaella.

Bianca murmura em meio ao beijo, seguro seus cabelos com um pouco mais de força. Estava perdida naquele beijo como ainda não estive desde o nosso primeiro beijo. Mas então eu sinto uma pressão no meio das pernas, algo anormal que não deveria estar ali. Bianca suga minha língua e outra vez eu sinto aquela pressão, agora mais forte do que antes.

— Oh... Bianca. — Tento quebrar o beijo, porém ela me puxa para mais um beijo. Ao senti-la alisando onde não deveria, arregalo os olhos e salto para trás, acabo esbarrando na buzina do carro, o que faz ela saltar para trás assustada. — Cristo!

O carro é conversível, mas nem mesmo isso consegue aplacar o calor que estou sentindo. Olho para Bianca que está tomando fôlego, recuperando-se do nosso momento e do pequeno susto que a buzina causou.

— Desculpa, desculpa... Eu só... — Ela está ofegante, balançando as mãos e negando com a cabeça. — Me empolguei, bastante. Você não está chateada comigo, está?

— Por quê?

Pergunto confusa, quer dizer... Nós duas passamos um pouco da linha, mas não foi uma coisa tão grave assim.

— Eu ultrapassei um limite seu, eu disse que iria com calma...

— Então vamos com calma?

Olho para Bianca e sorrio de lado, ela suspira aliviada e sorri também.

— Sim, amor, com calma.

Eu já não tenho certeza se quero ir com tanta calma...

....

Nossa maratona está quase chegando no fim 😥😥

Maaaas prometo em alguns camps resolver umas dúvidas de vocês rsrsrs

AVISO DE SPOILER!!! (Pois sou uma boa autora)
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Como vocês estão achando, a Bianca não  está mais grávida. Na minha visão o que Bianca não quer contar é bem pior

Bjss e fiquem na curiosidade 💖

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