Summer se aconchegou mais em meus braços e eu percebi que tinha falado alto.
- Sou o Timothe e você quem é? E porque está aqui? - O garoto cruzou os braços.
- JJ, e eu não lembro de ter que te dar satisfação nenhuma. - Falei fazendo carinho nas costas da menor, que estava deitada em cima de mim.
Vi ele franzir suas sobrancelhas e juro que vi seu rosto ganhar um tom vermelho.
- Quer alguma coisa? Um café, um biscoito? - Perguntei debochado e vi seus punhos cerrarem.
- Quero uma coisa sim, mas não de você. - Ele baixou o olhar para Summer.
- Ela está dormindo, não tá vendo? - Questionei, ele negou com a cabeça e suspirou.
- Quando ela acordar, diga que eu preciso falar com ela! - Ele disse autoritário e eu respondi.
- Por acaso tenho cara de pombo correio? Quando ela acordar, você diz que quer conversar com ela.
Ele saiu a passos firmes do quarto e ela se mexeu um pouco me fazendo olhar seu rosto. Ela estava acordando, piscou um pouco antes de abrir os olhos completamente.
- Oi. - Falei fazendo carinho em seu rosto.
- Oi. - Sua voz sonolenta saiu como um sussurro.
- Tá tudo bem? - Perguntei e ela balançou a cabeça positivamente.
- Obrigada, por ficar aqui. - Ela deu um pequeno sorriso.
Trouxe ela pra perto e dei um selinho nela.
- Acho que você está cansado, pode ir, se quiser. - Ela se apoiou com os braços na cama.
- Até que não tanto... - Sorri pra ela e recebi um carinho no rosto.
- Vou pegar alguma coisa pra gente comer. - Ela ia se levantar, porém puxei ela.
Ela caiu em meu peito e juntei nossos lábios novamente, ela colocou uma perna de cada lado do meu corpo e segurou em minha nuca, dando leves puxões em meus cabelos. Nosso beijo era calmo, mas parecia faminto. Eu já havia beijado ela diversas vezes, mas posso dizer que, nunca era o suficiente. Eu segurava em suas costas, trazendo ela cada vez mais pra perto.
☆ Summer.
O beijo estava ficando um pouco mais rápido, quando me dei conta, as mãos dele tinham descido para minhas coxas, e dava leves apertos. Interrompi o beijo para pegarmos ar e ele desceu os beijos pelo meu pescoço. Me conti, quando senti a pressão de sua boca.
- JJ... - Eu estava um tanto ofegante e ele parou.
- Fiz algo errado? - Ele perguntou preocupado.
- Não, não fez. É só que... não é hora pra isso. - Fiz um carinho em sua bochecha. - E eu meio que...
- Eu já entendi, não precisamos ter pressa. - Ele foi compreensivo e me deu um beijo na ponta de meu nariz, me fazendo rir com o ato.
Sai de seu colo e resolvi ir pra cozinha, pegar algo pra comer. Assim que botei o pé pra fora do quarto, me assustei quando vi Timothe.
- Mas que porra, Timothe! - Quase gritei com ele.
- Calma, sou só eu. - Ele falou calmamente.
- Minha casa foi invadida e você fica me pedindo calma? Por Deus. - Eu tentava normalizar minha respiração.
- Preciso falar com você. - Ele pediu, parecia que expodiria se não me contasse.
- Tá bom, pode falar. - Permiti e vi ele olhar para os lados, parecia nervoso.
- Aqui não. - Ele disse e me arrastou para o quarto que ele estava usando.
Segui ele mas estava bem confusa sobre o que estava acontecendo.
- Eu ouvi uma conversa, do tal de Rafe com um cara que tinha tatuagens, eles disseram algo do tipo "precisamos encontrar a maldita arma". - Ele devia se referir ao Rafe.
- Como descobriu isso? - Perguntei desconfiada.
- Eu tinha saído com a Violet, naquela sorveteria que fomos, e eles estavam lá.
- Eles estavam tomando sorvete também? - Brinquei claramente na hora errada.
- Não é brincadeira, Summer, estavam num beco, perto da sorveteria, lesada. - Ele deu um tapa fraco na minha testa.
- Entendi, então foram os desgraçados que vieram pra cá ontem. - Falei sentindo a raiva subir pelo meu corpo. Fazia sentido o Rafe conhecia a casa.
- O que você vai fazer? - Ele perguntou.
- Eu não sei, vou pensar sobre isso. Quando eu descobrir, te falo. - Falei e passei minha mão pelo ombro dele.
- Só toma cuidado, sua irmã não sobreviveria se algo acontecesse com você.
- Own. - Apetei suas bochechas.
- Eu sobreviveria... - Dei um tapa fraco em seu braço.
- Eu vou procurar algo pra comer, to indo. - Falei me despedindo e ele acenou.
Sai do quarto e fui pra cozinha, peguei uns biscoitos amanteigados, fiz um suco de uva e levei tudo pro quarto.
Abri a maçaneta com o cotovelo e assim que JJ me viu, veio me ajudar a carregar as coisas.
- Por que não pediu ajuda, maluca? - Ele deu um pequeno sorriso.
Apenas dei de ombros. Deixamos os sucos na mesinha de cabeceira e começamos a comer os biscoitos.
- Então... e seus pais JJ? - Perguntei e vi ele engolir em seco.
- Podemos falar sobre outra coisa? - Ele pediu, o assunto tinha deixado ele completamente desconfortável.
- Claro, desculpa. - Pedi e ele desviou o olhar.
Ele foi beber do suco e acabou fazendo um movimento brusco, derrubando o líquido em mim.
- Desculpa, foi sem querer. - Ele se apressou em pedir.
- Tá tudo bem, JJ. - Sai da cama, peguei uma roupa qualquer na cômoda e fui pro banheiro.
Tomei um banho, me troquei e voltei pro quarto.
- Viu? Problema resolvido. - Falei me sentando na cama, calmamente.
- Eu nem prestei atenção, desculpe de novo. - Ele falou.
- Já falei que tá tudo bem. - Dei um sorriso.
Ficamos mais algumas horas conversando e ele foi embora, estava ficando tarde.
- Tchau. - Me despedi e ganhei, como de costume, um beijo na testa.
- Tchau. - Ele disse e saiu.