-Filho, eu quero comprar algumas coisas hoje, podem me acompanhar?
A olhei surpresa, Harry levou as mãos à cabeça, nos fazendo rir.
-Eu adoraria.
Respondi baixinho, insegura, a vi sorrir para mim.
-Onde?
-Eu não sei, me leve à algum lugar bom. E barato.
Ri sozinha, caminhando.
-Não Lauren, por favor.
Anne me repreendeu, fazendo sinal com as mãos. Eu havia aberto a porta de trás do carro, para que ela pudesse se sentar ao lado de Harry.
Mas ela insistiu para que fosse ao contrário, eu apenas a obedecia.
Harry dirigiu por cinco minutos até ela pedir para estacionar.
Entrelacei meus dedos aos do Harry novamente e atravessamos a rua, eu olhava para todos os lados, não havia perdido o medo de paparazzis ainda.
-Como assim?
Ele falava ao telefone, me aproximei.
-Agora? A assinatura eletrônica não valeu?
A expressão eu seu rosto havia mudado completamente. Olhei para Anne de novo, que mexia distraída em roupas de frio.
-Tudo bem, eu vou assinar.
Me assustei.
-Lauren, eu.. Me desculpe, precisam da minha assinatura. As coisas estão dando errado...
Ele disse baixinho.
-Fale com sua mãe, eu não sei se ela vai querer ficar. -cochichei-
Harry a olhou, voltando os olhos para mim.
-Notei que ficou insegura, mas ela é assim, ok? Ela é bem quieta e educada. Não pense que é pessoal.
Silêncio. Eu pensava que era pessoal.
-Eu vou, assino e volto. Vai ficar bem?
A ausência de respostas entregaria. Harry me puxou para um abraço. Suas mãos grandes e macias acariciaram minhas costas, meu nariz se afundou em seu ombro.
-Eu já volto, fique tranquila.
-Boa sorte!
A medida que ele saía apressado, eu volta para ela.
-Anne, Harry teve que sair para assinar algum documento.
-Sério?
Ela arregalou os olhos, olhando em volta.
-Ele disse que volta para nos buscar. As lojas são próximas umas das outras, se a senhora quiser, podemos ir andando ou voltar para buscar meu carro. Posso chamar um Uber, o que a senhora preferir, por favor.
Meu coração estava seriamente acelerado.
-Você é muito fofa, obrigada. Ajude-me, qual dos dois?
Corei. Meus olhos seguiram até as blusas que ela levantava em frente ao corpo, pedindo minha opinião.
-Eu gosto dessa.
Apontei para a blusa marfim.
-Que bom, eu também, vou experimentar.
-Posso segurar sua bolsa?
Me ofereci e ela aceitou a ajuda, sumindo para dentro dos provadores.
-Que tal?
-Muito bonita, elegante!
Gesticulei com as mãos, sendo sincera. Ela realmente era bonita, não precisava de muito.
...
-Podemos nos sentar um pouco? Não tenho mais sua idade, querida.
-Oh, claro.
Sorri sem graça, a seguindo. Anne tinha quatro sacolas em mãos, nossos pés nos matavam.
-Nada do Harry?
Fiz que não com a cabeça. Os carros iam e voltavam por nós.
-Está se sentindo bem?
-Estou sim, desculpe.
Sorri fraco.
-Aqui, tome um pouco de água.
Eu não queria, mas aceitei mesmo assim. Bebi grandes goles de sua garrafa.
-Melhor?
Fiz que sim com a cabeça, sorrindo com os lábios.
-Nos conhecemos hoje, mas talvez eu possa ajudar em algo.
Ela disse, deixando as sacolas de lado.
-Meu filho fez alguma coisa?
-Oh não, longe disso! -ri- Ele apenas me faz bem. Estou lidando com perdas agora. Me desculpe por falar disso com a senhora.
Anne imediatamente colocou a mão esquerda em meu ombro, eu sentia muita vergonha.
-Deixe-me te contar uma história.
A olhei.
-Quando eu tinha quinze anos, perdi minha irmã. Posso resumir dizendo que eu quase fui junto, pois não suportaria a dor. Minha mãe chorava, meu irmão saiu de casa. Não havia nada que eu pudesse fazer.
Silêncio.
-Tive que crescer sem ela, sentindo falta e vendo ela aonde quer que eu fosse. Tudo na minha vida caiu, da escola até relacionamentos. Tudo.
Seus olhos se encheram, assim como os meus.
-Mas um dia a gente entende que não podemos mudar as coisas.
Anne tinha suas mãos nas minhas.
-Amanhã começará uma nova jornada para vocês. Viva! Meu filho demonstrou gostar muito de você, e eu não vi isso acontecer antes. Então, permita-se viver. Mesmo triste, mesmo com saudades.
Sorri.
-Vejo que você é forte, bonita, jovem e talentosa, há uma vida inteira. Eu não respondi mais cedo, mas eu adoraria ir na sua casa quando pudermos.
Sorri maior ainda, encantada. Minutos depois já estávamos em busca da próxima loja.
Pov Harry
-Quer ver a cortina?
-Claro!!
Meus olhos brilharam ao vê-la cair e esconder todo o palco por trás dela.
-Uau, é linda.
-É sim, sua sombra enlouquecerá as pessoas.
Mary apontou, sorri ao imaginar.
-Não vejo a hora.
-Para acontecer, preciso que você assine três coisas esteja aqui com todos amanhã às dezesseis horas.
-Passagem de som?
-Exato!
-Certo, o que tenho que assinar?
Nos sentamos.
-Este é o contrato da arena.
Assinei.
-Este é sobre você estar ciente de todas as regras e políticas da arena.
Assinei.
-Este, sobre os camarins e comidas.
Passei os olhos rapidamente, assinei.
-E por fim, este é sobre os ingressos VIP's.
A olhei.
-Todos os familiares e amigos.
-Certo, ótimo.
...
Pov Lauren
-Trouxe algo importante para você.
Harry se inclinou para dentro da janela do carro, tirando uma pasta de lá.
-Esses são os crachás VIPs, preciso que entregue para suas amigas.
-Uau, muito obrigada.
Ele sorriu enquanto eu olhava para os crachás, eram bonitos.
-Eu preciso de um?
-Não, não. -me puxou para mais perto- Você é a minha garota e entra comigo.
Sorri, convencida.
-Vamos lá?
Me afastei devagar.
Dei a volta no carro, atendendo o celular que vibrava em meu bolso.
-Alô?
-Lauren, onde você está? Eu preciso falar com você...