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Scott Daniels
Acordo mais uma manhã ao lado da Ally e fico a observando dormir. Ela tem a cabeça pousada no travesseiro enquanto seus cabelos estão esparramados. Seu rosto sereno mostra uma paz.
Eu ainda não acredito que avançamos mais um passo em nosso relacionamento. A primeira vez em que estivemos juntos, eu precisei me segurar e controlar cada parte do meu corpo para não a machucar.
Depois daquela noite eu achei que ia demorar um tempo até ela se acostumar com a ideia de ter relações comigo outra vez, mas eu estava errado. E puta merda, como eu fico feliz em estar errado.
Eu não aguentava mais !
Cada gesto, cada olhar, cada palavra. Tudo era uma grande provocação pra mim.
Lembro de um dia estarmos tomando sorvete na rua. A forma como ela chupava olhando pra mim com seus olhos meigos, eu não pude me segurar. Fiquei excitado em plena praça pública.
Minha sorte é que ela sempre foi ingênua demais pra perceber qualquer coisa, mas se ela soubesse o efeito que seu corpo tem ao meu...
Beijo sua testa e me levando. Vou ao banheiro, tomo um banho e não demora muito até que eu esteja dentro de um terno assumindo a postura profissional, pronto para o trabalho.
Pego meu celular e tem uma mensagem de Alex.
Você já contou a ela? Ela precisa saber. Geovana está por aí, Scott. Você não sabe do que essa louca é capaz.
Suspiro.
Olho pra Ally dormindo como um anjo sobre a cama e respondo.
Eu ainda não estou preparado para perde-la.
Sua resposta chega em segundos.
Então decida. Ou você perde ela por mentir, ou você perde ela para Geovana. É melhor você sem ela e ela vida, do que junto de você correndo o risco de morte sem nem saber o por quê.
Ele tem razão, eu sei que tem.
Mas eu não estou pronto para perder minha Allyson, merda!
Venha aqui quando puder, ao que parece, Anderson encontrou o lugar onde Ricardo está escondido.
Então esse homem está mais perto do que nunca.
Vou até a cama e acaricio o rosto de Allyson. Ela se mexe e não demora a abrir os olhos.
— Bom dia, amor. — Senta na cama e se espreguiça. — Já vai sair?
Sorrio.
— Já sim. Tenho coisas para resolver. Aproveita bem o seu dia de folga. — Toco a ponta de seu nariz.
— Bem merecida. Organizar aquele desfile sem a Glória, acabou comigo.
Realmente, não foi fácil. Mas ela conseguiu e saiu tudo melhor do que o esperado.
— Vai estar aqui quando eu voltar?
— Quer que eu te espere na cama, Sr Daniels?
Sinto meu amigo ganhar vida em minha calça e ela também percebe, imediatamente gargalha.
— Olha o que você faz comigo, Ally !
— É bom jogar com você. — Morde os lábios. — Tenha um bom dia de trabalho, amor. Vou te esperar quando chegar.
Saio de casa sem um pingo de vontade, se pudesse, ficaria na cama ao lado de Ally.
Chego a empresa e antes de subir para minha sala, vou até a recepção já que sem Glória e sem Ally, minha agenda fica aqui.
Antes que eu possa chegar vejo uma das funcionárias de costas, gritando bem alto.
— Eu não posso acreditar nessa palhaçada. Só porque a nova vadia do patrão da pra ele, se acha no direito de faltar quando quiser.
Mas o quê?
— Só porque ele fode a buceta dela ela se acha a dona daqui. Uma pobre coitada, maltrapilha que quer ser a primeira dama. Coitada. — ela continua de costas para mim e sua colega também não me vê, sua atenção está voltada a um papel.
— Você deveria parar de intrigas. — diz ela. — Se ela fica com o patrão ou não, não é da sua conta. Deixa ela ser feliz e para de ser amargurada.
— Feliz? — a outra debocha. — Faça-me rir. Ela só é feliz por gastar o dinheiro dele e fazer o que quiser. Ele deve ser um pau mandado.
Eu continuo escutando tudo evitando a vontade de enforca-la.
— Eu também já estive com Scott. — Nunca! — E nem por isso fiquei faltando ao serviço. Eu já fiquei muitas vezes com ele e nunca tive esse benefício que essa puta tem.
Pigarreio.
— Acho ótimo saber o que pensa da minha namorada, senhorita.
Ela se vira imediatamente para a frente e crava os olhos em mim, assim como sua colega de trabalho.
— Não Sr Daniels, eu só estava brava, eu só...
— Senhorita... — Falo com um certo desdém. — Convenhamos que você não tem o por quê de ficar brava. A um bom tempo estou aqui e nem atendido fui, o que me faz imaginar o que o pessoal que entra aqui não passa, esperando sua boa vontade.
Ela vai falar mas levanto a mão, a silenciando.
— Por favor, se dirija ao setor do RH e acerte suas coisas. Está demitida.
Ela se apavora.
— Por favor, não Sr. Eu preciso desse emprego. Me desculpe pela forma que falei dela.
— Olha senhorita, eu não estou te demitindo por tudo o que falou sobre a senhorita Allyson e sim pelo péssimo serviço prestado. Ninguém daqui precisa saber da sua frustração.
— Mande minha agenda para mim. — Aceno com a cabeça para sua amiga e vou saindo, mas volto.
— Só mais uma coisa. — Vejo esperança em seu olhar. — Não minta, é feio. Eu nunca estive com você, não sou louco a esse ponto.
Não minta, Scott? Logo você falando isso?
Saio dali e subo pelo elevador exclusivo. Comprimento a estagiária e vou para minha sala.
Me jogo na cadeira enquanto espero o meu computador ligar. Imediatamente recebo minha agenda e praguejo vendo a quantidade de compromissos que tenho por hoje.
Eu só queria estar em casa com a minha garota.
Vou em direção a janela e observo a vista. Ah Ally, até quando terei você ao meu lado?
Infelizmente, eu sei que por pouco tempo.
Volto para minha mesa e início o meu trabalho, tentando afastar a sensação ruim que me domina.
(...)
Depois de uma manhã agitada, combinei com Alex de almoçarmos juntos.
Chego ao restaurante um pouco atrasado e sou direcionado pela recepcionista até a mesa em que meu amigo se encontra.
A agradeço e me sento em meu lugar vendo a cara de poucos amigos de Alex.
— Quando vai contar? — Diz grosseiramente assim que a moça se vai.
— Oi para você também. — Pego o menu dando uma olhada nos pratos.
— Já nos falamos mais cedo, não precisamos de formalidade aqui. — Abaixa o cardápio que está em minhas mãos. — Quando irá contar, Scott?
Suspiro frustado.
— Alex dá um tempo, ok? Não é tão fácil assim.
— Eu sei, Scott. Mas você já parou pra pensar que está escondendo um maldoso segredo dela? É como se você a estivesse enganando.
— Não é como se eu estivesse, eu estou. Você acha que vivo em paz com isso? Eu mal consigo dormir, meda!
— Então dá um jeito nisso, irmão. Ela precisa saber antes que seja tarde.
— Eu sei, só é difícil... — respondo cabisbaixo. — Eu vou contar.
Ele bufa.
— Eu sei que se for por você, você vai enrolar enquanto puder. É por isso que te cobro tanto.
— Você me conhece. — reviro os olhos.
Fazemos os nossos pedidos e quando ele chega, comemos enquanto conversámos amenidades sem tocar no nome de Allyson de novo.
Já na saída do restaurante, enquanto o manobrista ia buscar nossos carros, Alex me alerta mais uma vez.
— Scott. — me chama. — Vou encontrar com o Rubens amanhã, qualquer informação nova eu te chamo.
Rubens é um investigador que trabalha conosco na busca do meu pai.
— Olha qualquer coisa, me liga. Não precisa deixar nada para depois.
— Certo, eu te aviso.
Logo sua Lamborghini chega, nos despedimos e ele se vai. Enquanto o manobrista vai buscar o meu carro, pego meu celular e mando uma mensagem para Ally.
Amor, vamos passar a noite fora hoje. Te amo ❤️
Não espero sua resposta, guardo o aparelho em meu bolso e logo o manobrista retorna com o meu Bugatti.
Entro no veículo e retorno a empresa.
(...)
Passo em minha casa e Ally não está aqui, certamente ainda está em seu apartamento arrumando suas coisas, ela me mandou uma mensagem perguntando para onde iríamos e eu apenas disse ser surpresa.
Tomo um banho e fico imaginando a primeira vez que Ally se entregou para mim. Eu quase entrei em pânico quando a vi despida em minha frente.
Já não conseguia mais me controlar perto dela!
E quando ela pediu para ser minha... Estar enterrado dentro dela era a melhor sensação do mundo. Droga, só de imaginar a sensação de estar com a minha garota, já fico excitado.
Termino o banho, coloco uma roupa casual, pego as chaves e começo a dirigir pelas ruas movimentadas. Em poucos minutos estou em frente a porta da Ally.
— Scott. — é impossível não notar a empolgação em sua voz ao abrir a porta e me ver ali.
— Senti saudades. — A agarro pela cintura e deixo um beijo casto em seus lábios rosados.
Nos despedimos de Angel com a promessa de que deixaria sua irmã em segurança e seguimos até o local onde eu planejava ter uma das melhores noites das nossas vidas.
— Scott, o que estamos fazendo aqui?
Ally fica boquiaberta quando paramos em frente a um dos melhores hotéis da cidade.
— Quis mudar um pouco, gostou? — coloco minhas mãos em sua cintura e adentramos o saguão do prédio.
— É lindo. — olha tudo ao redor. — Mas também deve ser caro. Não podemos ir para a sua casa?
Eu tenho que rir.
— Amor, eu sou o dono. — beijo a ponta do seu nariz.
Subimos pelo elevador até chegar a cobertura, os olhos curiosos de Ally vasculham o lugar com curiosidade.
Aproveito a oportunidade para olhar sua bela bunda enquanto ela caminha pela sala.
— Esse lugar é incrível.
— A suíte é melhor ainda.
Ela se vira e vejo seus olhos transbordarem de excitação. Caminhamos em direção um ao outro e tomo sua boca cheia de desejo.
A pego no colo e escuto um grito baixo escapar entre seus lábios. A levo para o quarto e a ponho cuidadosamente no chão.
Começo a retirar minha camisa sem quebrar nosso contato visual e em um movimento rápido, ela desliza seu vestido por seu corpo. Revelando uma lingerie preta que combina perfeitamente com o contraste de sua pele branca.
Puta merda.
Ofego com a visão.
— Gostou? — pergunta com um sorriso pervertido.
— Você ainda irá me matar senhorita Parker.
— Só se for de prazer, Scott.
Minha resposta é dada quando colo o seu corpo ao meu e tomo sua boca junto a minha.
Beijo seu pescoço e um gemido escapa de seus lábios. Desliso meus dedos até o meio de suas pernas e começo a movimenta-los em sua intimidade.
Seus gemidos se intensificam, mandando sinais diretos para o meu pau que está pulsando de desejo por ela.
— Scott, eu preciso de você dentro de mim, agora!
— Era tudo o que eu queria ouvir.
Me desfaço do resto de minhas roupas e sem mais delongas, me encaixo na sua abertura.
— Você é minha Allyson, completamente minha.
Solto um gemido reprimido quando entro dentro dela. A fodo com urgência, como se dependessem os disso.
Como uma despedida.
(...)
Depois da longa noite que tivemos, não consigo me livrar da dor sufocante do aperto em meu peito, como se algo fosse acontecer.
Tento esquecer esse sentimento ruim e me concentrar na pequena morena em minha frente. Viemos ara casa, já que daqui a pouco Clark está aqui para conversarmos.
— Vai ficar bem? — Pergunto a ela.
— Vou, provavelmente vou ao orfanato ver as crianças e saber como Alice está se saindo.
Realmente criamos um laço bem forte com a menininha.
— Mande um beijo do tio Scott. — peço e ela sorri concordando. — Nos vemos a noite?
— Claro.
Ela se despede de mim e vai embora. O maldito aperto continua aqui.
Fico no escritório concentrado no notebook a minha frente até o furacão Clark adentrar no cômodo.
— Você precisa abrir a porta da boca e contar!
Suspiro.
— O que aconteceu?
— O que aconteceu? Nada demais, querido amigo. Só o filha da puta do seu pai sendo visto com a vadia da Geovana, apenas isso. O que você acha que saiu desse encontro? Uma encomenda de festa de aniversário? Não, seu babaca! Saiu a porra da encomenda da morte da Allyson!
O pavor toma conta de mim.
— Eu vou a proteger.
— Até quando Scott? Até quando você vai esconder toda essa merda? — ele brada irritado. — Quando você vai contar que ela era sua prometida quando criança mas o papai dela não cumpriu com o acordo por não aceita o fato da filha se envolver com a máfia? Quando irá dizer que a culpa da morte dos seus pais foi motivo de vingança e por sua causa ela foi parar em um orfanato?
— Alex...
Meu peito parece que vai explodir.
— Não! — ele grita furiosos. — Quando você vai abrir a porra da boca pra dizer que você autorizou a morte dos pais de Angel por ter seu ego ferido ao ser rejeitado? Por sua culpa, ela voltou para um orfanato pela segunda vez, por sua culpa ela perdeu tudo que tinha. Por sua culpa, ela está jurada de morte. Ela tem o direito de saber, Scott. Ela tem o maldito direito de saber.
Eu quero matar o meu amigo mas ele está certo. Allyson precisa conhecer o monstro que eu sou.
— Eu sei que você a ama mais que tudo. — ele continua. — Mas se fosse você no lugar dela, também gostaria de saber a verdade.
— Você está certo. Eu vou contar pra ela, Alex. Mesmo que ela saia da minha vida depois, eu não irei mais esconder o nosso passado.
(...)
Allyson
Após estar no táxi a caminho de casa, procuro minha carteira mas percebo que minhas chaves não estão.
Ótimo, como irei entrar em casa?
— Moço, podemos voltar por favor? Esqueci uma coisa.
— Claro senhorita.
Retornamos a casa de Scott, peco ao motorista que me aguarde e caminho a passos largos para a casa.
— O que aconteceu? Nada demais, querido amigo.
Espera, isso são gritos?
Me aproximo mais do escritório para ouvir melhor a voz de Alex.
— Só o filha da puta do seu pai sendo visto com a vadia da Geovana, apenas isso. O que você acha que saiu desse encontro? Uma encomenda de festa de aniversário? Não, seu babaca! Saiu a porra da encomenda da morte da Allyson!
Perco o ar, Geovana e o pai de Scott? Minha morte? O que está acontecendo?
Escuto Scott dizendo que vai me proteger e em seguida Alex gritar.
— Até quando Scott? Até quando você vai esconder toda essa merda? — ele brada irritado. — Quando você vai contar que ela era sua prometida quando criança mas o papai dela não cumpriu com o acordo por não aceita o fato da filha se envolver com a máfia? Quando irá dizer que a culpa da morte dos seus pais foi motivo de vingança e por sua causa ela foi parar em um orfanato?
Não, não pode ser. Sinto os meus olhos queimarem com as lágrimas que se formam. Perco o equilíbrio e minhas pernas começam a franquear.
— Não! — ele grita furiosos. — Quando você vai abrir a porra da boca pra dizer que você autorizou a morte dos pais de Angel por ter seu ego ferido ao ser rejeitado? Por sua culpa, ela voltou para um orfanato pela segunda vez, por sua culpa ela perdeu tudo que tinha. Por sua culpa, ela está jurada de morte. Ela tem o direito de saber, Scott. Ela tem o maldito direito de saber.
Todo esse tempo eu estava sendo enganada, agora entendo tudo. O receio de Scott no inicio, sua curiosidade e o porquê de ter mudado comigo naquela maldita entrevista.
Por todo esse tempo, eu estive envolvida com o assassino dos meus pais? Sinto meu estômago revirar.
Não posso mais ficar aqui, esse homem é um monstro, destruiu a minha vida duas vezes, acabou com as famílias que eu tive.
Angel... Tudo foi culpa minha, esse tempo todo eu sempre estive certa em me culpar.
Saio dessa casa as pressas e deixo a chave na mesa da entrada, eu não preciso mais disso.
— Senhorita, está tudo bem? — O olhar preocupado do taxista é direcionado a mim.
— Vamos embora, por favor.
Ele assente e começa a dirigir.
Com a cabeça latejando de tanto doer, eu só consigo ter um pensamento.
Como eu queria estar naquele carro.
(...)
Capítulo gigante !!
E super tenso...
Tadinha do meu cristalização ♥️
É Scott, deveria ter contado antes...
O que acharam?
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