Stupid Wife (RABIA)

By ataradahh

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Você já se imaginou casada com alguém que você nunca suportou na vida? Rafaella Kalimann também nunca havia... More

Capítulo 01
Capítulo 02
Capítulo 03
Capítulo 04
Capítulo 05
Capítulo 06
Capítulo 07
Capítulo 08
Capítulo 09
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40

Capítulo 18

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By ataradahh

5/10

***

— Essa aqui, no nosso baile de formatura.

Bianca diz e aponta para uma das milhares de fotos penduradas ali, vou até ela e olho para a foto. É impossível não sorrir ao ver a versão mais nova minha e de Bianca juntas, na foto eu estou sentada de lado em seu colo, Bianca está com a cabeça recostada em meu colo, seus olhos estão fechados e ela sorri. Meu sorriso na foto não é menor que o dela, parecemos felizes.

— Nós fomos juntas?

— Sim. — Continuo olhando para a foto, tento forçar minha mente para me lembrar desse dia, mas nada acontece. — Eu aluguei uma limusine gigante, você quase enfartou quando viu.

Ela conta e gargalha, olho para ela e sou contagiada pelo som de sua risada. Sua cabeça sendo balançada de um lado para o outro, Bianca morde o lábio inferior e olha para baixo.

— Isso é a sua cara. — Ela levanta a cabeça ao ouvir meu comentário. — Me lembro bem do quão exagerada você era no colégio, acha que me esqueço daquela sua moto gigante?

— Ela nem era tão grande assim.

— Era sim. O dia que você me deu carona, eu quase morri, eu pensei que sairíamos voando com aquele troço.

— Que exagero, amor. — Mordo os lábios e dou um pequeno sorriso ao ouvi-la me chamar daquele jeito. — E-eu... Saiu sem querer.

Olho para ela que está com as bochechas coradas, junto as sobrancelhas confusa.

— O quê?

— Eu te chamei de amor... Foi sem querer.

Esclarece e a expressão em meu rosto suaviza, hesitante dou um passo para mais perto dela. Bianca olha quase sem piscar, e se mover. Nem sei dizer se ela está respirando, mas acho que não. Aproximo meu rosto do seu e quando estou prestes a juntar nossos lábios, o celular dela começa a tocar. Saltamos uma para longe da outra por causa do susto.

— Jesus!

Exclamo levando uma mão até meu peito, Bianca solta uma risadinha nervosa e busca pelo aparelho em seus bolsos, quando ela finalmente o acha logo atende a ligação.

— Oi, pai. — Me recupero do susto aos poucos. — Não, eu vim dar uma volta com a Rafa... Sim, nós viemos aqui no sítio. — Ela me olha e sorri enquanto ouve o que seu pai diz. — Já estamos indo, okay.

— Vamos embora?

É impossível não notar a decepção na minha voz, e com certeza Bianca notou.

— Sim, mas nós podemos voltar amanhã ou quem sabe dormir aqui...

— Aqui?

— Não aqui na casa da árvore, mas na casa lá na frente. — Ela explica apressadamente e eu acabo sorrindo de seu jeito meio afobado. Bianca se afasta da parede e ajeita suas roupas. — Vamos?

Me chama e apenas concordo com a cabeça, estamos quase saindo da casa quando eu a seguro pelo pulso. Bianca me olha sem entender e antes que ela possa falar algo, seguro seu queixo com minha mão livre e selo nossos lábios. Ela suspira com força, o ar batendo contra meu rosto. Sinto Bianca apertar minha cintura e então aprofunda o beijo. Nossos lábios se movendo lentamente, como se estivéssemos dançando uma valsa.

— Só para deixar claro, eu gosto quando me chama de amor.

Confesso após pararmos o beijo, me afasto um pouco de Bianca e a vejo abrir um enorme sorriso. Jesus! Que sorriso mais perfeito ela tem. Eu acho que tenho uma queda por ele.

Na verdade tenho um abismo por ela inteira... E só parece aumentar.

Eu simplesmente não consigo tirar os olhos dela.

//

Estamos de volta na casa dos pais dela, andamos lado a lado em silêncio. Lá dentro o único barulho que se ouvia era o da televisão, olho para a sala e vejo Gabriel deitado no colo de Fred. Mônica não está por aqui, mas nem sei se quero saber onde ela está. Se for para ela ficar chateando Bianca, quero ela o mais longe possível.

— Quer descansar?

— Um pouco.

Admito porque é a verdade, me sinto cansada, tanto por causa do almoço e a caminhada no sítio depois quanto com a descarga de emoções que tive com a dança e os beijos que troquei com Bianca. Eu só preciso dormir por algumas horas e acordar renovada.

— Vamos subir então, vou te mostrar seu quarto. — Subo junto dela, andamos em silêncio até parar em frente a terceira porta da esquerda naquele extenso corredor. — Aqui, eu vou ficar nesse quarto da frente e o Gab se você quiser pode ficar com você, ou comigo, sem problemas.

— Podemos revezar.

Sugiro e ela sorri, acenando com a cabeça. Ficamos nos olhando durante alguns segundos, não precisamos dizer nada uma para a outra. Se antes a presença dela me deixa desconfortável, hoje me deixa segura. Bianca me transmite uma segurança imensa, do lado dela eu me sinto protegida. Incrível como ela causa isso em mim.

— Então eu vou lá pra baixo... Se quiser tomar banho, fica à vontade, okay?

— Okay.

— E... — Ela pressiona os lábios e fecha os olhos por alguns segundos, quando volta a abri-los eles estão brilhando, intensos. Bianca segura meu rosto com delicadeza, ela aproxima a boca da minha com cautela, como se estivesse pronta para se afastar caso eu a rejeitasse. Quando me beija, suga meu lábio inferior com calma, bem devagar. Arfo em sua boca, Bianca pressiona os dedos em meu maxilar e sela nos lábios. — Bom descanso, amor.

Sussurra, sorrindo em seguida. Sorrio da mesma forma e vejo ela se afastar, ouço seus passos se distanciarem, mas continuo ali, parada. Levo meus dedos até minha boca, toco meus lábios, sentindo eles formigarem ainda.

Ah, Bianca Andrade ... O que você está fazendo comigo?

//

— Fique por mim...

Me mostre que você ainda me merece, Rafaella.

Sabe aquela sensação de sonhar que se está caindo? É assim que estou me sentindo. Minha respiração está descompassada, eu sinto o suor por todo meu corpo, a blusa que estou vestida parece grudar em minha pele a cada vez que respiro para recuperar o fôlego. Engulo seco, arfando olho em volta... Tudo está escuro, ainda estou na casa dos pais de Bianca e não tem ninguém aqui.

— Malditos pesadelos!

Murmuro para mim mesma e volto a deitar na cama, olho para o teto forrado por madeira. No centro o lustre cheio de pedrinhas me chama a atenção, me distraio olhando para ele e só volto a realidade ao ouvir o clique na porta, em seguido um rangido. Levanto o pescoço para ver quem é e não enxergo ninguém de primeira, me estico mais um pouco e só então vejo Gabriel adentrar o quarto devagarzinho, como se não quisesse ser notado. Ele ainda não notou que estou acordada, em seguida vejo Bianca também adentrar o quarto, ela faz o mesmo que nosso filho e entra em silêncio. O que diabos eles estão aprontando?

Mãe?

Estou aqui, filho. — Bianca responde ao sussurro de Gabriel. Rapidamente me deito corretamente e fecho os olhos, mas abro uma pequena fresta para poder ver o que eles iriam fazer. — Cadê o chantilly?

O quê?

Pelo canto do olho vejo a sombra de Bianca, em seguida ela liga o abajur e posso então ver melhor os dois. Tento me manter parada, para que eles não notem que já estou acordada. Gabriel entrega para Bianca a lata em sua mão, ela sorri para o pequeno e retira a tampa da lata.

Quando ela acordar você sai correndo, entendeu? — Bianca olha para o meu rosto e com toda calma do mundo pega minha mão, abre a mesma, deixando minha palma a sua mercê, logo ela espirra um monte de chantilly em minha mão. Tenho que me controlar para não me encolher ao sentir aquele negócio gelado em minha mão. — Quando eu chegar no três, ok? Um, dois, trê-

Corto sua fala ao segurar em sua nuca, abro os olhos e Bianca me olha com os dela arregalados. Sorrio diabolicamente e antes que ela possa correr, lambuzo toda sua cara com o chantilly que estava em minha outra mão. Ouço a porta ser aberta e alguns passos no corredor, o pequenino fugiu, mas eu posso pega-lo depois. Bianca se solta de mim e vai andando para trás, esfregando seu rosto com as mãos freneticamente.

— Que bonito, não é mesmo? — Minha voz sai assustadoramente calma, retiro o cobertor de cima das minhas pernas e me viro, levanto da cama e vou na direção de Bianca, que se encolhe na parede. — Que covardia da sua parte me atacar enquanto eu estou dormindo, não acha?

— E-eu... Foi ideia do Gabriel, diz pra ela fi... Ué cadê ele?

— Foi embora.

— Traidorzinho. — Resmunga e passa as mãos sujas com chantilly em sua bermuda. Continuo a olha-la, tento fazer meu melhor olhar sério e quando ela me encara, eu consigo ouvir o som da saliva sendo engolida por ela. — Eu juro que não foi ideia minha.

— Eu vou te dar cinco segundos para sumir da minha frente. — Rosno entredentes, Bianca continua paralisada, parece surpresa ao me ver falar daquela forma. — Um, dois, três... Boa garota.

Assim que ela passa como um raio através da porta, eu começo a gargalhar, mas com bastante vontade mesmo. Aquela situação era tão engraçada e cômica, por um momento me senti no colegial outra vez, quando Bianca aprontava pegadinhas para cima de mim e depois eu saia correndo atrás dela para matá-la.

Pensando por um lado as coisas não parecem tão diferentes assim, mas isso não é ruim... De forma alguma.

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