Bem, era pra eu ter aparecido na sexta com esse capítulo, mas foi basicamente o meme do "início de um sonho/ deu tudo errado" kkkkk mas o importante é que ele tá aqui agora!
E SIM, POV DO HOSEOK MINHA GENTE <3 Vamos conhecer um pouquinho desse Alpha maravilhoso que é o Hobi! Pessoalmente eu gostei de escrever as coisas na visão dele, porque é bem diferente do Jin, que a gente ta acostumado a ver.
Vamos lá? Boa leitura <3
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HOSEOK DO NORTE
É cômico como você pode ser diversas pessoas em uma só apenas pelo fato de que cada um tem uma visão diferente de você. Para alguns eu era uma exceção, para outros um cão medroso que temia a própria sombra... E para quem realmente importava, eu era eu mesmo, com todos meus defeitos e qualidades, um humano que erra e conserta, que teme, mas tem coragem também.
Crescer sendo diferente de meus irmãos teria sido mais doloroso se aquele que tinha desprezo por mim fosse realmente importante. Mas não era. Donggun do Norte tinha olhos péssimos ao ver seu filho do meio, aquele do qual deveria ser um imponente e rude Alpha, mas que na verdade era alguém que gostava das coisas simples e de sorrir. E que também tinha medos bobos. A aversão de meu pai para comigo nunca me machucou, na verdade, eu queria que ele me odiasse, pois o sentimento era recíproco.
Sua queda era uma das coisas que eu mais almejava na vida, para dar fim ao sofrimento de muitos, principalmente o de minha mãe. Desde filhote eu já sabia que uma das minhas metas de vida era o dia que estava se aproximando a cada dia mais. E era por este exato motivo que agora nós estávamos no subterrâneo da loja de Seokchan... Eram os preparativos de guerra.
Claro que um conflito armado gigantesco como o que estava por vir não se resolvia apenas com força bruta e meia dúzia de pessoas com arcos e espadas, no entanto era interessante que nossas habilidades estivessem sendo aprimoradas. Os soldados do Norte eram implacáveis.
Ser Hoseok do Norte, o Alpha do meio e melhor espadachim do Norte não me definia completamente. Como eu disse, as pessoas tinham olhos diferentes sobre todo mundo, eu não escapava de tais julgamentos ou visões precipitadas. Minha mãe me enxergou, desde que nasci, como alguém que era astuto e tinha uma memória impecável, assim confiando um segredo a mim. Ela percebeu minha curiosidade quando aquele pequeno lobo explorava cada centímetro quadrado do castelo nortenho, descobria lugares e passagens, memorizando todas, fazendo mapas escritos e mentais. Aos seus olhos, eu tinha potencial.
Aos olhos de meus irmãos, eu era um bom irmão do meio, inteligente e medroso. Claro que em todas as minhas aventuras pelos corredores e passagens do castelo eu comecei a adquirir medos bobos. Às vezes pequenos morcegos e ratos me faziam dar pulos, ou até mesmo a minha própria sombra. Foi assim que eu comecei a tremer nas bases por coisas pequenas, nos levando à outra visão.
A de Seokjin do Leste.
Para ele eu era um borra calças que tinha medo de si. Bem, ele não estava errado. Em toda a minha vida eu jamais havia conhecido um Ômega com tanta presença como aquele. Vê-lo pronto para atacar caso eu fizesse algum mal a Yoongi foi crucial para que minha imagem ficasse marcada de vez em si. No entanto, apesar dele achar que eu era apenas isso, eu gostava bastante daquele Ômega. Admirava-o por ser exatamente como era: Disposto a fazer de tudo para defender quem ama. Eu admirava porque era assim também.
E neste ponto que chegamos, finalmente, onde eu queria... Yoongi do Leste.
Eu estaria sendo um belo mentiroso se dissesse que tudo aconteceu instantaneamente, como se meu coração já me avisasse de imediato que aquele era meu predestinado. Não, não foi desse jeito. Quando tive o vislumbre da carruagem real lestiana chegando à nossa casa fiquei um pouco curioso, confesso. Ver aqueles três Ômegas aparecendo para nós e sabendo que um deles seria a pessoa da qual eu teria uma forte ligação foi mais tranquilo do que eu pensava, pois na hora eu não sabia.
Talvez meu lobo quisesse me preparar melhor, me fazer entender que meu predestinado seria alguém que se encaixaria perfeitamente em minha vida, aceitando todas as facetas que eu tinha sem se limitar a apenas uma visão. Foi assim que as coisas se sucederam... Não foi um baque, não foi como um soco na cara... Apenas foi.
Yoongi do Leste sempre foi calado e um bom ouvinte. O total oposto do que eu sempre fui, alguém que gosta de falar e tem um pouco de dificuldades para escutar. Mas apesar da postura um tanto retraída, ele era gentil. Seus poucos sorrisos, quando desabrochavam, eram como a mais intensa estação primaveril, algo raro no Norte. Os gestos eram escassos, no entanto quando apareciam, era completamente sinceros.
Ele não se importava com meus medos bobos ou quando eu simplesmente tomava susto com minha própria sombra, mas também ficava admirado me ouvindo falar sobre a história e construção do castelo nortenho. Com estes pequenos detalhes que aos poucos fui realizando que a pessoa com quem no futuro eu me estabeleceria não deveria ser alguém igual a mim, mas sim diferente, podendo me completar, assim como eu também o completava.
Nosso primeiro contato, onde de fato senti meu coração gritar por si, foi um pequeno momento desastrado na adega do castelo, onde Yoongi derrubou um cantil e logo se preocupou com a bagunça. Nós nos colocamos em disposição de consertar aquilo e eu acabei vendo, pela primeira vez, o quão seus olhos brilhavam intensamente. E aquilo era lindo.
Foi ali que percebi que eu não precisava de um sentimento à primeira vista ou perceber logo de imediato quem era ele. Foi melhor descobrir... Muito melhor.
No dia em que ele estava mal de saúde devido a febre do cio, meu lobo me alertou de algo estava errado. Corri feito um maluco pelos corredores, como se ele chamasse por meu nome, como se precisasse de mim. Mas o fato era que ele não precisava naquele momento, estava seguro e sob proteção de seu irmão preocupado. Porém ir ao seu encontro naquela noite em que o Ômega suava frio e tremia de medo foi crucial para eu entender que ele tinha importância extrema. Às vezes nós não podemos proteger aqueles que prezamos, não fica em nossas mãos fazer isso, mas mesmo que não esteja dentro de nossos poderes, acabamos por nos preocupar e ficarmos apreensivos. Eu queria saber se ele estava bem, eu precisava que ele estivesse bem, mas ele não precisava de mim para ficar bem naquela hora e não há nada de mal nisso. Mesmo que eu não fosse útil naquela hora, nós dois entendemos depois, que mesmo longe um do outro éramos capazes de nos completar.
Com o passar das semanas fui entendendo melhor aquele livro de páginas borradas que era Yoongi do Leste, aquele mistério do qual você vai se aprofundando e se afundando, admirando-se mais a cada descoberta. Ele tinha medo de suas épocas de cio por conta de um evento completamente infeliz, mas isso também não o definia por completo.
Yoongi do Leste gostava de chá de hortelã, dormia com as janelas abertas, coçava sua orelha direita quando estava envergonhado e tinha o sorriso gengival mais doce de todo o continente. Conhecer seus detalhes foi, talvez, o ponto chave para que eu finalmente realizasse que era ele.
Agora eu estava aqui, no subterrâneo da loja de armas de Seokchan, observando Yoongi do Leste se familiarizar com um arco enquanto Taehyung explicava para ele cada mínima parte da arma. Eu o observava discretamente, mas o sorriso em mim não podia ser evitado. Era mais uma particularidade daquele Ômega querer se defender, pois sabia que nem sempre eu era necessário, assim como nem sempre ele era necessário para mim. E está tudo bem nisso.
Saber que ele era corajoso assim como seu irmão me fez ficar feliz. Ele tinha seus pensamentos próprios - não que Jungkook também não tivesse, mas o Ômega mais novo tinha seu próprio jeito de poder demonstrar sua personalidade única -, seus desejos e suas convicções. A demonstração maior de que ele não era indefeso e fraco era aquela, sua presença ali conosco.
Eu estava orgulhoso de meu predestinado.
No entanto eu não podia ficar para sempre o observando, pois havia outra coisa da qual minha mente gritava para que eu fizesse: Desafiar Seokjin do Leste. Não, eu não estava com algum tipo de ressentimento nem nada parecido, porém aquilo seria crucial para que nós finalmente nos entendêssemos.
A visão que ele tinha de mim e a que eu tinha dele eram completamente limitadas. Nós não nos conhecíamos direito, nossos diálogos eram curtos e superficiais. Para ele eu era um medroso, falador e talvez até chato. Para mim ele era um corajoso, mas às vezes um impulsivo. E eu entendia certa impulsividade... Alguém que tem tanto senso de proteção com aqueles que ama pode acabar se deixando levar por seus sentimentos. A razão não é uma dádiva, ela nos limita e nos faz sacrificar coisas e pessoas das quais não podemos nos dar o luxo de perder. Mas o equilíbrio era essencial... Será que ele tinha esse equilíbrio?
Vendo Seokjin do Leste passando seus olhos pelas diversas espadas me fez sorrir. Quem estava com medo de quem agora? Eu tinha o peso de ser o melhor híbrido no quesito de espadas, era diferente de Taehyung, eu não iria ser um lutador calmo. Iria ser justo.
- Recomendo esta. - Apontei para uma das espadas - É uma espada de dois gumes, um pouco mais pesada, mas pessoalmente eu gosto dela pela afiação.
Vi ele observando a arma com atenção e fiquei ansioso. Ouvi histórias de que em seu primeiro treino ele conseguiu dar uma rasteira em Taehyung e o derrotá-lo facilmente. No entanto, Taehyung era loucamente apaixonado por Seokjin do Leste, é claro que isso foi um fator gigantesco para sua vitória... Mas eu não era apaixonado por ele, então truques não seriam eficazes aqui.
- Qual você irá usar? - Ele indagou me olhando um pouco nervoso.
- Essa. Elas são irmãs, foram feitas para lutarem lado a lado. Quero saber como funcionam em lados opostos. - Sorri com gentileza.
- Tudo bem, vamos. - Ele me sorriu de volta, mas claramente estava tremendo por dentro.
Ele analisava a arma e seu peso, tentando adaptá-la ao seu corpo conforme foi ensinado por meu irmão. Aquele Ômega era inteligente, mas talvez inteligência não fosse o bastante. Seokjin do Leste precisava de um treino real, onde tivesse uma "simulação" do que é um verdadeiro inimigo.
- Taehyung é bom com espadas, mas ele é lento. Vamos ver se você consegue me acompanhar, Seokjin do Leste.
- Você não vai atacar para me machucar, não é? Pois se você me cortar-
- Calma! - Sorri - Não para machucar... - Entrei em posição de ataque - Mas para lhe desafiar.
Ele engoliu em seco, provavelmente meu olhar havia mudado naquele momento. Eu me tornava outra pessoa dentro de batalha, com a espada na mão o borrão do Hoseok que tinha medo de tudo sumia, dando lugar a alguém que precisava e entendia que o foco da batalha era proteção, tanto pessoal quanto de terceiros.
"Alguém aqui está nervoso..." pensei comigo mesmo reprimindo um sorriso.
- Preste bem atenção, Seokjin. Seu treinamento com Taehyung é brincadeira de criança. Aqui nós estamos nos preparando para guerra.
- Ataque de uma vez! - Ele exclamou, mas vi seus lábios tremerem.
E então a primeira investida. Eu tinha total familiaridade com aquela espada e não foi difícil para que eu logo movimentasse meu braço cortando o ar e sentindo o aço da minha arma tintilando na dele. Sua reação foi rápida, admito, mas ele ainda estava apreensivo. Meus movimentos eram mais diretos e mais rápidos do que os de Taehyung, minha velocidade era novidade para o Ômega que se defendia, mas com dificuldades.
- Eu pensei que você tivesse medo de mim! - Ele exclamou defendendo mais um golpe, o braço tremendo pelo nervosismo.
- E eu tenho! - Respondi sorrindo - Mas aqui, com uma espada na mão, estou na minha zona de conforto.
Vi a sobrancelha do Ômega se levantar e um bico se formar em seus lábios. Ele estava processando aquela informação e foi deveras engraçado para mim ver ele confuso. Seokjin era interessante. E perfeito para Taehyung.
Vendo que nós não estávamos brincando, ele respirou fundo e decidiu me atacar de volta, mas ele ainda era previsível. Seus golpes tinham toques de treinamento pesado, admito, mas ainda sim eram de alguém que treinou por dias, não por anos como eu.
Sua lâmina veio por baixo, uma tentativa de me golpear na cintura, mas o treinamento de batalha não se resume apenas a segurar uma espada e cortar seu inimigo, exige também que você saiba se movimentar, use e abuse de seus pés, pernas e corpo para ter agilidade o bastante para o fator surpresa. Sendo assim, desviei de imediato, girando meu corpo para o lado. Ele usou tamanha força e que no momento em que sua espada não encontrou impacto, foi jogado para frente, acabando por se desequilibrar levemente. Uma brecha para mim.
Flexionei os joelhos joelhos e passei a lâmina de forma sutil por sua perna, sem intenção de fazer um corte fundo ou machucá-lo, apenas um pequeno susto. Eu sabia que se ele saísse machucado dali eu teria que me ver com Taehyung.
Sentindo o corte rasgar o tecido de sua calça, ele logo tomou um susto, mas se recompôs imediatamente. Era só um corte bobo - eu acho, na verdade esperava que não tivesse exagerado... Taehyung era assustador também -. Vi seu rosto traçar linhas de pura irritação, da exata maneira daquela noite em que ele defendeu Yoongi. Mas eu realmente não estava com medo dele. A vantagem era minha.
- Hoseok! - Ele gritou - Você cortou minha calça!
- Quer lutar com espadas e não quer perder alguns pedaços de pano? - Perguntei ofegando levemente, parando para vê-lo observar a própria roupa - Melhor perder um pedaço da calça do que a cabeça.
Ele bufou e em seguida respirou fundo, colocando-se em posição de ataque outra vez. Eu deveria admitir que ele era persistente e era bom. Não era como uma criança que pega uma espada e não sabe o que fazer com ela, ele sabia. Mas não o bastante. Precisava de mais.
Então voltamos a duelar, o aço ecoando por todo o recinto de forma estrondosa. A postura dele tinha mudado, estava mais concentrado, porém também com mais raiva. Entendia que para ele era importante não ser subestimado, uma vez que por toda sua vida foi esse o sentimento que as pessoas davam a ele apenas por ser um Ômega. O caso é que eu não deveria poupá-lo da verdadeira experiência, pois um inimigo que está sedento para cortar sua cabeça não se importa se você luta bem ou não.
Meu corpo quase levitava enquanto eu tinha a espada na mão, causando a verdadeira dificuldade para ele, que era me acompanhar. Era rápido e desviava bem, mas não o bastante. Tentou mais uma vez me golpear por baixo, mas desta vez defendi com a própria espada, travando sua lâmina com a minha. Ele trincou o maxilar e me olhou com os olhos fervendo. Essa atitude que eu queria e que ele deveria ter!
Para minha surpresa ele pensou rápido, desferindo um chute em minha perna e me distraindo, fazendo assim as duas lâminas se separarem. Foi uma fração de segundos para que ele tentasse outra investida, porém por cima. Defendi com maestria, mas seus braços e espada no alto o deixavam vulnerável do tronco para baixo. Minha brecha. Meu pé foi direto em sua perna também, com um pouco de brutalidade, admito, fazendo-o perder o equilíbrio por completo e acabar indo ao chão.
O som de sua espada caindo ecoou por todo o lugar enquanto eu estava de pé, o olhando de cima e vendo que ele ofegava desarmado, as duas mãos espalmadas no chão. O peito subia e descia, mas seus olhos ainda me olhavam com fúria, mesmo que minha lâmina agora apontasse direto para sua garganta. Essa era a postura de alguém que não desistia fácil... Confesso, ele era mesmo admirável.
Mas ao invés de me vangloriar pela vitória e olhá-lo com superioridade, eu sorri. Um sorriso grande, sincero, de verdade. Ele franziu o cenho por conta de minha atitude, mas não moveu um músculo, permaneceu ali fazendo contato direto comigo pelo olhar. Joguei a espada para o lado e então caminhei para perto de si. Estendi minha mão.
Nós não éramos inimigos, não éramos oponentes.
Assim como ele precisava compreender meus outros lados, eu também precisava conhecer o verdadeiro Seokjin do Leste. Ele não era só nervoso ou disposto a defender quem amava. Ele era perseverante, obstinado, um híbrido que também era feito de defeitos e qualidades, como qualquer pessoa no mundo. Ninguém era perfeito e visão limitada alguma podia dizer completamente quem era quem.
Ele franziu o cenho olhando para minha mão, mas eu não a retraí.
- Vamos, Seokjin. Você lutou bem, mas precisa melhorar.
Pendeu a cabeça para o lado.
- Hoseok... - Ele disse com dificuldades pela respiração pesada. Fechou os olhos brevemente e então voltou a me fitar - Me desculpe. Eu te subestimei. Muito.
Arregalei os olhos ao ouvir as palavras tão repentinas. Ele estava se desculpando?
- Me desculpe por te julgar apenas um medroso borra calças. Você é bom com espadas. E é um bom lutador. Me desculpe.
Meu sorriso voltou a preencher meus lábios. Abaixei-me em sua frente, fazendo contato visual com ele diretamente. Algumas pessoas encontram dificuldades para poder admitir seus erros, mas ele não. Era orgulhoso, mas nem tanto. Fiquei feliz com isso.
- Se estamos pedindo desculpas aqui e agora, eu também devo me desculpar por te achar assustador. - Sorri - Você é corajoso, Seokjin do Leste. Eu te admiro. - Falei com a mais completa sinceridade - Amigos?
Amigos... Nós poderíamos mesmo ser amigos, eu não tinha dúvida alguma disso.
Seokjin pegou minha mão e eu imediatamente o ajudei a se levantar. Ele não precisava sorrir abertamente e de forma iluminada como eu, apenas um pequeno gesto e um sorriso de canto me mostravam que ele realmente estava de acordo com aquilo.
- Irmãos. - Ele disse - Nós vamos ser uma só família quando tudo isso acabar. Irmãos brigam às vezes e se desentendem... Mas eles fazem tudo para defender um ao outro. É isso que vai acontecer quando a guerra estourar, não é?
Sim... Era exatamente isso.
- Irmãos, então. - Confirmei sorrindo.
Às vezes não precisamos de mais nada a não ser atitudes pequenas, mas que se transformam em cruciais, para que alguém possa ver seu verdadeiro interior. Ele não era só mais o Ômega assustador e nem eu o Alpha assustado.
Ele era Seokjin do Leste e eu Hoseok do Norte. Com todos os defeitos e qualidades.
- Você vai me dar uma calça nova. - Ele me deu uma cotovelada.
- Talvez você precise mesmo. - Ri - Porque nós vamos continuar treinando agora mesmo.
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- Isso é muito bom! - Yoongi exclamou pegando outra flecha da aljava - Olha, Hobi! Eu acertei o alvo!
Céus, como ele era adorável!
- Que engraçado, até hoje eu não consegui acertar o alvo. Será que meu treinador anda privilegiando mais a uns do que outros? - Seokjin cruzou os braços e olhou para Taehyung com a sobrancelha erguida.
- Claro que não, Jin. - Sorriu se aproximando do Ômega e tocando seu rosto - É só que você é melhor com a espada. Yoongi parece ter nascido para ser arqueiro. - Deu de ombros.
Eles eram engraçados juntos. Seokjin tinha presença, mas ela não sobrepunha a de Taehyung em momento algum. Ele era calmo e compreensivo, o que acabava por deixar o Ômega completamente derretido e assim sua postura rígida sumir em questão de um segundo. Eles realmente eram predestinados, não havia dúvida alguma.
Yoongi veio se aproximando de mim com um sorriso tão grande que fez meu coração acelerar um pouco. Ele ficava belo quando tinha a genuína felicidade em seu rosto. Eu amava cada pedacinho do seu ser.
- Você foi muito bem hoje, Yoon. - Sorri afagando seus cabelos negros - Taehyung foi paciente com você?
- Na verdade, ele só me ensinou como segurar o arco e a exata precisão para puxar o fio. Fluiu muito bem. - Deu de ombros - Será que nasci mesmo para ser arqueiro?
Sorri para ele puxando-o para um abraço. Seu calor era aconchegante.
- Sem dúvidas. - Falei em seu ouvido e senti seus pelos se arrepiarem.
- Bem, Jin e eu vamos até a cidade. - Taehyung anunciou nos tirando de nosso pequeno momento - Se quiserem voltar ao castelo, podem ir na frente.
Bem, o cansaço havia me pesado um pouco. Seokjin e eu havíamos treinado bastante, ensinei-o muitos movimentos para desvio e também a guardar sua posição melhor. O esforço físico havia me esgotado e eu precisava de um bom banho e de um banquete também. Minha barriga estava roncando.
- Quer ir para casa? - Perguntei docemente a Yoongi.
Ele fez que sim com a cabeça, ainda em meus braços.
- Seokchan, muito obrigado por ter nos permitido vir treinar aqui. - Seokjin fez uma reverência - Você é muito gentil.
O velho Beta sorriu enquanto amarrava sua longa cabeleira branca.
- O lugar é de vocês também. Sintam-se à vontade para sempre retornar. Soomin e eu os receberemos de braços abertos.
- E digam ao Namu que eu sinto saudades dele! - A garotinha completou com um biquinho.
Impossível conter o sorriso tamanha era a fofura de Soomin.
Nós ajeitamos todo o lugar antes de nos despedirmos definitivamente de Seokchan e Soomin. Taehyung e Seokjin tomaram seu cavalo e adentraram a cidade, enquanto Yoongi e eu rumamos para casa. Ambos sentíamos o cansaço nos dominando, mas era reconfortante tê-lo tão próximo de mim naquele momento, mesmo que calado e apenas apreciando a vista das montanhas cheias de neve e o vento gelado em seu rosto.
Eu ainda ficava admirado com o quanto nós éramos diferentes, mas proporcionávamos um ao outro um sentimento de complemento. Adorava o jeito silencioso dele, pois tinha consciência de que não eram as palavras que definiam Yoongi do Leste e sim seus detalhes. Ele deixou-se aconchegar melhor em meu corpo e aninhou-se como pode em meu tronco, pois ainda estávamos em cima do cavalo.
Ele tinha aroma de café. Eu amava café.
- Muito cansado? - Sussurrei levemente.
Ele fez que sim com a cabeça, os olhos fechados, mas o rosto relaxado.
- Quer tomar banho comigo quando chegarmos?
- Você sempre joga água em mim no banho feito uma criança birrenta. - Ele resmungou - Mas quero.
Ri de leve e assenti. Ele era assim, introspectivo, mas bem humorado. Doce, carinhoso, mas ao seu jeito. E eu amava Yoongi do Leste.
O trotar do cavalo mesclado ao uivo do vento foi nossa trilha sonora agradável até atravessarmos os portões do castelo. Desci ele do equino e agradeci a Taemin, que veio de prontidão recolher o animal. Já em solo, entrelacei meus dedos aos de Yoongi e assim entramos novamente em casa, querendo imediatamente um banho quente e relaxamento. Um jantar também.
Subimos a escadaria lentamente, calados. Estávamos deveras exaustos para poder conversar, até mesmo eu que adorava falar, mas não havia necessidade alguma de diálogo naquele momento, estávamos bem assim. Andamos juntos até o corredor que dava para meu quarto, mas antes que eu pudesse abrir a porta, preferi puxá-lo para mais perto e abraçá-lo, despejando meu carinho em si.
- Estou orgulhoso de você. - Sussurrei em seu ouvido - Muito.
- Obrigado, Hobi. - Ele respondeu se ajeitando em meu peito. - Fiquei feliz com meus resultados. Não sabia que teria tanta intimidade assim com arco. - Admitiu com um pequeno sorriso.
- Você é incrível. - Separei o abraço, mas logo minhas mão estava segurando seu rosto - E eu te amo.
- Eu te amo, Hoseok do Norte.
Aproximei meu rosto do seu e nossos lábios foram de encontro. A boca de Yoongi era tão pequena, mas seu beijo sempre me parecia intenso, como se a cada vez fosse a primeira vez. Senti suas mãos segurarem meu casaco e me puxando para mais perto. Nós trocávamos não só um carinho ali, mas também compartilhávamos energias opostas.
Ao partir o ósculo eu o fitei sorrindo para si, completamente abobalhado por aquele Ômega em minha frente, que tinha o brilho único em seus olhos. Céus, eu poderia lutar mil batalhas por ele, enfrentar um milhão de inimigos, mas queria poder, no futuro, estar com ele.
Sempre quis ter uma família. Poder criar vários filhotes tão enérgicos e sorridentes como eu, vê-los correndo de um lado para o outro e cuidá-los com minha vida. Essa era uma visão longínqua antes de finalmente perceber que a pessoa para mim era Yoongi do Leste. Era com ele que eu queria poder fazer concreta essa visão do futuro, compartilhar todos os meus sentimentos, fossem eles positivos ou negativos, e envelhecer até nosso último suspiro nos separar.
- Eu ainda não consigo acreditar que você quis casar comigo. - Ele sussurrou um pouco envergonhado.
- Mas estava tão óbvio, Yoon. - Sorri achando graça.
- Você conhece uma palavra chamada insegurança? - Fez um bico.
Céus, como ele poderia achar que eu iria querer qualquer um que não fosse ele? Era ele e sempre seria ele.
No entanto antes que eu pudesse responder qualquer coisa ou argumentar, um estrondo invadiu nossos ouvidos. Rapidamente arregalamos os olhos e eu me coloquei em alerta, tentando identificar de onde vinha o som.
Fim do corredor... Quarto de Namjoon.
- Vem! Isso é no quarto do meu irmão! - Exclamei tomando sua mão e correndo pelo enorme corredor à nossa frente.
Naquela altura do campeonato eu tinha medo de tudo, mas não um medo bobo... Nós estávamos prestes a entrar em uma guerra, não sabíamos até onde estávamos camuflados e meu pai no escuro. Muitas pessoas eram seus aliados ali dentro, não escapávamos de ouvidos aguçados que nos denunciassem. Eu tinha medo por todos, meus irmãos, meus cunhados, os criados, todos.
Alcançamos a porta de Namjoon e ela estava fechada. Fechei o punho e bati com violência na madeira grossa.
- Namjoon! - Gritei - Namjoon, o que aconteceu? Abra essa porta!
Silêncio total. Tentei girar a maçaneta sem sucesso, pois estava trancada. Meu coração já começava a se acelerar, um tremor tomando minhas pernas. Céus eu poderia esperar tudo, qualquer coisa poderia acontecer.
- Namjoon do Norte! - Gritei batendo novamente na porta.
Nada. Céus, eu precisava entrar naquele quarto.
- Yoongi eu vou arrombar a porta, se afaste. - Falei rapidamente e ele fez que sim com a cabeça, tão assustado quanto eu.
Respirei fundo e tomei impulso, preparando meu ombro para o impacto. Não sabia o que eu encontraria do outro lado, quem havia causado aquele estrondo enorme, mas precisava me certificar que meu irmão estava bem.
Ele não era um lutador, ele era um diplomata. Era difícil para Namjoon defender-se assim, de qualquer perigo. Eu deveria protegê-lo.
Corri com o ombro contraído e senti meu corpo impactar na grossa madeira. Não consegui de primeira, precisaria tentar de novo. Repeti o mesmo movimento duas vezes até finalmente ver a porta se abrindo.
Meus olhos finalmente encontraram o interior do quarto, finalmente eu saberia o que foi aquilo, se alguém estava colocando a vida de meu irmão em perigo.
- Hoseok! - Namjoon gritou.
E foi aí que eu me dei conta do que tinha, na realidade, atrás daquela porta e o que foi aquele barulho.
E eu juro que quis enfiar minha cara em um buraco.
A madeira de sua cama estava completamente destruída e despedaçada ao chão. A poeira subia em volta do colchão enquanto um Namjoon e um Jungkook assustados e de olhos arregalados escondiam seus corpos com os grossos cobertores.
"Eu não acredito que eu arrombei uma porta porque eles quebraram a cama acasalando..."
- Meu lobo mau! - Yoongi cobriu a boca assim que adentrou o quarto.
- Pelo amor do lobo, saiam os dois daqui! - Namjoon disse, mas ele não foi nada autoritário, na verdade seu rosto estava tão vermelho quanto o meu.
Certo, era algo que não iria sair de minha cabeça tão cedo.
Só puxei Yoongi pelo braço e saí correndo daquele quarto.
Pelo visto não éramos apenas nós que estávamos cansados fisicamente.
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Olha eu to ficando acostumada com esses capítulos leves kkkk eu acho que já tá na hora da gente botar fogo no parquinho aqui né? Pois tá sim rs
O que acharam do Hoseok? Eu acho ele adorável hehe E O QUE ACHARAM DOS NAMKOOK SAFADOS QUEBRANDO CAMA E PASSANDO SUSTO NOS OUTROS? KKKK olha eu tive que colocar isso, eu ultimamente ando necessitando de coisas pra me fazer rir.
Mas como eu disse, tá na hora de botar fogo no parquinho né? Então vamos voltar pros capítulos de tensão? VAMOS SIM. PREPAREM-SE.
É isso, até o próximo <3