Kendell Marano Parker.
Acordei e nem tinha me dado conta que tinha adormecido, primeira coisa que noto é que o chefinho não está.
Melhor para mim, assim não me preocupo se acordei babando, com o cabelo no ar ou não.
E nem senti quando me tiraram aquela agulha de soro ou sei lá o quê.
A TV ainda está ligada, mas como eu não pago energia né, a companhia da TV é bem vinda.
Me levanto com calma, porque a dor pede compaixão.
Já não sinto assim tanta dor, mas sinto... vocês perceberam.
Vou até ao banheiro, e fecho a porta.
Nem quero imaginar quanto custa ser internada num hospital onde não divido quarto com ninguém ferido ou doente e ainda por cima tem casa de banho bem equipada lá dentro, nada tão exagerado, mas nada tão normal de se ver.
Pelo menos para mim.
- Aiii Kendell, sua vida é uma comédia. - falo comigo mesma.
As conversas diárias de sempre, vocês sabem como é.
Vou tirando a bata, com cuidado e depois fico me apreciando no espelho.
- Ferida, mas não derrotada. - falo observando o ferimento na minha barriga, que está passando muito bem.
- Mas aquele animal vai me pagar. - falo ligando o chuveiro do box poliban e entrando.
A água no corpo é sempre como um alívio a alma.
Mas sempre que tomo banho... é segredo ok? É como se a água do chuveiro me recordasse do que aconteceu comigo e com o chefinho na ilha, tudo passa que nem filme na minha cabeça muito inocente.
O que me faz ficar arrepiada até ao extremo.
- Santa das maluquinhas, até o cheiro dele eu estou sentindo. - falo e...
Liam Blande.
Recebi uma ligação logo cedo da minha secretaria, e tenho uma reunião que é necessária a minha presença, às 9 AM.
O sofá não era lá tão confortável para se dormir, então não foi martírio algum me levantar.
Vou me arrumar e antes de ir a empresa volto.
A Kendell ainda estava dormindo e talvez quando eu voltar da mansão ainda esteja.
Ao sair encontrei-me com o médico e trocamos algumas palavras antes de sair, assim que cheguei a mansão, o Téo veio buscar a chave do carro para o estacionar.
- Bom dia, Senhor! - ele saúda.
- Bom dia! - o respondo.
- Como está a Kendell? - ele ainda ousa me questionar. Eu não sei porquê mais de uns tempos para cá ele tem me deixado muito irritado.
- Bem. - respondo e ele assente.
- Espero que ela melhore e volte logo. - ele diz.
E ele ainda continua falando.
- Leve o Land Rover e traga, voltarei para o hospital daqui a alguns minutos. - digo à ver se ele percebe.
- Sim, senhor. - ele diz e se retira. Era só o que me faltava.
- Bom dia senhor Liam! - a Otília me saúda ao abrir o porta do hall, com seu bom humor de sempre.
- Bom dia, Otília. - a saúdo de volta. - Como estão às coisas? - questiono.
- Bem, tudo nos conformes. - ela responde e eu assinto.
Assim que adentro me deparo com os motivos da minha alegria e da minha dor de cabeça.
- Pai, tio! - humn, recepção calorosa.
- Como está a Kendell? - a Jenny questiona aparecendo do nada.
- Eu estou muito bem obrigado, maninha. - respondo fazendo as crianças rirem enquanto às cumprimento.
- Como passou a noite meu querido irmão? - minha querida irmã responde com mínimo sarcasmo possível.
- Já que perguntas, o sofá não é lá grande coisa. - respondo e ela ri.
- Quando o senhor voltar, eu farei uma massagem. - de certeza que a Kelly herdou esse carinho súbito de mim.
- Eu também! - a minha Marininha responde.
- Olha se eu não sou sortudo, duas belas meninas me oferecendo um vale de massagens. - digo e elas riem.
- A Kendell já está melhor? - o Hugo pergunta.
- Já, depois de amanhã ela virá para cá. - respondo ajeitando o cabelo dele e ele assente satisfeito.
- Depois do colégio nós vamos passar por lá, não é pai? - o Heitor questiona.
- Vão sim. - respondo, afinal de contas eles também precisam de acompanhamento psicológico. Graças à Deus não ficaram tão abalados, mas nesta fase é muito bom ter cuidado com o avanço comportamental deles, o que eles vêm pode os influenciar muito.
Sou pai babão com orgulho, ok!
- Agora vão para o colégio. - digo e eles se ajeitam. - E não quero nenhuma directora me chamando para o colégio. - aviso e a criminosa já recebe olhares e risos de acusação.
- Saudades da Kendell me defender. - ela resmunga fazendo biquinho, nos fazendo rir.
Eles despedem e se vão.
Falo algumas coisas com a Jenny e vou ao meu quarto, e faço o de costume, ir ao closet, escolher a roupa, e ir ao banheiro com o ritual habitual.
Vestir, arrumar o cabelo, escolher o perfume, o relógio, os óculos e o fio.
Vaidoso? Não. Apenas cuidadoso.
Após isso desço, e encontro a Jenny subindo às escadas.
- Espera por mim, eu vou tomar banho, e vamos juntos. - ela diz.
- Depois do hospital, eu tenho uma reunião e não me posso atrasar. Vá com o motorista. - respondo e ela suspira.
- Não será necessário, a mamãe vai passar por cá, então iremos juntas. - ela diz.
- Ok. - respondo. - Até logo. - despeço.
- Boa reunião para você e diga a Kendell que nós já vamos. - ela diz e eu assinto saindo.
- Menino, não vai tomar o pequeno-almoço? - a Otília questiona ao me ver passar o hall.
- Hoje não Otília, até logo. - a despeço.
- Até logo. - respondo e saio, o Téo entregou-me a chave do carro e subi dando partida, antes que me peça para mandar lembranças suas a Kendell também.
Ao chegar no hospital antes de entrar no quarto a enfermeira veio me questionar o que trariam para a Kendell de pequeno-almoço, obviamente disse para ela ir questiona-la assim que a mesma acordasse mais para a minha surpresa, assim que entro no quarto não a vejo em sua cama.
Só espero que não tenha caído.
- Kendell? - a chamo mas não responde.
Espero que esteja na casa de banho, e de pé.
Bato na porta, mas ninguém responde.
Entro para confirmar se a mesma caiu, e me deparo com a imagem do pecado na minha frente.
Visão dos infernos é ver essa mulher assim.
Ela está tomando banho, o box é totalmente transparente para o meu agrado, exibe com nitidez toda a sua esbeltade, com tanta nitidez que já me imagino dentro dela e sua linda boca gemer o meu nome.
- Santa das maluquinhas, até o cheiro dele eu estou sentindo. - humn, parece que a vontade é recíproca.
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