For Every Chance

By AllMeryt

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Lan Zhan sentiu uma parte de si mesmo morrer junto com o seu amor naquela noite.... o mundo era cinza e perde... More

The Malice of the Past
Pumping Adrenaline
Inevitable Things
Not Necessary
Moments of Hope
Honest Feelings
Almost Everything in Place
Say My Name
One Mile at a Time
Leave in the Past
Perhaps it Can Flourish in Winter.
"The Dead Don't Tell Stories."
"Blood Doesn't Define Loyalty"

Reality and Hallucination

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By AllMeryt

Wei Wuxian chega a corrida pronto para ganhar... Mas talvez ele não esteja tão bem e tenha alucinações de ver seu amor ali com ele.
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Wei Wuxian começou a batucar os dedos no volante de couro preto, seu corpo balançando de um lado para o outro no ritmo da música, enquanto a BMW levantava poeira pela estrada. Ele havia chegado na noite anterior e fez questão de sair do hotel apenas quando estivesse próximo ao horário da corrida… viagens, por mais curtas que fossem, o deixava com a sensação que sua alma tinha sido sugada.

 A sensação de poder pisar no acelerador sem correr o risco de atropelar alguém ou ter os carros da polícia correndo feito baratas tontas atrás dele era uma sensação boa. Maravilhosa. Única. Porém… Ele estava a apenas alguns minutos na estrada e já podia sentir a poeira de Nevada colando nos braços.

 Lan Zhan ficaria frustrado se estivesse com ele se estivesse ali. WangJi  era o nome de cortesía de Lan Zhan, usado na máfia… mas ele nunca o usou formalmente, sempre preferindo Lan Zhan e Hanguang-Jun, poderia ser uma falta de respeito e fazer alusão de que eram iguais. 

 Mas Lan Zhan também não o chamava de Wuxian, então… a questão é que WangJi significava, literalmente, "Intocado por assuntos mundanos." Lan Zhan era um deus… em tudo, lindo como um e marcante o suficiente para fazer Wei Ying ajoelhar.

 Ele acaba rindo, balançando a cabeça para afastar esses pensamentos perigosos… ele não pode ficar duro antes mesmo da corrida começar. Seria doloroso não poder aliviar. Felizmente ele já podia ver o aglomerado de pessoas reunidas para a corrida e a sensação nostálgica de antecipação começou a cantar em suas veias.

 Ele desacelerou, até que o motor não passar que um ronronar carente para que abrissem espaço para ele. Ele finalmente desligou o som do carro, logo em seguida fazendo o mesmo com o motor… Bem bem… Ele já poderia ver o olhar confuso de quem teve curiosidade o suficiente para lançarem olhares curiosos através da janela aberta.

 “Do You?” Estourava as caixas de som de algum carro quando ele saiu, uma mão indo para as mechas curtas de seu cabelo e a arrastando para trás, sentindo falta dos fios mais longos. Ele cortou o cabelo antes de viajar, os deixando curto o suficiente para cobrirem apenas um pouco da nuca, e suas mechas escuras serem charmosamente caídas para frente, apenas roçando acima dos olhos.

 Claro que ele ainda carregava a sua fita vermelha, mas a mesma estava presa em seu pescoço como um nó frouxo e que ele poderia facilmente tirar. As pessoas ficariam surpresas se soubessem o quão úteis fitas podem ser, ainda mais para algemar ou estrangular alguém.

 Ele ajustou melhor os óculos escuros, olhando para uma pessoa ou outra que o encarava de boca aberta. Sim, cara, ele sabia que estava gostoso. Ele escolheu uma blusa vermelha de malha transparente que não deixava nada para a imaginação e calças jeans pretas, assim como suas botas de combate favoritas.

 Sim, gostoso. Com essa constatação ele pôs seu melhor sorriso malicioso nos lábios. Se ele tinha que mostrar a cara pela primeira vez, que seja para fazer as pessoas derreterem no lugar.

— Olá senhor Mo… o visual realmente… — Ele desviou a atenção para Xue Yang que veio em sua direção, por sua vez totalmente sem camisa e com calças tão coladas quanto as dele, botas com fivelas desenhando os tornozelos.— O deserto lhe fez bem. — O mais novo se aproximou como um gato, enlaçando um braço no seu. — Hum...— A boca do mesmo se aproximou de sua orelha, ele podia sentir o hálito de bebida doce. — Ainda prefiro cabelos grandes, Sr.Mo.

— Desgruda. — Resmungou, revirando os olhos sob os óculos, mas não o empurrou, não foi preciso, já que SongLan apareceu segundos depois e puxou o namorado para si.— Meu herói!

— Desculpa por ele, ele é carente. — O mais velho respondeu o mais sério que conseguiu, mas ainda sim havia um sorriso em seu rosto.

— Nada a desculpas, os bebês...— Ele sorriu maleficamente para Yang. —… são tão ruins às vezes.

— Ora seu…!!

— Xue Yang?— O mais novo parou assim que a nova voz os alcançou e logo Xiao XingChen apareceu, passando um braço delicado pela cintura do mais novo. —Bem bem… já perturbando o senhor Mo novamente?

— O senhor Mo simplesmente não sabe aceitar elogios. —Xue Yang bufou, se aproximando mais do namorado, depositando um beijo no maxilar alheio. Wei sorriu mais ternamente quando notou o rubor pintando a face do médico.— Mas diga ...Ele não está bonito de cabelo curto também? Mestre Mo quer arrasar corações. 

— Caralho, porque tudo o que você fala para mim parece que você quer me comer?— Wei Wuxian fingiu tremer, mesmo que mal conseguisse conter um sorriso. — Para a sua informação eu não gostaria de ser o quarto membro de vocês, ok? Por mais boa adição que eu seja.

— Não acho que um quarteto iria funcionar, XuanYu.—SongLan balançou a cabeça, divertido, mas o olhou de cima abaixo. —Mas você realmente está bonito. Algum motivo para a mudança?

—Eu odeio o deserto. — Ele encolheu brevemente os ombros, olhando para o casal, XingChen e Yang, se beijando antes de voltar a atenção para o mais velho. —Por mais que eu quisesse usar preto como você eu iria derreter no meu banco. E… a máscara. —Pigarreou, desviando o olhar e vendo HuaiSang se aproximando. — Acho que estava na hora de mudar um pouco?

— Mudanças são boas as vezes. — SongLan assentiu, parecendo concordar. —A corrida ainda vai ter um tempo, algumas pessoas trouxeram bebidas, as outras coisas não, obviamente.

— Isso só traria problemas. —Wei Ying balançou a cabeça, fazendo um sinal de descaso. —HuaiSang ama a paz das corridas quando não tem essas porcarias em jogo.

— Falando de mim, amigo? Devo me sentir ofendido?— O planejador perguntou, passando um braço por seu ombro, e ao contrário de Xue Yang, ele não quis o repelir.

—Apenas coisas boas, idiota. —Wei o empurrou, mas sem o afastar. 

—Oh.. eh...—HuaiSang sorriu de canto, parecendo puxar um leque escuro de algum canto das roupas e o abriu, se abanando. —Você realmente seguiu meu conselho. E penteado novo? Hum… isso pode funcionar.

—Apenas prevenindo uma queimadura. —Deu de ombros, mas logo franziu o cenho. — O que pode funcionar?

—Não, nada. — O mais novo se afastou, dessa vez rindo. —Tenho coisas a fazer, a planejar… vejo vocês depois! Vão se divertir, vão vão!— Mandou, já se afastando.

— Impressão minha ou ele está mais agitando hoje do que o normal?—SongLan perguntou, franzindo o cenho, descansando um braço ao redor do ombro do Yang.

— Deve ser o calor. — Xue Yang resmungou, mas os lábios de Wei Ying se fecharam em uma linha fina… estranho. Ele poderia jurar que viu brilho intenso nos olhos do amigo quando o viu de cabelo cortado. 

—Sim. Deve ser o calor. —Concordou. Ele veria isso mais tarde. —Então… o que temos para nós divertir?

— Poderíamos fazer bom uso do banco de trás de Stygian e…

— Nada que envolva foder.— Ele interrompeu, lançando um olhar cortante nós mais novo. — Céus Chen, você é um santo!

— Que tal uma aposta?

  A ideia de diversão de Xue Yang não era tão diferente de Wei Ying, mas ainda era louca. 

 Felizmente ele não era tão normal assim e logo se viu subindo no capô do Mustang meia noite do mais novo, sobre os olhares atentos do mesmo e dos companheiros dele. Não foi difícil sentar em cima do teto escuro, cruzando as pernas como se fosse seu trono.

— Se me derrubar daqui, antes de um minuto, eu entrego o dinheiro que eu ganhar hoje para você.—Wei Wuxian não teve medo de apostar, uma das mãos enluvadas acariciando o carro abaixo de si. 

— E se você ganhar?— Xue Yang pareceu interessado, cruzando os braços em frente do corpo enquanto o via acomodar os óculos escuros na gola da camisa de malha.

— Você vai me dever alguns favores. —Ele sorriu afiado, apoiando os braços cruzados em um único joelho. —E então, topa?

—Que tipo de favores?— Xiao XingChen perguntou, preocupado.

— Nenhum que deixará a vida dele em risco, palavra de escoteiro!— Prometeu, se apressando em erguer três dedos em forma de paz. 

— Transar com você me botaria em risco?— O mais novo ponderou em voz alta, mas logo acabou rindo e se esquivando de um beliscão do médico. — Desculpa, desculpa! Eu aceito, e sem transar… o que é uma pena.

— Eu já disse Xue. — Ele suspirou, descruzando as pernas e as abrindo um pouco para se firmar. Bem… isso deve ter sido uma boa visão, já que os olhares dos três caíram para suas coxas. Se Xue Yang soubesse o quão perigoso era foder com ele... Ah, pena. — Você é tão novinho para eu deflorar.

—Deflorar…?— Xue Yang balbuciou antes de abrir um sorriso largo, que mostrava as pontas dos dentes afiados, seria fofo se não fosse perigoso.—… Senhor Mo, eu deixaria você pisar em mim com essas botas.

—Porra!— Ele não aguentou, começando a rir, seu corpo convulsionando um pouco com isso. Oh merda, se Xue Yang soubesse… —Eu não sabia que você era um garoto de botas. —Ele olhou para XingChen. — Já sei o que vou dar para você doutor. Agora, vamos? Preciso garantir mão de obra barata.

— Você nem sabe se vai ganhar. —O Xue resmungou, mas mesmo assim deu um beijo de despedida no namorado médico e piscou para SongLan, que retribuiu com um sorriso.

— Eu nunca faço uma aposta onde eu não possa ganhar. — Provocou, apoiando as palmas das mãos atrás de si, exibindo o corpo para o sol enquanto esperava o mais novo se preparar. Ele sabia da multidão que se acumulava ao redor deles, por isso ele não se importou com a sensação de ser observado, mesmo que parecesse formigar sua pele.

 Ele abaixou um pouco os olhos, olhando a plateia, SongLan e XingChen já afastaram um pouco mais as pessoas para que nenhum incidente acontecesse. Ele aproveitou para prender o óculos na blusa, acariciando brevemente a fita vermelha e macia em seu pescoço. 

—Vamos lá, senhor Mo!—Xue Yang chamou a atenção, se acomodando no banco do motorista, um pé firme no chão arenoso para dar um eixo para a manobra.

—Manda a ver, pirralho! — Mandou, tentando se manter no melhor equilíbrio possível. O carro começou a acelerar, a aderência totalmente nas rodas dianteiras fazia com que o carro girasse no próprio lugar.

 Céus… era um inferno se manter ali, mas não impossível. Ele fez isso uma vez, com Jiang Cheng, claro que ele terminou com uma perna quebrada… mas foi legal, ele culpa totalmente a parada abrupta que o seu irmão mais novo fez no final.

 Um minuto parecia uma hora quando você se agarrava a quer coisa como se fosse sua vida. Um minuto… e no fim disso seu corpo tremia com um riso e ele pulou do carro cambaleante, seus joelhos quase cedendo se ele não caísse contra o Mustang. Caralho, ele conseguiu.. mas ele se sentia quase bêbado.

 Ele levantou o olhar para as pessoas que aplaudiam e assobiavam, era uma sensação legal. Ser apreciado.

 Mas isso passou. Como uma corrente de água congelante em um corpo quente.

 Ele poderia estar delirando pelo calor. Merda, talvez ele estivesse com o início se uma insolação. Wei Wuxian realmente odeia desertos.

 Mas…  Lan Zhan estava lindo como sempre… vestido de branco, a camisa branca agarrada aos braços torneados… as calças modelando as pernas longas e torneadas, as botas, as malditas botas brancas e que, do seu campo de visão, pareciam impecavelmente livre de sujeira.

 Todo o conjunto combinado com a fita da Gusu Lan.

 Lan WangJi.

 Hanguang-Jun estava ali.

 Seu Lan Zhan estava ali.

Antes:

— Wei Ying…  não vá! —Wuxian tremeu, sentindo o movimento contra seu ombro, onde Lan Zhan mantinha a cabeça apoiada, seus braços ainda seguros contra o próprio corpo. — Por favor, eles vão matar você… eu não… por favor….

—Eu preciso ir… eu preciso ir. —Ele balbuciou em resposta, seus lábios tremendo, seu nariz enterrado nas mechas sedosas e escuras do cabelo de seu amante. Cheira a sândalo, a casa. — Eles nunca vão me deixar em paz… e-eles… podem até matar você

— Se você morrer… eu morro! Eu morro! Como eu posso viver em um mundo onde você não está?!— Ele foi empurrado contra a parede, não foi delicado, mas Hanguang-Jun se afastou e Wei Ying odiou o olhar atormentado nós olhos dele. Seu Lan Zhan nunca levantou a voz para ele… ou para alguém. Agora ele… eles simplesmente parecia… não ele.— Como faz isso?  Como?!— Lan Zhan se aproximou, sua mão tremendo ao tocar seu rosto, como se ele fosse porcelana. —Wei Ying… me fale como e eu deixo você ir. Eu te amo e… eu não sei como proteger você.

 Eu te amo.

— Eu também te amo, Lan Zhan. —Chorou, segurando o mais velho contra ele, enterrando o rosto no peito do mesmo, não se importando com as lágrimas que pareciam nunca acabar. — É por isso que preciso fazer isso. Assim como você… A-Assim como você, eu não posso viver me um lugar onde você não exista. Eu não posso ficar parado e ver eles matarem você por ser associado a mim.

—Eu não posso… 

—Eu também não.— Completou, respirando uma última vez aquele cheiro com o qual ele acordava todas as manhãs. — Pegue a-Yuan e cuide dele, cuide do nosso filho, sim? Viva por ele.

Atualmente:

— Se você desmaiar a grana é minha!— Ele voltou a realidade apenas para ter um Xue Yang grudado contra ele, com um sorriso animado e alheio aos seus conflitos internos. Puta merda… isso era realmente real, não é?

— Eu preciso de uma bebida! — Wei Ying disse, forçando o seu melhor sorriso no rosto e recupera os óculos escuros da gola da camisa e o encaixa novamente sobre os olhos. — Aliás… — Ele riu baixinho, tentando voltar ao normal. Um riso mais falso que ouro dos tolos. — … Eu vou te chamar quando precisar.

— Senhor Mo, tão mau! — O mais jovem bufou, o empurrando antes de se afastar, já choramingando o nome de XingChen e SongLan.

 Wei Ying desmancha o sorriso, olhando para a mesma direção onde havia visto Lan Zhan, mas não encontra nada ali. Ele daria tudo para para que isso fosse um sonho, mas ele sabe o que viu. Tem uma diferença entre alucinação e a realidade, as alucinações de Lan Zhan era sempre amoroso e lhe dava carinho quando ele se sentia alto. Aquele Lan Zhan… aquele que ele havia acabado de ver e que estava ali, parecia estático, assustado.

 Ele nunca quis seu Lan Zhan assustado. Então ele nunca alucinou com ele assustado.

 Merda. O que Lan Zhan estava fazendo ali? Ele se perguntou, mais de uma vez, enquanto navegava por entre as pessoas, esbarrando em uma ou outra.  O que Hanguang-Jun estava fazendo ali? Um ano… um foda ano, que ele estava acordado pelo menos, evitando o submundo da máfia como o diabo foge da cruz. Bem… não exatamente, porém…

— Amigo? Você parece precisar de uma bebida. — HuaiSang falou se abanando com uma mão e  uma lata de cerveja na outra.

— HuaiSang… — Ele franziu o cenho antes da clareza o atingir. — Ah seu grande filho da puta! — Xingou, se apressando em direção ao amigo, que arregalou os olhos, começando a recuar.

— Senhor Mo. XuanYu…  Eu não fiz nada!

— Não vem com essa conversa!— Retrucou, puxando o cós da calça do mais novo antes que o mesmo fugisse. — Você sabia, não sabia?

— Eu não sei de nada! Senhor Mo, eu realmente não sei de nada!— Ele se agitou, tentando se livrar.— Eu realmente não sei de… eu… — Ele parou, como se visse que não adiantava  seus esforços para negar. Então ele se deixou ser puxado, seus corpos colados um no outro, não de um jeito sexual, mas ameaçador. — Mo-xiong…. Você realmente não quer ter essa conversa aqui, quer? Por favor… eu tenho uma corrida para terminar.

— Faça a sua corrida, te espero em casa.— Sentenciou, soltando o amigo. — Vou sair.

— Wei- Mo-Xiong! Não!— Nie imediatamente cobriu a boca.

— Mas puta merda cara!— Ele suspirou, sentindo que estava muito perto de ter uma enxaqueca.  O dia começou tão bem… como caiu tanto? Bem, ele ainda não está pirando, isso é uma coisa boa pelo menos.

— Sério, por favor… resolvemos isso depois, mas não vá... — HuaiSang fechou o leque, olhando com seriedade para ele, mas sua voz permanecia baixa, já que eles estavam próximos o bastante para se escutarem. — Você já está aqui. Aproveite… Pare de fugir. Pare de se sabotar.

 Pare de se sabotar. Essa era o conselho de sua vida, não era?

 O antigo Patriarca Yiling olhou para o amigo de longa data, que o encarava com a mesma firmeza, as pessoas aos arredores deles completamente esquecidas e deixadas de lado. “Pare de fugir. Pare de se sabotar.” Era mais fácil falar do que fazer.

 Claro que ele se manteve um ouvido atento no submundo e em como toda a merda se desenrolou depois da sua morte. Alguns dos antigos líderes caíram, outros, como seu Lan Zhan, permaneceram no poder, ainda mais frio e altivo…  ninguém ousaria enfrentar o impiedoso Hanguang-jun, cujo ainda sofria pela morte de seu amante, Yiling Laozu.

— Queria que fosse tão fácil. — Finalmente respondeu e HuaiSang visivelmente relaxou.— Sinto como se eu pudesse me afogar em litros de álcool e ainda sim nada dessa porcaria irá desaparecer.

 Aquele não era o lugar ideal para seu melhor amigo parecer tão vulnerável. Às vezes Nie HuaiSang sentia saudades dos velhos tempos, tempos esses onde seu irmão estava vivo, Wei Ying era feliz e ele próprio só precisava se preocupar em estilizar os melhores carros. Oh cara… isso fazia a bile ferver em seu estômago. Ele destruiria o responsável por acabar com todo o seu mundo.

 Mas primeiro… tem pessoas que precisam dele.

— Meu irmão dizia sempre… Acelere em uma curva de cada vez. — Recitou com seriedade e o mais velho finalmente pareceu o relaxar ainda mais. Ele sabia que mencionar MingJue seria eficaz.

— Uma curva de cada vez… — Ele respirou fundo.— Certo, isso pode funcionar. 

 Fugir ainda era uma opção tão tentadora…

 Balançando a cabeça ele se afastou ainda mais em direção onde havia deixado Stygian. Não foi difícil  localizar o carro e sem pensar duas vezes ele se acomodou no banco do carona e, quase que mecanicamente, ligou o carro, forçando o motor para indicar que precisa que os outros saíssem da sua frente para ele poder passar.

 A corrida realmente estava quase para começar e ele tomou um dos lugares na linha junto dos outros, coincidentemente ao lado do Mustang de Xue Yang. Veja bem… o destino era uma bosta tão grande com ele que Wei Wuxian não se sentiu particularmente surpreso quando notou que a janela do mesmo estava aberta, dando total visão do motorista de uma BMW branca do outro lado.

 Lan Zhan mantinha os olhos fixos na estrada como se nada ao seu redor o afetasse, como se ele fosse um deus ou alguma outra divindade. Seu coração pode ter falhado uma batida quando os olhos cor de mel pousaram em si, como se soubesse que ele olhava.

 Hanguang-Jun poderia ser um merda com a face de pedra, mas os olhos… os olhos eram como a alma dele, quentes, doloridos e espaçosos. Wei Ying foi o primeiro a desviar o olhar, seu pé pesando sobre os pedais, forçando o motor a rosnar e lavar qualquer medo que ele tivesse no momento.

 Substituir o temor pela doce sensação ofuscante da adrenalina.

— Você está bem senhor Mo? — Xue Yang perguntou e Wei Ying riu, baixo. Xue Yang era um bom garoto às vezes.

— Nos vemos na linha de chegada, pirralho!— Respondeu habitualmente, não respondendo a pergunta original, sua atenção voltada para HuaiSang, que já  se posicionava na frente dos carros.

 Ele estava diferente, Wei Ying viu o sorriso forçado e os olhares nervosos a eles. Ying balançou a cabeça em negação antes de suspirar. Não era culpa de seu amigo se ele tinha problemas para encarar o próprio passado… mas também, ele gostaria de ter tido tempo de ter se preparado, ou ao menos ter tido a oportunidade de fugir para o fim do mundo.

— Do que você está fugindo, Wei Wuxian? — Resmungou para si mesmo. Lan Zhan não era ruim para ele, nunca foi… quer dizer, eles tiveram um começo difícil e tudo mais, mas com o tempo se aqueceram o bastante para... para se declarar. HuaiSang abaixou o leque e ele se viu disparando para frente. 

 Apenas essa corrida, seu cérebro rosnou, depois ele iria sair.

 Se Lan Zhan o reconhecer não seria um problema, caso não… ele apenas voltaria para seu lugar e fingiria que estava tudo bem.

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