Me Chame De Vênus

By miel_sa

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OBRA CONCLUÍDA. NÃO REVISADA. Vênus é um garoto de 16 anos que acaba de se tornar órfão. Sem nenhum parente... More

Um
Dois
Três
Quatro
Cinco
Seis
Sete
Oito
Nove
Dez
Onze
Doze
Treze
Quatorze
Quinze
Dezesseis
Dezoito
Dezenove
Vinte
Vinte Um
Vinte e dois
Vinte e três
Vinte e Quatro
Vinte e Cinco
Vinte e seis
Vinte e sete
Vinte e oito
Vinte e nove
Trinta
Trinta e Um
Trinta e dois
Trinta e Três, Capítulo Final
LIVRO DOIS?

Dezessete

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By miel_sa

    A alguns dias me tornei órfão, sem parentes próximos, uma tia, dona e diretora de um internato, me buscou para que eu vivesse com ela.
Tudo parecia normal, até meu corpo ser lançado em uma montanha russa de sentimentos ruins, a felicidade tem estado distante e as almas que conheci aqui, choram sobre o caixão aberto de uma outra alma amiga.
Um pobre alma refém do medo e de segredos, um corpo vazio agora, coberto por lágrimas e prantos.

  Kira sempre se garantiu quando se tratava de dinheiro, mas agora, observando seu rosto pálido em um caixão vermelho, lhe pergunto onde está o seu dinheiro agora.

Meu corpo treme, mas não é pelo frio da manhã que sopra por cima dos túmulos com lápides escritas em sangue, é o medo, e o questionamento: Quem fez isso? E quem será o próximo?

Todos desconfiam de Henrique, seu rosto sombrio e seu olhar frio nos faz desconfiar.
Estamos em cadeiras, brancas e de madeira, ao redor do caixão que está sobre um apoio de ferro, a escola toda está aqui, alguns estão apenas sérios, mas outros se lamentam ao pensar que nunca mais verão rosto alegre e esnobe de Kira, ela está sem sua costumeira gargantilha com um pingente de lua, a polícia diz que esta investigando, mas se foi mesmo Henrique, nunca prenderão o verdadeiro culpado.

Não me contenho e toco o rosto gélido do cadáver, sem que eu perceba, uma de minhas lágrimas respinga na boca do mesmo, provocando um estalo oco que apenas eu posso ouvir.

— Você a conhecia?— Uma mulher, da minha altura, parecida com Kira, se aproxima.

— Sim, a pouco tempo mas éramos amigos, eu sempre soube que deveria ter ido...—

— Ido aonde?— Ela me interrompe sedenta por uma explicação, mas não acho que esse seja o momento adequado para falar sobre a morte de Kira, ainda mais se essa mulher for a mãe de Kira.

— Parece estar dormindo.— Um garoto um pouco mais alto que nós se aproxima do  outro lado, acariciando os cabelos negros do cadáver. Ele tem os olhos puxadinhos, provavelmente é da família de Kira, tem o cabelo um pouco espetado num corte não muito baixo, olhos escuros e um maxilar marcado, meio arredondado. Como a maioria de nós, usa preto.

— Ela está.— Digo me lembrando da morte de meu pai a apenas alguns dias, o ano por aqui mal começou e esse lugar já tem matado pessoas, ou eu tenho matado.
Parece que por onde eu passo, a morte caminha ao meu lado, ceifando as vidas pelas quais eu tenho apego e intimidade.

— Sentem-se!— A diretora exclama deixando sua voz recochetear pelo cemitério, todos se sentam, Lucas está em prantos ao meu lado tentando sem sucesso conter o choro.
Jonathan não está aqui, Isa está na cadeira bem atrás de mim, Erick está em pé, um pouco distante, mas me lança um sorriso amigável em consolo.
O devolvo o sorriso.
Henrique está bem a frente, entre o padre e sua mãe. Ele tem a feição como se desejasse sorrir, isso me causa uma irritação notável.

O padre, diz algumas belas palavras, algumas vinda de seu coração sábio e outras de sua memória sobre a bíblia e a religião. Logo isso chega ao fim, temos alguns minutos antes de os ônibus nos levarem de volta para o internato.

— Quero me despedir.— Lucas diz sério com a voz rouca, ele a conhece a mais tempo que eu, parece ter contido o choro mas é nítido seu luto, ele é o único nesse lugar que não parece estar fingindo.

— Tudo bem, vou te esperar aqui.— Digo em pé com as mãos nos bolsos do casaco preto tentando me aquecer, observo o vapor quente que sai da minha boca flutuando em uma brisa congelante.

— A propósito, encontrou a roupa da sua iniciação?— Lucas pergunta ainda soluçando.

— Ainda não, infelizmente.— Disse. —Tive um sonho estranho essa noite e procurei feito um louco—

— Ah.— Lucas disse por fim, indo se despedir de nossa amiga.

Estou de pé sobre a grama meio seca do cemitério e observo Erick caminhando até mim.

— Vem sempre aqui?— Ele sorri, mas me mantenho sério pelas circunstâncias.

— Não é o momento.— Digo sério.

— Está certo, mas ainda temos que falar sobre ontem, essas coisas não podem ser esquecidas.— Erick me lembra, e eu tremo, minha barriga dói e de repente, Isa já está em minha frente com seu olhar perigoso.

Não temos nos falado desde o incidente com Jonathan, o fatídico beijo.
Jonathan tem tentado falar mais comigo, mas eu tenho o ignorado, fugido dele, não quero estragar seu casamento com Isa.

— Olá— Ela cumprimenta séria.

— Olá— Respondo.

— Pode nos dar licença por favor?— Ela pede a Erick, que revira os olhos.

— É claro— Ele bufa de leve saindo de perto de nós.

— Algum problema?—ergunto com medo de que a resposta seja sim.

— Sim! Jonathan não está feliz com nosso casamento em vista...—

— Quer mesmo falar disso aqui? Agora?— Pergunto a interrompendo.

— Ah! É Verdade. Vamos caminhar.— Ela diz saindo na frente.— Ele não está feliz, ele tem te perseguido a espreita e parece que viu oque aconteceu com você e Erick.—

Eu gelo, ninguém deveria saber.

— Eu não fiz nada de propósito, meu maior desejo é que vocês sejam felizes, não mentirei pra você, pois sim eu gosto muito de Jonathan, mas não quero ficar entre os dois, isso é ridículo, não posso ficar com alguém que não se decide e me persegue pelas sombras, estou tendo esquecê-lo.—

— Eu é que não quero ficar entre os dois, está na cara para todas as pessoas daquele internato que vocês estão um afim do outro, não quero atrapalhar isso.—

— Vocês estão noivos.—

— É um casamento de negócios, nunca terei o coração de Jonathan, mas você, está prestes a conquistá-lo.— Isa sorri, agora já estamos parados.

— Eu não sei oque lhe dizer.— Digo sem jeito e envergonhado por tudo isso, Jona e eu nos beijamos apenas uma vez, e quando estou com ele mesmo tentando afastá-lo, me sinto bem e seguro. Como se fosse certo, mas não é.

— Diga a ele quando voltarmos, não perca mais tempo.—




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