Tudo de mim

By nextbye

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SPIN-OFF de MFDTA Eram de mundos diferentes, tinham dores diferentes, tinham vidas diferentes, eram completam... More

Nota inicial | sinopse
Prológo
Epígrafe
Capítulo 01
Capítulo 02
Capítulo 03
Capítulo 04
Capítulo 05
Capítulo 06
Capítulo 07
Capítulo 08
Capítulo 09
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50
Epílogo

Capítulo 51

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By nextbye

Suspiro satisfeito com a merda do fusquinha idiota que deixei para finalizar hoje, já que ontem eu só me sai bem em beber com os garotos.

Hoje pensei em fazer o mesmo, mas infelizmente o Noah vai ir embora amanhã, então vamos todos passar a noite juntos.

David hoje foi fazer inscrições para algumas faculdades perto daqui, eu queria fazer ele trabalhar apenas a metade do período, mas o cabeça dura não quis, mesmo eu falando que receberia a mesma coisa de agora.

Então só posso desejar ele uma boa sorte. Meu irmão hoje me fez comprar doces para ele levar para a Lily.

Foi triste ter que fazer isso. Me jogo no sofazinho da oficina, olhando para o fusquinha e pensando o quão deprimente minha vida foi, apesar de eu não me arrepender de absolutamente nada. Fiz tudo que achei o certo até aqui, mesmo tendo que me anular algumas vezes.

Em vinte e seis anos eu nunca sai do lugar, sempre na oficina, sempre cuidando do meu irmão e é isso.

Olho para o contato da Sam aberto no meu celular. Me pergunto se eu deveria ligar pra ela, relevar absolutamente tudo, aliás, ela não fez nada de errado, mas porra, uma parte enorme dentro de mim quer viver coisas com ela fora do quarto. Talvez eu também tenha ficado chateado atoa e também eu esteja inventando um monte de coisa só para convencer a mim mesmo a não ficar triste e ligar pra ela.

Que merda, eu nem terminei de contar as pintas dela. Sam foi minha única grande mudança em toda minha vida, a única que eu quis e isso não é um saco? Tantas pessoas no mundo.

Jogo o celular do meu lado, frustado pra caralho.

Ouço alguém estacionar do lado de fora, me forço a levantar para dizer que já vai fechar, mas paro no meio do caminho. Forço os olhos para ter certeza que não era alguma miragem formada pelo álcool que eu bebi ontem e que parece que ainda tá fazendo efeito.

— Oi. - Sam murmura, tão baixo que eu tive que prestar atenção nos lábios dela para ter certeza, obviamente não só por isso. Eu estava com saudades da boca dela? Quem é que tem isso?

O amor deixa a gente tão idiota.

— Oi. - Respondo receoso. — Problemas no carro, ruivinha?

Ela sorri, eu sorrio e a merda está feita. Se um dia existiu algum motivo para eu não querê-la, evaporou.

— Dessa vez não, podemos conversar? - Ela se aproxima, mas não o suficiente pra mim. Nunca vai ser o suficiente.

— Por mim tudo bem...- Eu ia pedir pra ela entrar, mas Sam é mais rápida ao começar a falar tudo:

— Eu sei que talvez eu deveria te dar mais tempo ou algo do tipo, mas eu não quis, eu tive que me segurar muito para não vir ontem, eu sinto muito por tudo e talvez eu seja...uma... Sei lá, desculpa por magoar você e tentar fingir que nunca aconteceu nada, porque como você disse a muito tempo atrás, eu Fujo das coisas e isso é a mais pura verdade. -ela solta um suspiro sofrido, olhando para qualquer coisa que não seja eu. — Fujo das merdas que eu sinto por achar mais fácil de enfrentar, Fugi das minhas lembranças dolorosas para não sentir a dor delas, fujo da vida que eu queria, pois assim eu estaria fugindo dos julgamentos, e Fugi de você, porque você me fez querer parar de fugir de toda essa merda que eu sempre vivi e eu não consegui fugir de você, eu sou péssima e uma vaca egoísta.

Chica, você pode ser muitas coisas, mas uma vaca egoísta você não é. - Eu rio, foi a coisa mais sem fundamento que eu ouvi— Tudo que você fez, não foi por você e eu entendo, noventa por cento da minha vida também não foi por mim e eu jamais me apaixonaria por uma vaca egoísta, eu me apaixonei por você e aprecio tudo em você, até a parte que me magoou, e tudo bem, você seria perfeita demais se não me magoasse nem um pouquinho, sabemos que em um relacionamento só se pode ter uma pessoa perfeita, todos sabem que essa pessoa sou eu.

Brinco no final, pensei que ela iria rir, mas dessa vez ela chorou.

— Desculpa, você é tão bom. - Ela finalmente acaba com o espaço entre nós, me abraçando tão forte que eu achei que nos fundiríamos, o que não seria tão ruim. — Então, podemos começar de novo? Tipo, eu quero que você conheça meu pai, saiba os detalhes do meu quarto, quero ir ao cinema com você e se um dia eu tiver amigos de verdade, quero apresenta-lo a eles e quero te ensinar a andar de bicicleta, quero ter uma vida com você e não é como se eu só quisesse isso agora.

— Começar de novo? - Pergunto, mas não afasto nenhum centímetro dela de mim. Eu a perto mais, sentindo-a apoiar a cabeça contra meu peito.

— É, li isso em um livro. - Ela ri.

— Acho que continuar de onde paramos é melhor, mas podemos fazer isso. — Eu me afasto, dou o meu melhor para fingir um sorriso sedutor. — Oi ruivinha, é nova aqui? meu nome é Philipe, quer conhecer o banheiro da minha oficina?

Ela ri, mas entra no personagem.

— Meu nome é Sammy, mas eu prefiro que me chamem de Sam, ou até mesmo ruivinha se for você. - Ela tenta piscar sedutoramente, mas é interrompida pela própria gargalhada. — E seria uma honra conhecer o banheiro da sua oficina.

— Seria incrível. - Eu sorrio. — Pena que ele não cabe nós dois.

— E porque você me convidou?

— Por educação, prefiro a cama. - Ela morde o lábio inferior para tentar parar de sorrir.

— Então você não está magoado comigo? - Pergunta, me olhando como se estivesse esperando uma resposta negativa.

— Você que vai ficar brava quando souber que eu talvez tenha contado detalhes demais para seu pai, mas eu não sabia.

— Philipe, que detalhes? - Ela franze as sobrancelhas.

— Sobre fraudas sujas e eu não lembro muito bem do resto, mas eu tecnicamente contei minha vida toda, até a parte que me apaixonei por uma garota que transei no banheiro de uma boate.

— Philipe...- Ela tampa o próprio rosto com as mãos.

— Qual parte foi pior? Pra mim saber que ele trocou suas fraudas foi traumatizante, não consigo nem imaginar uma cena dessa, é horripilante.

— Você não tá ajudando. - Respondeu, sem tirar as mãos do rosto.

— Desculpa? - Afasto as mãos dela. Sam parecia aqueles desenhos animados que ficam vermelhos e soltam fumaça pela cabeça. — Eu te pago um sorvete.

— Você é um idiota. - Ela me empurra. — Como eu vou olhar pra ele agora? Meu Deus do céu. Vocês dois são uns idiotas.

— Então significa que você vai querer o sorvete? - Sugiro, sem conseguir segurar por muito tempo a vontade de rir.

— Quero. - Ela bufa.

— E você também quer jantar com a minha família? - Pergunto, sentido um frio na barriga anormal.

Ela sorri como se o que falei antes disso nunca tivesse existido.

— Quero, você quer que eu leve meu pai? - Ela me laça um olhar esperançoso.

— Quero. - Sorrio mais uma vez, minhas bochechas não aguentam mais. — Isso significa que nós estamos juntos?

— Sim. - ela confirma. — Agora podemos ir a sorveteria? Estou brava.

— Arruma esse cabelo. - Ed diz, entrando no meu quarto sem bater, como sempre.

— Mas tá arrumado. - Respondo, me olhando no espelho. Tentei deixar ele o mais arrumado possível, pareço até um homem de negócios, responsável e que joga golfe nos finais de semanas.

— E está horrível. - Ele me analisa.

— Tá, você não vai se arrumar? - Agora eu o analiso, ele estava vestido como se fosse ir ao mercado.

— Pra almoçar na Tia Lylian? - Ele bufa. — Você acha que o pai da Sam tem uma piscina enorme?

— Não sei, mas agradeceria se você não citasse isso. - Respiro fundo e bagunço meu cabelo.

Porquê to agindo como se nunca o tivesse visto? Eu falei sobre fraudas sujas, não tem porquê eu querer passar uma boa impressão agora.

— Tá. - Ele da de ombros e se senta na minha cama. — O Sebastian foi me buscar no colégio, eu falei que sabia ir embora sozinho, mas ele insistiu, eu não quis mandar ele ir embora. -Encaro meu irmão pelo reflexo do espelho, atento a cada palavra dele. — Ele falou que tem uma piscina na casa dele, caso eu quiser ir alguma dia, mas eu neguei.

Franzo o nariz, eu não gosto do Sebastian, mas não posso por meus sentimentos a cima dos do meu irmão.

— Você não precisa odiar ele por minha causa. - Tento ser sensato, mesmo sentindo exatamente ao contrário. O Sebastian não merece alguém como o Ed.

— Eu não odeio ele, mas também não gosto dele. - ele balança os pés. — Não gosto quando ele fala que é meu pai e não quero chamar ele da pai, eu quero que ele seja apenas o Sebastian, acho que eu posso fingir que ele é um primo nosso.

— Se isso fazer você se sentir melhor, quer que eu fale essas coisas pra ele?

— Não, ele me deu o numero dele e eu mandei uma mensagem pra ele me chamar só de Ed. - Meu irmão diz firme, se levantado.

— E com que celular você mandou?

— O seu, qual mais seria? - Ele bufa.

— Então você tecnicamente deu meu numero a ele. - Balanço a cabeça negativamente, focando no meu reflexo. — Agora vamos.

Acompanho meu irmão até a casa da Lylian, a tranquilidade do meu irmão estava me irritando.

— Ele já chegou? - É a primeira coisa que falo quando o Noah abre a porta.

— Não. - Ele nos dá espaço para entrar. — Você acredita que minha mãe tá saindo com um cara? Eu to indignado.

Noah sussurra, já que a mãe dele está a poucos metros de nós.

— Nem fodendo. - Eu gargalho, mas paro quando percebo que era sério. — Quem é o idiota?

— Não sei. - Noah parecia tão incomodado quanto eu. — Eu não to afim de presenciar minha mãe sofrendo por amor, não já basta você?

— Somos dois contra um. - Tento tranquiliza-lo. — Ele não teria coragem.

— Vocês vão ficar aí para sempre? - Lylian se aproxima, com um sorriso de orelha a orelha. — Eu fiz um jantar especial para comemorar que meu Philipezinho agora está com alguém, todas as minhas orações foram respondias, vocês deveriam me agradecer por ter uma fé boa.

Ela aperta minhas bochechas, antes de me da um abraço apertado. Eu me sinto um adolescente apresentando a primeira namorada para a mãe.

— Tá, tá. - Afasto ela.

— Espero que ele não se importe com a falta de móveis, avisou ele que estávamos de mudança?

— Não, não precisa. - Dou de ombros. — Acho que só precisamos de uma mesa e algumas cadeiras.

— Ela fez tudo lá a trás, me fez cortar a grama as seis da manhã. - Noah bufa. — Mas ficou tudo lindo.

— E eu ajudei. - Agora é a Jade que diz enquanto desce as escadas.

— Na verdade você apenas me atrapalhou. - Ele retruca.

— Não tenho culpa dos seus hormônios serem tão aflorados. -ela ri.

— Sem conversas salientes na minha frente, por favor? - Lylian pede, com o nariz franzido. — Eu gosto de pensar em todos vocês como seres puros.

— Você nem imagina o quão puro somos. - ironizo, observando meu irmão passar por nós, com uma careta de nojo.

— Vou lá pra trás. - Ele avisa, antes de sumir de vista.

— Então quer dizer que você está saindo com alguém? - Provoco a Lylian, que logo sorri.

— Sim, ele é incrível, ele me...

— Sem conversas sobre o cara que sai com a minha mãe. - O noah interrompe.

Logo uma discursão começa, pois o Noah está tendo dificuldades de aceitar que a mãe dele é gente como nós dois. Talvez eu também esteja estranhando, mas preferi ficar rindo dele.

Todos ficam em silêncio quando batem na porta.

— Quem vai abrir? - Pergunto, sentindo minhas pernas travarem.

Que merda Philipe.

— Eu abro. - Noah revira os olhos enquanto passava por nós.

— Vai dar tudo certo.

Lylian aperta meu braço. Noah abre a porta e a primeira pessoa que vejo é a Sam, Linda como sempre.

Ela sorriu para todos antes de olhar pra mim.

— Oi.

Ela diz, eu tinha até esquecido que o pai dela vinha atrás.

— Oi. - Respondo, antes de tentar parecer normal e ser uma pessoa educada. — Esse é o Kennedy, Pai da Sam.

Apresento ele a todos, mas o foco dele estava do meu lado, para ser específico, na mãe do Noah.

Todos nós percebemos isso, ela estava corada enquanto o encarava de volta. Nós encaramos os dois, sem reação.

Eles estavam flertando com o olhar? Ou...

— Não fode que vocês tão se pegando. - E então toda a atenção foi direcionada a mim.

— Que? - A Sam olha para o Pai e depois para a Lylian.

— Nós não...- Lylian gagueja, a Jade ri.

— Mas que bela apresentação. - Ironiza.

— Eu acho que preciso comer alguma coisa. - Noah diz se afastando, sumindo da vista de todos.

— Isso é sério? - A Sam pergunta olhando para os dois. Kennedy apenas sorri de maneira confiante.

— Foi só um encontro e ele apenas sem beijou....

— Eca. - Agora eu não consegui me aguentar. — Eu acho que preciso comer alguma coisa também.

— Desculpa vir aqui assim, mas eu não quis negar o pedido da minha filha e pensei que você sabia que eu era o pai dela. - Kennedy diz todo cavalheiro.

— E porquê você não achou uma boa ideia me contar? - A Sam pergunta, não sei se brava, surpresa ou constrangida.

— E estragar a surpresa? - Ele ri.

— Será que não podemos ser normais por alguns minutinhos? - Lylian entra no meio da gente . — Todos nós somos adultos aqui.

Estendo a mão para a Sam, que a pega sem pensar duas vezes, vindo para o meu lado.

— Podemos pular para a comida? -Pergunto, querendo fugir de uma futura briga.

— Claro. - Lylian se aproxima do Kennedy, indo junto com ele.

O meu semblante e o da Sam era o mesmo enquanto víamos isso. A Jade ri, antes de nos puxar para começar caminhar na direção deles.

Vocês são tãoooo frescos.

O próximo é o epílogo.

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