Spells | Scorbus

By dracowarys

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Albus e Scorpius tornaram-se melhores amigos desde o primeiro momento em que se encontraram. Partilhando a me... More

1. O retorno à Hogwarts.
2. A preocupação de Minerva
3. O banheiro de Myrtle E. Warren
4. A Carta de Draco Malfoy
5. O Convite
6. A sala de McGonagall
7. Aberração
8. O Lar dos Malfoy
9. O Armário de Vassouras
10. BÔNUS: A Sala Precisa
11. Hogwarts: Uma Celebração
12. A Toca
13. Férias de Natal
14. Herança de Sangue
16. Na Cabana do Hagrid
17. Lago
18. Tudo acaba bem

15. O Espelho, As Poções

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By dracowarys

OBS.: Como eu disse ao fim do capítulo anterior, eu uso travessão (-) para as falas, mas quando eu olho pelo celular aparecem tracinhos (-). Como aparece aí pra vocês??? É só pra mim que tá aparecendo ruim assim? Eu tento arrumar e não vai. É isso - boa leitura!

***

O lábio inferior de Scorpius eram delicadamente puxados por Albus, que ofegava enquanto beijava entusiasmadamente o garoto Malfoy. Os dois estavam sozinhos, agarrados entre os lençóis verde-esmeralda no dormitório do salão comunal da Sonserina. A saúde de Scorpius permanecia fraca, ainda assim, se permitia ter alguns momentos de rebeldia e paixão quando se via sozinho com Albus. Os beijos intensos de Albus lhe traziam de volta uma cor para seu rosto pálido.

Não se passaram nem três dias desde que voltaram para Hogwarts. A escola lhes parecia normal: a empolgação dos alunos do primeiro ano se misturava à calmaria dos terceiranistas e ainda com os anseios dos alunos do quinto e sétimo ano que estudavam freneticamente para suas provas de NOM's e NIEM's. Depois de uma séria conversa com o pai, Scorpius conseguiu retornar à Hogwarts e fazia todo esforço para se manter com aparência saudável, pois sabia que McGonagall e os outros professores estariam com os olhos em cima dele, sempre atentos a qualquer sinal de fraqueza.

Scorpius ofegou quando sentiu os lábios de Albus percorrer por seu pescoço e lhe puxou delicadamente os cabelos castanhos. Albus levantou o rosto e encarou os brilhantes olhos azuis de Scorpius Malfoy.

- Você está bem? - sussurrou Albus.

- Sim - confirmou Scorpius - Só preciso de um tempo para respirar.

Albus se ajeitou na cama, sentando-se e puxando Scorpius para que se sentasse também. Os dois sorriram um para o outro, os cabelos bagunçados e uniformes amassados.

- É bom estar de volta com você - comentou Scorpius, puxando o rosto de Albus e lhe deixando um beijo delicado na bochecha corada.

- Me sinto bem com você aqui. Só quero que melhore.

- Vou ficar bem - afirmou Scorpius, mas o sorriso diminuiu em seu rosto - Temos aula em quinze minutos. Melhor irmos andando, não acha?

- É, sim. Vamos lá. - Albus se levantou e pegou a bolsa que deixara largada de qualquer jeito no chão. Scorpius passou as mãos pela blusa, numa tentativa falha de desamassá-la. Os dois garotos saíram calmamente dormitório a fora, a mão direita de Scorpius apoiada sobre o ombro esquerdo de Albus, uma busca por equilíbrio. Albus esticou seu braço esquerdo para as costas de Scorpius, ajudando-o a passar por alguns degraus até que saíssem das masmorras.

***

Há alguns corredores de distância dali, em uma sala protegida por uma gárgula de pedra, encontravam-se Harry, Gina, Hermione, Rony e Draco, mais uma vez reunidos com a professora McGonagall, que parecia estar fadada a receber aqueles cinco pelo resto de seus anos. Todos, exceto Minerva, encontravam-se sentados, um pouco aflitos, querendo entender o que viria a seguir.

- Ouçam bem, não pretendo prende-los aqui por muito tempo - começou Minerva que andava de um lado para o outro, suas mãos um pouco trêmulas.

- Ah, o que há de novo? Não faz nem uma semana que os despachamos para cá! - brincou Rony Weasley.

- Rony! - Hermione chamou sua atenção com um olhar - É sobre o aquele objeto, Professora McGonagall?

- Sim, Ministra. Gostaria de informa-la que funciona e muito bem.

Minerva e Hermione trocavam olhares enquanto os outros as encaravam curiosos esperando por uma explicação.

- Do que vocês estão falando? - perguntou Rony, antes que Gina pudesse falar.

- Ministra?

- Bem, ahn... o Ministério mandou para Hogwarts um artefato muito interessante encontrado há alguns meses. Lógico que foi altamente examinado e parece seguro, por isso permiti que trouxessem.

- Que "artefato" é esse afinal? - questionou Draco, um misto de curiosidade e impaciência com o suspense que se formava na sala.

Hermione acenou a cabeça para Minerva, que caminhou até uma parede e removeu um pano que cobria um espelho oval que se postava acima da lareira da diretora por onde os cinco haviam chegado. Todos olharam com curiosidade, Hermione se inclinou um pouco para frente em sua cadeira e começou a explicar.

- Isso é um espelho da memória, um rememorizador muito valioso e achamos que poderia ser útil aqui, além de estar seguro, é claro.

- Um o que? - Rony e Harry pareciam ainda confusos, Hermione respirou fundo e tentou explicar mais uma vez.

- Vocês se lembram da penseira? - perguntou apontando para o objeto do outro lado da sala com o qual o Harry se familiarizava - Na penseira podemos ver as memórias de outras pessoas, contanto que elas nos deem. No espelho da memória é diferente, basta dizer o nome da pessoa e uma data e então ele mostra exatamente o que a pessoa fez.

Todos arquejaram, surpresos e impressionados.

- Bem, devo dizer que o testei e preciso declarar que só deve ser usado em casos de extrema necessidade - anunciou Minerva - Esse espelho permite que vejamos tudo sobre absolutamente qualquer um, e isso pode ser... um tanto invasivo.

- Se me permite, professora, com quem testou o espelho? - Gina finalmente falara algo.

- Scorpius Malfoy - suspirou Minerva - Hoje.

Ao que ela terminou de falar o nome e o dia, a imagem no espelho moveu-se como água e então a imagem de Scorpius caminhando pelos corredores de Hogwarts ao lado de Albus tornou-se visível para todos. Draco esticou-se na cadeira, a fim de observar cada detalhe da cena.

- Por que Scorpius? - perguntou Draco.

- Bem, achei que faria sentido, considerando que estamos todos alerta aos seus sinais de saúde.

- É claro, compreensível - concordou Draco.

- O que a senhora viu de tão chocante? - perguntou Rony, um tom brincalhão em sua voz.

- Como, sr. Weasley?

- A senhora pareceu um pouco encabulada falando sobre o que viu... - Rony sorriu, Hermione lhe deu um cutucão.

- Ah, não foi nada demais. Apenas a... típica paixão adolescente aflorando pelos dormitórios... - O rosto de Minerva pareceu esquentar. Ela desviou os olhos de Draco que também pareceu um pouco encabulado com a descoberta.

E então o espelho pareceu ter refletido um brilho branco-prateado e as cenas ocorridas prenderam atenção dos seis presentes na sala ao espelho: os dois garotos estavam parados no corredor. Albus parecia sustentar Scorpius pelas costas, como se este estivesse passando por alguma tontura ou desequilíbrio momentâneo. Scorpius segurava com força a testa, como se uma forte dor tivesse tomado conta de sua cabeça.

- Scorpius? O que você tem? - Albus dizia assustado - Venha, vou te sentar ali.

- Não sei, tudo escureceu de repente - ofegou Scorpius - Minha cabeça... está doendo muito.

- Vou pedir por ajuda - ouvia-se Albus dizer.

- Precisamos ir até eles! - exclamou Draco, saltando rapidamente da cadeira.

- Não! - Hermione se levantou e entrou em sua frente, interrompendo seus passos - Não podemos. Não podem saber que estávamos bisbilhotando!

- Mas meu filho...

- Seu filho ficará bem - intrometeu-se Minerva - Olhe.

Draco virou-se para o espelho. Scorpius estava sentado, a cabeça apoiada no ombro de Albus, que o abraçava. Alguém de cabelos ruivos saíra correndo de perto deles partindo para chamar alguém. Albus beijava a testa de Scorpius e segurava firme a sua mão. Lily Potter voltara com Madame Pomfrey ao seu lado, que ergueu o rosto de Scorpius e o fez beber um líquido azul claro de um frasquinho de vidro. Scorpius fez uma careta, mas depois sorriu para a senhorinha a sua frente.

- Antes de ir para o dormitório, após a última aula, passe na ala hospitalar para que eu verifique você, está bem?

- Pode deixar - Scorpius concordou sorrindo. Ela alisou o rosto dele e se retirou calmamente. Lily se sentou ao lado de Scorpius.

- Não vá se atrasar para a aula por minha causa.

- Relaxa, Scorps. Posso esperar por vocês - disse Lily simpaticamente.

- Hum, que íntimos. Já tem até apelidos - resmungou Albus.

- Ah, não seja ciumento - debochou Scorpius - Eu ainda amo você, Alb.

Albus revirou os olhos enquanto Lily e Scorpius riam juntos. Lentamente eles se levantaram e seguiram em passos tranquilos para a sala de aula, deixando Lily um corredor antes ao destino deles.

Na sala da diretora, Draco havia se acalmado.

- Não seja um pai tão coruja - disse Hermione, que lhe deu uns tapinhas de leve no ombro.

- Bem, agora que entenderam a dinâmica do espelho, deixo avisado, Draco, que uma vez por dia olharei Scorpius para ter certeza de que nada mudou em sua saúde. Por favor, assine a autorização que deixei em minha mesa - Minerva então tornou a olhar para Hermione e Rony - Se me permite, Ministra, não quero ocupar mais seu tempo, mas há um assunto importante que preciso esclarecer com a senhora e seu marido. Potters, se puderem nos deixar a sós, por gentileza.

Gina e Harry concordaram, acenaram para os demais e através da lareira da diretora, se retiraram. Draco foi em seguida, deixando nas mãos da diretora o papel com sua delicada assinatura.

***

Albus revirava ansioso todos os livros de poções que habitavam a grande biblioteca. Queria desesperadamente encontrar algo que pudesse salvar Scorpius dessa terrível maldição que assombrava seus dias desde o natal. Scorpius, no entanto, estudava calmamente para os NOM's e não demonstrava tanta preocupação com o assunto. Evitava ao máximo falar sobre a doença, sobre o que sentia e principalmente as lembranças do adoecimento de sua mãe. Albus percebia o medo no olhar de Scorpius e tinha medo que seu amor tivesse perdido a esperança.

- Ei, será que dá para você se sentar e ficar quieto só por um minuto? - cochichou Scorpius puxando a camisa do uniforme de Albus.

- Espere aí, estou procurando uma coisa...

- Albus, se for sobre mim eu...

- Não é sobre você, então me deixe aqui - mentiu Albus.

Scorpius suspirou. Já não aguentava mais viver como uma vítima, um pedaço de vidro que poderia ser estilhaçado a qualquer momento. Frágil menino Malfoy, era assim que todos o viam agora. Esse novo cargo de menino doente o incomodava agora mais do que os olhares que recebera por beijar um garoto no baile. Scorpius se levantou e caminhou até Albus, que se distraíra entre as prateleiras de livros empoeirados.

- Albus, será que a gente pode ir um pouco para o sol? Não consigo pensar direito aqui.

- Ahn? Está bem. Vamos até a nossa árvore então - concordou Albus, fechando um livro e juntando-o a uma enorme pilha de outros mais.

- Você não pretende levar tudo isso, não é?

- Ahn, na verdade, pretendia sim. Acha ruim?

- Não - Scorpius deu de ombros - Só acho estranho seu interesse repentino por livros.

Os dois pegaram o necessário e caminharam para os jardins, o clima ensolarado com uma leve brisa primaveril. Sentaram-se sob a sombra da árvore de sempre, espalhando os livros pelo chão, anotando tudo o que podiam.

- Muito atarefados, meninos? - disse Alice Longbottom, que largava seus pertences ao chão e se juntava aos dois.

- Ah, que bom que está aqui - disse Albus erguendo a cabeça para a amiga - Posso falar com você um minutinho?

- Hum, claro, Albus.

Scorpius tirou sua atenção dos livros e olhou para Albus que se levantou e foi até Alice, puxando-a pelo braço, caminhou alguns metros se distanciando da árvore.

- Aconteceu alguma coisa? - perguntou Alice, puxando o braço de volta e se desgrudando de Albus.

- Bem, você soube sobre Scorpius não é mesmo?

- Sim, e o que tem? Ele está mal?

- Preciso que fique perto dele por mim. Estou fazendo algumas pesquisas e... sei que ele não fica confortável quando falo sobre aquilo.

- Albus, na boa, você está aprontando algo? Não me envolva pela metade.

- O que quer dizer?

- O que quero dizer, Albus, é que se vai me envolver em um dos seus planos esquisitos então me conte por completo - Alice cruzou os braços, uma expressão série em seu rosto.

- Estou buscando por algo que vá fazer com que ele melhore.

- Achei que já tivéssemos falado sobre isso! - bufou ela.

- Alice, me escute. Sei que posso encontrar algo. Por favor, só preciso que me acoberte - Albus suplicou.

- E você acha que Scorpius é tolo o bastante para não perceber? Além disso, sou Grifinória. Não posso estar sempre por perto, nem ao menos temos a todas as aulas junto.

- Não será sempre. Te darei os sinais quando precisar. Você é esperta, sei que vai entender.

Alice bufou e revirou os olhos, mas concordou com o plano de Albus.

- E o que pretende? Poções? Feitiços? Alguma planta esquisita? O que acha que vai funcionar?

- Ainda estou buscando por poções, talvez eu...

Albus não terminou de explicar. Scorpius se aproximava dos dois, as sobrancelhas franzidas como quem desconfiava.

- O que está acontecendo com vocês?

- Ahn, nada - disfarçou Alice - Nada de realmente relevante.

- Sei. E não podem falar sobre isso perto de mim? - Um certo incomodo soava na voz de Scorpius.

- Ah, é que não é sobre mim, quer dizer, Alice é quem teve problemas e me pediu ajuda - mentiu Albus.

- Eu o que?! - surpreendeu-se Alice, Albus lhe lançou um olhar que pedia para que disfarçasse - Ahn, é, foi isso sim.

- Não, não foi isso. Sei que é mentira. E sei reconhecer quando não sou bem-vindo. Mas tudo bem, eu já estou de saída. Podem conversar à vontade sem mim - Scorpius deu as costas para a dupla de amigos e saiu caminhando de volta aos corredores. Alice, boquiaberta, deu um empurrão em Albus, que seguiu atrás de Scorpius.

- Ei! Scorpius! - Albus correu para alcança-lo, segurando-o pelo ombro - Ei, não foi nada demais.

Scorpius virou para encará-lo, os olhos lagrimosos.

- Por que está fazendo isso, Albus? Por que está me tratando como se eu fosse diferente? Logo você! Meu melhor amigo. Meu...

Scorpius suspirou, as costas da mão secando bruscamente os olhos antes que deixasse alguma lágrima escapar.

- Não faz ideia do que estou sentindo, Albus - murmurou ele - Não faz ideia das coisas que estão passando pela minha cabeça.

- Eu sinto muito - sussurrou Albus, tentando se aproximar, a mão delicadamente acariciando o rosto de Scorpius - Eu só quero te ajudar. Quero cuidar de você. Aquilo ali com a Alice... Eu só queria fazer algo para te deixar feliz.

Uma fina lágrima escorreu pelas bochechas pálidas de Scorpius. Albus a secou e em seguida lhe deu um beijo no rosto, depois um selinho demorado em seus lábios.

- Eu amo você, Malfoy - sussurrou Albus, o rosto próximo de Scorpius, olhos verdes focados nos olhos azuis - Nada além disso.

Scorpius assentiu e olhou delicadamente para os lados, percebendo os olhares e cochichos de quem os acompanhava. Por uns instantes esquecera que estavam nos corredores.

***

- E aí, como você está? - perguntou Albus que esperava Scorpius na saída da enfermaria.

- Estou me sentindo bem. Madame Pomfrey tem feito o melhor que pode.

- O que era aquele líquido azulado que ela te deu hoje mais cedo?

- Ah, uma poção revigorante. Me ajuda a passar o dia sem desmaiar, mas não me salva da maldição - Scorpius deu de ombros, Albus concordou com a cabeça. Os dois desciam as escadas e caminhavam pelo castelo rumo ao grande salão. Pretendiam comer algo e depois voltar ao salão comunal da Sonserina.

Albus parou no fim de uma escadaria e segurou a mão de Scorpius, puxando-o para perto, os corpos se aproximaram. Intensamente, Albus beijou Scorpius, sem medo de serem pegos. As mãos de Albus seguras no rosto de Scorpius, que tinha as mãos presas na cintura do outro. Ficaram parados aos beijos por alguns minutos.

- Eu amo isso, sabe? As aventuras que vivemos por aí - sussurrou Albus.

Scorpius sorriu e abraçou Albus com força, seu coração foi de alegria à uma dor intensa. No meio daquele abraço, Scorpius se esforçou para não chorar. Seu peito doía, sentia-se feliz e triste ao mesmo tempo. Amava tanto Albus que temia não poder viver com ele por mais tempo. Temia agora, mais que tudo, não saber o que o futuro lhe reservava.

***

Scorpius dormia um sono tranquilo em sua cama enquanto Albus se preparava para sair. Ele beijou suavemente o rosto descoberto de Scorpius, cobriu-se com a capa da invisibilidade que furtara de James e saiu para a sala comunal da Sonserina. O relógio sob a lareira mostrava que já passara da meia noite e Albus estava pronto para por seu plano em prática. Bolsa no ombro, um grande livro de capa grossa em uma das mãos e com a varinha na outra, saiu para os corredores escuros de Hogwarts e rumou para o seu conhecido banheiro feminino do primeiro andar.

Olhou em volta antes de entrar, e assim que entrou, trancou a porta com um feitiço. Caminhou para o fundo do banheiro, largando a capa no chão junto da bolsa e o livro. Começou a buscar por frascos e ingredientes que trouxera, quando uma voz aguda e melindrosa o assustou.

- O que está fazendo por aqui a uma hora dessas, Potter? - choramingou Myrtle Warren, a murta-que-geme.

- Ahn, um trabalho para poções - resmungou Albus - Não tem outro banheiro para assombrar?

- ASSOMBRAR? - ofendeu-se ela - Então acha que é só isso o que faço? Se não fosse por mim, você nem poderia estar aqui.

- Hum, tem razão. Desculpe. Olha, Myrtle, isso aqui é muito importante. Preciso muito me concentrar.

- Está bem. Vou ficar quietinha. Aviso se alguém chegar.

- Ahn, certo - Albus sabia que ninguém chegaria. A porta do banheiro estava trancada e ele estava seguro ali. Concordou apenas para que pudesse trabalhar sem os incômodos e questionamentos constantes de murta.

Albus folheava as páginas, misturava ingredientes e nada parecia sair como realmente planejado. Sentia-se cansado, as costas doíam, os olhos pesavam e o frio do banheiro não o ajudava. A varinha estava posta no chão, a ponta acesa iluminava o pedaço em que ele ocupava. Sentia que seus esforços eram inúteis, mas se recusava a parar de tentar. Passaria todas as noites em claro até que encontrasse algo que fizesse efeito para salvar Scorpius.

Muito tempo se passou, até que Albus ouviu novamente uma voz melindrosa.

- Parece que precisa de ajuda - resmungou murta.

- Eu estou bem assim, obrigado.

- Sabe, talvez você devesse tentar algo diferente...

- Diferente? Que quer dizer, murta?

- Talvez o que você procura esteja além dos conhecimentos de um aluno do quinto ano.

- Você não pode ser mais precisa? - Albus começava a se sentir agoniado com os suspenses de murta, mas ela apenas deu uma pirueta no ar entre seus risinhos esganiçados.

Albus estava exausto. Não sabia que horas eram, mas provavelmente mais tarde do que imaginava. Precisava sair dali, mas não queria desistir.

- Não vai conseguir tudo em um dia - cochichou murta - Pode guardar tudo aqui, eu protejo para você.

Albus concordou com a cabeça e sentiu pela primeira vez que murta estava certa. Resolveu então guardar alguns frascos de poções curativas não terminadas no fundo de um box no qual murta jurou proteger, vestiu novamente a capa e saiu apressado para as masmorras.

Por fim, chegou ao salão comunal da Sonserina. O relógio na sala marcava quase cinco horas da manhã. Albus sentia todo o seu corpo doer. Silenciosamente entrou em seu dormitório, largando a bolsa e a capa por cima de sua cama, resolveu juntar-se a Scorpius, que permanecia adormecido. Lentamente, adentrou as cobertas esverdeadas de Scorpius e o envolveu em um abraço, sentindo o calor de seu corpo e enfim adormecendo.


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