Atualização dupla como prometido!
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― Bom dia, delegado. ― Jeongguk o cumprimentou como usualmente. Jimin sorriu imediatamente, nervoso por vê-lo depois de dois dias inteiros. Tal como o ômega avisou, quem buscou Yoongi foi Jeonghyun. Um alfa de olhar afiado e arisco, mas muito parecido fisicamente com o irmão mais novo ― O Yoongie não parou de falar um segundo em como se divertiu na sua casa. Obrigado por isso.
― Bom dia, Jeon. E o Hoseok não para de pedir para ir até sua casa tomar banho de piscina, mas ele nem sabe nadar. Eu estou em apuros. ― riu, ganhando um olhar divertido por parte do detetive.
― Não tem problema, eu tenho uma mala de boias do Yoongi, que ele não quis se desfazer porque eram do Kumamon. Eu coloco no Hoseok e fico com eles. Ou eu e Yoongie o ensinamos a nadar. Deve ser fácil. ― deixou a bolsa em cima da mesa, erguendo uma sacola ― Eu trouxe café. Um americano para você e um caramel macchiato para mim.
― Obrigado. Você é realmente ótimo. ― sorriu, deixando o elogio escapar conforme pegava seu copo.
― Namjoon sunbae deixou algum caso 'pra gente? ― perguntou, sentando-se na frente de seu chefe, que negou com a cabeça ― Será então que... Poderíamos conversar sobre sexta?
― Não precisa ser cuidadoso ao meu redor, Jeonggukie. Não tem sentido. E podemos sim. ― "Tudo o que você quiser."
― Primeiro eu quero me desculpar por despejar todos os meus sentimentos na sua cara. Não foi justo com você. Não quando o Imprinting te torna tão sujeito a aceitar tudo o que eu peço. O caso é que eu me sentiria horrível se você largasse seu marido para ficar comigo, só porque essa coisa te mandou fazer. ― respirou fundo ― Você entendeu tudo o que eu disse até agora?
― Sim. Mas tem algo que eu discordo... O Imprinting não vai me fazer largar o Taehyung. Os meus sentimentos vão. Se você me pedir para... ― ousou insinuar, mas Jeongguk o interrompeu na mesma hora.
― Isso, isso. Chegou bem onde eu queria! Você não vai largar sua família por mim, Jimin hyung. Isso é um fato. ― falou, não dando margem para que Jimin discordasse ― Por isso eu pensei que seria melhor se nós criássemos regras, visto que eu já estou apaixonado por você e ninguém aqui me quer sofrendo. Eu acho. ― brincou, tentando aliviar o clima pesado.
Jimin lhe encarou sério e ao vê-lo comprimir o maxilar, Jeongguk achou que o delegado fosse discutir mais. Mas ele apenas balançou a cabeça negativamente, suspirando em seguida.
― Quais regras? ― perguntou, levando o punho até a cabeça e apertando o couro cabeludo em uma massagem.
― Regra número 1: nada de dizer que me ama. Isso mexe comigo. Mexe muito. Mas essa regra está sujeita a quebras se eu estiver muito triste. Ok? ― disse, corando com a exigência.
Jimin assentiu, achando graça de alguma coisa pela primeira vez no dia. Acabou suavizando os traços, pareciam regras inocentes, embora a ideia de não poder dizer o que sentia a Jeongguk lhe fosse no mínimo sufocante.
― Regra número 2: nada de dizer coisas que vão me dar esperanças. Tipo que eu sou o ômega mais bonito do mundo, quando você claramente já casou com ele.
― Mas eu te acho mesmo o mais bonito. Mais que Taehyung. ― o alfa falou, arqueando as sobrancelhas e tentando relaxar na poltrona, aquela conversa estava lhe deixando nervoso, principalmente quando Jeongguk estava vestido com roupas que só valorizavam cada parte de seu corpo. Uma camisa branca enfiada por dentro da calça, que marcava bem as coxas e bumbum ― e que bunda. Poderia não ser muito grande, mas parecia durinha e...
― Regra número 3: sinceridade é bom, mas nem todo mundo aprecia. ― Jeongguk lhe chamou a atenção com um estalar de dedos, provavelmente muito alheio ao que Jimin olhava. Seu pescoço e peito. Achou uma pintinha adorável na jugular esquerda, tão boa para beijar quanto a que ficava no queixo do ômega ― Você me elogia demais, Jimin. E eu amo isso porque sei que cada um dos seus elogios é sincero. Mas eu não posso conviver com essa sinceridade toda, porque se eu me acostumar, vou querer que o meu futuro parceiro faça isso também. E todos que eu encontrei pelo caminho foram extremamente orgulhosos.
― Pensei que você não quisesse encontrar alguém. ― resmungou, visivelmente afetado pela ideia do moreno se envolver com outro homem.
― No momento, acho que já sofri bastante e não preciso de alguém. Quero aproveitar o tempo com meu filho, matar a saudade da minha família em Busan. ― desenhava com a unha um padrão aleatório na mesa, apenas para não ter que encarar o delegado ― Mas eventualmente, eu vou encontrar alguém. Só espero que seja alguém bom para mim. ― sorriu minimamente.
A fala doeu em Jimin e o alfa se sentiu agradecido pelo detetive não estar prestando atenção em suas reações. Era difícil não pensar sobre sexta enquanto ele falava, impossível não associar "alguém bom" com "alguém que não me xingue ou bata em mim". Mentalmente Jimin se questionou se o ômega sabia o seu valor, o valor de sua beleza, personalidade amorosa, as experiências que trazia do passado. Se o delegado ao menos fosse solteiro, se não houvesse Taehyung, só Hoseok, Jimin gostaria de ser um bom pai para o próprio filho e o de Jeongguk.
― Regra número 4...
― Mais uma?
― Sem abraços. O mais próximo de um abraço completo que tivemos foi no dia do Imprinting. Não aconteceu ainda por algum motivo, e como eu não posso continuar apaixonado por você, temos que restringir o contato físico. ― decretou com uma voz que parecia livre de segundas chances.
― Mas já quase não nos tocamos... ― tentou protestar, recebendo um olhar impiedoso de volta.
― E você acha necessário me tocar, delegado? ― retrucou, cruzando os braços.
― As vezes, temo que sim. ― declarou e Jeongguk desviou os olhos, que se encheram de lágrimas.
― Não torne isso difícil para mim, Jimin. Não torne difícil para mim, quando eu só quero facilitar para você. ― enxugou os cantos do nariz, por onde as primeiras lágrimas desceram.
A visão quebrou Jimin.
― Acha que não é difícil para mim também? Quando só uma mesa me separa de te abraçar ou beijar essas lágrimas para bem longe. ― exasperou-se, querendo vencer a distância e segurar as mãos do ômega, mas ele estava longe. E deveria ficar assim.
A sala ficou em silêncio por segundos, enquanto o detetive fungava e se acalmava. Por fim ergueu os olhos,
― Você quebrou a regra número 2 e número 3. O que eu faço com você, hein? ― sorriu afetuosamente, embora os olhos permanecessem tristes. Então Jimin percebeu que havia sim uma punição para quando ele desobedecia alguma das exigências. Jeongguk se apaixonava mais um pouquinho por si e, por causa disso, sofria. E o alfa podia sentir tudo. Desde o coração batendo acelerado até quando uma angústia preenchia o ômega e ele se forçava a se acalmar, ciente de que era errado.
Mas parecia tão, tão certo.
― Sinto muito. ― novamente se calaram, cada um encarando um ponto fixo no cômodo.
Jeongguk aproveitou que Jimin parecia focado nos próprios joelhos para analisar as feições tão belas do delegado. Desde o cabelo loiro liso, os olhos felinos, mas seu scan durou mais na região dos lábios, encarando como eles pareciam mal tratados pela desidratação, em como se Jeongguk só passasse a língua ali, Jimin se sentiria tão melhor.
O olhar desceu pelo pescoço firme, livre de marcas, tentado a descer mais, mas a camisa sempre atrapalhando, conforme Jimin a mantinha fechada até o segundo botão. Seguiu o caminho por um dos ombros cobertos, abrindo um sorriso pequeno quando continuou pelo braço e antebraço, onde a manga longa estava arregaçada até o cotovelo, possibilitando a visão da pele branca, com pintinhas adoráveis aqui e ali. Seu sorriso morreu na mesma hora ao ver que a mão gordinha estava perigosamente próxima aos porta-retratos da mesa.
As fotos estavam viradas de forma que apenas Jimin quem pudesse vê-las, mas Jeongguk já havia estado daquele lado, estava cansado de saber que na foto da direita Taehyung se encontrava ainda no período da gestação, provavelmente com sete meses pelo tamanho da barriga. O ômega ria e acariciava Hoseok por cima da roupa, Jimin também estava na foto, abraçando o marido carinhosamente por trás, com as mãos por cima das dele. Um sorriso tão lindo que não transmitia nada além de felicidade e amor.
A foto da esquerda já era mais recente, o casal parecia ter tentado recriar o momento da direita, agora com Hoseok já nascido e grandinho. O local e as roupas eram as mesmas, mas Jimin e Taehyung suspendiam o filhote pelos braços, ele tinha um enorme sorriso. Parecia ter sido um dia divertido.
Lembrou-se da vez que Seokjin inventou de ter um momento pai e filho com Yoongi e o levou para passar um dia na agência em que trabalhava. O menino chegou em casa bufando, dizendo que ficou o dia inteiro vendo o padrasto ser fotografado, mas que no final valeu a pena só porque Jin o havia comprado um Hamster. O animalzinho ainda estava vivo. E se chamava, tcharãn... Kumamon. Óbvio.
Mas não havia nenhuma lembrança que se comparasse aquelas duas fotos na mesa de seu chefe. A gestação de Yoongi foi cansativa e sem apoio, Jeongguk estava longe da família, o alfa só oferecia apoio financeiro, pagando por tudo; ainda estava terminando a faculdade, passou a morar sozinho porque não tinha condições de viver com a idiota da sua companheira de dormitório. Foi um período estressante, que poderia ter sido bem mais aproveitado e feliz se tivesse um marido amoroso ao seu lado, para ouvir junto quando Yoongi chutava. E olha que o bebezinho chutava mesmo.
― Você está com ciúmes. ― a voz de Jimin interrompeu seus pensamentos melancólicos. E o ômega negou com a cabeça, surpreendendo-se ao perceber os olhos molhados pela tristeza.
― Não gosto da forma como usa o Imprinting contra mim, sr. Park. Talvez devêssemos criar uma quinta regra. ― alarmou-se quando Jimin segurou os dois porta-retratos.
― É por essas fotos? ― ele questionou, parecendo ignorar sua última fala.
― Eu... Só... Eu... ― Não sabia o que dizer, arregalou os olhos quando o alfa puxou as fotografias de dentro dos porta-retratos, uma por uma ― O-o que você está fazendo, Jimin?
― Vou tirá-las daqui. ― respondeu arqueando uma sobrancelha, como se fosse óbvia a atitude.
― Não, Jimin. Não! É a sua família! Não pode fazer isso. ― ergueu os braços para parar a ação do loiro, mas Jimin se afastou, aproveitando que a poltrona era de rodinhas para isso.
― Mas você está com ciúmes, Jeongguk. Não vou te ver chorar por causa de algumas fotos. ― exclamou, pensando se as levava para casa ou as guardava ali mesmo.
Jeongguk explodiu, levantando-se para se inclinar em direção às mãos do delegado, que foi rápido em se afastar novamente. O ômega grunhiu de raiva.
― É ciúmes sim! ― admitiu quase gritando ― Você me ama e eu não queria que amasse mais ninguém, mas adivinha? Você é casado e não é comigo. Se tirar esse porta-retratos daí agora, o que vai acontecer quando eu olhar para a sua aliança? Vai tirar também?! ― tentou ser ríspido, mas sua voz falhou no meio da sentença, embargando.
― Minha mesa, minhas regras. ― o alfa declarou unicamente, jogando as duas fotos dentro de uma gaveta e a fechando.
― Vai se foder, Jimin. ― murmurou se pondo de costas para o loiro, secando as lágrimas e saindo do escritório quando achou que estava apresentável o suficiente.
O exemplo de alfa bom para Jeongguk era o de um alfa que não humilhava, não agredia. Não soube porque a constatação veio em sua mente naquele segundo, todavia não conseguia parar de pensar nisso.
Seu coração começou a bater muito forte e ele demorou um pouco para perceber que era o coração de Jeongguk, não o dele. Soube que era o indicativo de que o ômega estava se apaixonando um pouquinho mais.
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Votem e comentem, por favor!
Como prometido, att dupla aeeeee
Espero que tenham gostado do capítulo. Vou tentar soltar um por semana!
PS: eu estou meio ausente do site, se vc falou ou vai falar comigo por mensagem, saiba que não estou te ignorando de propósito e assim que eu voltar a ativa 100%, irei responder. Agora vou pro simpósio online, só hoje eu tenho que assistir a dois pra ganhar meus certificados rsrs
Um zilhão de beijos! E novamente: muito obrigada mesmo por quem não desistiu dessa história!