Com um coque nos cabelos desgrenhados, Cris voltou a sala acompanhada das quatro amigas para o círculo dos rapazes, que agora estavam conversando sobre quadribol.
- Ei! Vocês estão bem? – Remus se levantou com um semblante preocupado.
- Cristalzinha só precisava botar umas coisas pra fora. – Ava bateu nas costas de Cris que ainda tinha claros sinais que o álcool circulava pelo seu sangue.
- Podemos continuar? – James pegou a girafa e sacudiu-a no ar.
- Melhor não... Temos que ir dormir. Já está tarde e... – Luna começou. Mas logo que a ideia de voltar para o quarto e ficar pensando em sua mãe pousou nos pensamentos de Romina, a ruiva protestou.
- Ah, Lu! Vamos ficar só mais um pouquinho... amanhã eu vou embora e...
- Você vai embora amanhã? Por que? – Luis perguntou.
- Ah... minha mãe precisa de mim. – Ela tentou sorrir. – Está doente.
O clima quase ficou pesado entre os amigos. Mas James logo tratou de falar:
- A voz de Reusser é a voz da sabedoria! Vamos jogar!
Novamente, Luna se sentou ao lado de Remus. Ambos evitando olhar um para o outro. Mas Luna estava feliz. Um sorrisinho brotava nos cantos de seus lábios mesmo que ela tentasse impedir.
A garrafa girou. Cris perguntaria a Luna.
- O que você quer, gata? – Luna nunca vira Cris tão... solta. Até parecia uma versão feminina e menos egocêntrica de Sirius. Nem parecia que três minutos atrás estava vomitando as tripas.
- Hã... verdade. – Santiago tentou sorrir.
- É verdade que... – Cris gargalhou. – Como é que você vivia com um lobisomem, hein? Ele já tentou de comer?
Luna congelou. Olhou para Romina e a ruiva estava estática e com os olhos e a boca arregalada.
- Como é que é? – Peter perguntou
- Um... Lobisomem? – Sirius estava nervoso. Alternava o olhar entre Remus e James.
- Onde é que tem lobisomens aqui, gente? – James tentou rir. Mas estava tenso demais para parecer sincero.
- A Cris tá trêbada, gente. Deve estar delirando. – foi Ava quem conseguiu responder. – Essa semana mesmo a Lu tava lendo um livro lá de biblioteca sobre lobisomens. Deve ser por isso que ela tá com isso na cabeça
- É! – Rommy tentou concordar. – Cris tá delirando. Vamos para o quarto, meninas? Tô morrendo de sono. – ela se espreguiçou e fingiu um bocejo.
- Mas... – Cris tentou protestar.
Ava se levantou e puxou Luna. Os meninos não falavam uma palavra. O clima de festa se esvaíra, tanto pelo medo de Luna e das amigas de outras pessoas ficarem sabendo de seu tio, quanto pelos marotos e seu segredo peludo.
- É... Vamos... vamos todos dormir. – Sirius se levantou e foi seguido pelos outros rapazes.
- Ei, Rommy! Espera! – Luis correu atrás de Romina antes que ela alcançasse a porta. – O que sua amiga quis dizer com... lobisomem?
- Hã, nada, ué! Ava já explicou, ela tá bêbada e... você sabe, né?!
- Bem, é que meu pai trabalha diretamente com esses... monstros. Se a Luna tem qualquer tipo de envolvimento com um você devia tomar cuidado porqu...
- Olha, vamos todos dormir! Até outro dia! – Romina deu um beijinho na bochecha de Luis e correu para alcançar as amigas.
Luna ia caminhando a frente. Ela nem sabe como, mas chegaram em seu quarto sem serem pegas. Ava trocou e colocou Cris na cama e foi ao banheiro trocar sua roupa por outra, essa estava com um cheiro fortíssimo de álcool e vômito.
- Lu... você sabe que ela não teve intenção... – Romina tentou amenizar o clima. Se sentando ao lado da amiga na cama.
- É... eu sei. Tá tudo bem, Rommy. Ele... ele não me manda cartas há duas semanas. Eu... Tô preocupada que tenham descoberto e estejam... sei lá. E se ele foi obrigado a fugir?
- Ei! Não pensa nisso, tá? – A ruiva acariciou os cabelos de Luna, agora o penteado estava tão frouxo que alguns fios caíram em seu rosto. - Dorme comigo? – Luna sorriu para ela. Logo as duas arrastaram as camas para ficarem uma ao lado da outra.
- Você tá com medo? – Luna perguntou baixinho para a amiga. Ela não precisou dizer que ela sobre a mãe ou sobre a azaração dos sonserinos.
- Apavorada. E você? – A amiga entendera que falavam sobre o tio Guildo.
- Também.
- Mas logo eu tô de volta! E... – Romina apertou o colar que elas ainda usavam. Logo o colar de Luna brilhou. – A gente vai estar sempre juntas! Mesmo longe.
- É. Mesmo longe. – Luna também apertou seu colar e viu a luz roxa escapar pelos dedos de Rommy. Luna moveu os dedos até o cotovelo da amiga.
E com olhares chorosos, as amigas acabaram adormecendo de cansaço. Fora um longo dia.