CHEGUEI CHEGANDO!
To super animada com o rumo da fic daqui pra frente.
Bem, vocês já conheceram nossos personagens novos, então vamos vê-los no enredo agora. Não todos, mas alguns deles. Os outros vão aparecendo conforme os capítulos.
O padrão de títulos de capítulos também muda a partir daqui!
Eu não tenho muito o que falar augsauihdoaidh mas enfim, boa leitura.
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Família real e comitiva do Oeste...
Família real e comitiva do Oeste vindo para o Norte...
Eu só conseguia pensar que as suspeitas de meu irmão estavam se tornando concretas...
Então essa foi a intervenção de Donggun no Oeste, intimar Soobin e Hyejin para virem ao Norte e mudar os casamentos. Só podia ser isso, por qual outro motivo eles estavam vindo?
Senti meu coração acelerando e meu corpo ficando dormente com essas possibilidades. Eles estavam próximos, estavam chegando e toda a felicidade que eu estava sentindo foi aos poucos se transformando em apreensão, medo, tensão.
Tudo estava bem sem Donggun e meu pai no castelo, eles retornariam trazendo mais infelicidade, discórdia e ódio.
Por mais que eu soubesse que mesmo que ele quisesse intervir em minha relação com Taehyung e que de fato não iria acontecer, eu tinha a mais completa ciência em que isso implicava. Medidas duras, afastamento, proibições. Com certeza eu não iria poder ver, falar, tocar, estar com Taehyung e isso era duro demais. Estar no mesmo ambiente que ele, vê-lo todos os dias e não poder estar com ele era algo que com certeza me machucaria.
- Quanto tempo temos até que cheguem? - Perguntou Taehyung de forma séria.
- Pelos meus cálculos, menos de duas horas. É o tempo para que entrem, tomem um banho e pensem. Nós temos que agir com inteligência, sem impulsos. Se as suspeitas que Yoongi levantou no outro dia forem reais, vocês dois precisam ter paciência. Sei que é algo difícil de se pedir, mas nós não podemos ser imaturos agora. - Disse Namjoon com seriedade.
Eu sabia que não podia fazer besteiras, sabia que aquilo não se tornaria real e eu não iria me casar com Soobin do Oeste. Eu precisava manter a calma, precisava respirar.
- Se as suspeitas se confirmarem, serão apenas algumas semanas até o exército das Alphas estar organizado. - Taehyung pegou minha mão com carinho - Nós vamos dar um jeito, eu prometo.
- Eu sei, eu sei... - Suspirei - Só estou com medo. O pai de vocês não vai voltar nada feliz, principalmente depois da morte de Minho. Ao que tudo indica, ele acha que eu causei isso, que eu provoquei. - Espremi os olhos tentando organizar os pensamentos - Vai dar tudo certo, eu vou tentar agir bem, não me colocar em situações de perigo.
- Eu espero que sim, Seokjin do Leste. - Namjoon tocou meu ombro - Agora entrem. Vocês precisam estar preparados... Vamos receber nossas visitas. De certa forma é muito bom que Soobin esteja aqui, ele não vai precisar se deslocar do Oeste em meio a uma guerra. Talvez ele próprio tenha proposto isso.
Eu não conhecia Soobin do Oeste, não sabia qual era sua índole, sua inteligência, mas se eles confiavam no rapaz, eu também confiava.
Assentimos brevemente para Namjoon e os três entramos no castelo com rapidez. Tudo estava uma loucura lá dentro e ainda era extremamente cedo. Criados para lá e para cá ajeitando, limpando, carregando coisas, cozinhando, tudo isso por conta da volta do Rei e da recepção do jovem Rei do Oeste que estava por vir.
Taehyung e eu subimos a escadaria e fomos direto ao meu quarto para pegar uma muda de roupa, depois fomos para seus aposentos onde nos banhamos rapidamente e em um piscar de olhos já estávamos abotoando nossas roupas, vestindo-nos com nossas melhores peças. É irônico como essa preparação era apenas para receber uma possível notícia que nos prejudicaria, nos faria sofrer... Mas precisávamos mesmo manter os pés no chão e pensar que acima de tudo, no final, ambos iríamos sair vitoriosos e juntos de tudo isso, rumando para a nossa casa para viver nossa vida.
Ele ajeitou meus cabelos com cuidado e me olhou com carinho, como sempre fazia. Céus, era muito ruim pensar que me afastariam dele... Fui tão relutante a amar alguém por toda a minha vida, sempre pensei que meu coração não abrisse espaço para este tipo de sentimento, mas agora... Agora eu tinha Taehyung. Estava acostumado a ser amado, a sentir amor, ter pequenos gestos que se tornavam enormes, ser o motivo do sorriso de alguém. Me dava uma imensa tristeza me imaginar acordando sem estar com ele ao meu lado, sem ouvir sua voz grave dando-me bom dia, o toque das pontas de seus dedos em minha pele me puxando para si, sua risada... Era cruel demais.
- Não se preocupe, está bem? - Ele sussurrou se aproximando de mim - Serão dias longos e difíceis, mas nunca, em hipótese alguma, se esqueça de que meu coração é todo seu. Não importa o que meu pai ordenar, se ele quiser que eu me case com Hyejin do Oeste, você sabe que eu não vou. - Sorriu pequeno para mim - Amo você, cada pedacinho da sua existência, você por inteiro. Seu sorriso bobo quando eu faço piadas, seus olhos que se fecham enquanto você pensa, seu jeitinho nervoso, tudo isso que compõe o que você e isso é o que eu mais amo nesse mundo. - Então me puxou para um abraço apertado.
Era imensamente confortável estar ali em seus braços, sentindo seu aroma praiano me invadir o olfato enquanto a temperatura terna de seu corpo me envolvia. Seus dedos se emaranharam em meus fios num afago gostoso, fazendo com que eu simplesmente me despejasse em seu abraço. Ali era onde eu queria estar, ninguém me obrigou. E era onde eu queria permanecer pelo resto de nossas vidas.
- Nós vamos aguentar esses dias, iremos lutar e conquistar a liberdade de todos, incluindo a nossa. - Sussurrei me aninhando em seu peito, ouvindo a melódica e ritmada batida de seu coração - Amo você. Prometo que vou fazer com que tudo dê certo.
Taehyung deixou um selar longo em minha testa e nos mantivemos daquele jeito por longos minutos. O silêncio que havia entre nós era necessário e confortável, ele dizia tudo. Não era o fim do mundo, não iria acontecer.
Não queríamos sair daquele pequeno mundo que criamos juntos em nosso abraço, mas fomos interrompidos por um Hoseok apreensivo que apareceu na porta do quarto para nos avisar de que as comitivas já haviam sido vistas nas entradas da província. Meu coração ficou acelerado e minha boca estava seca, porém eu precisava mais do que tudo ignorar minha tensão e seguir com a cabeça firme, tendo em mente que aquilo fazia parte, provavelmente, de um plano inteligente de Soobin do Oeste.
Meus olhos se encontraram com os de Taehyung em um profundo fitar e nossos lábios se colaram, dizendo que tudo iria ficar bem. Tudo precisava ficar bem.
Ajeitei minha roupa assim que nos separamos e respirei fundo. Eu estava com a melhor delas naquela ocasião... Usava uma calça marrom justa, botas pretas, uma camiseta de seda azul clara com detalhes bordados e um longo casaco de pele de coloração rajada.
Saímos do quarto de mãos dadas, logo atrás de Hoseok, que acabou por encontrar Yoongi no meio do caminho, juntamente de Namjoon e Jungkook. Seguimos todos para o lado externo do castelo, ficando enfileirados ao lado de nossas mães e alguns soldados do exército que faziam guarda. Uma gotinha de suor escapuliu por meu pescoço e viajou por todas as minhas costas, mas era um suor frio de tensão, apreensão. O que estava por vir junto de todas aquelas carruagens era algo incerto e dentro de mim uma sensação desconfortável pulsava.
Não demorou para que o galope alto dos cavalos e o som das carruagens começasse a ser ouvido. Engoli em seco ao ter o vislumbre das figuras de várias comitivas aparecendo, os portões sendo abertos e os soldados a postos ali observando enquanto as propriedades do castelo recebiam aquelas pessoas das quais eu não queria ver. Taehyung estava na outra ponta da fileira, ao lado de Hoseok, enquanto eu permanecia de pé ao lado da minha mãe. Olhei-o de rabo de olho e ele notou minha apreensão, no entanto pude ler as palavras silenciosas em seus lábios que me diziam "vai ficar tudo bem".
E então lá estavam eles em nossa frente...
Do lado de fora eu pude ver o quão duro e sério estava o rosto de Donggun, que tinha meu pai ao seu lado feito o cachorrinho que ele era. Os olhos implacáveis do rei nos olhavam com desdém e superioridade, mais até do que antes ele já exalava. Foi naquela hora que eu soube que eu estava em péssimos lençóis...
Os equinos pararam de galopar, o som de correntes e de ferro já não ecoava e agora tudo o que se podia ouvir eram os passos pesados na neve. Meu coração parou por alguns segundos, mas eu mantive minha postura... Não podia fraquejar num momento como este.
Donggun do Norte olhou em volta, fitou um a um, desde nós até os soldados sem comandante que estavam perfeitamente alinhados ali. Seus olhos transbordavam ódio e repulsa, como se todos fossemos meros insetos perante sua grandeza.
"Patético"
Tendo meu pai como seu chaveirinho, Donggun caminhou até nós, as mãos atrás do corpo como se estivesse fazendo uma dura vistoria. Ele só parou quando estava exatamente na frente de Namjoon, a única pessoa da qual seu olhar não condenava.
Mal sabia...
- Voltamos mais cedo, pois nossos assuntos foram rapidamente resolvidos no Oeste. - Disse com sua voz cortante que me dava calafrios - Namjoon, receba a família e comitiva do Oeste. Estou cansado.
- Seja bem-vindo de volta, meu pai. - O primogênito fez uma reverência sendo seguido por todos nós, que repetimos o movimento em silêncio - Acolherei a família do Oeste e os acomodarei, assim como o senhor deseja.
Donggun assentiu frio e passou seus olhos, primeiro em Taehyung e depois até mim. Os passos pesados arrastando as botas vinham caminhando em minha direção, fazendo as gotículas de suor se multiplicarem em minhas costas.
Não, ele não poderia sentir meu medo. Isso me fazia fraco perante a ele, me deixava vulnerável para ser dominado. Respirei fundo e mantive a postura, o queixo alto e os olhos duros, assim como as mãos atrás do corpo e a coluna reta.
O Rei se postou em minha frente e me analisou de forma fria, olhando de meus pés à cabeça como se eu fosse uma aberração. Era claro o asco em sua expressão, mas mais nojo ainda havia dentro de mim tendo ele tão próximo.
- Recebemos uma águia no Oeste falando sobre os acontecimentos recentes. - Disse me cortando mais que qualquer espada afiada - Então Minho tentou lhe atacar? - Eu podia sentir a ironia contida em seu tom de voz.
- Eu estava entrando em período de cio, vossa majestade, creio que isso o deixou em descontrole. - Respondi com meu melhor tom, sem deixar meus lábios tremerem e nem a voz vacilar - No entanto, esqueceu-se de que eu já tenho um casamento. As ações não foram bem aceitas por meu Alpha, que sentiu-se traído pelo comandante.
Donggun levantou uma das sobrancelhas e redirecionou os olhos para Taehyung. Ele podia não demonstrar, contudo eu tinha a plena certeza que por dentro seu ódio pelo pai queimava.
- Da próxima vez tranque-se no quarto se não quiser provocar Alphas com seu cheiro. - Cuspiu com rispidez e então saiu de perto de mim.
Lágrimas quentes quiseram cair de meus olhos, mas lutei contra elas. Ele estava me culpando pelo ataque, dizendo que meu direito de ir e vir era inválido. Eu deveria me conter ao invés de Alphas sujos como Minho aprenderem que não devem tentar violar ninguém, em circunstância alguma. Donggun colocava a culpa na vítima sem mesmo piscar e acreditava fielmente que aquilo era o certo.
Isso me deixava quebrado por dentro
Meus olhos foram em direção a Taehyung e vi seu corpo se enrijecer, os ombros e maxilar se tensionado. O ódio pairava sobre ele, contudo a mão de Hoseok em seu ombro foi um sinal para que ele se contivesse.
- A família do Oeste. - Gritou um criado chamando nossa atenção - Rei Soobin do Oeste e sua irmã, Hyejin do Oeste.
Nossos olhos se encaminharam para as carruagens que transportaram toda a família Oestina e sua comitiva. Da primeira e mais luxuosa duas figuras desciam, aparecendo pela primeira vez para nós.
Um fato sobre os oestinos: eles eram extremamente diferentes do que estávamos acostumados a ver.
Por ser uma província focada em tecidos, o Oeste tinha uma variedade grande no que se diz em moda, sendo extremamente diversa em suas peças. As pessoas, principalmente do Norte, trajavam peças de tons mais escuros, o que era até sábio tendo em conta que num ambiente onde a neve era predominante, isso se fazia melhor para enxergar. Mas os oestinos eram extravagantes. Até mesmo seus casacos de pele eram coloridos, tons que ninguém encontrava fora da Província dos Tecelões.
O rapaz alto e de cabelos curtos e escuros desceu da carruagem, andando de forma calma enquanto reparava em cada ponto do lugar. Seu casaco tinha um tom verde, mas não verde chamativo, algo parecido com musgo. Suas calças justas eram de tom marrom e a camiseta preta destacava-se diante daquelas cores.
De longe eu pude sentir que ele tinha aroma de algodão...
Ao seu lado uma mulher extraordinária caminhava. Seus cabelos longos e negros quase se mesclavam com o casaco felpudo de cor caqui. Trajava um lindo vestido rosa pastel que se arrastava no chão, como se fosse uma grande cauda. Sua pele era diferente da de Soobin, sendo mais dourada, o que acentuava ainda mais a beleza extrema dela.
O cheiro doce de vinho tinto só me fez confirmar que aquela era a Ômega Hyejin.
Os irmãos oestinos tinham presença, isso era inegável. Até mesmo sua forma de andar, a postura, a forma com que os olhos miravam cada detalhe ínfimo. Por onde passavam, deixavam mil e uma impressões.
Caminhando até chegar em nós, o rapaz se postou na frente de Namjoon do Norte, o rosto levemente esperançoso e os lábios meio cheios exibindo uma pequena demonstração de sorriso.
O primogênito do Norte imediatamente se ajoelhou aos pés do oestino, indicando que deveríamos fazer exatamente o mesmo.
- Vossa majestade Rei Soobin do Oeste, o recebemos com muita alegria em nosso lar. - Disse cordial e extremamente diplomático, nada diferente do que ele já era.
Soobin olhou-o de cima, no entanto sem superioridade ou algo do tipo. Na verdade ele tinha as sobrancelhas arqueadas e uma grande interrogação em seu rosto.
- Por que diabos vocês estão ajoelhados? - Indagou realmente curioso.
- Soobin... Pelo lobo, você é rei. - Hyejin sussurrou.
Parecendo lembrar-se daquele detalhe como quem se lembra de vestir as calças ele logo ajeitou a postura e assumiu seriedade. Bem, presumi que ele não estava nada acostumado com isso, sem contar que os Alphas do Norte eram seus amigos de longa data. Até eu cometeria uma gafe dessas.
- Agradeço a recepção e a hospitalidade. Podem ficar de pé. - Respondeu bem melhor daquela vez.
"Ele tem a mesma idade de Taehyung, mas tem um ar tão... Ingênuo."
Nos levantamos e eu confesso que não conseguia tirar meus olhos da princesa Hyejin. Algo nela era imensamente cativante, e não era só sobre a beleza que ela tinha.
- Quero que conheçam nossa comitiva antes de tudo. - Soobin disse com gentileza - Nossos criados são extremamente próximos de nós, então peço que sejam bem recepcionados também
- Sem sombra de dúvidas, majestade. - Hoseok sorriu daquele jeitinho que só ele tinha.
Da carruagem mais ao fundo do pátio, algumas pessoas vinham descendo. Pude notar que, apesar das roupas serem bem menos luxuosas, ainda tinham cores vivas e mais chamativas, marcando a essência do povo do Oeste. Dentre os diversos criados e outras pessoas de importância que vinham, duas em especial se aproximaram de nós: um homem e uma mulher.
Não deixei de reparar primeiro no homem. Eu já sabia que no Oeste era uma prática comum usar e abusar das cores, não só em roupas, mas também em mudanças capilares. A cultura deles era extremamente rica, sem contar nos recursos naturais que as terras férteis deles proporcionavam. O que me chamou atenção, sem sombra de dúvidas, foram os fios de cabelo azuis quase que brilhantes se fazendo muito destacados no rapaz. Seu maxilar era marcado, me lembrava levemente o de Taehyung, e os olhos extremamente bonitos em um tom acinzentado. No entanto era possível perceber de longe que sua estrutura corporal dizia que era um Ômega, ficou mais evidente com o aroma agradável e doce de mirtilos.
Já a mulher me cativou por um detalhe que era completamente incomum: Ela era Alpha. Não era nem de perto normal que criados em si não fossem Ômegas ou Betas. Ela tinha longos cabelos acinzentados que batiam em sua cintura e o corpo esbelto, porém dava para perceber, por baixo das roupas, que era forte. Não musculosa, mas forte.
Ela sorria feliz e despreocupada - e claro que eu não entendi o motivo para tal sorriso -, ao aproximar-se e se postar exatamente ao lado de Soobin, senti um aroma bom de grama molhada e orvalho.
- Estes são Yeonjun e Byulyi. - Disse Soobin - Yeonjun é criado de Hyejin e Byulyi é a minha.
- Binnie... - A Alpha sussurrou e deu uma cotovelada leve no jovem rei.
- Ah, perdão. Ela prefere ser chamada de Moonbyul. - Retificou.
A forma carinhosa como ela o chamou só me indicou que a relação deles era, com certeza, próxima da que eu cultivava com Jimin.
O rapaz levou seus olhos diretamente para Yeonjun e vi os dois sorrirem simultaneamente, me dando uma leve impressão de intimidade também. Bem, eu não era tão próximo dos criados dos meus irmãos, mas os respeitava e gostava bastante. O caso era que ali parecia haver um afeto grande entre os quatro.
Moonbyul sorriu satisfeita e então analisou todos nós, porém deixou seus olhos descansarem justamente em mim, o que me fez ficar um pouco envergonhado.
- Você deve ser Seokjin do Leste. - Sua voz era grave e bonita - Disseram que você era bonito, mas vejo que estavam errados.
Arqueei minha sobrancelha no mesmo momento. Ela estava me ofendendo assim de graça?
- Perdão?
- Não foi isso que eu quis dizer, jovem príncipe! - Ela deu uma risada - Você não é bonito. É muito bonito.
"Ela está tentando flertar comigo?"
- Ela é brincalhona assim mesmo. - Hyejin suspirou - Não leve isso para o pessoal, por favor.
"Alpha esquisita"
- Bem, acho que é melhor entrarmos. - Namjoon disse tentando fazer um belo malabarismo na situação - Vamos, vou pedir que os criados os acomodem em seus quartos e nos encontramos no jantar. Novamente sejam bem-vindos.
- Muito obrigado, Namjoon. - Soobin sorriu - Ah, e a propósito... - Seus olhos brilharam - É bom ver vocês depois de tantos anos
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- Uma criada Alpha? - Jimin exclamou impressionado - Esse pessoal do Oeste é bem... exótico. - Fez um bico.
- Juro que também não entendi. Ela não me parecia alguém que dê banho em Soobin igual você faz comigo. - Pendi a cabeça para o lado enquanto refletia e Jimin passava a esponja em meu corpo.
Aquele primeiro contato não havia sido esclarecedor o bastante, no entanto foi mais revelador. Soobin do Oeste não era nem de perto como eu pintava a figura em minha mente. Era cordial, sim, mas tinha um ar bastante jovem para alguém que compartilhava da mesma idade de Taehyung. Além do mais, a troca de olhares entre Yeonjun e o jovem Rei me deixou um pouco encucado.
Hyejin era uma mulher deslumbrante, mas não se definia apenas por isso. Algo em si, em sua presença, me deixava um pouco vidrado, não sabia bem como explicar isso em poucas palavras...
E os criados... Bem, a tal Moonbyul com certeza não tinha muito filtro para o que dizia, mas parecia ser inofensiva. Já Yeonjun, apesar de ter permanecido calado, dava a impressão de ser alguém cuidadoso e bastante jovial.
Esses eram nossos convidados do Oeste, as pessoas das quais eu fiquei ansioso para conhecer e também as que estariam na guerra conosco. Até onde ia a ingenuidade de Soobin? Nós não tivemos o mínimo de tempo sequer para poder debater isso cara a cara e de certa forma eu temia que Donggun não fosse nos dar espaço para tal coisa.
Suas palavras ainda martelavam em minha cabeça, ferindo meu peito como mil facas afiadas...
"Da próxima vez tranque-se no quarto se não quiser provocar Alphas com seu cheiro."
- O que foi, JinJin? - Jimin sussurrou se aproximando de mim - De repente ficou calado...
- Ah, nada... - Tentei desconversar - Só estou preocupado, muitas coisas vão acontecer de agora em diante. - Suspirei cansado - Eu já lhe expliquei tudo... As coisas não vão ser fáceis.
Ele afagou meus cabelos com carinho.
- Mas você é forte e vai aguentar tudo isso, eu sei. - Sorriu elevando suas bochechas fofinhas - Quando piscarmos, não vai mais haver Donggun e nem nada de ruim, então vamos poder ser felizes. Todos nós.
Jimin era tão poderoso quando exalava esperança que eu me arrepiava. Ele era convincente, realmente acreditava sempre no que podia vir de melhor no futuro.
Era um pouco inocente, mas era bonito.
Ele terminou de me banhar e me vestiu, logo eu estava fitando meu reflexo no espelho e podia ver minhas linhas de preocupação marcando meu rosto. Aquele jantar, o primeiro jantar com os oestinos não seria calmo e nem pacífico, Donggun não aparentava estar para brincadeiras.
Não demorei a descer para a sala de jantar, onde mais lugares foram adicionados à mesa e mais talheres e pratos também. Meus irmãos se acomodavam em seus lugares enquanto eu ocupava o meu, levando meu olhar para um Taehyung que já estava sério e a postos em sua cadeira. Céus, eu mal consegui falar com ele naquele dia cheio... Queria poder saber como ele se sentia.
Logo os irmãos do Oeste chegaram também com suas roupas coloridas e bem feitas. Soobin ocupou um lugar ao lado de Taehyung, assim como Hyejin sentou-se do lado de Jungkook.
Donggun estava extremamente sério, os olhos afiados analisando cada um de nós com frieza. Senti meus pelos se eriçando só de olhá-lo de canto.
- Um brinde ao Rei do Oeste. - Disse sem delongas, elevando a taça.
- Um brinde. - Respondemos todos juntos, porém sem excitação alguma.
Todos demos longos goles de vinho e deixamos as taças na mesa, esperando as próximas palavras do maldito rei que ainda nos via como meros nadas.
- Tenho avisos para compartilhar com todos. - Disse friamente - Espero que estejam ouvindo com bastante atenção.
Avisos... Aquilo fazia a tensão percorrer ainda mais por meu corpo.
- A intervenção do Norte no Oeste foi pacífica e não teve nem uma ocorrência. - Iniciou - No entanto, esta mesma intervenção também diz respeito ao Leste.
Engoli em seco.
Donggun olhou diretamente para mim e era como se pudesse congelar minha alma apenas com aqueles olhos cortantes. Eu não queria ter medo, mas ele estava me proporcionando exatamente isso.
- Antes de anunciar sobre isso, aviso-os de que em breve teremos a nomeação do novo General Comandante do Exército Nortenho, uma vez que Minho do Sul está morto. Já tenho a decisão. Jaebum do Norte ocupará seu cargo.
"Assim como foi previsto..."
- Faremos uma cerimônia de celebração e a nomeação em poucos dias. A presença de todos é obrigatória. - Ele elevou sua voz - No âmbito de um novo acordo entre Norte, Oeste e Leste, tomamos decisões que achei serem mais coerentes para o atual momento. Soobin do Oeste foi coroado ligeiramente devido a morte de seu pai, no entanto, sendo jovem, ainda não tem um ou uma Ômega para casamento, assim como sua irmã, a princesa Hyejin.
"Não, não, não!"
- Fica decidido que o noivado entre meu filho caçula, Taehyung do Norte e Seokjin do Leste está anulado. Sendo, agora, Seokjin do Leste noivo de Soobin do Oeste e Hyejin do Oeste noiva de Taehyung do Norte. Não há espaço para contestações.
Era tudo o que eu não queria ouvir, apesar de eu já estar ciente de que isso podia ser real, no momento em que as palavras saíram cortantes de sua garganta, meu corpo inteiro congelou-se e meu coração parou.
- Tendo em vista que o Oeste está sem seu rei por alguns dias, iremos agilizar todas as cerimônias para que Seokjin do Leste vá com Soobin para a Província dos Tecelões o mais rápido possível. - Vi ele cerrando os pulsos como se estivesse com raiva, repulsa e quisesse mesmo que eu fosse embora de uma vez por todas - Enquanto isso não acontece, devido também aos recentes acontecimentos que implicaram a morte de Minho do Sul... - Ele fitou Taehyung - Fica decretado que a partir de hoje, o contato entre Alphas e Ômegas é restrito. Não haverá mais jantares em conjunto, não será permitido o contato de Ômegas com outros Alphas a não ser que o Alpha correspondente esteja presente. As saídas esporádicas do castelo estão estritamente proibidas, limitando-se apenas às propriedades dentro dos muros. Haverá toque de recolher quando o sino da torre soar nove badaladas. - Donggun se levantou nos fitando - Vamos evitar que mais Ômegas descuidados e pretensiosos levem Alphas inocentes à morte sem necessidade.
E com isso, vomitando todas aquelas coisas em nós, Donggun enfurecido largou sua taça e sua comida intacta no lugar e saiu de forma rude da sala de jantar. Um clima de tensão, medo, um sentimento que estava aos poucos me afogando, sumindo com todo o ar de meus pulmões se fez e transbordou-se em forma de lágrimas em meus olhos.
Ele queria me mandar para o Oeste o mais rápido possível... Não, ele não podia. Não!
Meu pai saiu atrás do Rei como seu cachorrinho, deixando-nos ali, silenciosos, perplexos, amedrontados.
E então um forte baque na madeira da mesa.
O punho fechado e tensionado de Taehyung se fez em um impacto forte, balançando toda a estrutura, acelerando nossos corações e fazendo com que nossos olhos o mirassem em puro ódio. As lágrimas corriam em seus olhos completamente úmidos, mas o maxilar estava tão tensionado que rangia. Ele era só raiva e mágoa naquele momento... Eu sentia.
- Você... - Ele olhou para Soobin - Trate de falar para aquele exército se apressar. Eu quero a cabeça dele - apontou para a porta, indicando Donggun do Norte - em uma bandeja.
Saindo tão ou mais rápido que o pai, Taehyung deixou a sala de jantar de forma desesperada. No mesmo momento me levantei para ir atrás dele, mas senti a mão de minha mãe segurando meu pulso e me contendo.
Eu tinha que ir atrás dele, lembrar-lhe que tudo ficaria bem, que iria dar certo. Nós daríamos um jeito, sempre demos!
- Jin, deixe ele sozinho por enquanto. - Ela disse docemente, mas preocupada também - Não entre no jogo de Donggun.
Meu coração só se apertava dentro do peito, as lágrimas queriam descer incessantemente por meu rosto. Ele não podia sofrer sozinho, eu precisava ir até ele!
No entanto, me surpreendendo, senti outra mão leve e macia pegar em meu pulso livre. O cheiro de vinho tinto adentrando meu olfato e me fazendo olhar na direção da bela mulher ao meu lado que tinha o rosto sério para mim.
Hyejin...
- Vem comigo. Eu vou te ajudar a ficar mais calmo.
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É AMIGOS E AMIGAS, O NEGÓCIO FICOU FEIO. ATÉ O TAEHYUNG PERDEU AS ESTRIBEIRAS...
E aí, contem-me, falem-me, não me escondam nada. O que acharam dos novos personagens? Quem aí ta querendo pegar o Donggun na porrada depois desse capítulo? Sério, me doeu escrevendo o que ele disse pro Jin. AI QUE ÓDIO
É isso, logo mais eu volto <3 até a próxima!