{PT} Brianna and John's Thing...

By skeltonberry

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{OUTLANDER MODERN AU} • Brianna Fraser é a garota perfeita em todos os sentidos: filha exemplar, aluna refere... More

PRÓLOGO
1. W 86TH STREET STATION
2. DIAS DE LUTA, DIAS DE DERROTA
3. ILUSÕES E DESILUSÕES
4. AMIGOS
5. BURN, BABY, BURN
6. FLERTE INOFENSIVO
7. RETRATO DE FAMÍLIA
8. SOBRE HOMENS E TERNOS
9. JUÍZO FINAL
10. UMA BENÇÃO DISFARÇADA
11. ISSO NÃO É UM ENCONTRO
13. LINHA TÊNUE
14. DE JOELHOS
15. TERMOS E CONDIÇÕES
16. MUDANÇAS NECESSÁRIAS
17. DESAMPARADA
18. MEDIDAS DESESPERADAS
19. DECISÕES, DECISÕES
20. ALGO VELHO, ALGO NOVO, ALGO EMPRESTADO, ALGO AZUL
21. CONSEQUÊNCIAS EMOCIONAIS E REVELAÇÕES
22. BRINCANDO COM FOGO
23. SURPRESA
24. ESTE SOU EU TENTANDO
25. COMO O GRINCH ROUBOU O NATAL
26. A QUEDA DE ÍCARO
27. FINS E COMEÇOS
28. MINTA PARA MIM
29. TARDE DEMAIS
30. EXORCISMO
31. O MEU ERRO
32. VIENNA
EPÍLOGO 1
EPÍLOGO 2

12. PROPOSTAS INDECENTES

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By skeltonberry

JOHN


John não estava apaixonado por Fergus Fraser.

Ele tinha certeza de que havia uma explicação lógica para a forma como seu coração quase saiu pela garganta quando viu as notificações na tela do celular e viu a mensagem que o irmão de Brianna o enviara.

Salut, John! Fergus aqui. Bree me passou o seu número, espero que não se importe. Podemos nos encontrar para almoçar hoje?

Havia uma parte do seu cérebro — uma parte conspiratória e muito criativa — que sentia o cheiro de uma cilada. Fergus Fraser poderia estar planejando sequestrá-lo para fazer o interrogatório que começaria com "Quais são as suas intenções para com a minha irmã?" e continuaria indo ladeira abaixo. Havia também a parte racional e inteligente que acreditava que ele só queria conhecê-lo melhor e se inteirar no que existia entre John e Brianna.

O que diabos existe entre você e Brianna?, ponderou ele, sem conseguir chegar nem ao menos perto uma resposta concreta.

Eles haviam se beijado. Ponto. Depois de tanto tempo querendo fazer aquilo, John temeu que, se aquele dia realmente chegasse, a antecipação e suas expectativas acabariam arruinando o momento. Ele se lembrou da série de advogados que ele assistia com Denny quando ambos tinham tempo. O advogado bonitão tinha uma química excelente com a secretária dele nas primeiras temporadas, mas os roteiristas acabaram enrolando tanto durante a construção do romance que, quando eles finalmente ficaram juntos, John não sentiu que suas expectativas haviam sido atingidas. Ele ficou feliz com o casal, obviamente, mas ele esperava mais.

Com Brianna, havia sido exatamente o oposto. Ele esperava muitas coisas, mas nem mesmo sua imaginação fértil o preparou para a sensação avassaladora que se espalhou pelas suas veias como um surto de adrenalina e tensão sexual. A forma como cada parte do corpo deles pareceu se encaixar, um contra o outro, como se tivesse sido feitos sobre medida. Eles diziam muito um para o outro sem... dizer muito. Nenhum idioma transmite uma mensagem tão claramente quanto a linguagem corporal e, como ele havia percebido durante aquele beijo, seus corpos tinham muito o que dizer um para o outro. Mas, com ou sem aquela conversa, John não fazia ideia do que existia entre eles.

Estarei livre ao meio dia. Me diga quando e onde :)

Ele encontrou Fergus em frente ao hotel Parker New York, no horário combinado. O dia estava nublado e relativamente frio, anunciando a chegada dos últimos meses do ano. Ele havia tentado não se arrumar demais — embora a jaqueta jeans escura, o suéter de gola alta e suas botas novas fossem uma demonstração clara do quanto ele havia falhado miseravelmente naquela tarefa —, mas não havia como negar que a situação toda o deixava muito desconfortável e, de certa forma, ansioso. Já fazia alguns anos desde que ele descobrira a banda de Fergus no meio das playlists recomendadas pelo Spotify. Foi amor à primeira ouvida. John simplesmente não estava acostumado a encontrar — e conversar — com artistas que ele admirava, mesmo ali em Nova York. Era quase como se aquelas pessoas que ele admirava fossem boas demais para viver na mesma dimensão que ele, um mero mortal. O que Brianna havia dito? Fangirl? Sim, se alguém procurasse a definição daquela palavra no Urban Dictionary, provavelmente encontraria uma foto dele ali. Deus, John nem queria imaginar o que aconteceria com ele se um dia encontrasse Taylor Swift. Quais as chances de alguém entrar em combustão espontaneamente?

— Obrigado por pensar no meu bolso — comentou ele, ajeitando os óculos na ponte do nariz antes de olhar para o prédio. — Tenho certeza de que posso me prostituir para pagar um copo de água aqui.

Fergus gargalhou, se inclinando para frente ao fazê-lo.

— Você tem um ótimo senso de humor, Grey — elogiou ele, indicando a entrada do hotel com a cabeça.

O irmão de Brianna realmente parecia um cantor de músicas indie. Seu cabelo estava preso em um coque feito às pressas e ele vestia um sobretudo preto um tanto quanto exagerado, fazendo-o parecer excêntrico até mesmo para os padrões nova-iorquinos. John se lembrou do que Rachel havia lhe dito sobre artistas não gostarem de se "misturar" e se perguntou se Fergus fazia aquilo conscientemente.

O interior do hotel era ridiculamente luxuoso, do tipo que cobrava uma taxa exorbitante só para que você tivesse o prazer de inalar o ar puro com cheiro de eucalipto parecia envolver o ambiente. John sentiu uma pontadinha de pânico na boca do estômago, mas fez o seu melhor para conter a vontade de sair correndo. Talvez ele realmente tivesse que vender o próprio corpo para pagar aquele almoço. Graças a Deus ele era bonito.

— Fergus... — começou ele, querendo cavar um buraco e se esconder. — Eu acho que não tenho condições de pagar um almoço aqui.

Fergus sorriu.

Ne t'inquiète pas, mon ami — disse ele, como se John já não estivesse terrivelmente preocupado. — Jocasta é bem generosa com os sobrinhos favoritos, mas eu não estou incluso nessa lista.

— Ah, é? E quem está?

— Brianna — respondeu ele, dando de ombros e abrindo uma porta que dava acesso ao porão do hotel. Então ele realmente seria sequestrado e interrogado. — Os outros que se virem. Estou incluso nessa segunda lista, caso você esteja se perguntando.

— Achei que sua tia Jocasta fosse generosa por natureza — resmungou John, sem se dar ao trabalho de esconder a aspereza na voz.

— Ela pode deixar a sua vida bem mais fácil — concordou Fergus, segurando a porta aberta. — Eu sei que ela ama todos os sobrinhos, mas não espere um presente caro se não for o seu aniversário. A não ser, é claro, que você seja a Bree.

John seguiu Fergus pelas escadas e percebeu que o porão, na verdade, era uma hamburgueria bastante movimentada. As paredes haviam sido cobertas por pichações, desenhos, mensagens e posters de filmes antigos e bandas. A iluminação era bastante aconchegante — amarelada e quente —, fazendo-o sentir como se precisasse tirar a jaqueta. O cheiro dos hambúrgueres era delicioso e seu estômago soltou um rugido de alegria. Havia vários reservados espalhados pelo espaço, muitos deles já ocupados por casais, grupos de amigos e até famílias.

— Bem vindo ao Burger Joint, mon ami — Fergus girou nos calcanhares para ficar de frente para ele e abriu os braços, arqueando as sobrancelhas como se esperasse aplausos. — E então? Surpreendente, né?

— De fato, esse é o último lugar em que eu esperava encontrar uma hamburgeria. Como você encontrou esse oásis perdido?

Fergus enfiou a mão no bolso do sobretudo e puxou uma Sharpie preta, arregaçando a manga esquerda para rabiscar algo no seu braço. John percebeu que havia uma série de anotações ali, além de desenhos e alguns números. Excêntrico ou não, Fergus Fraser precisava ser apresentado ao conceito de bloco de notas.

— Oásis perdido — repetiu ele, escrevendo no antebraço. — Parece um nome ótimo para uma música, talvez até um álbum.

John respirou fundo. Ele havia acabado de ajudar sua banda favorita com o nome de uma música, possivelmente até um álbum.

— Perdão — Fergus enfiou a caneta no bolso novamente e deixou a manga cobrir suas anotações novamente. — O que você estava dizendo?

— Como você encontrou esse lugar?

— Ah... Uma amiga me trouxe aqui ontem — respondeu ele, pigarreando. — Vamos procurar um lugar para sentar, sim?

Ambos deslizaram para um dos reservados mais próximos, sentando-se de frente um para o outro enquanto escolhiam o que ia pedir. Como se o universo tivesse atendido seus pedidos, os preços dos hambúrgueres eram bastante acessíveis e John até se deu ao luxo de pedir um combo com batatas fritas e refrigerante, sabendo que era melhor estar de estômago cheio quando Fergus decidisse contar o motivo pelo qual o chamara até ali. Os dois trocaram amenidades pelos primeiros minutos, quebrando camadas de gelo mais rapidamente do que John achou que fosse possível, considerando o fato de que aquele era o irmão mais velho da garota com quem ele queria fazer coisas bem indecentes e, como se isso não fosse motivo o suficiente para deixá-lo desconfortável, Fergus ainda era um dos seus ídolos.

— Onde estão Romann e Cesar? — perguntou ele sem pensar, se arrependendo logo em seguida.

Fergus franziu o cenho, parecendo se divertir.

— Então você é realmente um fã.

Brianna Fraser, por que você não consegue manter essa língua dentro da boca?, pensou ele, imaginando, quase que imediatamente, outras coisas que ela poderia estar fazendo com a língua. Afastando o pensamento para longe com muito esforço, ele limpou a garganta e deu de ombros.

— Se você chama alguém que conhece todos os seus álbuns e sabe todas as músicas deles em ordem de fã, bem...

Fraser sorriu.

— E você também é um artista muito talentoso, segundo a minha irmã — comentou ele. — Ela parecia conhecer bem suas habilidades artísticas e comentou extensivamente sobre o quão bom você era com as mãos.

John sentiu as bochechas arderem e as palmas das mãos ficaram pegajosas com suor.

— Eu... É que eu...

— Eu agradeceria muito se você me poupasse dos detalhes sórdidos — pediu Fergus, erguendo os olhos para a garçonete que havia se aproximado da mesa com os pedidos no momento perfeito para que John pudesse se recompor. — Merci, ma chérie.

A garçonete pareceu perder o fio da meada e os encarou, deslizando o olhar de um para o outro, atônita demais para comentar qualquer coisa antes de ser chamada para atender outra mesa.

— Aposto que ela está tentando decidir qual de nós ela quer beijar primeiro — comentou Fergus em francês, oferecendo uma piscadela para a jovem quando ela olhou por cima dos ombros na direção da mesa deles.

— Você com certeza ganhou pontos por ser estrangeiro — replicou John, no mesmo idioma.

Fergus se virou para ele, surpreso.

— Você fala francês — não era uma pergunta, apenas uma observação. — De qualquer forma, nós dois somos estrangeiros.

— Sim — concordou. — Mas todos sabemos que a França ganha da Inglaterra no quesito sotaque sexy. E, além disso, eu não estou interessado.

Ele pareceu aprovar esse comentário.

— Bem, eu não te trouxe aqui para flertar com garçonetes. Ou comigo, só para deixar claro.

Meu Deus, ele mataria Brianna assim que a encontrasse.

— Vamos falar de negócios, oui? — Fergus pegou uma batata de John e a agitou no ar, gesticulando enquanto prosseguia. — Eu estou trabalhando em um álbum novo. Romann e Cesar estão com a gravadora nesse exato momento, acertando alguns detalhes antes de virem para cá para nós começarmos a colocar a mão na massa de verdade. Eu já escrevi algumas das faixas, mas precisamos discutir muitas coisas antes de começarmos a produzi-las — ele enfiou a batatinha na boca, mastigando algumas vezes antes de continuar: — Brianna me disse que você gostava do nosso trabalho e, pelo que eu vi na galeria da tia Jo, você é realmente bom no que faz. Então, eu estava pensando, quem melhor para desenhar a capa do nosso novo álbum do que o fã que está ficando com a minha irmã?

John o encarou por alguns instantes, tão estupefato quanto a garçonete havia ficado alguns minutos antes.

— Eu esperava gritinhos animados ou até mesmo um desmaio, mas o silêncio está meio constrangedor pra mim, John.

— Desculpe, eu só não sei como reagir.

— Demonstrar animação seria um bom começo — Fergus deu de ombros.

— Isso é fantástico! — John admitiu, sorrindo de orelha a orelha. — Eu realmente gosto muito da sua arte, Fergus. Vocês são incríveis. Seria uma honra, de verdade.

Isso pareceu deixá-lo satisfeito.

— Ótimo. É claro que você vai precisar ouvir todas as faixas para captar a ideia geral do álbum, mas posso te mandar algumas ideias do que eu andei pensando mais tarde — ele pescou a Sharpie mais uma vez no bolso e John o viu rabiscar as palavras capa, ideia, John com uma caligrafia nem um pouco organizada. — De qualquer forma, você só vai poder começar a trabalhar nisso quando aqueles dois chegarem e nós tivermos o suficiente para que você entenda o que estamos tentando transmitir. Não se preocupe, nós lhe daremos os devidos créditos. O dinheiro não é nenhuma maravilha, nós não somos a tia Jo, mas é um valor bem justo.

— Eu não sei nem como te agradecer.

Fergus dispensou o assunto com um aceno da mão.

— Faça um bom serviço e nós o chamaremos de novo — garantiu-lhe ele. — Agora, o outro motivo pelo qual eu te chamei aqui. Quais são as suas intenções para com a minha irmã?



No caminho de volta para casa, John estava se sentindo radiante. Sua semana estava sendo maravilhosa e, depois do almoço com Fergus, ela só ficou ainda melhor. Ele mal conseguia acreditar que trabalharia com a sua banda favorita fazendo o que ele mais gostava: criar. Foi por causa desse sentimento de espanto e felicidade que ele não percebeu que estava sendo seguido. Ele havia visto o carro preto quando saira do hotel e se despedira de Fergus, mas havia outras dezenas de carros igualmente caros passando pela rua ou estacionados ao redor do hotel e, por isso, ele não lhe deu a menor atenção,

Depois, já dentro do Uber, John viu o motorista olhar pelo espelho retrovisor e murmurar algo.

— O quê?

— Esse carro preto, ele está nos seguindo desde o Battery Park — comentou ele, fazendo John se virar para trás.

O carro era um sedã preto, como muitos outros que ele já vira por aí. Os vidros eram bem escuros, fazendo com que ele não conseguisse enxergar quase nada do lado de dentro. O motorista do carro, entretanto, não era ninguém que ele conhecia.

— Você não deve dinheiro para ninguém, né? — perguntou o motorista, pisando com um pouco de força no acelerador quando o sinal abriu.

— Não que eu saiba — resmungou John, sentindo o hambúrguer pesar no seu estômago.

Durante o resto do trajeto, o motorista continuou olhando pelo retrovisor enquanto ele tentava encontrar formas de usar o celular como um espelho para conseguir ver alguma coisa sem precisar virar o pescoço em quase 360º. Quem quer que fosse, parecia ter seguido por outro caminho e tanto o motorista quanto John pareceram ficar mais aliviados.

Eles atravessaram a ponte do Brooklyn e, se aproveitando do trânsito infernal, John decidiu enviar uma mensagem para Brianna.

Consegui um emprego.

A resposta veio poucos segundos depois.

Mais um? Que rapaz esforçado.

Ele sorriu e pressionou o microfone ao lado da caixa de texto.

— Vamos comemorar — disse ele. — Passo na sua casa às sete. Fique pronta.

Brianna reagiu ao áudio com um grande ponto de interrogação e ele acrescentou.

Se quiser usar aquele seu vestido preto de novo, eu não vou reclamar. Ah, e, por favor, se livre do Fergus.

Ele quase conseguia vê-la sorrindo em sua mente.

— Aqui estamos — disse o motorista e John ergueu os olhos, finalmente percebendo que eles haviam estacionado em frente ao seu prédio.

— Obrigado — agradeceu ele, depois de pagar a corrida e pular para fora do carro.

Seu celular vibrou novamente e ele desceu os olhos para ver a resposta de Brianna, sem perceber a aproximação do sedã preto, que estacionou logo atrás dele, no meio-fio. A porta do carro se abriu e John se virou para trás, sobressaltado.

— Entre, querido — ordenou Jocasta Cameron. — Nós precisamos conversar.



Sra. Cameron não o sequestrou. Na verdade, o carro continuou estacionado diante do prédio onde ele morava, parecendo terrivelmente deslocado naquela vizinhança. John se ajeitou no banco de couro claro, quase explodindo de vergonha quando o assento fez um barulho muito sugestivo.

— Desculpe, sra. Cameron — pediu ele, completamente confuso.

— Me chame de Jocasta.

— Tudo bem... Jocasta — ele tentou novamente. — Você quer que eu pinte mais um quadro para a galeria?

Jocasta o olhou nos olhos e, pela primeira vez, John percebeu que ela podia, de fato, enxergá-lo.

— Quero fazer uma exposição toda com a sua arte, John — disse ela, analisando-o com aqueles olhos intensos e perturbadores. — A exposição de Brianna foi um sucesso, sim. Deus abençoe aquela criança. Desde o evento beneficente, eu tenho recebido inúmeras mensagens me perguntando a identidade do pintor misterioso. Todos adoraram a sua obra, mesmo que achem que ela foi pintada por William Armstrong.

— Eles gostaram?

— Adoraram — Jocasta abriu um sorriso político. — Se o objetivo do evento não fosse arrecadar fundos, eu estaria falando com você das Bahamas nesse exato momento, totalmente livre de preocupações. Até Gerald Forbes deu o braço a torcer e quis comprar uma das peças.

John não conseguiu controlar o sorriso que surgiu no seu rosto. As pessoas gostaram da sua arte! Aquilo era exatamente tudo o que ele sempre sonhara, o reconhecimento que ele sabia que merecia. Ele parecia prestes e flutuar em direção ao teto de tanta felicidade. Será que ele conseguiria um patrocinador?

— Não entendo o motivo de você ter recusado a oportunidade que eu te ofereci, assim como não entendo a insistência de Brianna ao me pedir que desse um jeito de fazer seu nome e suas fotos desaparecerem dos artigos sobre o centro comunitário nos sites de fofoca, mas eu não me importo. Qualquer que seja o motivo, se você for um traficante ou um mafioso, eu não me importo. Você é talentoso. Eu quero William Armstrong trabalhando para mim. River Run Gallery precisa da sua arte, John. Brianna ficaria tão grata. Sabe, desde que ela terminou com o sr. Wakefield...

— Você não precisa me comprar, Jocasta — ele a interrompeu, tentando deixar o seu tom o mais leve possível. Ela realmente não precisava. — Estou dentro.



Às sete em ponto, John tocou a campainha do apartamento de Brianna e encarou, estarrecido, a visão estonteante da mulher diante dele. O cabelo dela estava solto e liso, caindo sobre os seus ombros nus, como lava escorrendo pelo seu pescoço. Seus olhos quiseram acompanhar o trajeto sinuoso em direção ao decote ousado que acabava logo abaixo da linha dos seios. O vestido era vermelho e bastante justo, permitindo que ele pudesse admirar as curvas do seu corpo, deixando muito pouco para a sua imaginação. Ele também conseguia sentir o perfume dela, inebriante e adocicado, flutuando ao redor dele como uma nuvem hipnótica.

— Lizzie tinha razão — disse ela, com humor implícito na voz. — Homens não conseguem raciocinar diante de um vestido vermelho.

John queria dizer que não se importava nem um pouco com o vestido e que estava mais concentrado no que estava debaixo da seda brilhante, mas se contentou com um pigarro sem dignidade e fez uma mesura, tomando-lhe a mão com a sua e plantando um beijo demorado na palma de sua mão.

Bouna sera — cumprimentou ele, em italiano.

Foi a vez dela ficar desconcertada, ruborizando de leve enquanto se empertigava, atingindo mais do que seu um e oitenta de altura. Com os olhos no mesmo nível que os dele, John nem precisava conferir para saber que ela havia colocado um par de saltos altos. Ela realmente havia se arrumado.

— O que é tudo isso? — perguntou ela, deliberadamente desviando sua atenção para as sacolas que ele carregava.

— Passei no mercado antes de vir — explicou ele, virando-se para observá-la enquanto ela fechava a porta. — Espero que você esteja com fome.

Em um cenário normal, ele teria pedido licença antes de se dirigir até a cozinha, mas ele estava tentando parecer mais sexy e confiante. No meio do caminho, ele olhou por cima dos ombros: — Você vem ou não?

Brianna o seguiu, parecendo bastante surpresa com tudo aquilo. Ele se perguntou se estava sendo inconveniente, mas agora já era tarde demais.

— Item número-não-sei-qual da sua lista de coisas para fazer — começou ele, tirando os ingredientes e uma garrafa de vinho das sacolas plásticas. — "Cozinhar com alguém especial". Ou algo assim. Não quero ser pretencioso e assumir que sou alguém especial, mas faz tempo que eu não cozinho e pensei que essa seria uma ótima oportunidade.

Ela se sentou na bancada que separava a cozinha dos outros cômodos, franzindo o cenho.

— Você cozinha?

— Por que você sempre soa tão surpresa quando descobre algo novo sobre mim?

— Você é cheio de surpresas — admitiu ela, sorrindo. — É difícil saber o que você está pensando.

Ele abriu um meio sorriso, pensativo.

— Eu posso te mostrar — ele deu de ombros, tentando parecer o mais casual possível. — Depois do jantar.

— O que você pretende fazer? — perguntou ela enquanto ele revirava os armários em busca de duas taças de vinho. — No da direita.

John seguiu a orientação e colocou as taças sobre a pia. Brianna se aproximou dele, colocando uma das mãos na sua cintura e se curvando para frente, com o saca rolhas em mãos. Ele estava bastante ciente da proximidade deles; desde a mão dela, pousada casualmente em sua cintura, até os poucos centímetros entre seus seios e as costas dele. Quem conseguia pensar em comida quando aquela mulher estava bem ali, tão perto.

Ele colocou o vinho nas taças, virando-se para passar uma delas para ela. Eles estavam, de fato, muito perto. Nenhum deles se moveu, parecendo presos àquela distância como se um imã poderoso os estivesse mantendo ali. Brianna levou a taça até os lábios e virou todo o conteúdo de uma vez só, dando goladas vigorosas até parecer devidamente saciada. John a observou, como se estivesse diante de uma tela. Sua mente era boa em registrar detalhes e de fantasiar sobre eles. Ele observou o movimento da garganta dela enquanto ela bebia e sua mente viajou para lugares bastante explorados por ele ultimamente.

Que se dane!, pensou ele. Quem precisava de comida?

Reunindo o pouco autocontrole que lhe restava, John tirou a taça vazia da mão de Brianna e a colocou na pia, ao lado da dele. Houve um milésimo de segundo de hesitação, em que ele pedia permissão silenciosamente com o olhar e ela a concedia, passando as mãos pela nuca dele e o puxando em sua direção.

Beijá-la não era algo que ele acreditava que fosse se acostumar tão cedo. O gosto de vinho inundou seu paladar e ele percebeu, com um misto de prazer e surpresa, que Brianna havia tomado conta de todos os seus sentidos. Os dedos dela estavam entrelaçados com os cabelos na sua nuca, mantendo-o preso ali. As mãos dele, como se tivessem vida própria, desceram contornaram a cintura dela e se fecharam ao redor de suas nádegas, puxando-a de encontro à ele. Brianna emitiu um gemido baixo e ele teve certeza de que ela o sentiu, duro e desesperado, entre as suas pernas.

Com um impulso quase brusco, John a tirou do chão e a sentiu envolver sua cintura com as pernas. Ele se virou para a bancada, repousando-a sobre o móvel com toda a delicadeza que seu estado atual permitia. As pernas de Brianna continuaram ao redor da sua cintura, parecendo extinguir a distância entre eles até que seus corpos ocupassem o mesmo espaço. Seus lábios se separaram e ele traçou o caminho do maxilar dela, descendo pelo pescoço até chegar no seu colo. Ela jogou a cabeça para trás, puxando a cabeça dele para mais baixo com uma mão, enquanto liberava um dos seios com a mão livre.

Todos os sentidos de John pareciam ter sido ampliados ao máximo, enviando dezenas de informações sensoriais até o seu cérebro enquanto ele tentava manter o autocontrole. O som que Brianna fez quando ele colocou os lábios ao redor do mamilo dela fez com que os pelos do seu corpo se arrepiassem e que sua calça parecesse apertada demais, restritiva demais. Ele segurava os cabelos ruivos dela com uma mão, enquanto a outra buscava o vértice entre suas coxas. Ele a encontrou, úmida e pronta para recebê-lo, fazendo-o arquejar de surpresa. Ela não estava vestindo uma calcinha.

Ela o queria, talvez tão desesperadamente quanto ele a queria. Com um esforço quase sobre humano, John se afastou, causando um grunhido de protesto, enquanto se agachava diante de suas pernas abertas, sentindo-se faminto. 

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