Spells | Scorbus

De dracowarys

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Albus e Scorpius tornaram-se melhores amigos desde o primeiro momento em que se encontraram. Partilhando a me... Mais

1. O retorno à Hogwarts.
2. A preocupação de Minerva
3. O banheiro de Myrtle E. Warren
4. A Carta de Draco Malfoy
5. O Convite
6. A sala de McGonagall
7. Aberração
8. O Lar dos Malfoy
9. O Armário de Vassouras
10. BÔNUS: A Sala Precisa
11. Hogwarts: Uma Celebração
12. A Toca
13. Férias de Natal
15. O Espelho, As Poções
16. Na Cabana do Hagrid
17. Lago
18. Tudo acaba bem

14. Herança de Sangue

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De dracowarys

PARTE II

Scorpius permanecia deitado no sofá da sala de estar dos Weasley, Draco sentado na ponta da poltrona ao lado sem tirar os olhos do filho enquanto Albus continuava sentado no chão acariciando os cabelos loiros do menino que voltara a dormir. Harry entrara na sala com uma jarra de suco e dois copos, acompanhado de Gina, que trazia em suas mãos um prato e talheres com o que seria o almoço. Ambos posicionaram a refeição na mesinha diante de Draco, que pela primeira vez em muito tempo tirara os olhos do filho.

— Trouxemos isso para você — anunciou Gina — Sabemos que Scorpius ainda está fraco para comer algo assim, mas Draco, você precisa se alimentar.

— Não estou com fome — respondeu Draco, a voz fraca de quem muito tinha chorado.

— Coma. Não pode estar fraco se precisar cuidar dele — insistiu Harry, empurrando o prato para mais perto de Draco. Draco concordou e aceitou a comida, mesmo não estando tão disposto para fazer uma refeição. Harry e Gina se sentaram lado a lado em outro sofá na pequena sala de estar e ficaram observando Albus, a cabeça deitada sob o peito de Scorpius.

Passado algum tempo, ouviu-se vozes e passos na escada e sons de talheres e prataria na cozinha, o que foi identificado como o fim do almoço. Quando a casa, milagrosamente, voltou a ser silenciosa, Molly e Arthur entraram juntos na sala onde estava desacordado o menino Malfoy. Harry cedeu seu lugar à sra. Weasley e se acomodou em um pufe, e por fim, eles tentaram iniciar uma conversa com Draco:

— Como está se sentindo, Draco? — perguntou gentilmente Molly.

— Eu? Estou bem sra. Weasley — afirmou Draco, sua voz demonstrava o oposto - Obrigado pela refeição e acolhimento. Me desculpe por... interromper o seu dia e...

— Não se desculpe. Não se desculpe por nada. Seu filho... Ele precisou de cuidados e nada nos incomoda em ajudar — ressaltava ela — Eu só sinto não poder fazer mais.

Draco tentou dar um sorriso para a bruxa gorducha de cabelos ruivos que lhe prestava solidariedade, mas seu rosto só demonstrava dor e sofrimento. Arthur se remexeu um pouco ao lado de Gina, colocando-se na ponta do sofá e voltando o olhar para Draco, pensando no que queria falar sem ofender o rapaz.

— Se me permite, Malfoy — começou ele — Molly e eu conversamos e gostaríamos de oferecer nossa estadia para você e Scorpius, pelo menos até que ele se recupere e...

— Sr. Weasley, agradeço a gentiliza, mas não posso aceitar — interrompeu-o Draco — São férias de natal, sua família está toda aqui. Não podemos ficar. Posso levar Scorpius na vassoura, não moramos longe daqui.

— Me desculpe, Draco, mas meus pais estão certos — intrometeu-se Gina — Scorpius não parece bem nem mesmo para montar numa vassoura.

— Minha casa fica há dez minutos daqui se formos voando — insistiu Draco.

— Certo, e como carregará ele inconsciente? — perguntou Harry.

— Podemos ajuda-lo. Se for para casa agora ficará muito sobrecarregado com os cuidados que ele precisa — Molly insistia em ajudar os Malfoy.

— Posso ir com ele — Albus finalmente dissera algo — Quero ajudar a cuidar de Scorpius.

Todos os olhares se voltaram para o menino que ainda estava na mesma posição. Gina queria que ele visse que o olhar dela era de pura irritação. Todos estavam tentando convencer Draco a ficar e cuidar de Scorpius ali e ele se oferecendo para ir junto deles. Gina voltou a encarar Draco com um olhar suplicante e por fim disse:

— Se quiser ficar, podemos limpar o sótão e arrumá-lo para acomodar vocês. Ficarão longe do barulho e recebe-los aqui não nos incomodará em nada. Pelo menos até Scorpius conseguir ficar firmemente de pé e então podemos deixá-los ir. O que me diz?

Draco olhou pela sala, todos os rostos esperando uma resposta dele. O sr. Weasley pigarreou e mais uma vez se mexeu no pequeno sofá, olhando seriamente para ele.

— Algo me faz pensar que parte sua não quer ficar e aceitar nossa ajuda por orgulho, mas se for realmente isso, Draco, sugiro que olhe novamente para o seu filho e afaste esse sentimento para bem longe daqui.

Ainda em silêncio, Draco concordou com um aceno de cabeça. Era difícil estar ali, no meio da família Weasley, que ao longo da vida aprendera a desprezar. Mas agora já não preservava mais os mesmos pensamentos e costumes de antes e sabia que muitas das coisas que aprendera durante a infância e juventude não eram as mais adequadas e corretas para se seguir e a aproximação com Scorpius nos últimos dias só reforçava seus novos pensamentos. Aceitaria ficar e se esforçaria ao máximo para melhorar a convivência com os Weasley, afinal, eles eram seus novos vizinhos.

Por fim, estava decidido: eles ficariam ali até Scorpius alcançar certa estabilidade e poder retornar para casa. Gina agradeceu a confiança e se retirou, pedindo a ajuda de Hermione para dar uma organizada no sótão. Não demoraram muito e já estavam de volta, todos se perguntando em como iriam fazer para prosseguir.

— Tá, mas e agora? — perguntou Albus - É tipo depois do último andar, não é muito prático.

— Você não está ajudando — resmungou Harry.

— O que podemos fazer então é — sugeriu Gina — Transferir as crianças que estão no primeiro andar para o sótão e deixar Scorpius no quarto deles.

— Sem chances, James não vai aceitar — Harry quebrou as expectativas dela.

— Estão vendo? Não queria ser um incômodo e vejam só — protestou Draco.

— Não seja bobo — disse Molly — Podemos colocá-lo em uma cadeira e usar levitação até lá em cima, ele só sairá quando se recuperar mesmo. Draco pode aparatar daqui para lá caso se canse das escadas. O que acham?

— É o melhor que temos por enquanto — Gina deu de ombros — Draco?

— Por mim parece bom — aceitou ele.

E assim foi feito: quando Scorpius acordou já estava deitado em uma cama lisa e coberto por mantas de tons terrosos, a luz alaranjada do pôr-do-sol entrando pela janela do sótão. Albus estava sentado em um pufe ao seu lado virando as páginas de uma revista de quadribol.

— Você nem gosta disso — resmungou Scorpius, Albus largou a revista no chão imediatamente e se sentou na cama ao lado do amigo.

— Como está se sentindo?

— Me sinto melhor. Albus, o que exatamente aconteceu comigo?

— Hum, acho que não saberei te explicar — suspirou Albus — E mesmo se eu soubesse, não acho que eu seja a pessoa certa para isso.

Scorpius compreendeu o que Albus quis dizer. Conhecia aqueles sintomas e sabia o que todos estavam pensando. Olhou em volta, reparando no lugar que não ele não reconhecia ter visitado antes.

— Albus, onde exatamente estamos? E onde está meu pai?

— Ah, estamos no sótão da Toca. Seu pai concordou em deixar você aqui enquanto se recupera. Ele e meu pai foram até a sua casa buscar algumas roupas.

— Entendi. Pelo menos você ficará perto — Scorpius deu um sorriso fraco e pegou na mão de Albus — Deita um pouquinho aqui?

Albus concordou sorrindo e se aninhou ao lado de Scorpius, passando os braços em volta dele. Eles ficaram admirando um ao outro por um tempo, Scorpius apoiado no ombro de Albus, até que se aproximaram suficiente para os lábios se tocarem. Albus deixou vários beijinhos pelo rosto pálido de Scorpius, que respondia com sorrisos fraquinhos.

— Estava com saudade de ficar realmente a sós com você — cochichou Albus, seguindo para mais um beijo nos lábios vermelhos de Scorpius, dessa vez, um pouco mais demorado.

— Espero sobreviver até as férias de verão — cochichou Scorpius voltando a encaixar a cabeça no peito de Albus - Ia adorar ficar no rio com você.

— Por favor, não fale coisas desse tipo, está bem? — pediu Albus — Você vai se recuperar logo.

Um barulho de alçapão fechando soou atrás deles e Albus se virou para olhar. Alguém deixara uma bandeja com chá e bolinhos em cima de um caixote próximo a entrada no solo. Albus se levantou e foi buscar, trazendo de volta e servindo Scorpius, que com esforço se sentara.

— Deve ter sido a mamãe — concluiu Albus, entregando a canequinha de chá quente para Scorpius — Beba tudo, está bem?

— Arre! Isso é horrível! — resmungou Scorpius com uma careta esquisita — Afinal, é chá de que?

— Uma raiz que não lembro o nome. Florence do St. Mungus disse que ajudaria na sua recuperação - explicou Albus - Não seja mole, Malfoy. Beba logo, é para o seu bem!

Albus sorria enquanto entre caretas e resmungos Scorpius se esforçava para fazer descer o chá amargo e transparente. Aos poucos, sentia a indisposição diminuir, mas ainda não conseguira colocar os pés fora da cama. Albus também fez com que ele comesse os bolinhos, que logo descobriram que era de mirtilo, o que deixara os beijos seguintes com sabor mais doce.

***

Molly estava sentada em uma cadeira na cozinha, o olhar vago fixo em algum ponto não identificável na parede. Gina chamou pela mãe, mas a senhorinha pareceu não ouvir. Percebendo que estava com os pensamentos distantes, Gina se aproximou e tocou-lhe o braço, chamando mais uma vez, agora com a voz mais perto. Molly se assustou e olhou para Gina, que estranhou os devaneios da velha bruxa.

— A senhora está bem? — preocupou-se Gina.

— Gina, querida — tagarelou ela, a expressão um pouco confusa, indicando uma cadeira para a filha — Sente-se aqui um pouquinho.

Gina obedeceu, puxando a cadeira e sentando-se próxima a mãe que parecia procurar as palavras certas para explicar a situação. Molly colocou a mão no queixo, como se estivesse pensando, e voltou-se para a filha, um ar de curiosidade e incerteza surgiam em sua voz.

— Quando fui lá em cima, pensei ter visto algo — Molly fez uma curta pausa, Gina a olhava curiosa — Abri silenciosamente a passagem para o sótão porque achei que Scorpius estaria dormindo, mas quando entrei Albus estava com ele na cama e pensei ter visto... uma coisa... acontecer...

Gina suspirou, mas ainda não falara nada. Pensou em esperar que a mãe concluísse para enfim tentar explicar melhor o que ela poderia ter visto.

— Talvez eu esteja enganada, mas ainda não estou tão velha a ponto de ver coisas irreais. O que me deixa em dúvida se eu teria visto o que vi ou se apenas fora um reflexo de minha imaginação. Talvez eu...

— Mãe — por fim, Gina a interrompeu — Viu Albus beijando Scorpius, não viu?

As bochechas de Molly ruborizaram e totalmente sem jeito ela concordou com um aceno rápido de cabeça, o que a fez parecer momentaneamente como uma criança.

— Como sabe? — perguntou aproximando o rosto ao de Gina.

— Bem — Gina olhou em volta para ter certeza de que não havia curiosos pelo local — Já faz um tempinho... Não tanto, mas desde a festa de Hogwarts. Albus e Scorpius estão... Sabe... Namorando.

Como se tivesse levando um grande susto, Molly arquejou e tapou a boca com as mãos, um olhar completamente escandalizado.

— Não há nada de errado nisso — adiantou-se Gina — E Scorpius é um excelente garoto. E Harry e eu já conversamos com eles e com Draco e eles não fazem nada demais...

Gina não tinha certeza se havia feito a coisa certa em explicar tudo isso, mas percebeu a expressão se suavizando no rosto de Molly. A bruxa engoliu em seco, depois segurou as mãos de Gina com suas duas mãos e lhe deu um olhar afetuoso e compreensivo.

— Sei que não há nada de errado, querida — disse Molly gentilmente — Me assusta que depois de tudo o que aconteceu um dos meus netos se envolva romanticamente com um Malfoy e...

— Ora, então é isso? — Gina a interrompeu — São dois garotos juntos e o que lhe assusta é a origem familiar deles?

— Mas é claro! O que achou que estivesse me assustando? Francamente, Ginevra, você não achou que eu... não sou bruxa preconceituosa! — ofendeu-se Molly, levantando-se com um pulo da cadeira, dando de costas para Gina, indo direção a pia e enchendo um copo com água.

— Sinto muito. Não queria ofender! — desculpou-se Gina levando a mão ao peito, sentindo que não podendo ficar mais surpresa com essa conversa.

— De toda forma, Scorpius está aqui porque acredito na bondade que há em seu coração e posso ver como isso mudou o menino mimado que um dia foi aquele Draco. Não acho que vá fazer mal algum à Albus.

— É exatamente o mesmo que vejo, mamãe — concordou Gina — Isso é novo para todos nós, peço que esta conversa fique aqui, pela privacidade dos dois.

Molly tornou a olhar para a filha, concordando com cada palavra. Gina levantou e abraçou a mãe, sentindo-se aliviada por finalmente ter compartilhado isso com alguém.

***

Draco retornou com Harry, trazendo em uma bolsa de couro algumas peças de roupa, objetos de higiene pessoal e dois livros que ele achou que ajudaria a distrair o filho. Quando subiu ao sótão, Draco viu que Scorpius parecia ter melhorado: as manchas de seu corpo diminuíram quase por completo, restando apenas as marcas no braço com as palavras "aberração" e "filho de vold" do atentado que sofrera na escola.

Gina entrou um pouco depois deles, exigindo que Albus descesse para se alimentar, ameaçando o garoto, que se não a obedecesse não poderia passar a noite ali. Preferindo não arriscar, Albus seguiu a mãe escada abaixo e foi procurar por comida na cozinha.

A noite fora tranquila. Scorpius parecia menos pálido e conseguiu comer alimentos sólidos. Sem nenhum incômodo, Draco se deitou para dormir no colchão emprestado dos Weasley, e Albus se aninhou na cama ao lado de Scorpius, por quem torciam que acordasse melhor.

Albus não dormira nada durante a noite. De tempos em tempos despertava para verificar se Scorpius estava bem e ainda respirava. Tinha medo de que a falta de ar voltasse e que o garoto passasse mal. O tempo todo encostava a palma da mão no rosto de Scorpius para verificar a temperatura e certo momento encostou a cabeça em seu peito para ouvir seu coração.

— Eu estou bem — sussurrou Scorpius, a voz fraca e sonolenta, os olhos ainda fechados.

— Hum, desculpe. Só estava checando — cochichou Albus, acariciando o rosto macio de Scorpius.

A luz do sol nascente entrou pela janela destampada do sótão, enchendo o pequeno espaço com um clarão dourado. Albus estava sentado na janela assistindo o sol subir entre as árvores do pomar quando Draco despertou, indo direto ao filho que permanecia adormecido. Draco então caminhou até Albus, sentando-se ao lado do jovem e focando seu rosto sonolento.

— Obrigado por cuidar dele — agradeceu Draco Malfoy.

— Ahn, não tem que me agradecer — disse Albus, virando de frente para Draco - Amo Scorpius e farei tudo para ajudar e cuidar dele.

Draco concordou com a cabeça, constantemente se surpreendendo com Albus e aumentando sua admiração pelo jovem rapaz. Prestou mais atenção em seu rosto e viu que Albus tinha leves e escuras olheiras debaixo dos olhos.

— Não parece ter dormido bem — comentou Draco.

— Fiquei preocupado. Tive medo de que ele passasse mal — explicou Albus, os olhos agora voltados para um Scorpius bem adormecido.

Draco sentiu uma pontada de culpa. Será que ele é quem devia ter ficado acordado vigiando o sono do filho ao em vez de deixar isso por conta de um garoto? Mas ele acreditou que conseguiria ouvir se algo de grave acontecesse. Por fim, levantou-se de onde estava dando umas palmadinhas no ombro de Albus e caminhou até a entradinha no chão do sótão, avisando que ia apenas ao banheiro e voltava logo. A barriga de Albus começou a roncar e ele se perguntou se ainda era cedo demais para descer e atacar a cozinha.

***

Durante a tarde, Albus ficara no mais alto cômodo da casa lendo uma revista empoeirada de quadribol para Scorpius, enquanto Draco descia para a cozinha a fim de encontrar o restante das pessoas e se oferecer para ajudar-lhes em algo. Assim que saltou do último degrau da escada, Gina e Hermione viram apressadas pedir por notícias do menino, Rony e Harry bem colados a elas.

— Ele não está melhorando — disse Draco preocupado — Está tudo indo muito rápido...

— Você precisa se acalmar, Draco — sugeriu Gina gentilmente — Todos estamos aflitos e preocupados.

— Para ser totalmente sincero, Albus está em pânico — intrometeu-se Rony.

— Do que você sabe que a gente não sabe? — questionou Hermione franzindo as sobrancelhas para o marido.

— Bem, ouvi ele chorando... no banheiro — sussurrou Rony para os outros — Tentei conversar com ele e ele me disse que Scorpius não estava nada bem. Está com medo de... bem, vocês sabem — Rony se encolheu ao terminar a frase.

— Acho que nem Scorpius percebeu o quão mal está — lamentou Draco Malfoy — Não gosto de ficar pensando nisso.

— Vamos fazer o possível para ele melhorar, Draco — disse Harry, uma mão alcançou o ombro de Draco e lhe deu umas leves palmadinhas.

— Obrigado, pessoal.

— Ele apresentou mais algum sintoma nos últimos dias? — perguntou Hermione, a preocupação era evidente em seu olhar.

— Febre alta e aquele suor frio esquisito. Ficou mais pálido do que o normal, mas está melhorando aos poucos.

— Andei dando uma pesquisada, acho que podemos buscar por mais recursos, eu só preciso ter certeza do que exatamente — comentou Hermione — Tem sido difícil encontrar algo qualificado.

— Nunca encontrei algo que tenha de fato ajudado Astoria — Draco se entristeceu mais ainda ao lembrar-se — Não sei se será possível agora.

— Não vejo motivos para deixarmos de tentar — afirmou Gina — Enquanto as ideias surgirem, vamos tentar.

— Bem, se trata de uma maldição antiga, certo? Talvez devêssemos procurar por algum antidoto mais antigo ainda — sugeriu Rony. Todos o olharam curiosos, Hermione sentia-se orgulhosa.

***

As férias de natal estavam perto de acabar e em poucos dias, após o ano novo, teriam que retornar à Hogwarts e o maior medo de Scorpius estava sendo a reação de Draco quanto a sua volta à escola. Ele sabia que tinham grandes chances de o pai não querer deixar que ele retornasse à sua rotina e Scorpius precisava convencer o pai de que estava bem para isso.

— Pai? — chamou Scorpius, estava sentado perto da janela, Draco calçava os sapatos - A onde vai?

— Vou ajudar Harry e Ron lá embaixo. Enquanto estivermos aqui, preciso retribuir de alguma forma.

— Ah, sim. Pai, sabe, eu estava pensando — continuou relutante — Sobre meu retorno à Hogwarts...

— Como? — Draco o interrompeu, uma expressão um pouco severa tomou conta de seu rosto - Você não está cogitando voltar para escola, está?

— Eu preciso — resmungou Scorpius.

— Você precisa? — indignou-se Draco - Scorpius, sua saúde decaiu MUITO nos últimos dias! Como pode voltar para a escola assim?

— Pai, não posso ficar preso dentro de casa. Se acha que isso vai me ajudar, pode acreditar: não vai!

— Você não sabe do que está falando...

— Faltam poucos meses! Ao menos me deixe terminar esse ano letivo.

— Scorpius, sua condição não é estável...

— Me deixei tentar! Vamos fazer um trato — sugeriu, esticando a mão para o pai, a voz firme — Se eu não melhorar durante o verão então eu não retornarei para o sexto ano.

Draco olhou para Scorpius, olhar fixo e pensativo. Scorpius balançou mais uma vez a mão e falou uma última vez:

— Minha doença não é contagiosa, não ofereço risco a ninguém. Minerva estará ciente de tudo. Albus estará comigo. Confie em mim. Por favor.

Draco respirou fundo, os olhos azuis de Scorpius pareciam penetrar para além dele. Draco pensou em tudo o que vivera com Astoria em seu adoecimento, a feição jovial de Scorpius lembrava a mãe mais do que nunca agora. Ele estendeu a mão e apertou firmemente a do filho. Scorpius retornaria à Hogwarts.

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