Dirty Laundry ✅

ohlulis tarafından

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Nina Houston-Löwe tinha uma grande meta para seu semestre na Oak: se tornar a melhor no seu curso e voltar pa... Daha Fazla

intro
google.com/oak
prólogo
1. there's a new girl in town
2. starboy
3. big three
4. cool kids
5. don't call me angel
7. i guess i'm lying cause i wanna
8. i got issues, but you got 'em too
9. momma, I'm so sorry, I'm not sober anymore and daddy, please forgive me
10. make it two and we got a deal
11. i say don't let me go and you say why can't we be friends?
12. guess nothing in life's a mistake cause all wrong turns lead to you
13. it's just medicine
14. your right is wrong... but love never leaves a heart where it found it
15. another love
16. dry your smoke-stung eyes so you can see the light
17. if i knew how to hold you i would
18. i'm so into you i can barely breathe
19. are you scared of what's to come?
20. tell me I've been lied to, cryin' isn't like you pt. 1
21. tell me I've been lied to, cryin' isn't like you pt. 2
22. it's like I'm fighting behind these walls and hiding through metaphors
23. are you going to age without mistakes?
24. don't you dare look out your window, darling, everything's on fire
25. where do we go? tell me my fortune, give me your hope
26. oh you're in my veins and i cannot get you out
27. and now, it's time to leave and turn to dust
epílogo

6. so much that we could've said, so much that we never said

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ohlulis tarafından

Leo tinha a sensação de que ainda estava de ressaca.

O domingo inteiro não tinha sido suficiente para ele passar em seu quarto, embaixo dos cobertores, evitando até simples ações como descer as escadas para almoçar ou cruzar o corredor para se certificar que os amigos estavam vivos.

Bem, indiretamente ele sabia que Remi estava vivo porque tinha a má sorte de ter o quarto ao lado do dele e ter escutado a cama do amigo bater incessantemente na parede a porra da manhã inteira. E Nate era agradável o suficiente para ter levado torradas para ele perto das cinco horas da tarde, certificando-se que Hawkins não tinha definhado até a morte depois de um porre que ele se arrependeria pela semana inteira.

Na segunda, quando teve que levantar às cinco da manhã para o treino que aconteceria trinta minutos depois, ele teve certeza que estava pagando por todos seus eventuais erros da vida. Percebeu que seria um treino difícil quando observou o planejamento preso no mural da arena, com duas páginas de comprimento e muito mais do que eles costumavam fazer normalmente.

Merda. Era quase como se o treinador Patron soubesse que o time inteiro tinha perdido a mão na comemoração do final de semana e queria se vingar pelo open-house.

Ou talvez ele fosse um dos vizinhos deles. Aquela era uma teoria válida, Leo não duvidaria.

QUE INFERNOS ESTÁ ACONTECENDO COM ESSE TIME? — o grito do treinador assustou os jogadores que ainda pareciam estar dormindo, fazendo-os entrar em posição antes que ele repetisse o gesto. — É com essa atuação de merda que vocês querem ter uma chance contra Yale no fim de semana?

A chamada fez com que Leo, e parte do time, se esforçasse mais durante o treino matinal mesmo quando seu corpo reclamava. Sua cabeça ainda doía, seus músculos pareciam não ter se recuperado dos exercícios do final de semana e a velocidade que imprimia no gelo revirava sua barriga. Na próxima, talvez fosse indicado que deixassem cestos de lixo próximo da pista, se alguém resolvesse eventualmente esvaziar o estômago durante o treino.

Mas, por outro lado, Leo sabia que precisava dar o seu melhor na sua temporada final na Oak. Era sua última chance de conseguir um contrato ao final do último período letivo, já que ele não tinha sido draftado, como alguns outros companheiros que jogavam ao seu lado. Não se destacou nos primeiros dois anos na universidade e já tinha 21 anos quando começou a chamar atenção. Diferente que Remi, que teve seu potencial reconhecido antes dos 20 e por isso já tinha um futuro e uma vaga em um time da NHL garantida.

— Hawkins, fique — o treinador Patron o chamou assim que o time foi liberado, fazendo-o parar antes de sair do gelo. — Uma palavra?

Leo assentiu, colocando as proteções de lâminas nos seus patins antes de ir até onde Fred Patron estava, esperando perto da penalty box com as duas mãos atrás do corpo enquanto observava a pista de gelo ficar vazia à medida que o resto do time se retirava para o vestiário.

— Vou esperar por você — Remi anunciou antes de sumir pelo túnel da Arena, tirando graça com algum dos outros jogadores na sequência como Leo pode escutar pelo eco da sua voz.

Fred Patron não era o tipo de pessoa com quem você gostaria de ser chamado para uma conversa a sós. A sua figura era pequena se comparada aos companheiros de gelo que Leo enfrentava todos os dias, mas tinha mais relação com sua voz autoritária e seu jeito grotesco de falar. O treinador conseguia fazer um elogio soar como uma ameaça sem nenhuma dificuldade.

— Escute, essa é sua última chance de conseguir um bom contrato no profissional e eu sei que é isso que você quer para seu futuro — o treinador começou assim que Leo se aproximou dele, assentindo com a cabeça. Ele não precisava ser lembrado disso mais uma vez. — Não vou pegar leve com você. Preciso de atuações memoráveis e não números variáveis como as duas últimas temporadas.

Leo concordou a contragosto. Seus números não eram tão variáveis assim, ele só tinha a má sorte de ficar fora de jogos realmente importantes que culminavam em resultados abaixo do esperado do time da Oak. Não era uma grande surpresa, Hawkins já mostrava que era um jogador importante desde que tinha subido para o time principal, e a sua ausência no gelo era notada por qualquer um que acompanhasse o time universitário.

— Treine dobrado, fique até tarde, acorde mais cedo... Eu não dou a mínima com como você vai fazer isso, mas eu vou cobrar o melhor. Não me desaponte.

— Não vou, treinador.

Foi a única coisa que Leo falou antes que ele o deixasse sozinho com seus próprios pensamentos, com sua ficha começando a cair ao levantar todas as expectativas que tinha para aquele semestre.

Era sua última chance.

A última de provar para o seu pai que ele tinha algum futuro no esporte e fazê-lo entender que ele seria mil vezes mais feliz no gelo do que vestindo terno e gravata e trabalhando no ramo da família.

Formaria como economista, mas como poderia viver o resto da sua vida assim?

Treinaria dobrado ou até triplicado, se necessário, para conseguir a atenção de algum dos olheiros que frequentavam os jogos universitários das principais universidades do país. Esperava ter um pouco de sorte, também, para se destacar em uma partida com uma presença importante. Sabia que seria um bom candidato ao profissional se conseguisse alguma atenção.

Remi já tinha sugerido que podia ajudá-lo com isso se Leo aceitasse, usando todo o caminho de ouro que ele tinha por seu pai ser John Vince, atual reitor da Oak. 'Só um convite a um olheiro, Leo, porra', Remi tinha dito no meio de uma das discussões sobre o assunto, depois de repetidas negações de Hawkins.

Ele não tinha interesse. Preferia fazer as coisas do seu jeito, por mais complicadas que elas se tornassem dessa maneira.

Não teve muito tempo para refletir mais sobre o assunto e a conversa com o treinador, correndo em direção ao vestiário assim que checou o horário no relógio digital que também servia para marcar os pontos e o tempo em dias de jogo. O maior problema daqueles treinos que começavam de madrugada era que poucas eram as vezes que os jogadores conseguiam chegar a tempo para a primeira aula, se ela começasse às oito como o usual.

Como ainda não tinha aprendido a estar em dois lugares ao mesmo tempo, Leo tomou banho o mais rápido que conseguiu antes de disparar pelo campus até o prédio onde começaria o seu tempo extra de punição por todas as escolhas erradas feitas em sua vida. Ou, como estava escrito na sua grade de horário, a aula de microeconomia intermediária.

Ainda estava na segunda semana de aula e já se lembrava exatamente porque ele odiava tanto aquela matéria.

Chegou junto com a professora Wes, que mesmo assim pareceu incomodada de não vê-lo na sala quando cruzou a porta de madeira, acompanhando-o com o olhar até que ele estivesse sentado, novamente, no único lugar vago que havia no auditório lotado.

Na fileira atrás de Nina Houston.

Ela, dessa vez, fingiu que não viu quando ele passou ao seu lado, deixando apenas um rastro de perfume e de banho recém-tomado. Leo, apesar de ter olhado em sua direção, não forçou simpatia, ainda sem saber como prosseguir depois da festa do sábado.

Tinha sido muito para assimilar. Passara boa parte do domingo, entre idas ao banheiro para se livrar de todo o álcool e remexidas em cima da cama sem encontrar uma posição que não parecesse que ele estava morrendo, pensando sobre Nina e tudo o que tinha acontecido entre os dois. Lembrava perfeitamente da jogada arriscada dela, da provocação em seus olhos verdes, da antecipação a cada arremesso, do olhar de desejo dela em seu corpo e do mesmo vindo dele assim que ela se livrou da maldita meia calça que ainda deveria estar em algum lugar na sua sala.

E do olhar. Da porra do olhar que Nina o endereçou antes de dar as costas para ele, esperando por um movimento que ele nunca chegou a fazer.

Quando Nina foi embora, levou parte da diversão da festa. Leo tinha que assumir que o clima não ficou o dos melhores e se não fosse a ajuda dos melhor acompanhantes da noite Johnnie Walker, José Cuervo e Dom Pérignon, eles não teriam se divertido tanto.

Bendito fosse o álcool e maldita fosse a ressaca que já durava dois dias inteiros.

— Bem, vamos começar o semestre de forma diferente esse ano — a professora começou a falar e Leo se apressou para tirar seu notebook da mochila, parando assim que ela continuou a falar. — Não percam tempo com cadernos ou notebooks. Vocês vão fazer um teste surpresa hoje, valendo um quarto da nota do semestre.

Porra — Leo xingou baixinho, ou ao menos esperou que não tivesse chegado aos ouvidos da Sra. Wes, engolindo em seco. — Na segunda semana? Sério?

Não era exatamente o que ele queria ouvir naquele momento.

Leo tinha estudado o conteúdo que ela tinha passado na primeira aula.

Bem, na verdade ele tinha tentado. Eram três capítulos enormes e ele tentou terminá-los por duas noites seguidas, pegando no sono antes da metade nas duas vezes. Mas ele estava se esforçando, podia provar isso com os resumos que tinha baixado dos capítulos para que ao menos tivesse alguma noção do conteúdo que teriam na aula seguinte e das apostilas que tinha deixado no Ivy para que pudesse ler nos intervalos dos seus turnos.

Aquele seria só um pequeno escorregão. Um quarto da nota, Leo pensou, tentando calcular rapidamente o quanto precisava acertar naquele teste para não jogar seu semestre completo no lixo ainda na segunda semana de aula.

Mas ele nunca fora muito bom em matemática para conseguir chegar em uma resposta antes que ela continuasse a falar.

— Vocês farão par com a pessoa sentada atrás de vocês. Trinta minutos para terminar o teste são suficientes

Nina se mexeu desconfortavelmente na cadeira de madeira, inclinando sua cabeça para fora da fila para poder contar em qual lugar estava, repetindo 'por favor não seja um número ímpar, por favor não seja um número ímpar' mentalmente enquanto fazia isso.

Sentada na quinta fileira, ela estremeceu e suspirou pesadamente ao perceber que faria aquele trabalho com a pessoa que estava logo atrás dela.

Leo fucking Hawkins.

Ela pensou diversas vezes em levantar a mão e pedir para trocar de dupla, na esperança de que a Sra. Wes tivesse compaixão o suficiente para permiti-la não passar aquele tempo na companhia de Leo, mas o gesto parecia baixo demais até para o rancor que a alemã sentia.

Então esperou impacientemente por todo o momento que a menina que estava ao seu lado se levantou dando lugar para Leo se sentar, enquanto continuava a olhar para frente como se algo muito importante estivesse escrito no quadro. Mas não conseguiu ignorá-lo por muito tempo quando ele se aproximou, invadindo seu olfato com um perfume agradável que tinha potencial de se espalhar pela sala inteira.

E como infernos ele ainda podia estar tão bonito com os cabelos molhados bagunçados como se não tivesse visto um pente naquela manhã?

— Então... Nós somos um time agora, Nina — Leo falou com certo receio, assistindo-a pegar a folha do teste e passar o resto para as pessoas que estavam atrás. — Eu estudei o primeiro capítulo então nós podemos...

— Nós estamos realmente fazendo isso?

Nina o cortou, arqueando as sobrancelhas em direção a Leo ao olhá-lo pela primeira vez, não exatamente esperando uma resposta. Aproveitou o silêncio para colocar o nome dos dois na folha, passando para a primeira pergunta sem nem dar espaço para que ele pudesse lê-la. Hawkins não parecia ser o aluno mais dedicado àquela matéria e ela certamente não precisava da sua ajuda para responder às questões.

Ela tinha 99% de certeza que sua mãe diria que aquele era um gesto nada amigável, mas ela simplesmente não se importava o suficiente.

Não depois do que ele a deixara passar na festa de sábado.

— Ei, o que eu fiz pra você? — Leo questionou depois de algum tempo em silêncio, observando-a ignorar sua existência sem dificuldade.

— Hm, vamos ver, Hawkins... — ela pareceu pensar, colocando uma mão no queixo. — Você ficou parado assistindo seu amigo me expulsar de uma festa estúpida que eu só aceitei ir porque você tinha me convidado — o tom que Nina usava era rude e isso fez com que Leo continuasse calado. — Não que eu estivesse esperando muito de você, só que você não fosse um idiota completo.

— Ele é meu amigo, o que você queria que eu fizesse? — Leo sussurrou de volta, desviando seu olhar para frente assim que percebeu que a professora os encarava ameaçadoramente. — Não foi legal, mas...

— Quando seu amigo ou qualquer pessoa faz algo que você sabe que não é legal, não é seu papel ficar calado, Hawkins. Não deveria ter um 'mas' nessa sua frase.

Nina se calou subitamente, voltando a atenção para o papel que a professora tinha entregado minutos antes e retornando a preenchê-lo. Ele engoliu em seco, percebendo pela primeira vez que atrás da rispidez dela, havia uma mágoa que ela não parecia estar confortável em deixar a tona. Mas Leo conseguia vê-la na maneira que Nina apertava a caneta que segurava e mantinha os lábios apertados em uma fina linha como se estivesse se esforçando para não falar mais nada.

Merda. Ele devia ter feito algo.

— Ok — ele falou, apoiando os braços na mesa e levando os olhos castanhos de volta a ela, mesmo que não tivesse sua atenção. — Foi estúpido. Não só a atitude do Remi na festa, mas toda a situação. Desculpe.

Leo continuou observando-a pelos instantes seguintes, buscando qualquer reação nos olhos verdes que continuavam passando pelo papel enquanto ela escrevia sem parar. Como infernos ela parecia saber a resposta de todas as questões? Nina nem parecia precisar de mais de dez segundos entre uma e outra enquanto escrevia respostas de mais de cinco linhas que Leo nunca seria capaz de fazer.

Sim, ele estava se esforçando para tentar passar em Econ121 naquele semestre, mas estudar só o primeiro capítulo não parecia ser suficiente para aquele teste surpresa que a professora tinha entregue a eles.

— Eu não estou aqui para te ensinar bons valores ou para fazer amigos — deixou a caneta de lado para respondê-lo, dando de ombros. — Me irritou o fato dele ter agido como se eu não tivesse escolha. E o que você disse... Teria sido útil escutar isso quando ele me humilhou na frente de metade do campus, não agora.

Aquela era a versão de Nina com o orgulho ferido que sua mãe sempre disse que era amarga de se engolir. Talvez seria mais fácil se ela tivesse um pouco mais de sua mãe e soubesse perdoar as pessoas assim que um 'desculpe' estivesse na frase, mas nem suas sessões de terapia por alguns anos tinham sido o suficiente para melhorar isso.

— Então... O que você quer que eu faça?

Nina sorriu como se Leo tivesse contado uma piada, preenchendo mais uma questão com rapidez, deixando por alguns segundos sua pergunta no ar.

Nada, Hawkins — falou como se fosse óbvio, dando de ombros. — Nós não precisamos ser amigos. E você definitivamente não tem que fingir que quer isso só para fazer a cama para seu amigo.

— Eu não fingi em nenhum momento, Houston — resolveu usar o sobrenome, notando que ela também parecia ter desaprendido seu primeiro nome. — Não faria isso. Nem se Remi ou qualquer pessoa no campus me implorasse por isso. Não fingi porra nenhuma na verdade, Nina.

Houve um momento entre as palavras de Leo e o instante que Nina voltou sua atenção para o teste que pareceu durar uma eternidade. Ele olhava no fundo dos seus olhos verdes enquanto falava, percebendo que ela fazia o mesmo e travava uma batalha silenciosa entre acreditar que aquilo era verdade ou aceitar que era apenas mais alguma coisa que ele falaria para se desculpar pelo seu comportamento.

Por contratempo do destino, a imagem que veio na sua cabeça não foi a do convite para a festa, dos olhares no Ivy ou da primeira aula do semestre. Por uma estratégia errada do seu cérebro, ou 'um erro na máquina', como Nina diria, o que estava na sua mente era exatamente o momento que eles brincavam na festa. A ansiedade pelo próximo momento, os olhares que não eram discretos, os sorrisos contidos que eles trocavam como se fossem velhos amantes...

Engoliu em seco, pensando em qualquer coisa que não envolvesse Leo Hawkins, sentindo suas bochechas esquentarem com o pensamento irreal que ele sabia exatamente o que a alemã estava pensando naquele momento.

Nina não respondeu. Na verdade, nem conseguiu pensar em qualquer coisa para respondê-lo, porque sabia que não havia muito o que ser dito. Queria poder dizer que aquilo era mentira e que ele tinha conversado com ela só por causa de Remi, mas sabia que não podia fazer isso.

E lá estava Leo novamente a tirando do controle da situação, forçando-a a se perguntar o que ele quis dizer com suas últimas palavras, o que se passava na sua cabeça e o que poderia acontecer se ela abaixasse, por um segundo sequer, as barreiras que erguera em seu redor.

— Então você não vai me dar uma segunda chance? — Hawkins questionou baixinho, erguendo os olhos castanhos na direção dela.

— Você nem teve uma primeira — Nina respondeu arqueando as sobrancelhas, assistindo-o erguer sua postura.

— E se eu quisesse uma?

Nina voltou a atenção para o seu teste e não mais olhou para Leo, deixando sua pergunta permanecer no ar assim como seus próprios pensamentos. Hawkins tinha o efeito irritante de tirar as palavras da sua boca, logo ela que tinha crescido acostumada em ter todas as respostas na ponta língua.

A alemã odiava.

Mas no fundo (bem no fundo), a instigava.

Levantou da cadeira antes que qualquer outra atitude fosse tomada, jogando a bolsa nas costas antes de andar até a mesa da professora, que já parecia corrigir de caneta vermelha uma pilha de papéis que estavam à sua frente. Não precisava ter um olho nas costas para saber que Hawkins seguiu todos seus movimentos com o olhar, não se preocupando em ser discreto enquanto fazia isso.

Porra de menina difícil. Leo pensava enquanto passava as mãos nos cabelos escuros, suspirando fundo.

É, não devia ter achado graça de Remi quando soube que ele estava interessado em Nina. Porque acreditava que o jogo estava começando a virar e agora a piada seria ele.

— O Sr. Hawkins ajudou em alguma coisa, Srta. Houston? — a professora Wes perguntou, encarando Leo com os olhos apertados por cima dos óculos vermelhos.

O jogador deu um sorriso amarelo ao notar que falavam dele, engolindo a seco antes de levar o olhar até Nina, que também tinha se virado para encará-lo.

Poderia ter sua vingança ali. Diria que Leo não tinha ajudado em nada, a verdade, e podia desfilar até a saída da sala sabendo que tinha acabado com boa parte das chances dele passar em Econ121. Tinha certeza que, se fizesse isso, iria recordá-lo porque ele, ou Remi, não deveriam mexer com ela. Talvez isso até alimentasse novos rumores sobre si mesma e, Deus, finalmente a deixassem em paz.

Mas ela não podia e suspeitava que não teria coragem de fazer isso nem se estivesse em um dia ruim. Pelo menos não enquanto tinha os olhos de Leo Hawkins presos nela, os lábios rosados entreabertos e uma expressão tão desesperada que soava quase como se ela pudesse ouvir seus pensamentos: 'por favor não me entregue, por favor não me entregue, por favor não me entregue'...

Ela ainda não era imune ao efeito Leo Hawkins.

E, sem mais nenhuma expressão, Nina assentiu, sorrindo sem mostrar os dentes ao desviar a atenção de volta a professora.

— Sim. Ele se esforçou.

Sra. Wes parecia duvidar da afirmação, mas nada disse antes de guardar o teste junto com os outros que já tinham sido entregues e deixar Nina livre para sair da sala, seguida por um Leo confuso que não conseguiria explicar o que tinha acabado de acontecer.

Saiu daquela aula aliviado por não ter sido entregue a professora de microeconomia intermediária, com plena noção que não tinha feito nada no trabalho que Nina não pareceu ter tido dificuldades para terminar. Sabia que suas chances de chegar no final daquela matéria com uma nota alta teria ido pelos ares se ele tivesse sido entregue pela alemã.

Mas Leo estava magoado pela conversa que tiveram, realmente desejando que ele tivesse dito alguma coisa quando Remi agiu como um idiota que tivera seu orgulho pisado no open-house.

Porque agora ele sabia que, se a alemã tivesse uma lista de persona non grata escrita em alguma folha do seu caderno, o nome dele certamente estaria assinado na segunda linha.

Espero que vocês estejam começando a achar que as coisas estão ficando emocionante, porque a partir de agora eu tenho um sorriso maligno enquanto reviso cada capítulo hehehe. DL tá sendo um escape muito necessário pra mim nesses tempos difíceis e os comentários que vocês estão deixando aqui fazem meus dias. Obrigada por todo o carinho, de verdade ❤ Vocês não sabem o tanto que eu fico feliz em ver gente por aqui!
Até breve (alguém disse ATUALIZAÇÃO DUPLA ESSA SEMANA?)
(Tive que abrir mão da música do capítulo pra colocar uma fotinha de Leo babando a Nina na imagem - todo mundo sabe que é assim que ele olha pra ela 24/7 hahaha)

Okumaya devam et

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