Anne saiu andando pelas ruas, só queria um tempo sozinha para pensar. Ignorou as mensagens de Robert e entrou em um café. Encontrou uma mesa afastada e ficou bebericando seu chá pensando na vida.
"Realmente o filho poderia ser de outro mas e se fosse dele? Eu vou suportar vê-lo com Gabrielle e tendo esse vínculo para sempre? " pensava.
Estava insegura, um filho é um vínculo importante entre um casal. "E se ele descobrir que a ama, vendo ela grávida?!" pensou desesperada.
Depois de um tempo resolveu voltar pra casa e conversar com Robert.
……….
Gabrielle foi ao mercado comprar alguns itens de que ela precisava além de comida. Voltou para a casa de Robert, guardou suas coisas e pegando uma barra de chocolate, sentou no sofá.
"E se o filho não for dele.. droga" pensou enquanto mordia o chocolate. Deixou algumas lágrimas escorrer e quando fungava, Robert entrou na sala.
Robert nunca a tinha visto parecer tão frágil e ficou com pena dela. "Me desculpa, não quis ser rude" ele disse sentando-se ao seu lado.
Ela só o olhou e assentiu.
"Mas realmente não tenho como saber que é meu, não é? Somente sua palavra.. que eu confio, não acredito que inventaria algo tão importante quanto isso" ele disse suspirando.
Gabrielle sentiu-se culpada por não ter certeza, mas não diria isso agora pra ele. Só tinha um problema que a corroía por dentro, Michael, o amigo de Robert poderia ser o pai, e ele era negro, diferente de Robert que era ruivo. "Eu saberei quando nascer" pensou suspirando.
"Se for meu, eu te darei todo o suporte necessário, claro...mas não vou ficar com você novamente, eu amo Anne e você sabe disso. Mesmo se ela não quiser ficar comigo após essa bomba que você jogou sobre nós, eu não ficarei com você" suspirou.
Gabrielle deixou mais algumas lágrimas rolarem. Não imaginou que ele ficaria com ela, mas ouvir isso dele a magoava demais. Ouviu que alguém chegava na casa e quis se esconder.
Levantou rapidamente do sofá, só queria ficar sozinha em seu quarto, mas sentiu tontura e quase caiu. Robert a amparou e segurando seu rosto perguntou se estava tudo bem.
Ela viu que era Anne chegando e aproveitando a proximidade ela o beijou, não pensou, somente agiu. Estava com raiva dele, nunca havia sido rejeitada dessa forma. Eles tinham química, ela tentou a última cartada.
"Ohhhh" Anne arfou assistindo à cena. Robert se desvencilhou de Gabrielle e foi na direção de Anne "Ela me agarrou" ele falou rapidamente.
Anne sentiu uma dor física, uma tristeza profunda e passando por eles foi para a edícula.
"Por que você fez isso?" ele gritou chacoalhando Gabrielle. "Eu não sei.. Me desculpe" ela respondeu em meio a lágrimas.
Robert a jogou no sofá e correu atrás de Anne. "Meu amor, ela fez de propósito.. Fingiu passar mal e quando eu cheguei perto ela me beijou".
Anne chorava com as mãos no rosto e Robert só queria a consolar. "Que droga" ele pensou desesperado. "Anne fala comigo!Você tem que acreditar em mim".
"Fica difícil Robert" ela disse fungando. "E mesmo se for verdade, ela vai tentar fazer isso todas as vezes que estiver por perto. Não sei se consigo suportar" sussurrou sem forças pra falar.
"Não, nós vamos dar um jeito, somos um casal.. Vamos resolver juntos" ele disse indo até ela.
"Não encosta em mim" ela murmurou. "Robert, filho é um vínculo eterno, não quero presenciar esse vínculo que terá com ela, me desculpe".
"O que você quer dizer meu amor?" ele perguntou desesperado passando as mãos pelo cabelo.
"Que acabou.. Vou procurar outro lugar pra morar" ela disse chorando novamente.
"Não, pelo amor de Deus, não me abandona" Robert disse chorando se jogando aos pés de Anne.
"Não torne isso mais difícil Robert, por favor. Essa situação é humilhante pra mim, você não vê?!" gritou.
Robert sentou no chão e cobriu o rosto com as mãos chorando. "Como podia acordar tão feliz e tudo mudar em questão de horas" pensou amargurado.
Anne pegou algumas coisas e subiu para seu antigo quarto que estava vago. Encontrou Gabrielle no corredor.
"Anne, me desculpa, mas não serei mãe solteira, só pra te poupar da tristeza do rompimento" ela disse orgulhosa.
Furiosa, Anne deu um tapa em seu rosto e entrou no quarto, trancando a porta. Tremia e chorava, nunca havia sentido tanta tristeza e revolta. "Como ela ousa falar comigo daquele jeito" pensou. "Se eu ficar aqui, ela vai transformar minha vida em um inferno".
Deitou e ficou pensando em Robert. Sabia que ele não tinha culpa dela aparecer ali do nada "ele era solteiro quando ficou com ela mas é culpado por manter aquela relação promíscua com Gabrielle" murmurou triste.
E o beijo, não tinha certeza se foi um beijo roubado mesmo como ele dissera. "Pra onde vou?" murmurou enxugando uma lágrima.
………
Acordou com os olhos inchados no outro dia. Pegou seu celular e enviou uma mensagem para Anthony.
"Preciso de sua ajuda".
Em seguida seu telefone tocou "Anne o que aconteceu?" ele falou e chorando ela disse que terminou tudo com Robert e precisava de um lugar para ficar.
"Claro, estou indo agora te buscar" ele disse desligando e gargalhando se jogou na cama.
"Sabia que seria minha!!" ele gritou "Estamos destinados um ao outro". Feliz foi tomar banho, cantou enquanto se arrumava e saiu.
Nesse tempo, Anne desceu e foi para a edícula. Encontrou Robert com os olhos inchados sentado na cama.
"Anne.. Meu amor" ele disse se levantando.
"Não Robert" ela disse sem forças "Só vim pegar minhas coisas, Anthony está vindo me buscar".
"O que?" ele gritou soltando toda a raiva que estava sentindo "Você já foi correndo pedir ajuda pro amiguinho!!".
"Eu só tenho ele para me ajudar" ela disse baixinho, não tinha forças para brigar.
"Anne.. Ele não é seu amigo!! Quando eu digo que sou inocente disso tudo, você não acredita, mesmo eu sendo seu namorado!!" ele gritou chorando "Mas nesse cara você confia de olhos fechados!!".
Anne somente recolhia suas roupas e colocava em sua mala. Deixou algumas coisas para trás pois não cabia tudo que adquiriu em uma mala.
Quando ela se dirigiu para a porta ele a puxou pelo braço "Anne por favor, me dê uma chance".
"Robert eu preciso de tempo, não consigo ficar aqui e não conheço outra pessoa que possa me ajudar além de Anthony, você gostando disso ou não" disse sem forças.
"Entendo" ele suspirou triste a soltando. "Estarei aqui te esperando".
Ela assentiu e saiu. Recebeu uma mensagem de Anthony dizendo que havia chegado e saiu puxando sua mala. Passou por Gabrielle na sala e viu seu rosto vermelho onde a havia estapeado. Não sentiu remorso.
"Anne querida, vem.. entra que guardo sua mala" ele disse a abraçando. Ele a levou para o casarão, pois a casa dele continha objetos antigos que ele ainda não sabia quando a mostraria.
"Tem uma edícula no fundo do jardim, próximo ao antigo estábulo, você pode ficar lá se quiser" ele ofereceu e ela agradeceu.
O cômodo era maior que o de Robert mas estava praticamente vazio. "Não está preparado para alguém morar, mas podemos providenciar" ele disse levando a mala para dentro.
"Está ótimo, não se preocupe" disse sentando-se.
"Anne, quer me contar o que aconteceu?" ele disse sentando-se ao seu lado e suspirando ela contou tudo como havia ocorrido. Anthony balançava a cabeça concordando "Sim.. Situação difícil.. Você tem razão, um filho é um vínculo para sempre, e em contrapartida, com a mãe do filho" disse suspirando.
"Exatamente!" exclamou "Não consigo nem olhar na cara dela no momento" suspirou "Aliás eu bati nela, coisa que nunca fiz antes!" confessou.
Anthony riu a fazendo sorrir também. "Sentiu-se melhor após o tapa" ele perguntou rindo.
"Um pouco" confessou "Mas não gosto de violência e ela está grávida" disse envergonhada.
"Sim.. Mas que bom que percebeu que seu ato não gerou prazer algum, não é assim que vai resolver sua situação" disse pegando em sua mão.
"Eu sei.. Eu sei" suspirou "Posso te pedir mais uma coisa?".
"O que quiser!"exclamou animado.
"Estou faminta, podemos pedir algo pra comer?".
Anthony sorriu e pelo celular pediu um café da manhã completo para ela. Estava radiante em poder ajudá-la. Finalmente cuidaria de seu amor.