CASTA 6 • pjm + jjk

By pjikook-

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[CONCLUÍDA] O rei de Busan achava que era o momento certo para que Jeongguk se casasse. Não que quisesse comp... More

Casar não é lucrativo
Tentativa ou desistência?
O preferido do rei
O hyung possui olhos azuis
Companheiros de quarto
Bondade demais, Jeongguk desconfia
Ômegas "clichês" estão em extinção
O primeiro será Park Jimin
O hyung tem uma beleza divina
Despedidas e consequências
Protegido por um ômega
O segundo será Henry Lau
É mais complicado do que aparenta
O terceiro será... Wu YiFan
Indigno de ser golpeado
Jimin é mais que uma criança bondosa
O encontro que não foi planejado
Pensamentos que traem
Perfumes que atraem
Sabores que se misturam
Jovem demais, sedutor na mesma proporção
Jovem demais, sedutor na mesma proporção (Parte 2)
O ômega é meu, a punição também
Sobre controle (ou a falta dele)
Sobre conexão (ou algo acima disso)
Henry Lau não é quem aparenta
As peças restantes
A voz de um verdadeiro rei
Aqueles que se sacrificam
Quando é preciso perder o que ama
Lilás e âmbar
O sangue mais forte
Casar não é tão ruim
Capítulo Bônus: Taehyung e Yerin

O teu trono

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By pjikook-

tá acabando :(

ps: ESSE CAPÍTULO TEM LEMOOOOOOOON

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seis meses depois: Reino de Busan

- Jimin-ah. Jimin-ah! – ditou a voz masculina, bastante enérgica.

Hoseok corria atrás de Jimin com uma pilha de papéis que lhe haviam sido confiados por Yoongi. Desde que o ex-General havia sido nomeado como sub-conselheiro – recebendo auxílio do namorado em todo o momento –, vê-lo correndo pelos corredores do castelo com cadernos ou pranchetas era a coisa mais comum e natural do universo. Após a sua recuperação, seus músculos se tornaram um pouco menos evidentes já que ele havia perdido peso, e seus cabelos agora estavam um pouco maiores, bem diferentes dos fios que estavam sempre aparados quando este ainda era um militar.

Jimin se virou para trás, ainda um pouco assustado. Estava bastante aéreo naquele dia em específico, já que havia dormido bem pouco devido a uma viagem de emergência que precisara fazer ao oeste de Busan, em uma pequena conferência de condes. O rapaz nunca havia assinado tantos papéis em toda a sua vida – o Park já era considerado um príncipe pela maioria das autoridades de Busan, mesmo que ainda não tivesse sido coroado – e seu pulso doía um pouco, decorrente da tendinite que resolvera dar um cordial “olá”. Na verdade, desde o final da Seleção o lúpus já vivia cheio de compromissos, além é claro dos estudos no Reino. Ainda um pouco tonto, o alfa coçou os olhos enfiando o dedo indicador por debaixo da lente redonda de seu óculos e bocejou, fazendo seu hyung rir devido a fofura da cena.

- Desculpe te fazer passar por isso. Tenho papeis pra você e para Jeongguk-ah assinarem, e por mais que eu esteja morto de dó de você, preciso que você assine antes do entardecer – Hoseok disse com claro pesar em sua voz, vendo o cansaço do mais novo estampado em seu rosto. O garoto apenas sorriu, estendendo as mãos para o mais velho para que este lhe desse os papeis. – Leia com bastante atenção. Aí tem um relatório específico da província de Seul, e a Princesa Regente de lá aparentemente subestima a inteligência de Busan. Está sempre pregando peças, ou tentando fazer isso... acho que seu ódio por Jeongguk ultrapassa qualquer limite. Ela podia simplesmente superar...

- Por que a princesa de Seul odeia Jeongguk? – Jimin perguntou curioso. Os dois alfas lúpus então caminharam devagar pelo corredor que levava até o Gabinete Real, saleta onde Kunpimook, Yugyeom, Jeongguk e o “pseudo” príncipe passavam boa parte dos dias. No carpete negro, seus sapatos perfeitamente polidos sequer faziam barulho ao tocar o chão. – Eu quase nunca ouço falar dela. Kim Taeyeon parece ser uma mulher reservada e tem um rosto doce. Parece um anjo de cera com aqueles cabelos loiros e expressão de fada. É sério que ela odeia o Gguk hyung?

- É sério que você está se referindo a ela como anjo? Filho, anjo sou eu. Aquela mulher é o cão chupando cabo de guarda-chuva! Ela é linda, parece uma fada, mas é Satã encarnado. Assim que o Ggukie completou dezoito anos, ela começou a enviar cartas para cá, dizendo que gostaria de arranjar um casamento. Os Reis já sabiam da sexualidade do príncipe e responderam da melhor forma possível que não teria como os dois se casarem, já que Jeongguk só se relacionava com homens. Mas ela insistiu, e quando viu que suas cartas passaram a ser ignoradas, ela simplesmente veio pra cá dizendo que gostaria de passar alguns dias como hóspede – Hoseok disse como quem conta um segredo e Jimin arregalou os olhos. Pareciam dois velhos fofoqueiros. – Fez um escândalo. Tentou seduzir o nosso ômega usando decotes nada discretos durante as refeições... e bem, decotes não eram problema. Mas se formos analisar fotos dela ou vídeos de entrevistas, Taeyeon-ssi nunca usava roupas decotadas. Ela estava focada em Jeongguk e o queria de todos os jeitos, até que ele mesmo a expulsou daqui, pedindo por respeito. Ela estava tomando água na hora... jogou o restante no rosto do príncipe.

- Ok, talvez a minha visão sobre ela tenha mudado um pouco – Jimin disse rindo e um pouco chocado com a história contada pelo mais velho. Os dois conversaram por mais alguns minutos na porta do Gabinete, até que Jeongguk apareceu naquele corredor, usando uma roupa um pouco mais simples do que a que havia usado na conferência a algumas horas atrás. O ômega não gostava de trabalhar com roupas muito justas, preferia se sentir mais à vontade durante o trabalho para não se cansar com facilidade. Ali, os dois alfas se despediram e o mais velho deixou os papeis com Jimin, se afastando e reverenciando o príncipe.

- Mais papeis, amor? – Jeongguk perguntou estendendo a mão para Jimin para que este dividisse um pouco os papeis consigo, já que eram muitos. O rosto do mais velho não estava muito diferente do alfa, os traços de cansaço eram bastante visíveis, mas ainda assim ele era mais acostumado com aquele tipo de coisa do que o Park. Este sim estava sofrendo para se acostumar.

- Uhum. Hobi hyung trouxe esses relatórios agorinha, antes de você aparecer. Temos que assinar antes do entardecer. Acha que apenas a assinatura de um de nós vai ser suficiente? – perguntou, com a voz mansa. Cristo, precisava mesmo de uma boa noite de sono.

- Sim, podemos dividir e cada um lê e assina metade – Jeongguk disse sorrindo e abriu a porta do Gabinete. – Bom dia, papais.

- Mas já é mais de meio dia... – Yugyeom disse confuso, coçando os olhos e removendo a mecha de fios brancos que caia sobre seu rosto. – Vocês dois estão com um aspecto tão cansado... a reunião foi estressante?

- Não exatamente, appa – Jimin disse e se encaminhou até a sua mesa, abandonando os papeis sobre a mesa e pegando a caneta para começar seu trabalho. – Só que eram muitas pessoas falando ao mesmo tempo, e sinceramente eu estava quase gritando e pedindo algum lugar pra me deitar – concluiu e a risadinha de Kunpimook se fez presente.

- Espere até ver no dia da sua coroação, Jiminnie. Se você conseguir dormir após dois dias ainda será uma vitória – disse animado o rei ômega enquanto mexia em algo no seu computador. – Por falar em coroação, a cerimônia para oficializar Kim Taecyeon como Príncipe de Daegu foi marcada para daqui uma semana. Acha que conseguiremos ir, Yuggie?

- Já? – Yugyeom piscou confuso. – Bem, talvez... temos que examinar nossos próprios compromissos com calma.

- Taehyung deve estar uma pilha de nervos com isso – Jeongguk disse rindo. – Sempre que tem alguma cerimônia, a família Kim inteira começa a sofrer por antecipação.

- Imagine a pobre Yerin no meio disso tudo – Yugyeom disse e então, o Gabinete ficou em silêncio por algumas horas depois disso.

Os príncipes terminaram de revisar tudo e assinar o que era necessário. Em um certo momento, Jeongguk bufou e simplesmente rasgou uma folha com cara de paisagem, fazendo com que Jimin deduzisse que era o famigerado relatório da Princesa de Seul. As horas se seguiram rápido e, como todos os dias, o horário de descanso finalmente chegou e Jimin faltou sair voando de dentro do Gabinete antes que desmaiasse sobre a sua própria mesa. Antes que deixasse o cômodo, porém, foi impedido pelo rei alfa.

- Ei! Não vai cumprimentar seu pai antes de ir descansar? – Yugyeom perguntou parecendo chocado e Jimin deu risada, caminhando rapidamente até o sogro e beijando a mão do mesmo, em seguida levando a mesma até sua testa. Antes mesmo que concluísse o cumprimento, Kunpimook já tinha a mão direita estendida ao genro, que riu ainda mais, repetindo o processo com o ômega. Jeongguk observava ao longe, sorrindo orgulhoso com a cena. – Ótimo, agora você pode ir. Mas por favor, os dois, não vão dormir agora. Precisam se alimentar antes de descansarem, ou vão acordar indispostos amanhã de manhã.

- Iremos apenas tomar um banho e já iremos descer para o jantar, appa – Jeongguk disse, imitando o cumprimento de Jimin. – Nos veremos daqui a pouco.

O casal saiu do gabinete e caminharam em um silêncio agradável pelos corredores, de mãos dadas como sempre faziam. Enquanto cruzavam o caminho, encontraram Hyerin, que parecia saltitante. Sim, s a l t i t a n t e.

- Vai se encontrar com Junmyeon-ah, eomma-ni? – Jeongguk perguntou e Hyerin teve um sobressalto, rindo ao ver o filho e o genro ali. Os cabelos da mulher agora estavam curtos, um pouco acima de seus ombros, e ela usava um lindo vestido florido, que ia até alguns centímetros acima do joelho.

- Junggukie! Jiminnie – saudou, correndo até os dois e selando as bochechas de ambos. – Iremos jantar na casa de vidro hoje. Sabe, ele ainda está um pouco arisco, mas eu não vejo isso como um problema...

- Vocês tiveram o imprinting de uma forma muito aleatória. Eu vejo a razão dele ainda se sentir tão deslocado. Mas ele gosta de você, mãe. Só está pensando na melhor forma de te agradar – Jimin disse pacientemente, sorrindo para a ômega. O alfa lúpus conhecia bem seu hyung, mas não imaginava que ele poderia ser um cara tão tímido.

- Eu espero que ele se sinta mais a vontade comigo... sabe, tivemos um progresso imenso desde que começamos a nos envolver. Antes ele mal olhava pra mim, e agora conversamos tanto.

- Olha, já fazem seis meses. Ao menos um beijo já deve ter saído – Jimin disse e Jeongguk bufou ao ver o rosto de sua sogra tomar um tom forte de rosa. O alfa lúpus imediatamente colocou a mão mediana na boca. – Desculpa, omma!

- Cachorro! – Hyerin disse chocada e colocou ambas as mãos na frente do rosto, espaçando apenas o indicador e o dedo do meio da mão esquerda na frente do olho para fitar os dois rapazes. – Só não te bato porque o beijo saiu mesmo.

Jeongguk ficou boquiaberto, enquanto que Jimin deu uma gargalhada satisfeita.

- Veja só, isso não é ótimo? Agora vá, e se beijem muito de novo. Tenham um bom jantar – Jimin disse sorrindo e viu sua mãe repetir o gesto com olhos brilhantes.

Hyerin seguiu seu caminho e o casal continuou caminhando até o quarto. Cruzaram com Chanyeol e Seulgi – mesmo que os dois não tenham notado a presença dos príncipes – e logo estavam finalmente em seus aposentos. Jeongguk deu risada ao ver Jimin abrindo os braços e se jogando na cama de barriga pra baixo, resmungando como um gatinho manhoso. O mais velho então se inclinou sobre o mesmo, soltando seus cabelos longos.

- Acho melhor tomarmos banho de banheira hoje. Assim aproveito e te faço uma massagem – Jeongguk disse e Jimin sorriu, ainda com os olhinhos fechados.

- Mas e você? Também está cansado. É injusto só eu receber esse tratamento de rei – disse, gemendo baixo quando seu ômega se deitou sobre seu corpo.

- Mas já estou acostumado com esse tipo de serviço... você ainda vai levar algum tempo até se habituar – explicou, esfregando sua bochecha na parte de trás do ombro do namorado. Logo, Jeongguk se levantou e começou a se despir. Jimin repetiu o ato do mais velho e também começou a retirar suas roupas, permitindo que algumas mechas de cabelo caíssem sobre o peitoral marcado. – Eu vou primeiro. Você pode ficar sentado entre as minhas pernas pra que eu dê a sua massagem.

- Já que insiste, hyung.

Adentraram a banheira e Jimin fez o que lhe fora pedido por Jeongguk. A água estava em uma temperatura agradável, e os dedos magros e longos do mais velho se moviam nos ombros do alfa com tanta precisão que os músculos do mesmo não tardaram a relaxarem, trazendo uma onda de alívio ao corpo do Park. O ômega sorriu ao perceber que o namorado estava ficando todo molinho sob os seus toques.

- Gguk – Jimin chamou com a voz rouca pelo pouco uso. – Hobi hyung estava me contando sobre o seu desamor pela princesa de Seul.

- Hmph. Sinto arrepios só em ouvir o nome dela sendo mencionado. Não são arrepios bons – Jeongguk disse com a voz carregada de escárnio e Jimin riu, achando engraçado pelo fato de que a voz do seu hyung nunca continha traços como aquele. – Ela agiu de forma muito presunçosa, faltou dizer que eu só gostava de homens por não ter conhecido ela antes. Taehyung e eu a apelidamos de “Princesa Taeyeon da Cura Gay” – disse e agora Jimin gargalhou.

Os dois ficaram em silêncio por algum tempo, e quando Jeongguk terminou sua massagem, Jimin mudou sua posição e se sentou de frente para o namorado, segurando a esponja de banho e passando a mesma pelas pernas do mais velho, lhe ensaboado suavemente. O ômega lúpus fechou os olhos e o alfa sorriu.

- Jimin-ah... fazem seis meses... – Jeongguk começou, ainda de olhos fechados. – Depois do que aconteceu, você chegou a pensar em algum possível nome para nossos filhos?

A pergunta pegou Jimin de surpresa, mas este não se deixou abalar. Ainda tinha sequelas após a Rebelião, e a que mais lhe marcava era a perda de seu filho pelas mãos de Wu YiFan. Porém, saber que Jeongguk não havia ficado estéril havia lhe feito recuperar a esperança, então sim: Jimin havia pensado em potenciais nomes.

- Somi. Chaeyoung. Jiho. Soobin. Yoona – Jimin disse baixinho e suspirou, com os olhos brilhando. – Jongin.

Jeongguk abriu os olhos, arqueou a cabeça para o lado e sorriu ao ver o rosto de Jimin ficar levemente avermelhado. Era óbvio que o alfa sentia falta de um dos seus maiores e melhores amigos, então lhe parecia compreensível o fato de o Park querer homenageá-lo de certa forma.

- Se nosso primeiro filho for um menino, podemos chamá-lo de Jongin. Jeon Jongin. – Jeongguk disse e Jimin abriu um sorriso do tamanho do mundo, como uma criança. E aquele sorriso não tinha preço. O lobo do ômega lúpus se sacudia em felicidade constante ao que o alfa sorria daquela maneira.

- Jeon Jongin – Jimin repetiu, saboreando a forma como aquele nome soava. Será que seu melhor amigo estaria feliz?

Esperava que sim.

Havia chegado o dia da coroação de Kim Taecyeon. Os nobres de Busan haviam conseguido irem até Daegu, e o mais animado dentro do avião sem sombra de dúvidas era Park Jimin. Quando já haviam chegado na província e agora viajavam pelo Reino de carro, o jovem príncipe observava cada detalhe das ruas que passava com atenção. Tinhas seus olhos brilhando em animação, e Jeongguk e Kunpimook pensavam que iriam derreter com o espírito de criança curiosa que o alfa lúpus tinha. Durante todo o caminho, do aeroporto de Daegu até o castelo, o rapaz não havia tirado os olhos da janela, parecendo absorver cada detalhe dali. Estava feliz como nunca.

- É a sua primeira vez saindo de Busan, não é? – Yoongi perguntou baixinho, sentado no banco na frente de Jimin. – Daegu não é um lugar lindo?

- Sim... – Jimin disse ainda distraído e Yoongi riu, sendo acompanhado por Jeongguk.

- Já faziam alguns anos que eu não vinha pra cá. Parece um pouco diferente do que eu me lembrava, mas ainda assim não parece menos bonita. Está animado pra encontrar Yerin? – perguntou, segurando a mão esquerda do Park, que pela primeira vez durante a viagem desviou seu olhar das ruas e sorriu estonteantemente ao fitar Jeongguk.

- Sinto falta dela... estou curioso para saber como ela está se saindo como futura princesa de Daegu.

- Deve estar surtando – Yugyeom disse rindo. Até o motorista do carro se permitiu deixar escapar um fino riso. – Ela está recebendo muita atenção nos reinos vizinhos. Fico feliz que as pessoas não tenham focado apenas no fato de que ela era uma criada, e sim na alegria que Taehyung tem sentido ao estar com ela. Os dois parecem estar sempre alegres ao lado um do outro... – disse, parecendo refletir. – Sem contar que qualquer pessoa gosta dela. Yerin tem uma habilidade fantástica de atrair olhares e afeto por onde passa. Sempre foi assim, desde que ela era uma criança.

- Ela me chamava de “irmão”, visto que fomos criados juntos – Jeongguk disse sorrindo e tocou o próprio rosto com as mãos longas. – Era tão fofo.

- Nem parece que ela foi a ômega que fez que você me destratasse no início da seleção, hein hyung? – Jimin disse com um sorriso ladino se lembrando do incidente. Por mais que já fizesse bastante tempo, o alfa jamais se esqueceria do quão injusto o namorado foi não apenas com ele, mas também com Yerin. Diante da menção do ocorrido, o rosto de Jeongguk ficou vermelho vivo.

- E-Eu já me desculpei... – Jeongguk disse disfarçando o bico que surgiu em sua boca. Kunpimook bufou.

- Se desculpou com Jimin e com Yoongi, mas e com Yerin? Sabe, já fazem dois anos desde que isso aconteceu. Talvez a sua dongsaeng ainda guarde um certo remorso, sabe.

- Ela estava tão assustada que nem mesmo conseguia falar seu nome, só se referia a você como “Príncipe” – Jimin disse com o tom de voz suave e Jeongguk suspirou, brincando com os dedos do seu alfa.

- Eu posso chamá-la para conversar algum tempo depois que chegarmos.

A viagem que se seguiu não durou muito tempo. Poucos minutos depois da conversa que tiveram, o castelo de Daegu fora apontando na frente deles, majestoso como o esperado. Com toques mais “medievais” do que o de Busan, este que era mais moderno, o centro do reino governado por Kim Seokjin e Kim Namjoon apresentava uma fachada antiga, que não deixava de ser bonita. A estrutura centenária havia sido preservada em sua arquitetura original, era quase um cenário de livros ou filmes sobre a Idade Média. No jardim, ficava uma estátua de bronze de quase três metros de altura, homenageando o primeiro rei de Daegu.

Já haviam vários enfeites do lado de fora. Estavam deixando tudo pronto para a coroação de Taecyeon e de Solji – sua esposa. O grande carro que transportava os nobres de Busan estacionou na entrada do castelo e logo os Reis, seguidos dos príncipes e dos conselheiros desceram do automóvel. O clima em Daegu era um pouco mais quente do que o de Busan, o que de certa forma trouxe alívio aos homens ali presentes.

- Vejo que chegaram mais cedo do que o previsto – disse uma voz feminina. Ao se viraram para olhar, a General do Exército de Daegu, Jeongyeon, descia as escadarias da entrada do castelo, usando um uniforme azul escuro da mesma cor do quepe que cobria seus cabelos negros e ralos, já que eram constantemente raspados. A mulher se curvou em sinal de respeito e os seis homens repetiram seu gesto. Criados desceram junto dela para pegarem as bagagens dos hóspedes. – Já fazia algum tempo que vocês não nos visitavam... Yoongi-ssi é o único que não parece envelhecer jamais.

- O meu segredo é dormir – o conselheiro disse e os presentes ali riram. Jeongyeon estendeu a mão direita para Jimin, que a segurou com firmeza.

- Saudações ao futuro rei de Busan – disse cordial e o alfa sentiu a face ficar roxa.

- N-Não sou nem o príncipe...

- Meu dongsaeng é modesto – Jeongguk disse sorrindo e a General concordou, sorrindo antes de conduzir os seis homens até o interior do castelo.

Podiam ouvir conversas paralelas em todos os cantos. O salão amplo já tinha mesas dispostas por sua extensão, preparadas para os convidados. Jimin pôde ver uma das mesas com uma placa escrita “Busan”, indicando que aquela estava reservada para eles. Enquanto observava os detalhes da arquitetura do interior do Palácio, o alfa teve sua mão agarrada e sentiu um corpo grande se debruçando sobre o dele. Levou algum tempo para que o Park conseguisse processar que Kim Taehyung havia se pendurado em seu pescoço como um coala.

- Jimin hyung! – Taehyung disse animado. Os cabelos do alfa mais novo estavam platinados, um pouco abaixo de seus ombros com um corte repicado que havia dado um charme ao seu rosto, além de ter lhe deixado com um aspecto mais maduro. Jimin não pode deixar de notar que, na mão esquerda do mais novo, onde costumavam ter apenas três alianças, agora havia uma quarta em seu dedo anelar. Yerin. O lúpus sorriu e abraçou o Kim com força moderada, feliz em vê-lo. – Estava com saudades de você. Seu cabelo está ótimo! – elogiou, vendo que o mais velho estava com os cabelos soltos, o que era raro.

Caham. Quem é o seu melhor amigo?! – Jeongguk perguntou falsamente ofendido e Taehyung sorriu, se esquivando do Park para abraçar o ômega lúpus, mas antes que o fizesse, Jimin voltou a entrar na frente dos dois, se pendurando no pescoço do príncipe de Daegu e apontando o indicador no rosto do namorado.

Non.

- Jimin! – Jeongguk protestou e Taehyung gargalhou. Logo, outra voz foi ouvida.

- Oppa!

Park Jimin se virou na direção da voz feminina e sentiu tudo se iluminar ao ver Yerin caminhando em sua direção. Se desgrudando do alfa mais novo, o rapaz correu até a melhor amiga e lhe abraçou fortemente, retirando a garota do chão por alguns instantes. A risada da Condessa preencheu todo o local.

- Como vai o meu burrinho de carga favorito? – perguntou a ômega, sorrindo e tocando o rosto de Jimin com a mão pequena.

- Sendo burrinho de carga de outro ômega – disse, apontando para Jeongguk, que lhe mostrou a língua. – Só que diferente de você, ele não me maltrata. Você só xinga e me bate.

- Calúnia! Sou um anjo de candura. E se você discordar eu vou te bater – Yerin disse e Jimin lhe olhou com o canto dos olhos. A ômega bufou. – Tá, talvez eu te maltrate um pouco.

- Yerin-ah, eu também quero um abraço – Jeongguk disse fazendo bico e a ômega deu risada, se pendurando no pescoço do príncipe de Busan. Jimin sorriu com a cena. Mal havia chegado em Daegu e já estava amando o clima daquele lugar.

Passaram-se algumas horas. Os nobres de Busan foram apresentados a Kim Taecyeon, o filho primogênito dos Reis. Conheceram também a animada Solji e a pequena Jisoo. A bebê inclusive havia amado Jimin e não queria sair do colo do alfa por nada, o que obviamente amoleceu completamente o coração do mesmo e só lhe deixou mais ansioso para ter um bebê. Um pouco antes do jantar, o carro que trazia Junmyeon, Hyerin, Seulgi e Chanyeol chegou até o castelo – o que fez com que Yerin festejasse, já que a garota adorava a irmã de Jimin – e até mesmo os Reis de Daegu parabenizaram Hyerin e Junmyeon pelo relacionamento de ambos.

O cansaço da viagem fez com que os nobres dormissem cedo, o que era bom já que no outro dia começaria a cerimônia de coroação de Taecyeon e o dia seria bastante longo. Dito e feito: Antes mesmo das seis da manhã, os hóspedes e os anfitriões já estavam de pé. Um café da manhã simples fora servido e logo o castelo começou a encher, com autoridades políticas e militares de Daegu. Ministros das províncias de Ilsan e Geochang também haviam sido chamados e foi surpreendente para os Reis de Busan a forma como Jimin estava popular até mesmo entre os nobres de províncias tão distantes.

A cerimônia começou exatamente às dez e quinze da manhã. Jimin observava tudo com atenção e não pôde deixar de notar o nervosismo presente em Taecyeon – e bem, era completamente compreensível. O alfa lúpus assistia tudo imaginando em como seria quando chegasse a sua vez, o que fez com que o mais novo ficasse igualmente nervoso, com a palma das mãos suando frio. Quando a coroa fora depositada cuidadosamente sobre a cabeça do beta, o Park engoliu em seco e sentiu o corpo todo se arrepiar. Pela primeira vez desde o início daquela cerimônia, o arrepio que se instalou em sua coluna não fora de nervosismo, e sim, de puro êxtase.

Quando chegasse a vez de Jimin, não seria ele quem se adaptaria a coroa, mas o oposto. A coroa deveria se moldar para ele, pois sua essência jamais mudaria. O alfa lúpus segurou a mão de Jeongguk com força e permitiu que seus lobos se conectassem por um momento, para que o mais novo passasse ao hyung os seus pensamentos e desejos. Fora um pouco chocante para o ômega lúpus sentir toda aquela confiança transbordando pelas veias do namorado, entretanto não poderia dizer que não havia se sentido igualmente confiante. Era a nobreza do sangue daquele alfa gritando pela primeira vez. Um plebeu de sangue azul.

Jimin havia nascido para ser um rei, havia nascido para governar. Sua Casta era apenas um detalhe que jamais seria um obstáculo. Era o seu destino afinal de contas.

- Mesmo que eu nunca tivesse feito a seleção – Jeongguk começou, sussurrando e chamando a atenção de Jimin para si. – A coroa seria sua de qualquer forma. E eu também. Nunca duvide disso, por mais que se sinta nervoso em pensar em quando chegar a sua hora... Quando o manto real for jogado sobre as suas costas, toda a sua insegurança irá desaparecer, acredite. Porque você nasceu pra fazer isso.

Reinar...

Agora Jimin tinha certeza disso.


Três

Anos

Depois



- Heeyeon-ssi, quero que envie pelo menos dois grupos de elite para Ulsan. O conflito acabou de começar, mas é importante que esteja sob controle. Câmbio – apertou outro botão no walkie-talkie e voltou a falar. – Preciso de relatórios sobre a situação no porto, Yoongi hyung.

- Sem nenhuma chance de invasão, Jimin – Yoongi sibilou do outro lado. O alfa lúpus arrumou a arma de fogo em um compartimento de couro em sua coxa direita e saiu da sala do conselho com pressa. – Busan é o único reino da faixa sul da Ásia que fica situado em uma ilha, é muito mais difícil invadir. Acha mesmo que seriam idiotas nesse ponto?

- Depois que Jeongguk e eu mandamos manter submarinos espalhados pela baía, obviamente nenhum imbecil iria se aventurar a invadir, mas nunca se sabe – Jimin disse e Yoongi suspirou compreensivo. – Fique de olho, por favor. Estou indo até Ulsan agora. Câmbio.

Jimin já havia sido notificado na época da Elite que conflitos em Ulsan e Gyeongsang eram extremamente comuns. Bem, ao menos era comum antes daquele alfa lúpus em específico passar a comandar. O Park, por mais que se mostrasse um homem piedoso na maioria das vezes, era rígido quando o assunto era a proteção dos súditos. Ainda não havia sido coroado Príncipe, mas já faziam três anos desde o fim da seleção, então já era considerado e tratado por Alteza. A única coisa que faltava era oficializar.

De volta aos cabelos curtos – dessa vez, realmente curtos: agora mantinha as laterais dos cabelos aparadas e a parte mais longa dos fios não passava de seis centímetros –, Jimin tinha uma responsabilidade além da política: Sendo Jeon Jeongguk o líder das Forças Táticas, o alfa lúpus havia sido nomeado General de Brigada do Exército. Ele e Heeyeon tinham responsabilidades semelhantes no meio militar, e ambos podiam compartilhar ordens sem perderem a autoridade.

O alfa lúpus caminhou rapidamente para o lado de fora do castelo, entrando em uma das caminhonetes com soldados que estava se encaminhando para Ulsan. A viagem não demorou nem meia hora, e logo os dois grupos de elite que foram solicitados por Heeyeon já estavam no porto. Ao longe, Jimin pôde ver Jeongguk escondido atrás de um arbusto com três homens, ditando algumas ordens.

- Vocês precisam atacar de forma sutil, então não se esqueçam dos silenciadores. Foquem nas pernas e nos braços, não atirem no tronco. Não queremos mortes. Eles não são perigosos, só problemáticos – disse o ômega lúpus fazendo os soldados de imediato lhe obedecerem, instalando os silenciadores no cano das armas e saindo devagar de perto deles.

- Hyung – Jimin chamou baixinho, logo chamando a atenção do ômega. – Yoongi disse que não parecem ter muitas chances de invasão pelo porto.

- Eles são meio imprevisíveis, não se esqueça que é desses pequenos conflitos que surgem possíveis rebeliões na capital – Jeongguk retrucou no mesmo tom de voz do noivo, este que logo sacou a arma que trazia consigo. – Atrás de você.

Jimin se virou rapidamente e disparou, acertando a coxa esquerda de um invasor da Oitava Casta que lhe almejava. O único som que foi ouvido foi o do homem caindo no chão e se chocando contra as folhas secas. Enquanto este praguejava, uma equipe médica se juntou ao seu redor e os soldados esperaram ordens futuras.

- Depois que ele for medicado e removerem a bala, deixem-no preso. Quero que o interroguem para que possamos descobrir suas motivações e quais são seus planos de futura invasão – Jimin disse sério e os soldados assentiram. Parar aquele tipo de ataque era importante para prevenir rebeliões e garantia principalmente a segurança dos outros súditos.

Se fosse para comparar o Jimin do início da seleção com o daquele exato momento em que atirou em outro homem como se não fosse nada, definitivamente não se pareciam com a mesma pessoa. A evolução da mente do Park em cinco anos era algo estrondoso, era impossível não perceber o quão maduro o alfa se encontrava. Prestes a completar vinte e cinco anos de idade, já noivo e com responsabilidades gigantescas sobre suas costas, as batalhas que travou em terra e em seu próprio interior moldaram um traço de sua personalidade que sempre existiu, mas que nunca veio a tona.

O conflito foi resolvido em pouco tempo. Houve sucesso em não causar mortes, e todos os invasores foram levados para a prisão da capital para que fossem devidamente investigados e interrogados. Assim, Jeongguk, Jimin, Heeyeon e os demais soldados retornaram ao castelo depois de algumas horas. Estavam cansados, famintos, mas com uma sensação de missão cumprida. Antes mesmo de ir tomar um banho, o alfa lúpus decidiu passar no Gabinete apenas para notificar pessoalmente os Reis de que a situação estava sob controle.

Yugyeom e Kunpimook não tinham controle total sobre os militares, pois suas áreas eram, exclusivamente, sobre política. Os Reis gostavam que os deveres fossem divididos para que ninguém se sobrecarregasse, porém, Jeongguk quebrou a regra ao se tornar o primeiro futuro Rei com controle sobre temas militares, assim como Jimin.

- Jimin-ah! – Yugyeom saudou, cumprimentando também o filho que entrou em seguida no Gabinete. – Como está a situação em Ulsan? Participou do interrogatório?

- Controlado. De fato, eles estavam planejando criar uma base para que pudessem se preparar para uma nova Rebelião – Jimin disse se sentando em uma cadeira. Jeongguk decidiu ficar em pé, ao lado do noivo.

- Fazem apenas três anos desde a última invasão e eles já querem repetir a dose? – Kunpimook perguntou com exasperação. – Qual a motivação dessa vez?

- Querem matar Jimin – Jeongguk disse sem nem mesmo tentar esconder a preocupação em sua voz. Enquanto que os Reis pareceram assustados, o Park não tinha expressão alguma em seu rosto, se mostrando totalmente calmo diante da situação. – O líder dos invasores é um antigo nobre que foi deposto ao discriminar castas. Basicamente, ele acredita que devido ao fato de Jimin ter nascido como um Casta Seis, não tem capacidade de governar Busan.

- E como diabos esse homem conseguiu seguidores? Pior, seguidores de Casta Oito? Será que eles não conseguem entender que estão apoiando um homem que os discrimina? – Yugyeom parecia consternado. Jimin somente suspirou.

- São peões em seu jogo. Esse nobre fornece drogas e comida em troca de apoio, então eles sequer procuram entender pelo que estão lutando. Estão se sentindo bem com isso – Jimin disse ainda calmo. – Mas vocês não tem mais com o que se preocupar. Um dos invasores me passou o nome desse nobre, então pedi para que Heeyeon o protegesse. Agora que ele é de certa forma o traidor do grupo, pessoas virão atrás de sua cabeça.

- Você é a única pessoa que eu conheço que protege quem quer te matar – Jeongguk apontou e Jimin riu.

- Não estou fazendo isso por bondade dessa vez, hyung.

Os quatro homens trabalharam mais algum tempo em outros assuntos. Jimin e Yugyeom estavam trabalhando duro em um projeto que aprovaria e liberaria verbas para educação entre as castas Cinco e Seis, enquanto que Jeongguk e Kunpimook visavam melhorias na saúde entre qualquer Casta mais inferior. Definitivamente haveriam algumas pessoas que dificultariam as criações de tais projetos – nem todos os nobres de Busan queriam ver os súditos mais pobres prosperando, pois diziam que estavam concedendo privilégios aos mesmos. O próprio Park muitas vezes já brigou com alguns nobres inclusive, dizendo que “privilégio era algo que só era concedido a um grupo específico, conceder direitos iguais a todas as castas era igualdade”.

- Ei, Jimin – Yugyeom chamou, depois de algum tempo. – A sua coroação está marcada para o dia doze de maio – disse, fazendo com que o alfa imediatamente parasse de digitar seus relatórios no computador, se virando para olhar o sogro.

- Isso é...

- No dia do seu aniversário de vinte e cinco anos – Jeongguk disse e sorriu pequeno. – Achamos que você gostaria de um presente diferente dessa vez.

- É daqui a um mês – Jimin disse e colocou a mão na boca, agora um pouco chocado. – É daqui a um mês. Puta merda!

- Jimin falou palavrão! – Kunpimook exclamou como se festejasse. – Pense pelo lado bom, se na cerimônia de noivado você estava tranquilo, também vai estar na coroação... Aliás, Seulgi sabe que ela também será coroada princesa, certo?

- Appa, não compare meu noivado com a coroação – Jimin disse, rindo de nervosismo. – Acho que Seulgi imagina que será coroada, mas não perguntou nada por não saber ao certo qual será a resposta. Irei falar com ela durante o jantar.

- Você sabe que ela vai surtar, não sabe? – Jeongguk perguntou dando risada. Jimin lhe acompanhou. Sim, ela iria surtar.

- Acho melhor você começar a se preparar, Jimin – Yugyeom disse sorrindo e tocou o ombro do mais novo depois que se levantou de sua cadeira.

- Não estou mais tão nervoso com isso, hyung. A notícia só me pegou de surpresa – Jimin disse sorrindo e respirou fundo. – Vocês acham que Henry hyung vai conseguir vir?

- Ele enviou um e-mail recentemente. Estava apenas esperando que nós deixássemos tudo agendado, e como já fizemos isso, enviamos o convite e ele confirmou presença. Irá trazer a esposa e o filho, mas deverá tomar todo o cuidado do mundo... não podemos esquecer que depois da última Rebelião, forjamos sua morte para que o rei de Zhengzhou não viesse até ele – Kunpimook apontou e Jimin suspirou. Já havia se esquecido daquele detalhe.

- Taehyung e Yerin também já confirmaram que virão, assim como o restante da família Kim. E eu não sei se vocês já souberam disso, mas nossa Yerin está esperando um bebê. – Yugyeom disse.

- Ela me disse assim que descobriu – Jimin disse sorrindo, parecendo orgulhoso da melhor amiga. – Ela ficou assustada no início, mas ela já tinha vontade de ser mãe então a ideia lhe pareceu ótima. Taehyung também deve estar muito feliz com a notícia.

- Conheço meu melhor amigo. Ele deve ter chorado horrores e depois enchido Yerin de mimo.

- Eles são um casal lindo, não dá pra negar. Espero que se casem de uma vez – Kunpimook falou sorrindo e também se levantou. – Agora é hora de vocês tomarem um bom banho, vocês nem mesmo descansaram depois que retornaram de Ulsan. Vão, vão logo pro banho!

- Ainda são quatro da tarde, pai! – Jeongguk falou rindo, se sentindo expulso.

- E daí? Vocês nem almoçaram hoje! Vão para o quarto, tomem um banho, descansem, e depois jantem. O jantar será servido um pouco mais cedo hoje mas vocês podem descansar e comer mais tarde.

Jimin e Jeongguk então deixaram o gabinete, caminhando de mãos dadas como sempre faziam. Falaram sobre assuntos diversos, até que o ômega falou algo que já estava entalado em sua garganta a muito tempo. Bem, não era algo absurdo nem mesmo inesperado, mas ainda assim se sentira travado o tempo todo, e sempre que tentava falar sobre aquilo alguém aparecia ou ele mesmo se perdia, resolvendo mudar o assunto. Já estavam juntos a praticamente quatro anos e sinceramente não haviam razões para adiar aquele assunto – Jimin sempre fora compreensivo e Jeongguk acreditava que as coisas se resolviam facilmente quando existia diálogo. Mesmo assim, o Jeon guardou aquilo para si.

Era hora de libertar o que tinha a dizer.

- Jimin-ah – começou o ômega. O mais novo logo lhe olhou e recebeu um suspiro envergonhado como resposta. – Eu sei que deveria ter conversado com você a respeito disso antes, mas fiquei um pouco bloqueado. Olhe... – enrolou, já chegando perto do quarto do casal. – Eu quero parar de tomar os remédios, digo... Os anticoncepcionais – concluiu e Jimin manteve o olhar doce, arqueando levemente a cabeça para o lado. Jeongguk parecia vermelho. – E estamos juntos a alguns anos. Temos certeza da nossa ligação, seu imprinting aconteceu só uma semana depois do meu... quero ser marcado.

Os dois finalmente entraram no quarto e Jimin se sentou na cama, dando um tapinha ao seu lado para que Jeongguk se sentasse ali e foi o que o ômega fez. O alfa lúpus então segurou a mão esquerda do noivo, acariciando a mesma com leveza para que passasse um pouco de tranquilidade ao mais velho.

- Um filho seu é uma das coisas que eu mais quero agora – Jimin disse, olhando nos olhos de Jeongguk. O mais novo agora tinha o olhar sereno, muito semelhante ao que costumava ter no início da Seleção, a cinco anos atrás. A sensação de nostalgia causou um arrepio gostoso do mais velho, que sorriu pequeno de canto. – Eu deixei de falar a respeito porque não queria trazer à tona os fantasmas daquela noite da Rebelião, e eu sei que você remoeu aquilo por muito tempo. Minhas raras noites de insônia me permitiram notar o seu sono, e muitas vezes você chorava enquanto dormia. Eu sei o quanto você se machucou... e ver que você está recuperado daquele trauma me alivia – disse calmamente. – Tem certeza sobre isso? O filho e a marca?

- Eu estou pronto pra isso, Jimin. Eu quero isso, deveria ter te falado a meses atrás. Mas agora que estamos tão perto da sua coroação, parece ainda mais conveniente – explicou o ômega lúpus, colocando a sua outra mão por cima da que já lhe segurava. – Já estamos noivos, afinal... não quero engravidar e ser marcado somente depois do casamento, já pecamos o bastante antes das alianças de ouro – disse em tom zombeteiro e Jimin deu risada, se arqueando para frente e selando os lábios do mais velho. – Você está de acordo? Se estiver, eu paro com os remédios hoje mesmo...

- Definitivamente sim.

Jeongguk suspirou de alívio e beijou o noivo uma última vez antes de se despir para que pudesse tomar um banho e se livrar de uma vez por todas do cansaço que havia adquirido durante o dia. Jimin deixou o mais velho ir sozinho e aproveitou o tempo a sós para colocar sua mente no lugar e em tudo o que estava acontecendo. O pedido do Jeon lhe deixara nervoso... mas não menos ansioso e feliz. Ele queria... um filho. Park Jimin era o alfa lúpus mais feliz da terra.

A noite havia chegado. O casal de príncipes decidiu jantar na casa de vidro, pouco depois das nove da noite. O castelo já se encontrava em silêncio – o jantar havia sido servido originalmente às sete – indicando que somente os dois estavam fora de seus aposentos naquele momento. Jeongguk e Jimin cozinharam juntos, sem depender dos criados nem mesmo para levarem seu jantar até a casa. Juntamente do jantar, a garrafa de vinho tinto ajudava a decorar a mesa presente ali, assim como algumas frutas de preferência principalmente do alfa, já que o mais velho gostaria de agradá-lo naquela noite.

Como sempre, Jimin se impressionou com o tempero usado pelo noivo, mesmo que não fosse novidade que o mesmo cozinhasse tão bem. Os dois comeram devagar, sentados lado a lado nos assentos acolchoados da casa, apreciando o sabor da comida com calma ao que conversavam tranquilos e em um tom de voz baixo, agradável. Ao que encerraram o jantar, a primeira garrafa de vinho já havia sido eliminada até a metade.

- Sinto que você quer me embebedar – Jimin disse baixinho, sorrindo ao bebericar um gole curto do vinho que lhe descia tão agradavelmente pela garganta. – Você sabe que vinho é uma bebida perigosa. Acho que seu objetivo é me seduzir com essa voz suave, esse olhar pidão e esse... maldito vinho.

- Pare com isso, você ama vinho – Jeongguk disse rindo e bebendo junto. Os dois eram bem resistentes a álcool, mas nenhum podia negar que de fato, vinho lhes deixavam balançados e isso definitivamente não era algo ruim. – Não vai comer as uvas?

- Por que estou sendo tratado como um rei? – Jimin perguntou com um riso frouxo pairando nos lábios. Aquele era o alfa que costumava aparecer em algumas ocasiões em que o casal ficava sozinho. O alfa inconscientemente sedutor e provocante com olhar feroz, mesmo que não quisesse.

- Porque você é um. Abra a boca – Jeongguk disse, se ajeitando no assento e pegando um cacho pequeno de uva verde, apenas para depositar o mesmo sobre a boca vermelha de Jimin, que mordeu a primeira uva do cacho sem tirar os olhos do Jeon uma vez sequer. O arrepio. Apenas com um olhar. O lobo ômega entrou em alerta.

- É doce... muito doce – Jimin respondeu apenas, arrancando um riso silencioso de Jeongguk. – Se eu sou um rei, então este grande estofado é meu trono, certo? – perguntou sorrindo e o mais velho deu risada, mas logo seu olhar ficou sério.

- Sim, esse é o seu trono... mas eu também sou um rei, já que somos noivos – Jeongguk disse, agora resvalando o cacho de uva pelos lábios de Jimin sem realmente permitir que ele mordesse uma fruta. O alfa lhe observou atenciosamente com os lábios entreabertos, sentindo a diferença de temperatura da sua boca e das uvas causarem um leve arrepio pelos seus braços. – Eu também preciso de um trono. E você... você é o meu trono, Jimin – disse sorrindo e o Park ofegou, levando a mão direita até a coxa de Jeongguk, mas sendo impedido na metade do caminho. – Ainda não.

O mais velho abandonou o cacho de uvas e segurou a taça de vinho, agarrando o queixo de Jimin com a mão livre. Cuidadosamente, Jeongguk despejou o conteúdo da taça na boca do alfa, que aceitou de bom grado e sorveu todo o líquido sem pestanejar. Porém, uma fina linha de vinho escorreu pelo canto da boca do mais novo, e o Jeon se sentiu obrigado a limpar aquela área usando a própria língua. O Park gemeu baixinho e fechou os olhos, apenas deixando que tivesse o corpo explorado de forma livre, para que Jeongguk lhe pintasse e moldasse como quisesse.

Jeongguk sorriu ao notar que Jimin já se encontrava duro, mesmo com tão pouco. Seria modéstia demais de sua parte se dissesse que não se orgulhava daquilo, em ver um homem como ele tão entregue a si, um alfa lúpus. Dominador, sádico, metódico, egoísta e prepotente... e o Park simplesmente não era nada daquilo. Não se importava em se entregar para que o ômega fizesse o que quisesse com o seu corpo. Aquilo enchia o Jeon de ainda mais tesão, se é que era possível.

O ômega lúpus se levantou para arrastar a mesa mais para o canto, deixando mais espaço na frente do assento em que estavam. Ao que Jimin manteve seus olhos fechados, Jeongguk se virou de costas para o mesmo e se sentou em seu colo, se aproveitando do fato de que o mais novo tinha as pernas bem espaçadas naquele momento. Este arfou ao sentir o peso sobre a sua ereção, imediatamente segurando a lateral do corpo do ômega com ambas as mãos quando o mesmo começou a deslizar sobre o seu colo.

- Gguk – Jimin gemeu baixinho, ao passo que tinha toda a sua extensão sendo pressionada deliciosamente pela bunda farta do mais velho. – Hyung... – gemeu novamente, agora recebendo um arfar como resposta. Jeongguk amava quando Jimin lhe chamava de “hyung”. Era como bailar na borda de um precipício. – Ah, isso é... tão gostoso, hyung.

- Jimin... – Jeongguk suspirou, chamando pelo alfa lúpus usando um tom de voz sussurrado. Agora já conseguia sentir a própria excitação crescer exponencialmente, o membro aprisionado em sua calça já parecia berrar por ser liberto, doendo sob o tecido. Sua entrada também contraía com certa violência, expelindo uma boa quantidade de lubrificação enquanto rebolava lentamente sobre o colo do mais novo. A espessura de Jimin deslizava suave entre as nádegas cobertas, por mais que estivesse sendo aplicada certa força ali. Levando a mão até seu próprio membro e apertando devagar, o Jeon gemeu.

- Fica de frente, de frente hyung... – Jimin pediu com fervor na voz, necessitando olhar para o rosto bonito do seu ômega enquanto este lhe levava a beira da loucura. Jeongguk fez o que o mais novo pediu, se levanta do apenas para se sentar de frente para o mesmo, montado em seu colo. – Agora rebola de novo. E me beija, Gguk – pediu e logo foi obedecido. O Jeon atacou seus lábios com violência e logo no início mordeu com força o lábio inferior do alfa, para só então inserir a língua no interior da boca alheia. Uma das mãos de Jimin adentrou o meio dos cabelos do mais velho, mantendo sua cabeça pressionada para frente para que o beijo ficasse ainda mais intenso. A outra mão do alfa entrou por dentro da calça de Jeongguk, agarrando firme a bunda macia e firme que este possuía.

Jeongguk interrompeu o beijo por poucos segundos, apenas para ofegar e logo já beijava a boca que tanto amava novamente. O beijo de Jimin era insanamente delicioso. O ômega lúpus mantinha um ritmo único enquanto rebolava sobre o pau coberto do noivo, que suspirava a cada investida e tentava se controlar o máximo que podia, porém não estava sendo nada fácil para si. Nunca era. O alfa não conseguiu segurar o gemido ao sentir um pouco de líquido resvalar na ponta de seu dedo polegar. Sorriu.

- Está tão molhado – ditou o alfa em tom de voz rouco, antes de mordiscar o queixo do ômega lúpus enquanto lhe olhava fixamente nos olhos. – Tão quente pra mim, hyung – falou e Jeongguk gemeu ao ter a ponta do dedo indicador de Jimin se remexendo até encontrar a sua entrada, apenas roçando ali.

- Coloca – Jeongguk pediu, suspirando com dificuldades. – Coloca em mim...

- Ainda não.

Se aproveitando da pequena distração causada pelo diálogo curto, Jeongguk segurou devagar o pulso do noivo, juntando ao outro e prendendo com ajuda de um aro de metal, atrás de seu corpo. Jimin demorou um pouco para perceber que havia sido algemado, porém antes que pudesse dizer algo sobre a brincadeira do mais velho, seu corpo fora ficando fraco. O alfa lúpus olhou para o outro com nítida surpresa – e uma deliciosa irritação – ao deduzir que estava preso por uma Algema Gama, feita com materiais que enfraqueciam um lobo lúpus.

- Isso era um teste. Se a Gama enfraquece se o seu corpo todo, eu a removeria imediatamente. Mas aparentemente isso não acontece – Jeongguk murmurou e baixou seu olhar, fitando a volume grande na calça do alfa lúpus e levando a mão esquerda até ali, massageando devagar e apertando levemente. Jimin gemeu arrastado. – Ou então, você está excitado demais pra ser afetado, o que eu duvido muito.

- Eu estou m-me sentindo fraco demais, porra – Jimin praguejou e Jeongguk sentiu um maldito arrepio em sua coluna.

- Quer que eu te solte?

- Se fizer isso, se v-você me soltar... eu vou te foder com o gargalo da garrafa de vinho. Me deixa preso, pode f... pode fazer o que quiser – Jimin disse rouco e Jeongguk não conseguiu evitar um gemido. Deveria dar vinho para o alfa lúpus mais vezes, sua boca ficava mais suja quando bebia. O ômega lúpus então se levantou de cima do mais novo, segurou o mesmo pelo colarinho da blusa e o puxou para cima, deixando o Park em pé (ou tentando). Fraco até mesmo para andar, Jimin resmungou algumas vezes enquanto caminharam até o quarto dos dois, tomando cuidado para que nenhum criado lhes vissem naquele estado.

Chegaram no quarto em um piscar de olhos. Ao trancar a porta, Jeongguk se aproveitou da própria força para empurrar Jimin sobre a cama, fazendo o mesmo cair completamente desajeitado sobre a mesma. A iluminação do local estava propositadamente avermelhada, mostrando que o ômega lúpus já havia preparado tudo de antemão. A expressão do alfa mostrava sua fraqueza corporal mas também denunciava a sua excitação, já que o mesmo parecia prestar atenção em cada atitude do mais velho.

Jeongguk desabotoou devagar a camisa preta que usava, botão por botão. Enquanto o tronco definido ia aparecendo, Jimin parecia mais e mais insano. A peça caiu no chão e devagar o ômega também abriu a braguilha da calça, como em um show particular para o alfa, que ao mesmo tempo que se sentia mal por ter sido algemado, também amava a brincadeira que o mais velho estava fazendo. Quando o Jeon deslizou a calça o bastante para mostrar o próprio volume coberto pela cueca cinza de algodão, este apertou devagar a própria ereção, arrepiando o corpo daquele que o assistia.

Merda, Jimin amava o pau de Jeongguk.

A calça do mais velho também havia se perdido em seus pés, agora mostrando a figura do ômega apenas em sua roupa íntima. Por mais que fosse um lobo, Jeongguk caminhou felino na direção do alfa, que sofria por antecipação enquanto algemado.

- Eu vou tirar a sua calça e depois sua cueca. Vou deixar sua blusa presa nos seus pulsos e vou te chupar até que você implore pra que eu pare – Jeongguk disse com o tom de voz rouco e rígido. Jimin sorriu fraco, mas provocante o suficiente para que o Jeon sorrisse junto. Agora engatinhando sobre o colchão, o ômega se colocou sobre o mais novo somente para que pudesse abrir a calça do mesmo, segurou a peça pelo cós e se certificou de que havia pego o cós da cueca também. Então fora puxando para baixo, até que revelou o membro grande. Mesmo que estivesse satisfeito com a visão, Jeongguk quis retirar toda a peça das pernas do mais novo. O Jeon então atirou a calça e cueca de Jimin para longe, focando então em sua camisa de mangas longas.

A retirou por completo, exceto pelo fato de que ficara presa aos pulsos do alfa já que este estava algemado. Ainda assim a visão era extremamente satisfatória para o ômega lúpus, este que só conseguiu suspirar com a figura etérea de Park Jimin.

Iniciando então seu plano – para ansiedade de Jimin – Jeongguk se afastou um pouco, pairando o seu rosto bem acima do membro vermelho que parecia louco por alívio. O ômega sorriu. Abriu bem as pernas do alfa e se colocou entre elas, agora bem de frente para a intimidade do seu homem, este que até tentou se remexer sobre a cama, mas não obteve nenhum sucesso.

Sem hesitar, Jeongguk agarrou o membro espesso com a mão direita, sorrindo ao sentir a textura daquele músculo e o quão duro estava. Pôde ver o pomo de Adão de Jimin deslizando e então, moveu sua mão para cima. Ao descer, segurou ali com mais firmeza, provocando um gemido mais intenso do mais novo. Com a língua para fora, o ômega permitiu-se lamber devagar a extensão do Park, sentindo e adorando as finas veias que causavam pressão sobre seu músculo úmido. Antes de deixar que tudo se enterrasse em sua boca de uma vez, decidiu se aventurar um pouco mais abaixo, sugando devagar uma das bolas do mais novo, que suspirou devido a fraqueza em seu corpo.

A língua macia de Jeongguk se moveu lenta sobre a pele sensível daquela área antes de alternar para o outro lado. Jimin parecia controlar ao máximo a própria voz mas a tarefa estava se tornando impossível, então, como se não bastasse, o ômega lúpus começou a esfregar seu rosto no pênis alheio enquanto tinha a boca ocupada com a outra parte da área íntima. Como se não fosse nada. Ao assistir o que o noivo fazia, o alfa precisou respirar profundamente para que não rosnasse, já que a forma como o ômega lhe bajulava não era nada que ele já tivesse feito. 

Jimin sentia seu abdômen contrair a cada movimento da língua de Jeongguk. A pele macia do rosto do mais velho se esfregando em seu pau também não lhe ajudava muito, o ômega parecia agir por devoção. Enquanto lhe chupava e se esfregava em si, o Jeon parecia realmente em transe, preso em um êxtase interminável. As luzes vermelhas do quarto só pioravam – melhoravam – a situação do mais novo, que somente assistia a tudo sem nem mesmo poder se movimentar. Malditas algemas.

Quando Jeongguk se afastou daquela região, deu uma última lambida no membro de Jimin e finalmente o engoliu. O alfa puxou o ar entre os dentes com força e então a brincadeira começou de verdade. Manhoso, o Jeon gemeu arrastado e abafado já que o volume do mais novo lhe ocupava. Antes que a glande tocasse sua garganta, ele se afastava e então engolia novamente, provocando contrações intensas na barriga do Park. A sensação de estar preso, com o corpo fragilizado e recebendo tamanha atenção na área mais sensível de seu corpo estava lhe deixando nas nuvens, prestes a alcançar o céu, embora o calor que sentisse fosse infernal. Jimin queria mover seu quadril para frente, queria foder aquela boquinha esperta que lhe dava tanta atenção. Entretanto, a algema gama não permitiria aquilo.

O príncipe de Busan decidiu presentear o noivo, agora permitindo que a ponta do seu pau tocasse a garganta, se pressionando ali. Jimin gemeu alto ao ter sua glande pressionada daquela forma, ainda mais quando o mais velho fez exatamente o que o alfa fizera da primeira vez: moveu a cabeça circularmente, permitindo que a glande fosse massageada por sua úvula. O Park engasgou com a própria saliva, rosnando forte ao sentir suas presas rasgando suas gengivas. Havia saído de controle.

- Hyung, solta... – pediu (implorou). Jeongguk lhe olhou nos olhos, fitando o alfa lúpus com suas belas orbes azuis acinzentadas. Ao ver que o seu alfa tinha as presas à mostra, tentou conter o desejo de sorrir. Seu lobo vibrou animado. Aquilo ainda era pouco. A resposta do ômega lúpus foi engolir o membro alheio a ponto de que o seu nariz tocasse a barriga de Jimin, que rosnou em meio a um gemido alto, sentindo uma pressão mais forte em seu membro. O mais velho lhe deixou por um curto período de tempo.

- Você teve a chance de ser solto, Jimin – ditou rouco devido as investidas na própria garganta. – Agora suporte a tortura, alfa.

O timbre Lúpus de Jeongguk arrancou de Jimin um suspiro de submissão, indicando que ele havia então, aceito continuar preso já que não havia outra forma. A boca do mais velho não tardou em lhe engolir por completo, trazendo outro gemido. A partir daquele instante o Jeon passou a alternar seus movimentos, algumas vezes retirando o membro de sua boca e deixando a língua serpentear somente na glande, fazendo com que o corpo musculoso do Park tremesse, antecipando as sensações de um orgasmo que ainda não havia chegado.

Jeongguk saiu da cama de repente, deixando Jimin confuso, todo esparramado sobre a cama. O ômega então pegou uma garrafa extra de vinho e a abriu, voltando para cima do colchão com a bebida em mãos. Repetindo o que havia feito mais cedo, segurou o queixo de seu alfa e despejou com cuidado a bebida na boca do mesmo, que bebeu sem nem mesmo hesitar. De fato, o Park amava vinho – e naquele momento, parecia ainda mais delicioso.

Se aproveitando de que ainda havia bem pouco de bebida na boca do mais novo, Jeongguk lhe atacou, o beijando ardentemente e sentindo o sabor do vinho tomar conta de seu palato enquanto os cheiros naturais de ambos se mesclavam em todo o ambiente. A mistura exótica de aromas e sabores deixaram o ômega zonzo de tesão, ainda mais do que antes. Se lembrando do que havia prometido a Jimin, o príncipe logo tratou de voltar à sua posição inicial, deixando a garrafa de vinho ao lado da cama.

- Peça pra que eu pare, Jimin... se o quiser...

A boca de Jeongguk logo voltou ao pau do mais novo, este que gemeu mais arrastado já que os movimentos do hyung eram ainda mais lentos do que antes. Suas próprias presas já haviam feito um grande estrago em seus lábios inferiores, por sorte não havia machucado o noivo no processo. Com os movimentos lentos, os sons pareciam mais perceptíveis. Os barulhos que a língua do ômega lúpus fazia ao encontrar a própria umidade com o pré-gozo que escapava da glande, ou os suspiros excitados e os gemidos incontroláveis de Jimin, os farfalhares dos lençóis enquanto o alfa tentava sem sucesso se movimentar. Prestar atenção em tudo aquilo tirou o Park de seu eixo, fazendo com que uma fina lágrima escorresse de um dos seus olhos. Era a primeira vez que Jeongguk via um alfa lúpus chorar de prazer.

- Puta merda, Jimin – Jeongguk disse desacreditado, se sentando sobre a cama e encarando a face corada e a figura ofegante do noivo. – Eu não queria deixar você gozar, mas você parece tão lindo assim, implorando mesmo que não deixe as palavras saírem. Acho que serei um bom hyung pra você.

O ômega então segurou Jimin pelos ombros, lhe encostando na cabeceira da cama, agora sentado. Enquanto lhe ajeitava, um som de algo quebrando foi ouvido e imediatamente Jeongguk teve as costas se chocando contra o colchão. Ao que tentava raciocinar sobre o que havia acontecido, só pôde ver o corpo grande de seu alfa se colocando sobre o seu, uma mão de cada lado do seu rosto. Jimin havia quebrado uma Algema Gama somente com a força bruta. O que sobrou do objeto estava preso em cada um de seus pulsos, e em um deles estava a corrente que havia se partido. O ômega arregalou os olhos.

- E então? Sou um bom ator, hyung? – Jimin perguntou sorrindo lascivo enquanto olhava o seu ômega com um olhar predador, nocivo. Ainda parecia um pouco fraco, mas teve forças o bastante para quebrar os aros que se prendiam em seus pulsos, jogando os restos das mesmas em um canto aleatório do quarto e massageando o local onde elas estavam. Seus olhos estavam em um vermelho vivo, brilhantes e assustadores, ou ao menos seriam se não fossem simplesmente a arma mais sensual que aquele alfa possuía. Seu olhar. – Você ficou tão seguro de que essa algema era realmente forte, que nem mesmo pensou que mesmo fraco, eu poderia quebrá-la ao meio. Ela pode controlar um lobo rebelde, Jeongguk hyung, mas jamais um lobo envolto em prazer. Jamais – disse ainda sorrindo e o mais velho tremeu com violência, em expectativa. Sem rodeios, Jimin levou a boca ao seu ouvido. – Agora, fique de quatro para o seu alfa.

Jeongguk se moveu rapidamente sob o corpo musculoso, este que se afastou para que visse seu pedido se concretizar. Ainda com a cueca – encharcada – colada ao seu corpo, o Jeon obedeceu ao comando do mais novo e apoiou mãos e joelhos sobre o colchão, recebendo um sibilar em resposta. Sem enrolar, Jimin segurou o cós da cueca e a abaixou, expondo a entrada intacta completamente cheia de lubrificação íntima. A boca do Park encheu de água e ele acariciou o próprio pau antes de seguir com o que havia pensado. Desceu da cama por um breve momento, apenas para ter mais um pouco do vinho deslizando pela sua garganta e logo depois retornou ao colchão, sentindo o álcool subir para o seu cérebro aos poucos. A sensação era deliciosa.

Jimin então segurou os pulsos de Jeongguk por trás e puxou os mesmos para a área lombar do mais velho, fazendo com que o seu rosto se choca-se contra o colchão e assim este ficasse ainda mais exposto. O alfa levou o dedo do meio até sua boca e chupou o mesmo, causando um arrepio no outro devido aos sons que o Park fazia enquanto lubrificava seu dedo – mesmo que não precisasse.

- Você queria que eu colocasse em você, não é? – perguntou de forma retórica, apenas para levar seu dedo médio até a entrada do mais velho e acariciar ali, vendo a pele ao redor se arrepiar. Acariciou ali por algum tempo e ao receber o primeiro gemido baixo e tímido do hyung, inseriu o dedo todo de uma só vez no interior de Jeongguk, ouvindo agora um gemido mais alto por parte deste. Jimin sorriu e passou a arremeter o dedo com um pouco mais de força, causando um som alto de seu punho se chocando contra a pele do ômega lúpus enquanto seu dedo se perdia em meio à umidade deste. – Eu quero tanto te foder, hyung... tanto – Jimin sussurrou enquanto metia o dedo no interior do mais velho, que gemia alto. – Quero tanto acabar com você, mas também quero te torturar. Você foi maldoso comigo... não está merecendo o meu pau em você.

- Ahn, Jimin! – Jeongguk gemeu ao ter a próstata tocada suavemente. Seu gemido tinha, implícito, um “me desculpe e me foda de uma vez” que fez com que o alfa soltasse uma risadinha cínica. Ao juntar o dedo indicador ao seu jogo, o ômega puxou o ar pelos dentes e puxou o lençol com seus dentes.

- Continue mordendo os lençóis, hyung. É tão gostoso te ver assim. Porém, você já estava completamente encharcado antes mesmo que eu começasse a te tocar. Você estava tão feliz assim em me torturar daquele jeito? Estou desapontado – disse com um tom de voz falsamente decepcionado, que estranhamente apenas serviu para deixar o ômega lúpus ainda mais excitado. – Não queria que eu te tocasse, hm? Me queria fora de controle?

Jimin retirou os dedos do interior quente e molhado e se inclinou sobre as costas de Jeongguk, a mão que antes arremetia contra a entrada do mais velho agora se estendia por uma das nádegas, massageando firme ali para em seguida dar uma palmada forte. O Jeon suspirou junto de um ofego sôfrego, surpreso com o quão pesada estava a mão de seu alfa. Em um golpe delicioso, o Park sorriu e levou sua boca até a pele branca, arrastando suas presas por ali apenas para arrepiar sua pele. O ômega se revirou em prazer ao sentir aquele toque e levou a mão direita até o próprio membro.

- Faz de novo – pediu, e Jimin prontamente lhe obedeceu. Jeongguk gemeu baixinho, rodeando a sua glande com seus dedos grandes. – Me marca, me morde Ji...

- Só quando eu estiver dentro de você. Não vou demorar, ômega. Fique de joelhos agora... também não vou aguentar muito tempo fora de você.

Jeongguk obedeceu se sentindo um pouco fraco pelo tesão. Jimin se sentou sobre os seus calcanhares logo atrás de seu ômega e segurou os quadris do mesmo, lhe guiando para que este se sentasse em seu colo, sentindo o pau do alfa entre suas nádegas molhadas. Fervia. Não houveram enrolações por parte de ambos, já que nenhum dos dois aguentava mais a carga de prazer que crescia em seus corpos. Porra, queriam acabar com aquilo para então recomeçarem, e então de novo e de novo. Jimin segurou o próprio membro e levou o mesmo até a entrada alheia, encaixando seus corpos lentamente.

- Toma o teu trono devagar, alteza – Jimin disse com o timbre lúpus e Jeongguk se sentiu amolecer ao que teve o membro inteiro enfiado em si. O alfa ia lhe guiando nos movimentos com calma, deixando o momento ainda mais intenso para ambos. O vinho, a algema, as palavras, as luzes do quarto. Tudo deixava o momento ainda melhor. – Devagar... assim, oh hyung...

O pau de Jimin deslizou suavemente no interior de Jeongguk, que já era acostumado com aquele tipo de invasão mas sempre lhe apertava como se fosse a primeira vez, em ansiedade. A boca do mais velho foi se abrindo a medida que fora sendo lentamente empalado pelo seu alfa, sendo o vinho o responsável por lhe deixar mais sensível do que o normal. As mãos calejadas em seu quadril lhe moveram para cima e para baixo, arrancando gemidos baixos e longos do Jeon. Sem saber direito o que fazer com as suas mãos – não queria se tocar – o ômega lúpus segurou-se nas coxas do mais novo, agarrando a carne torneada para se apoiar.

A língua de Jimin resvalou suavemente pela pele do pescoço de Jeongguk o alfa pôde ver o pau do mais velho pulsar de leve ao fazê-lo. Deu uma risada cínica e retirou a mão direita do quadril alheio, circulando seu tronco e agarrando a ereção grande. O Jeon suspirou alto, apoiando sua cabeça no ombro esquerdo de seu noivo, que continuava se movendo devagar no seu interior.

- Você pulsou assim por que quer minha boca aqui, hyung? – Jimin perguntou em tom de murmúrio, com a voz mais grave do que costumava ser. Jeongguk gemeu baixinho incapaz de responder, mas sim... amava a boca do seu alfa. – Pulsou por que quer esfregar o pau na minha língua, hm? – dito isso, o alfa passou a masturbar o outro, focando seus movimentos na glande como sempre fazia. – Quer gozar na minha boca, ir fundo até que eu engasgue? Você gosta quando eu engasgo em você, não gosta?

- Jimin! – Jeongguk gemeu, sentindo aquelas palavras lhe atingirem como um soco no estômago, lhe deixando ainda mais zonzo, completamente embriagado de prazer. Definitivamente daria vinho para Jimin com mais frequência. – Recolha as suas presas por um momento, eu quero a sua boca em mim... – disse e o alfa sorriu vitorioso.

Jimin se afastou de Jeongguk, lhe deixando vazio. As presas do mesmo diminuíram e se recolheram – obedecendo os comandos do ômega lúpus – e então o alfa pareceu esperar por um comando do outro, que se deitou de costas na cama e deixou as pernas para fora do colchão, já deixando subentendido o que queria que seu noivo fizesse. O mais jovem então saiu da cama e foi até o meio das pernas do príncipe, se ajoelhando e admirando primeiramente o piercing de cor dourada que decorava o períneo longo. O cheiro do lubrificante de Jeongguk agora também havia ficado mais intenso, o que causou euforia no alfa.

Como sempre, primeiro espalhou selares pelas coxas branquinhas. Jeongguk deslizava seus dedos longos e magros pelo seu membro enquanto conduzia uma masturbação lenta, cobrindo e descobrindo a própria glande com seu prepúcio numa tortura que lhe caía muito bem. A boca de Jimin ia se aproximando aos poucos da mão do ômega que se movia, e quando o fez, o alfa mordiscou um de seus dedos e este logo afastou seus dígitos de sua ereção. O mais novo então tomou o pau alheio com a mão direita e abriu a boca. A língua grande foi colocada para fora e em seguida o Park direcionou a ereção de Jeongguk ali, batendo-a contra a sua língua duas ou três vezes antes de engolir o músculo rígido.

Jeongguk soltou um palavrão ao ter Jimin lhe tomando com a boca. O maldito vinho lhe fazia querer tudo de uma só vez: queria seu alfa metendo em seu interior, ao mesmo tempo que queria que a boca do mesmo continuasse fazendo seu trabalho pelo resto da noite, ou que essa mesma boca lhe marcasse em cada parte do seu corpo. Esse era o único problema em transar enquanto seu corpo tinha álcool em movimento.

Sem enrolar nenhum segundo a mais, Jeongguk prendeu suas duas mãos na cabeça de Jimin, o forçando a engolir tudo de uma só vez. O alfa engasgou e o mais velho sorriu sentindo as vibrações em seu membro aumentarem. Então, devagar, o ômega lúpus passou a se arremeter na boca do Park enquanto ainda tinha suas mãos em sua cabeça, agora obviamente com menos aperto. Revirou os olhos ao notar o quão vermelho estava o rosto do mais novo devido ao esforço que fazia, e pela sincronia de seus lobos sabia que o mesmo estava amando aquilo. Jimin era muito, muito pior do que Jeongguk.

O orgasmo de Jeongguk viria muito mais rápido naquela noite, já que faziam alguns bons minutos desde que começara toda aquela coisa de se esfregar no dongsaeng, ainda na casa de vidro. Sem contar que todo o vinho que bebeu obviamente havia lhe deixado mais sensível. O ômega fechou os olhos com força e elevou os quadris um pouco mais para cima, atingindo a garganta do seu alfa em cheio. Jimin não se fez de rogado; de imediato levou a mão direita para o períneo do mais velho e deslizou a mesma até que seu dedo estivesse em contato com a entrada ainda mais molhada do que antes.

- Jimin-ah...! Porra, porra – xingou, sentindo o dedo se perder em seu interior e lhe masturbar sem nenhuma pressa, diferentemente da forma como a língua de Jimin se movia em seu pau. O alfa se afastou por um tempo somente para respirar melhor, fazendo com que o Jeon abrisse os olhos por um instante.

- Eu amo tanto o teu pau, Gguk... tanto – Jimin murmurou antes de voltar a chupar, novamente fazendo com que o ômega lúpus gemesse alto. A barriga de Jeongguk se contraiu profundamente, deixando os ossos de sua costela ainda mais evidentes. Seu ventre queimava, indicando que logo iria se derramar onde mais queria: na boca do Park. O alfa, ao sentir seu dedo ser violentamente apertado pelas paredes internas do mais velho, soube que ele estava perto e então se empenhou ainda mais em fazer o outro gozar.

As lamúrias perdidas e quebradas que Jeongguk soltava vez ou outra denunciavam sua loucura em meio ao ato. Suas mãos agora agarravam os fios negros do Park de forma incoerente, vez ou outra descendo um pouco e apertando com força a carne de seus ombros. Jimin já se encontrava cheio de marcas de dedos e sinceramente estava amando aquilo, os gemidos altos e desconexos do mais velho ditavam o quão intenso seria seu orgasmo. E assim foi: quando se desmanchou, o Jeon urrou e agarrou os lençóis com força, gemendo descontrolado ao que o seu alfa não se afastava, o chupando com ainda mais vontade.

- A-Ah, Jimin! P-Porra, não...! – implorou, puxando os fios de Jimin para que ele parasse e vendo mais e mais esperma escorrer de seu pau. O alfa ficou em pé e se inclinou sobre o mais velho, novamente com as suas presas à mostra. Novamente o lobo ômega vibrou em desespero. Sentia que se não tivesse marca do outro, morreria.

- Pede.

- Jimin-ah...

- Pede, hyung – Jimin disse em sua voz lúpus, arrepiando completamente o corpo do mais velho, que segurou o próprio pau e moveu a mão ali devagar, tremendo por inteiro e liberando mais gozo. O alfa lúpus então segurou o corpo curvilíneo e lhe ajeitou melhor sobre a cama, subindo na mesma e se colocando entre as pernas longas e grossas, não hesitando em lhe penetrar novamente. Como havia acabado de gozar, Jeongguk estava extremamente apertado e sensível, logo a penetração provocou arrepios e gemidos altos em ambos. – Pede.

- Me faz seu – Jeongguk pediu olhando nos olhos do alfa. – Me marca...

E então veio.

As presas de Jimin arderam e o alfa lúpus enfiou o rosto no pescoço do mais velho, lambendo a pele antes de cravar a carne macia. Os olhos de Jeongguk arregalaram quando os dentes do mais novo se fecharam em seu músculo, e definitivamente não era por causa da dor. O prazer que lhe tomou fora descomunal, o Jeon sentiu cada partícula de sensibilidade crescer ainda mais em seu corpo, o que quase lhe levou ao orgasmo novamente, mas por pouco não o fez. Suas garras deslizaram pelas costas musculosas do Park e se arrastaram ali enquanto este gemia deliciosamente contra o seu pescoço, arremetendo forte no interior do ômega enquanto lhe marcava. Quando finalmente retirou suas presas da pele do mais velho, Jimin rebolou os próprios quadris e atingiu a próstata alheia em um roçar, provocando um tremor ainda mais intenso no corpo deste. Sua língua curava devagar a carne que sangrava, sendo este apenas mais um detalhe. Pequeno detalhe.

- Morde de novo, Jimin! D-De novo, foi tão bom – Jeongguk implorou e Jimin não pensou suas vezes. Suas presas voltaram a cravarem nos músculos do ômega lúpus, dessa vez em seu ombro esquerdo, dessa vez causando o segundo orgasmo do mesmo. Agora duas vezes mais apertado do que antes, o Park foi quem urrou, se movendo com pressa. – Jimin, Jimin, J-Jimin! – gemeu repetidamente enquanto o mais novo se movia tão rápido dentro de si, descontrolado. Era delicioso, puta merda, o Jeon iria enlouquecer se continuassem naquele ritmo. – Vem, goza em mim, alfa... a-alfa...

Jeongguk cravou as próprias presas no ombro de Jimin, como gostava de fazer todas as vezes que transavam. O alfa lúpus finalmente se perdeu, gozando forte no interior do mais velho que gemia ainda mais em ter o mais novo se despejando em seu interior sensível. O frenesi demorou a passar, os dois continuaram se movendo para que estendessem seus orgasmos o máximo que pudessem.

Algum tempo depois, Jimin saiu do interior de Jeongguk e o deitou devidamente – já que o ômega estava todo desajeitado sobre o colchão – para que se deitasse ao lado deste. O Park beijou com cuidado a marca no pescoço do outro, esta que agora era apenas uma pequena cicatriz formada por dois furinhos na pele do Jeon. O príncipe tinha o corpo amolecido, sendo capaz apenas de se aninhar no seu alfa, incapaz de falar mais. Isso porque estava feliz demais: finalmente tinha a marca dele em si. Seu lobo estava em uma paz absurda, cada parte do seu ser vibrava em intensa felicidade. Jimin não estava diferente, no fim das contas.

- Hyung – Jimin chamou algum tempo depois, quando os dois já estavam a ponto de adormecerem. – Deixamos muita coisa na casa de vidro... – Jimin disse preocupado. Jeongguk riu.

- Amanhã de manhã nós recolhemos as coisas de lá. Vamos tentar acordar um pouquinho mais cedo... – disse com a voz macia. Entrelaçou as pernas ao do mais novo, e o calor que lhes tomou tornou a cama ainda mais aconchegante. – Jimin-ah, eu consigo sentir você...

A felicidade era nítida na voz de Jeongguk. Jimin sorriu, compartilhando do mesmo sentimento.

- E como eu estou me sentindo agora?

- Feliz... mais que isso – murmurou o ômega, sentindo vontade de chorar. Agora sentia o mesmo que Jimin, e ao perceber o quão amado era, seu lobo se comoveu, assim como ele próprio. – Obrigado... obrigado Jimin...

- Está me agradecendo pelo que, hyung? – Jimin perguntou sem conseguir parar de sorrir. – Por amar você?

- Sim... e eu também te amo – disse, sorrindo e com os olhos cheios de água. – Eu te amo.

E daquela forma adormeceram, abraçados e com lágrimas nos olhos, sentindo a mais imensa alegria. O amor de Jeongguk e Jimin era pleno desde o início, porém com a marca havia atingido o ápice. Os lobos entrelaçados, em harmonia com suas almas, desejos e sentimentos, o sexo que ultrapassava os limites da carne. Almas gêmeas.

Almas gêmeas.

Doze de maio de dois mil e vinte e três

Jimin se encarava no espelho grande enquanto ouvia o burburinho do lado de fora do castelo. Sozinho no quarto, observava o terno branco com os broches espalhados pelo lado esquerdo, os cabelos repartidos na lateral e formando uma pequena onda, mostrando bem a área aparada em degradê nas laterais. A anos atrás, a menção daquela cerimônia lhe deixava em pânico, porém, naquele dia em especial o alfa lúpus estava se sentindo calmo. Realmente havia amadurecido e aceitado o seu destino com o passar dos meses, além do fato de que todas as suas obrigações desde o fim da seleção lhe fizeram se acostumar com aquela situação.

Suspirou e deu meia volta, saindo do quarto e logo de imediato dando de cara com Henry. O mais novo ficou surpreso, mas sorriu grande e abraçou o hyung, surpreso em vê-lo ali. A barba havia deixado o chinês diferente, mas ainda assim parecia bonito diante do outro. Seus cabelos não haviam mudado, o corte ainda era o mesmo e a única coisa realmente diferente no rosto do mesmo era a felicidade que estava estampada em seu rosto de uma forma que nunca havia estado durante o período da seleção. Depois do longo abraço, os dois se separaram e se encararam por um tempo... Henry olhava para Jimin como um irmão orgulhoso.

- Parece que alguém cortou a juba – Henry disse e Jimin revirou os olhos, dando risada em seguida.

- Você não me vê a três anos e a primeira coisa que me diz é da minha juba? – Jimin disse com indignação e o mais velho apenas sorriu. – Quero conhecer sua esposa e filho, hyung. Pelo o que eu me lembre, ele já está com cinco anos, certo?

- Sim. Ah, trouxemos um presente pra você – Henry falou animado e os dois caminharam juntos em um corredor, descendo até o salão principal onde todos estavam.

- Está seguindo com os planos de derrubar o seu pai do reinado de Zhengzhou?

- Sim. Procurei meu irmão, e ele ficou chocado ao ver que eu estava vivo esse tempo todo... consegui seu apoio e agora ele é como um agente infiltrado no reino. Já estou com alguns papéis engatilhados, pronto pra um golpe civil. Vai ser difícil, Jimin... – Henry disse suspirando e o Park assentiu, sério. – Aquele apoio que o reino de Busan me prometeu ainda está de pé? Acho que vou precisar.

- Fale de Busan como se fosse sua segunda casa. Estaremos ao seu lado para o que precisar, você tem nosso apoio – o alfa mais novo disse e Henry arqueou a cabeça para baixo, assentindo ao mesmo tempo que reverenciava. Os dois finalmente terminaram de descer as escadas e logo estavam no meio dos convidados para a cerimônia. Ali, Jimin viu uma mulher alta conversando animadamente com um garotinho. Os dois tinham a pele escura, mas o garoto tinha olhinhos pequenos, iguais aos do Lau.

- Jimin-ah, aquela é minha esposa, Lia. O pequeno se chama Wai.

O garotinho, ao ver Jimin, caminhou até ele segurando uma caixinha azul escura. O alfa lúpus se curvou para ficar mais perto do pequeno, que lhe estendeu a caixa com um sorriso.

- Feliz aniversário – disse em mandarim e Jimin sorriu, pegando o presente. O alfa havia concluído seus cursos de mandarim enquanto estudava sobre o Reino, então respondeu o menino devidamente e o abraçou, ganhando uma risada do mesmo. O filho de Henry era incomumente comunicativo e receptivo, sempre sorridente pra qualquer pessoa.

- Obrigada por ter apoiado Henry enquanto ele ainda morava aqui – Lia disse, também em mandarim. Jimin suspirou e sorriu.

- Não fiz mais que a obrigação, ele foi um bom hyung para mim, por mais que nós dois não fôssemos tão próximos no início – respondeu o alfa lúpus e depois de um pouco de conversa, o Park se afastou e foi falar com outras pessoas. Ao longe, viu Seulgi e Chanyeol conversando animadamente sobre algo e seu interior se aqueceu, feliz que o hyung havia finalmente superado a morte de Jongin e agora sorria com sinceridade, da mesma forma que fazia quando a seleção começou.

- Está distraído de novo, Park? – ouviu uma voz masculina. Ao olhar para trás, viu Donghae sorrindo para si e foi inevitável que não ficasse surpreso com a presença do ex-selecionado. A última vez que o havia visto fora durante a Rebelião, três anos atrás. Jimin não pode deixar de notar a aliança dourada no anelar esquerdo do alfa lúpus e sorriu. Já não havia mais nenhum rancor em relação ao mais velho. – Por que você está sempre distraído? É perigoso.

- Você tem razão. Vai que um monte de alfas lúpus quebram as vidraças do castelo de repente, não é? Preciso estar preparado pra isso – brincou e o mais velho deu risada, dando um tapinha nas costas de Jimin. – Fico feliz por ter vindo.

- Eu precisava ver você sendo coroado Jimin. Precisava desse último tapa em meu rosto antes de me mudar para Seul. Sabe, eu ainda não acho que você recebeu as devidas desculpas... eu realmente me envergonho pelo o que fiz – o homem disse sério e Jimin balançou a cabeça negativamente.

- Você fez o suficiente. Enxergou suas falhas, admitiu e ainda lutou pelo seu reino durante a Rebelião. Se isso não são devidas desculpas, então eu realmente desconheço seu conceito de desculpa – Jimin disse e Donghae foi incapaz de sustentar o olhar do mais novo, abaixando a cabeça. – Entendo que esteja envergonhado... mas já fazem anos desde que isso aconteceu. Eu nem mesmo me lembro mais daquele outro alfa, qual era mesmo nome dele? Wu o quê?

- Quem? – Donghae perguntou, entrando na brincadeira do mais novo. Os dois sorriram e o mais velho suspirou, aliviado. – Busan tem sorte em ter você. Você é justo, bondoso, mas tem o pulso firme. Você será um rei incrível. Me convide pro seu casamento com Jeongguk.

- Será daqui alguns meses. Já estamos juntos a alguns anos, não faz sentido adiarmos mais, afinal já estamos noivos de qualquer maneira. Vou pedir que Hoseok hyung lhe envie um convite – Jimin disse sorrindo e Donghae se curvou, feliz, para então se afastar dele.

Faltavam poucos instantes para a cerimônia ter início. Park Jimin cumprimentou mais alguns nobres e então se sentou em seu assento reservado, ao lado de Seulgi, que já havia sido presenteada com uma coroa simples, simbólica. A coroação dela era mais simples do que a do irmão, quem lhe daria as reverências seria sua mãe. O alfa lúpus conversou algum tempo com a sua irmã e viu os Reis chegarem e se sentarem em seus tronos, um pouco a frente de si, em uma área mais alta. Jeongguk também estava ali, sentado entre os dois, ao lado de um assento vazio. Aos poucos, todos os convidados foram se sentando em suas mesas e então, Yugyeom e Kunpimook se levantaram, caminhando um pouco mais a frente.

- Como vocês devem saber, o dia de hoje é especial por várias razões. A pouco mais de cinco anos atrás, eu tive uma ideia um pouco ambiciosa e até um pouco egoísta – Yugyeom começou, com seu porte imponente. – Eu acreditava que o meu filho, que na época tinha vinte e dois anos, precisava se casar. Na época eu não via o quão prejudicial eu poderia ser em relação a isso, sabia que haviam olhares de malícia sobre Jeongguk desde sempre e ainda assim agi com irresponsabilidade e criei por conta própria uma Seleção. Deliberadamente, coloquei vinte e cinco alfas lúpus dentro deste castelo e obviamente, deixei a integridade do meu filho em risco. Ainda assim, ele foi receptivo e aceitou a minha ideia, tendo então total controle sobre cada alfa que ficou aqui. Tivemos excelentes pessoas, fizemos grandes amigos, mas também fomos atacados pelas costas e subjugados por um homem em específico, que nunca aceitou a rejeição. Por sorte, este homem – apontou para Jimin – também estava aqui.

- Park Jimin era o meu favorito desde o princípio, então eu nunca duvidei que ele seria um alfa excepcional – disse Kunpimook, sorrindo. – Porém, ele me surpreendeu ainda mais ao que os meses foram passando. Ele engoliu todas as provocações que recebeu, se permitiu se machucar, mas na primeira situação de perigo que Jeongguk sofreu, ele não hesitou em agir, não hesitou em liberar seu lobo interior para protegê-lo. E se alguém protege o meu filho, protege o meu mundo. É isso. O meu mundo está nas mãos de Jimin, e está bem protegido – disse e Jeongguk sorriu, ainda sentado no trono. – É uma honra pra mim ter esse alfa, que veio de baixo, que lutou tanto desde criança, hoje sendo condecorado. Eu espero que vocês, que os nossos súditos, também se sintam honrados em vê-lo aqui, assim como eu sei que Jimin se sente honrado.

Naquele momento Jimin se levantou, caminhando em direção dos Reis. Subiu os degraus e ao chegar diante deles, se ajoelhou com somente um dos joelhos apoiado no chão e outro flexionado. Jeongguk então se levantou, com uma caixa negra de veludo nas mãos, abriu a mesma e então caminhou na direção do noivo. Com a cabeça abaixada, Jimin estendeu a mão direita para o mais velho e este segurou a mesma, para que pudesse encaixar o anel de pedra vermelha em seu dedo indicador.

- Esse anel simboliza os seus olhos. O seu lobo interior é a sua força, seus desejos profundos, é ele quem guarda a sua coragem e ele será o seu maior aliado durante o seu reinado. As suas decisões mais importantes e difíceis na verdade não são suas, e sim dele. Não confie em nada e nem ninguém, mas ouça e acredite cegamente em seu lobo – Jeongguk disse, terminando de adornar o dedo de Jimin com o anel. O alfa lúpus segurou a sua mão, levou aos lábios e selou ali, em seguida tocando a sua testa nas costas da mão do ômega, em um cumprimento singelo, que expressava não só a sua proximidade com o mesmo, mas também a sua lealdade e respeito, sendo este o príncipe a muito mais tempo. Jeongguk então se afastou, deixando que o seu pai ômega se aproximasse do mais novo.

- Este manto simboliza o fardo que haverá sobre suas costas até o fim dos seus dias – Kunpimook disse, segurando o manto real acima do alfa lúpus. – Por mais que isso se mostre como algo ruim e indesejável, é na verdade uma honraria tão importante quanto a coroa. Imagine esse manto que aquece o seu corpo como a mão de cada súdito deste reino, cada um que te apoia, que deposita em você a esperança de que dias melhores virão e que as gerações futuras terão uma vida mais digna. Para você, que nasceu como um Casta Seis, este manto pesará ainda mais, pois os mais pobres deste reino têm um orgulho crescente do homem que você se tornou e do Rei que será um dia. E eles não são os únicos – disse, soltando a ponta do manto para que o tecido vermelho caísse sobre as costas de Jimin, que ouvia tudo com a cabeça ainda abaixada e os olhos fechados. Teve o manto preso em seu corpo e então o ômega se afastou brevemente, trazendo a sua espada. Yugyeom também se aproximou com a espada negra, ficando atrás de Jimin. Cada um dos Reis apoiou a sua respectiva lâmina em um ombro do alfa. – Essa espada não será dominada por você, e sim pelo seu companheiro. Ainda assim, essa lâmina ajudará a prezar pela sua segurança, assim como a segurança de todo o reino.

- Essa será a tua espada quando você tomar o meu lugar – começou Yugyeom, empunhando a lâmina negra. – Ela te dará sensação de poder e trará dias de glória ao reino de Busan, como tem sido a séculos. Haverão momentos em que ela parecerá se mover por conta própria, mas não se iluda. Você é quem a controla, ou melhor, o seu lobo. Essa lâmina é forte, mas você precisará ser o dobro, e eu acredito que não haverá nenhum rei na história desse reino capaz de empunhá-la tão bem quanto você será um dia – disse e então os dois Reis passaram as lâminas acima da cabeça de Jimin, para que as mesmas tocassem o outro ombro. Logo se afastaram, guardaram suas espadas e então, apenas o alfa retornou, trazendo em suas mãos uma coroa de prata, cravejada com rubis. Parou agora na frente de Jimin e ergueu o adorno, mostrando a todos os que estavam ali. – Essa coroa simboliza a sua inteligência, sua importância dentro deste reino e principalmente, a nobreza em seu sangue. Sua origem não importa para nós, não importa para ninguém. O que nos importa é o seu interior, as suas intenções para com Busan e com os nossos companheiros de reinos vizinhos. Ela também indica a nossa confiança em você, e o quão gratos estamos em ter você como um de nós.

Quando Yugyeom depositou a coroa sobre a cabeça de Jimin, todos os presentes se levantaram. O alfa lúpus também se ajoelhou e olhou nos olhos do sogro antes de se virar para olhar os que estavam ali, lhe assistindo.

- Apresentamos então, Vossa Alteza, General de Brigada do Exército e Príncipe Regente do Reino de Busan: Park Jimin.

Todos os presentes ali se curvaram e o alfa lúpus suspirou. Enquanto todos ainda tinham as cabeças abaixadas, Yugyeom, Jeongguk, Jimin e Kunpimook se viraram e caminharam até os seus respectivos tronos. Então se sentaram e naquele instante, dois sinalizadores azuis foram liberados nas Torres do castelo, indicando aos súditos que estavam do lado de fora que a coroação havia sido concluída. Quando os gritos e aplausos foram ouvidos do lado de fora os convidados nobres que assistiam à cerimônia ajeitaram a postura de seus corpos e aplaudiram os quatro nobres sentados à sua frente.

Jeongguk sorria em olhar para o noivo, que olhava para frente ainda um pouco deslocado, mas igualmente feliz. Ao longe, via Taehyung e Yerin, Taecyeon e Solji, sua mãe e Junmyeon de braços entrelaçados lhe olhando orgulhosos, entre outras pessoas.

- Feliz aniversário, Alteza – Jeongguk então se aproximou do seu ouvido, falando um pouco mais baixo. – Meu príncipe. Eu te amo, não imagina o quão orgulhoso estou de você.

Jimin devolveu o olhar e sorriu. Tinha os olhos marejados e isso era compreensível, não dava para segurar as lágrimas em um momento como aquele. Se sentia um homem sortudo por tantas razões que era difícil de tentar pontuar tudo, mas se pudesse destacar um ponto, seria sem sombra de dúvidas, ter o ômega lúpus mais incrível do mundo ao seu lado. Entrelaçaram as mãos diante dos aplausos dos convidados e sorriram um para o outro.

- Eu te amo. Meu príncipe, hoje e sempre.

- Hoje e sempre.

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