CATORZE
Terceira Pessoa
— Jackson é um estudante bem motivado. — No laboratório de química, o professor Harris recebia os pais adotivos de Jackson Whittemore. — Na verdade, diria que ele é excepcionalmente induzido.
— É, esperamos que ele pegue um pouco leve com ele mesmo. — David Whittemore começa olhando o professor esperançoso. — Ele cobra muito de si mesmo. — Jackson estava em um campo isolado próximo das reservas de Beacon Hills, sua única iluminação eram os faróis de seu carro. — Acreditamos que seja pelo fato dele ser adotado. — O menino tinha uma garrafa de cerveja, e parecia ter bebido muito antes de chegar ali, ele pega o bastão de Lacrosse no chão, e inicia novamente os arremessos que treinava.
— Acho que entendi, ele nunca conheceu os pais biológicos. — Harris assume, vendo David concordar com a cabeça.
— Exatamente, a necessidade de querer agradar, de realização... — Ele para pra pensar um pouco sobre como continuaria sua frase. — O desejo de fazer alguém orgulhoso. Sabe? Alguém que ele nunca conheceu.
— Algo parece ter influenciado o desejo dele para ser melhor. — Harris olha para os papéis em suas mãos, voltando a encarar o casal. — Sem querer ser severo, mas ele parece obcecado. — Em algumas salas a distância, a professora Eliza, recebia os pais divorciados de Lydia Martin.
— Tenho muito a dizer sobre a Lydia. — A professora começa, o que só ocasiona em uma pequena discussão entre os dois pais.
— Não disse isso? — O pai dela, começa olhando de maneira provocativa para Natalie Martin.
— Lá vem. — A mesma revira os olhos, afastando o cabelo do rosto. — O mesmo fuzuê de sempre.
— O que foi? Foram as notas dela? — O homem pergunta, sem dar espaço para respostas. — Problemas de concentração, comportamento irregular? — Ele lança um olhar agressivo para a mulher ao seu lado.
— Não fui eu quem mandei ela escolher com quem viver. — Natalie rebate, voltando o olhar para a professora. — Como se fosse normal para uma garota de 16 anos.
— Só nos diga qual é o problema.
— Não estava ciente de que havia um problema. — A professora responde calma, já havia lidado muito com situações como essa em sua carreira toda, era apenas mais um caso. — Academicamente, Lydia é uma das melhores alunas que já tive. — Em sua casa, Lydia se olhava no espelho, cansada de chorar, ela afasta o cabelo do rosto, limpando a maquiagem borrada. — As notas são sempre acima da média. Na verdade, gostaria de testar o QI dela. — A menina passava maquiagem nova, escondendo que um dia ela tinha chorado tanto quanto naquela noite, em questão de minutos, Lydia Martin estava como todos a conheciam, intocável. — E socialmente, ela demonstra qualidades de liderança. Ela é uma verdadeira líder. — Natalie consegue esboçar um sorriso, enquanto o homem que um dia foi seu marido ainda permanecia inquieto, esperando que algo estivesse errado. Enquanto isso acontecia, dentro do escritório do treinador, Noah Stilinski, enfrentava o pior pesadelo de sua vida, Bobby Finstock e seu falatório sem sentido, havia achado alguém pior que sua filha.
— Stiles, isso mesmo. — Noah assente com a cabeça, encarando o homem confuso. — Pensei que "Stiles" fosse sobrenome. — Bobby parecia mais confuso agora, e mais distraído.
— O sobrenome dela é Stilinski. — Isso ganha um olhar de reprovação de Finstock.
— Deu o nome da sua filha de "Stiles Stilinski"? — Noah respira fundo, ele achava que isso seria pra discutir sobre como sua filha estava academicamente, não por que ela gostava de ser chamada assim.
— Não, é assim que ela gosta de ser chamada. — O treinador se encosta em sua cadeira novamente, respirando fundo, como se aquilo fosse completa maluquice.
— Gostaria de ser chamado de "Cupcake". — Noah o encara, sem acreditar onde essa conversa estava indo. — Qual é o primeiro nome dela? — Xerife Stilinski revira os olhos, se inclinando batendo o dedo sobre o arquivo que estava coberto por outro papel, dando apenas para ver "slaw Stilinski", Bobby puxa a ficha, olhando a escrita. — Nossa, isso é uma forma de abuso infantil. Não faço nem ideia de como se pronuncia isso.
— Foi o nome da sua avó materna. — Bobby dá uma risada fraca, soltando um comentário sem pensar.
— Nossa, você realmente ama sua esposa. — Noah tem um semblante triste ao ouvir isso, realmente, as coisas da escola eram mais fáceis quando Cláudia estava viva.
— Sim, eu amei. — Ele solta fraco, fazendo com que Bobby se arrependa automaticamente, lembrando o porquê ele deveria ficar quieto na maioria das vezes.
— Isso ficou incrivelmente constrangedor. — Bobby comenta, separando as folhas sobre Stiles.
— O que me diz de irmos direto ao ponto, Cupcake? — Noah diz, enfatizando a última parte, Bobby sorri, apontando a caneta com um enfeite de bastão de Lacrosse na ponta.
— Gosto do seu jeito. — Bobby olha para as folhas, retornando seu olhar para o xerife. — Então, Stiles. Excelente garota. — Nas reservas de beacon Hills, um jipe Roscoe azul claro é parado um pouco antes da residência antiga dos Hales, a garota, Stiles Stilinski saí do jipe segurando a jaqueta de couro, ela se arrepende quase instantaneamente de não ter vindo com uma blusa mais quente, quando sente a brisa bater sobre seus braços. — Nenhuma habilidade de concentração. Muito esperta, não tira vantagens do seu talento. — A garota começa a caminhar em direção da residência que um dia teve tanta luz e esperança, apenas para ser abruptamente jogada no chão, o corpo que a puxava para se esconder era bem conhecido pela mesma, Derek Hale não usava nenhuma camisa quando puxou ela para longe da casa, mandando a mesma ficar em silêncio.
— Como assim? — Stiles permaneceu em silêncio, vendo uma mulher loira e dois homens saírem da casa, e entrarem em um carro preto, dirigindo para longe da reserva.
— Na última questão da prova... — Stiles finalmente tem tempo de respirar, segurando a jaqueta em suas mãos tremulas, ela volta o olhar para Derek Hale que se levantava e caminhava para a casa, essa era sua oportunidade de perguntar quem era a mulher e ter certeza de que o incêndio anos atrás não tinha sido uma falha mecânica. — Ela detalhou toda a história da circuncisão masculina. — Noah Stilinski possui uma expressão confusa ao ouvir isso, sem saber ao certo porque sua filha escreveria sobre isso.
— Deve ser historicamente significante, certo? Digo... — Bobby manteve um sorriso fraco no rosto, e Noah sabia que isso não significava coisa boa.
— Eu ensino Economia.
— Aí merda... — O xerife de Beacon Hills respira fundo, desviando o olhar. Melissa McCall se encontrava no laboratório de química, tinha sido a próxima depois dos pais de Jackson Whittemore, mas as coisas não estavam boas, Scott, seu filho, deveria estar ali, e ele não estava em nenhum lugar da escola, Melissa suspira quando sua chamada vai para caixa postal novamente.
— Onde você tá? Vem pra escola agora. — Ela desliga a chamada, olhando para o professor Harris, que segurava a ficha de seu filho.
— Podemos começar? — Melissa sorri fraco, concordando com a cabeça, ela realmente esperava que seu filho estivesse aqui. — Ultimamente a mente do Scott tem estado em todo lugar, menos em seu corpo. — A enfermeira tenta manter o sorriso em seu rosto, mesmo sabendo que não ouviria coisas tão boas, ela esperava que fossem ser coisas médias. — Acho que é algo relacionado com a situação em casa.
— Não entendi o que quis dizer com situação de casa. — A mulher retruca de maneira educada, Harris não parece levar isso em consideração.
— Especificamente a falta de um exemplo de autoridade.
— É, eu sou a pessoa com autoridade, então... — Melissa diz, tentando não se sentir ofendida com o comentário do professor. Harris sorri fraco, tentando explicar da melhor maneira possível.
— Desculpe, permita-me explicar. — Melissa permanece em silêncio, imaginando onde isso poderia acabar. — Quis dizer um exemplo masculino.
— Entendo. Bom, acredite em mim, estamos melhor sem ele em casa. — O professor não parece convencido com a resposta.
— Scott sente a mesma coisa?
— Sim, eu acho que sim. — Melissa desvia o olhar. — Espero que sim. — Scott estava no carro de Allison, os dois haviam matado aula o dia todo, foi um dia muito agradável, os dois tinham feito isso para comemorar o aniversário de Allison de uma maneira que ela não fosse esquecer, e agora, eles voltavam o mais rápido que conseguiam para a escola, porque Scott lembrou da reunião tarde demais.
— Ele tá passando por mudanças difíceis. — Os adolescentes permaneciam em silencio, mas com sorrisos nos rostos. — Ele precisa de um pouco mais de atenção. Alguém que o guie pelo estágio de desenvolvimento. O último casal de pais que a professora Eliza veria eram Chris e Victoria Argent.
— Allison Argent. Ela é uma doce menina incrível. — O casal sorri com o comentário, já estavam habituados a ouvir coisas boas. — E rápida em se ajustar mesmo se mudando sempre.
— Sabemos que é ruim para ela. Mas é um mal necessário. — Chris Argent responde, olhando diretamente para sua esposa com um sorriso no rosto.
— Necessário ou não, estaria preparada para algum... Como vou descrever isso? — Chris se adianta com a resposta, fazendo com que Victoria segurasse sua mão.
— Rebeldia? — Victoria sorri, voltando seu olhar para a professora.
— Agradecemos sua preocupação, mas temos um ótimo relacionamento com nossa filha. — A professora concorda com a cabeça, vendo Victoria olhar para o marido, mantendo o sorriso. — Bem aberto e honesto.
— Fico feliz em ouvir isso. — A professora sorri, era realmente bom quando seus alunos não tinham problemas de comunicação em casa. — E espero que ela esteja se sentindo melhor. — Os pais olham confusos, do que ela estava falando?
— Ela não estava na sala? — Chris pergunta, mantendo a calma.
— Ela não estava na escola. Acabei de verificar. — Chris troca olhares com Victoria, pedindo para que a reunião continuasse.
Do lado de fora, o carro de Allison estaciona. A primeira coisa que Scott nota, é sua mãe, saindo da escola com o celular na orelha, provavelmente ligando para ele pela milésima vez, Scott troca olhares com Allison, se encolhendo no banco do passageiro.
— Meu Deus...
— Sua mãe? — Allison questiona, observando a mulher.
— Sim, eu tô morto. — Enquanto Scott se encolhia mais no banco, Chris Argent saía da escola por outra das portas de saída, com o telefone em chamada com sua filha, enquanto sua esposa caminhava atrás, no em chamada com a irmã de seu marido.
— Allison, atenda seu celular para tornar seu castigo mais fácil. — Ele caminhava em direção das escadas que levariam para o estacionamento. — Retorne antes que seu castigo alcance proporções bíblicas.
— Kate também não sabe onde ela tá. — Os dois desligam as chamadas, enquanto desciam as escadas, uma mulher se aproxima, com um sorriso fraco, Melissa McCall.
— Ela não é assim.
— Com licença, são os pais da Allison? — Ela pergunta, tentando criar coragem para falar o resto. — Sou a mãe do Scott e odeio dizer, mas ele também não está atendendo o celular.
— É a mãe dele? — Chris diz em um tom forte, Melissa concorda com a cabeça, não contente com a maneira que ele fala com ela.
— Engraçado perguntar com esse tom de acusação.
— Não é algo para se ter orgulho, já que ele basicamente sequestrou minha filha hoje. — O sorriso de Melissa desaparece, ela realmente não acreditava no que estava ouvindo.
— Como sabe que não foi ideia dela?
— Minha filha... — Chris Argent perde as palavras quando vê os dois adolescentes de aproximando. — Está bem ali. — Melissa olha para trás, descendo as escadas rapidamente e indo em direção de seu filho, sendo seguida dos Argent.
— Onde exatamente você esteve?
— Lugar nenhum, mãe. — Scott responde sem jeito, trocando olhares com Allison que estava do seu lado.
— Lugar nenhum significa que não estava na escola.
— Mais ou menos. — Allison observa Scott, mas logo vê seus pais chegarem perto, ela tinha que impedir isso.
— Não foi culpa dele. É meu aniversário e nós...
— Allison. Entre no carro. — Chris diz firme, Melissa estava tão irritada quanto ele, antes que os três pudessem dar qualquer outra briga, um grito é ouvido no estacionamento da escola, causando que todos olhassem naquela direção.
Havia muita correria, e muita gente em pânico. Victoria segura o braço de Chris com força, sinalizando que se fosse uma ameaça sobrenatural, eles tinham que dar um jeito antes que piorasse, Scott se afasta dali, vendo o treinador entrar em seu carro, completamente apavorado.
Allison fazia a mesma coisa que Scott, andava por ali tentando entender o motivo de tanta confusão. Chris Argent caminha até seu carro, puxando sua pistola, se fosse uma ameaça, ele iria derrubá-la sem hesitar. Scott andou mais um pouco, ouvindo um rugido fraco, e um animal correr, ele se observa o local que o viu com determinação.
Focando sua visão, seus olhos brilham em um amarelo intenso. Sua visão fica vermelha quando ele usa instinto para localizar a criatura, mas é distraído quando ouve um carro buzinar, seu olhar vai para o local da buzina, vendo Allison se afastar em direção de onde o carro estava indo, ele corre pro local, salvando a menina.
— Você tá bem? — Victoria corre em direção dos dois, averiguando que sua filha estava bem. Xerife Stilinski procurava o que causava aquilo, e então ele avista o animal correndo pelos carros.
— Mexam-se! MEXAM-SE! — O xerife corria em direção do animal, mas o carro que estava prestes a sair, não se importou de esperar ele passar, dando ré e o atingindo em cheio, alguns homens vem em seu auxílio, mas ele não consegue tirar os olhos da criatura, com medo dela machucar alguém. — Estou bem.
O xerife puxa a arma reserva que ele mantém em seu tornozelo quando está a paisana. Mas não é necessário usar quando ouve dois tiros e o som do animal sentindo a dor de receber os tiros, ele olha em direção de onde os tiros soaram, e vê Chris Argent segurando uma pistola, e logo a abaixando depois de ver que o animal foi abatido. As pessoas começam a se aproximar de onde o animal estava.
Chris e Scott estavam na frente do animal, um do lado do outro. Scott olha o animal caído, percebendo que era uma puma, ele não sabe ao certo como tudo isso aconteceu, e porque aquele animal estava na escola, mas sabia que agora, parecia que não havia sido um ataque de lobo, principalmente que eles tinham a confirmação morta bem ali.