Beijos de Mentira (LIVRO COMP...

By Mogridd

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Eli Sally é uma garota reservada e calma, aquele tipo de pessoa que jamais se envolveria em uma briga. Porém... More

¹ Justiça.
2 Luta.
³ Tornado.
⁵ Invasão.
Para todos que leram Bdm.
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⁴ Sorrisos.

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By Mogridd

Beijos de Mentira está na Amazon

Capítulo 4.

- O que ele faz aqui? - Alguém ao nosso lado pergunta, tirando-me do transe.

Encaro o garoto de pele caramelo e olhos castanhos ao nosso lado. Ele tem cabelos curtos e sobrancelhas grossas juntas.

- Não faço a mínima ideia. Da última vez que Kai e Liam brigaram, ele disse que Kai não deveria voltar aqui. - Outro garoto responde, tão confuso quanto todos pareciam estar.

Me pego observando atentamente a conversa. Lembro-me facilmente do que escutei no banheiro mais cedo. Não é novidade para ninguém que, em Umbrella City, as fofocas se espalham rapidamente, como areia jogada ao vento. Kai brigou com seu melhor amigo por causa de uma garota.

"Boatos falsos", ele me disse.

A noite parece ficar mais escura. As luzes coloridas ficam mais claras e, agora, tudo que eu vejo lá embaixo, é uma imensidão cheia de cores. Acaricio meu joelho exposto e mordo os lábios.

- Ele talvez esteja tentando resolver as coisas. - Falo, antes que pudesse pensar sobre, deixado-me completamente surpresa.

Os dois garotos me analisam com atenção. O canto da minha bochecha vai parar entre meus dentes por causa do nervosismo.

- Kai não parece ser o tipo de pessoa que gosta de mentiras. - Belisco meu joelho.

O que estou fazendo?

Respiro fundo e desvio o olhar. Contudo, hoje vi seu estado no estacionamento. Ele parecia sério e firme em suas palavras, algo que arrancou todas minhas certezas. A maneira que seus olhos pareciam solitários e suas afirmações sinceras, me pegaram desprevenida.

- Você é mais uma do fã-clube dele? - A pergunta que vem de repente, acelera meu coração, fazendo um sorriso estranho desenhar meus lábios.

- Não fale besteiras. - Rio discretamente. - Eu não defendo pessoas, defendo atitudes. - Aponto meu ponto, sendo sincera.

O dono da pergunta ri. Ele está sentado atrás de mim, e fico feliz em não poder ver seu rosto, principalmente por ele não poder ver o meu.

- Não sei se Kai é a pessoa certa para você defender em base das atitudes. - A voz dele é grossa, perfurando o escudo que eu havia formado para não ser pega em minha pequena farsa.

Meu rosto entra em chamas. Fecho os olhos com força, me arrependendo de ter vindo para esse lugar idiota. Gostaria de falar que ele está errado, mas a verdade é que eu não tenho essa certeza. Estou defendendo uma pessoa que nem conheço direito.

Acho que Kai não faria o mesmo se os papéis estivessem invertidos. Tenho mania de defender alguém que mal conheço.

- Você pode estar certo. - Murmuro, com as mãos escondendo minhas bochechas.

Lana está ao meu lado, me encarando em silêncio. A encaro nos olhos. Ela tem um semblante sereno.

- Está tudo bem. - Seus dedos pequenos tocam os meus. Nossas mãos estão geladas sobre a pedra fria da arquibancada.

Sem aviso algum, um barulho alto invade a imensa área em que estamos. Todos os olhares procuram a causa do barulho, inclusive eu. Lá embaixo, três motos invadem a pista. Pneus grossos, motores fortes, motoqueiros com posturas firmes.

Gritos explodem e entendo que a corrida está começando. Lana aperta minha mão, tão animada quanto todos ali. Meu coração se remexe no peito.

- E hoje, começa mais uma corrida! - Uma menina anuncia no microfone, de forma alta. Sua voz corre por todos os lados.

O vento também corre afobado, fica mais pesado, parece ansioso.

- Já fizeram suas apostas? - Ela pergunta, e mais uma onda de gritos voam. - Sabe, não queria falar nada, mas todos sabemos os preferidos do público! - Ela diz, alto e animada.

O garoto ao nosso lado bufa. Ele mexe os dedos longos pelo cabelo, respirando rápido.

- O canalha do Kai... - Escuto-o murmurando.

Mordo os lábios, percebendo que estou errada. Não é todas fofocas que correm rapidamente, nunca dá para saber quem odeia quem e seus motivos para isso. O ódio costuma se esconder em sorrisos falsos, afinal.

- Sem mais demora, apresento a vocês, nossos motoqueiros de hoje! - Ela se aproxima do garoto que está entre as duas motos, o do meio.

Ele tem costas largas. Ela acaricia suas costas e parece estar sorrindo, mas não tenho certeza. Só sei que sussurra em seu ouvido.

Um sorriso malicioso está nos lábios com gloss dela. Parecem cúmplices.

- O nosso campeão, Liam! - Algumas pessoas gritam. O garoto ao meu lado relaxa os ombros, abrindo um sorriso aliviado. - Minha aposta vai para ele. - Ela sussurra no microfone, fazendo algumas pessoas rirem.

- Vocês deveriam apostar nele também. - O garoto diz, calmo. Ele está me encarando.

- Não vim aqui fazer apostas. - Murmuro, apesar que, se estivesse, não votaria nele.

Apoio meu cotovelo nos joelhos e seguro meu rosto entre as mãos. O garoto com olhos castanhos me observa. Tem um vestígio de raiva neles.

- Você realmente não parece saber ser o tipo de pessoa que sabe o que está fazendo. - Ele se inclina na minha direção. O sorriso em seus lábios me faz afastar imediatamente. Tem algo nessa atmosfera que faz minhas mãos tremerem. - Kai não vai ganhar essa aposta nem fudendo. Entende?

Travo o maxilar, odiando seu tom de voz, não gostando de como os gritos estão aumentando e, mesmo assim, sinto que somos só nós dois nesse lugar abafado. Uma prisão. Lá embaixo, motores fazem um barulho alto. A corrida irá começar. O garoto ainda sorri como se tivesse certeza que nada de bom vai acontecer aqui.

- Não. - Me viro para frente, erguendo o queixo sem perceber e focando meus olhos no furacão ruivo. - Eu não entendo.

Ele não tem tempo para responder, pois a garota anuncia o começo da corrida. A buzina toca alta, correndo de forma avassaladora por todos os lados. A noite está mais escura, o vento mais gelado, meu interior completamente atento. A buzina bate forte contra meu corpo e, como intensos furacões, eles rasgam a pista com suas motos. Rápidos demais, intensos demais. O mundo parece pequeno para eles.

Sou atingida por uma forte adrenalina, quando Kai ultrapassa o tal de Liam. Tão rápido quanto uma tempestade, tão silencioso quanto a chuva. Ele voa sobre a pista, um anjo com roupas pretas e uma jaqueta grossa. Uma curva se aproxima. Intensa. Os gritos aumentam, pessoas se levantam, alguém ri discretamente no meio da multidão. Eu explodo por dentro. Me levanto também, sem ar ao ver os garotos montados em suas motos invadindo e dominando toda minha atenção.

Liam corta o vento. Sua velocidade parece aumentar conforme a escuridão cerca Umbrella City.

Irá chover.

Ele se aproxima de Kai. A risada no meio da multidão parece ficar mais alta, seguindo as batidas do meu coração. Kai olha para trás por alguns segundos. As mãos apertam o guidão com força. Algo está errado.

A realidade se parte. Lenta, caindo em direção ao chão. Fico tonta, a verdade deixando tudo mais claro. Eu pisco, a risada ao meu lado aumentando, Kai se aproximando cada vez mais da curva. Parada em pé, enquanto os gritos invadem o meu redor, só posso encarar o garoto rápido em sua moto. Rápido demais. O entendimento pinga por meus dedos.

É uma emboscada.

Eu tenho certeza.

O sussurro da garota, a revelação em quem ela iria apostar, o sorriso do garoto ao meu lado. Liam. A briga.

Olho para a pessoa ao meu lado. Ele está sentado, os olhos brilhando, uma risada escapa de seus lábios sem nenhuma intenção de ser discreta. Ele me olha de volta, um sorriso dominando seu rosto.

"Se eu fosse você, não teria tanta certeza"

Sua boca sussurra, no meio de toda multidão.

"Até onde o ódio escondido sobre sorrisos, pode ir?" É a pergunta que invade minha mente quando, tão rápido, Kai tenta frear na curva, porém, os freios não funcionam. E em câmera lenta, posso ver suas mãos tentando de todas as formas parar a moto, um pedido de socorro abafado pelo capacete, o medo escaldante. Eu não pisco, não tenho reação. Apenas sinto o coração invadindo minha garganta, frenético. Ele sai da pista, os pneus deixam o rastro de um acidente. Kai voa por alguns segundos, enquanto o silêncio domina o lugar.

E então, ele afunda nas águas.

Os freios não funcionaram. O lugar cercado por água, antes bonito, agora parece um extenso mar de agulhas finas que caem dos céus. A chuva é forte, toca meu rosto, enquanto observo o corpo de Kai quebrar a fachada de segurança da pista e ele ir de encontro com o rio frio.

Um anjo caindo, se perdendo na escuridão.

A risada aumenta, invadindo meus ouvidos. Liam e o outro motoqueiro viram a curva. Eu imagino o sorriso nos lábios de Liam. Frio, satisfeito.

O barulho alto de algo contra a água aperta meu coração. É um acontecimento de segundos, sorrateiro, astuto. Minha garganta arde, o desespero corre por minhas veias.

O vento assobia frio. A chuva aumenta. A poeira da pista sobe, invadindo o lugar. Abraço meu corpo. Minhas mãos tremem sem parar.

- Ligue para a ambulância! - Lana grita, me arrancando do meu estado de desespero.

Os lábios dela tremem, os olhos estão vermelhos. Isso é muito para minha cabeça.

- Alguém chama a ambulância! - Lana volta a gritar. Eu estou parada, sem conseguir me mover.

Ele está naquela água. Afundando.

Morte por afogamento. Minha mente grita, e só consigo pensar em papai. Como ele morreu para salvar uma criança.

Anjos e fadas piscam sobre as luzes coloridas desse lugar. Eu os sinto em minha pele. Os anjos são a preocupação, as fadas a coragem. Meus cachos estão pesados enquanto eu corro sem pensar, até o garoto de cabelos ruivos. Eu posso imaginá-lo descendo pelas águas. O rosto pálido, os fios como fogo, agora apagados. Corro mais rápido.

O som dos motores de moto continuam. Olho rapidamente para o lado, Liam atravessa a linha de chegada. Todo vestido de preto e sentado em sua moto que libera uma fumaça escura, Liam parece um demônio. Ele ganhou.

Respiro forte sobre a chuva que cai sobre mim. O rombo na fachada de segurança faz meus olhos pesados, por causa dos pingos nos cílios, piscarem rapidamente. O corpo molhado correndo pela chuva, a alma cheia.

Assim que o papai morreu afogado, eu aprendi a nadar. Minha professora dizia que eu nadava com uma certa fúria, como se quisesse salvar alguém. Eu queria ter salvado meu pai, mas, agora, todo meu coração pulsa como um tambor para salvar Kai. E com esse pensamento, pulo na água fria.

O mundo é escura debaixo dessas águas. O frio é cortante, invade a alma. Mas meu ser explode por dentro, arde. O medo, as lembranças, tudo me queimando com brasas quentes. A superfície fica cada vez mais longe, enquanto me aproximo do corpo inerte de Kai. Os fios ruivos estão escuros, flutuando ao redor de seu rosto, ele afunda.

Com espinhos frios cutucando minha pele, eu me aproximo do anjo nas profundezas do rio.

Seguro seu corpo contra o meu, ele é estranhamente quente, o fogo parece estar em sua pele. Com um sentimento de euforia dominando meu ser, subo até a superfície. Minha boca rapidamente puxa uma grande quantidade de ar.

O caos está alastrado perante meus olhos. A chuva cobrindo o mundo, pessoas gritando, muitas cercando o rio.

- Me ajudem! - Grito, com um pouco das forças que ainda tenho.

Dois garotos altos pulam na água e tiram Kai dos meus braços. Eles o levam para fora do rio. A cena do corpo desmaiado de Kai, queima em meus olhos, a chuva faz minha cabeça doer de forma aguda. O som parece abafado, uma prisão.

- Eli. - Lana me chama na beirada do rio, a voz embargada em choro. Encaro seu rosto delicado banhado em lágrimas.

Lana estica a mão e a seguro com força, saindo dessa gaiola de água. Rapidamente, Lana abraça meu corpo molhado. Ela também está encharcada por causa da chuva.

- Eu estou bem. - Aviso, me tremendo um pouco de frio. O coração pulando freneticamente. - Desculpe, acho que estraguei o vestido que você me deu. - Murmuro, respirando fundo.

Lana aperta mais meu corpo. Suas mãos pequenas tremem, ao me abraçar.

- Kai, porra, acorda! - Alguém grita e, rapidamente, olho para a roda ao redor de Kai.

Ele ainda não acordou? Meu coração perde uma batida.

Me solto dos braços de Lana e me aproximo com pressa da roda. Algumas pessoas me olham, mas apenas ignoro esses olhares, mesmo parecendo diferentes dos quais costumo receber. Kai está no chão. Os olhos fechados, os lábios vermelhos.

- Ele não está respirando! - O garoto que aperta as mãos contra o peito de Kai fala com a voz falha.

Meus olhos se arregalam, todos entram em pânico ao meu redor.

- É uma parada cardiorrespiratória. - Invado a multidão, me ajoelhando ao lado do garoto e do corpo de Kai. As lembranças sobre tudo que estudei, depois da morte de papai, enchem minha cabeça.

Uma respiração boca a boca poderia ter salvado meu pai da morte.

Meus olhos se enchem de lágrimas, enquanto junto as mãos e as aperto com força sobre o peito de Kai, uma compreensão de forma rápida. Trinta vezes. A chuva cai sobre o rosto pálido dele.

Merda.

- Com licença. - Afasto o garoto e levanto um pouco o queixo de Kai, abrindo as vias respiratórias. Abro sua jaqueta rapidamente, e puxo uma grande quantia de ar. Com os dedos, tampo o nariz de Kai e abro um pouco sua boca. Ele está ficando gelado.

Com cuidado, meus lábios tocam os frios de Kai. Eu assopro lentamente o ar, me afastando para ver seu tórax subir. Está funcionando.

- Liguem para a ambulância. - Grito para todos que me observam petrificados. Meu coração bate loucamente. Meu corpo treme.

Faço isso várias vezes, num intervalo de cinco segundos.

Acorda. Acorda.

Já estou entrando em desespero, enquanto a chuva aumenta, banhando meu rosto entre lágrimas e as sardas de Kai.

Mais trinta compreensões. Mais cinco respirações boca a boca. Seus lábios estão ficando escuros, a pele muito gelada. Mais uma vez. Meus lábios tocam o seus e, de repente, Kai se senta em um pulo, tirando toda a água que estava em seu corpo.

O mundo parece bater em passos lentos e barulhentos, enquanto o silêncio corre pelo lugar. Um lugar estrondoso, cheio de motos e motores. Mas o medo da verdade está deixando todos mudos.

Não foi um acidente.

Meu ser se desmancha em alívio.

- Kai. - Chamo-o, minha voz voando. Meus joelhos doem por estar muito tempo apoiada no concreto da pista.

Seus olhos azuis claros, quase cinzas, se erguem, tão brilhantes como nunca antes. Os lábios tremem, os fios ruivos presos à testa. Uma nebulosa vermelha que invade o espaço.

- Eli. - Ele me encara nos olhos, piscando vezes incontáveis.

A voz está tão fraca. A expressão de uma criança confusa. Meu coração aperta.

- Você sabe o que aconteceu? - Indago, a minha voz é tão baixa quanto a dele. Preciso ter certeza que sua consciência está bem.

A chuva cai sobre nós, forte, determinada. Kai está vivo. Ele aperta a blusa encharcada e estremece um pouco.

- Eli... - A voz doce, perdida. Seus olhos se fecham. Meu coração acelera. - Você não deveria ter se envolvido nisso. - Sussurra, quase num pedido de desculpas.

Mas que merda está acontecendo aqui?

- Nisso o quê? - Indago, com sobrancelhas juntas. Minha mente está tentando entender tudo que aconteceu.

- Com Liam. - Ele morde os lábios ao sussurrar só para mim.

Seus olhos me encaram. O mundo parece ficar menor, me sinto sufocada. Kai tem profundezas nos olhos, os segredos brilhando nelas. Tudo parece se resumir a nós dois, nos observando atentamente, enquanto o mundo desaba em gotas. As luzes coloridas tocam seu rosto pálido, delicadamente.

- Fingir ou lutar. - Murmuro, com lábios dormentes.

Kai levanta uma sobrancelha. Ele percebe que usei suas palavras de mais cedo. Minhas mãos vão parar na lateral de seus cabelos com cuidado, também imitando seus movimentos para tocar meus fios de hoje mais cedo. Kai fica tenso e para de tremer. Ele não desvia o olhar.

- Eu não sou do tipo que finge não saber o que está acontecendo. - Tiro a areia acumulada em seus fios com um tapinha.

Para todos que nos observam, aquilo parece um movimento casual, mas Kai sabe o que significa. Ergo a cabeça ao me afastar dele e levantar. Me sinto mais forte que o normal, tomada por uma sensação de justiça e determinação. A coragem grita em minhas veias. Alto. Assim como meu coração.

- A ambulância chegou! - Lana grita das arquibancadas, vendo a ajuda chegar de longe.

Encaro a menina delicada pintada pelas luzes coloridas. Lana treme de frio, o cabelo claro completamente encharcado e o rosto vermelho. Me aproximo dela, deixando Kai se recuperando aos poucos no chão.

Minha mente ferve. Rápida, sufocante. Ainda posso sentir os lábios frios de Kai contra os meus, a água gelada congelando a minha pele.

- Lana - Falo, a voz baixa. Ela me olha, a chuva fica mais lenta. - Foi armado. - Murmuro, respirando profundamente.

Lana desce as arquibancadas com cuidado, os olhos nos meus.

- Eu sei. - Ela segura a minha mão. - O cara que estava ao nosso lado, ele saiu rapidamente, assim que o acidente aconteceu. - Seus dedos finos tremem, mas sua expressão é séria.

Encaro seu rosto pequeno em silêncio. Sinto um gosto metálico em minha língua, quando mordo os lábios com mais força.

- Você quer fazer algo quanto a isso? - Indaga. Seus olhos me observam com preocupação. Meu coração bate rapidamente, minhas veias queimam. - Você vai fazer algo. - Ela afirma. E sorri. Lana me conhece bem.

- Isso está muito além das coisas que nós sabemos. - As palavras pulam da minha boca, sinceras.

Me viro discretamente para trás, vendo o garoto que é levado, com ajuda de outras pessoas, até a ambulância. Kai Sheen tem segredos. Segredos esses que se escondem na fumaça de seu cigarro e seus olhos cinzentos. Ele tem jeans pretos e um quase afogamento. E mesmo que suas palavras tenham sido claras para eu não me envolver nisso, eu me nego a ver uma pessoa em perigo e não fazer nada.

Jamais serei como as pessoas que ignoraram o homem negro se afogando no mar para salvar uma criança.

Não sou o tipo de pessoa que finge não ver o ódio por trás de sorrisos falsos.

Ao longe, Liam observa tudo. Sentado em sua moto e com um cigarro nos lábios. Um sorrisinho brincando no rosto.

Eu estremeço.

Quando meus olhos caem em Kai, ele já está dentro da ambulância. Isso só está começando, com certeza.

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