Aprisionado|• Jikook Drk Rmc

De jikookzinhoo

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Jimin fez aquilo para proteger a sua irmã. Ele não teve culpa, mas ninguém o ouviu. Levado para o meio do d... Mais

Aviso
Cartas 1
capítulo 1
capítulo 2
capítulo 3
cartas 2
capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Cartas 3
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Cartas 4
Capítulo 11
Cartas 5
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Cartas 6
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Cartas 7
capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Cartas 8
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Cartas 9
capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 36
Capítulo 37
Final
Aviso

Capítulo 35

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De jikookzinhoo

Votem comentem e leiam as notas finais ❤️

Minhyuk conseguiu deixar a perna de Jeon um pouco melhor, ele ainda estava mancando mas o sangramento já havia sido controlado. Todos se sentaram em um pequeno círculo e Jin começou a narrar a saída de Mors e o resgate. Sim, resgate.

Eles voltaram para lá para salvar Jeon, por isso a demora.

Seokjin contou que eles entraram em um confronto com Seungri e outros homens e, mesmo com vários ferimentos, no fim o corcunda foi morto por Taehyung que cravou seus dentes em seu pescoço.

Eles saíram pela chaminé mas Jeon foi deixado para trás por estar muito ferido. Ao saírem Soobin decidiu voltar para ir atrás de Jeon.

  - Mesmo que ninguém fosse eu iria sozinho. O garoto é como um irmão pra mim.- Soobin murmurou um pouco corado, os gêmeos estavam sonolentos em seu colo.- Agora somos uma família, temos que proteger uns aos outros. 

E eles voltaram. Mas pela porta da frente.

Tiveram que lutar contra quatro guardas para conseguirem passar, ao entrarem eles quase se perderam nas várias passagens existentes, mas por sorte encontraram a certa.

  - O resto acho que vocês podem imaginar.- Seokjin deu de ombros.- Encontramos o Kook e saímos daquela merda, mas um dos guardas ainda estava vivo.- ele olhou para mim e continuou.- Por isso os tiros.

  - E agora?- Taehyung deixou a pergunta no ar e o silêncio reinou.

E agora?

Acho que ninguém nunca imaginou que chegaríamos nessa parte, nem o que aconteceria.

  -Vamos continuar.- Hoseok falou o que parecia ser óbvio.- Vamos tocar as nossas vidas.

  - Bom...- Seokjin sorriu triste.- Eu posso não ser muito inteligente mas eu prestei atenção nas aulas de historia, babe, e não sei se alguém aqui já ouviu a frase "América para os americanos."

Ele tossiu e continuou.

  - Tenho certeza que a última coisa que irão nos chamar é de americanos. Somos bandidos, assassinos, pobres e sem identidade, menos americanos.

  - Ele está certo.- Minhyuk suspirou e deu leves batidinhas na cabeça como se estivesse pensando.- Jimin, quais são as cidades próximas?

  - Ah, b-bom, eu acho que tem Tucson e Phoenix.- gaguejei um pouco mas agradeci por lembrar um pouco do mapa.- Não acho que seria uma boa ideia continuarmos por aqui, muito menos nesse país.

  - O que sugere?- a voz de Jeon soou suave no meu ouvido e senti um leve arrepio.

  - Alguém sabe falar espanhol?- dei um sorriso envergonhado pronto para ter a minha ideia recusada.

  - Eu acho que ainda sei.- Taehyung levantou a mão como um aluno pronto para responder uma questão.

  - Todos de acordo?- Jeon tomou a frente e fez uma votação.- Ótimo, vamos para o México, chicos.

Ri pela sua tentativa de falar espanhol e o abracei de lado. É, vamos para o México.

  - Isso deve ser longe pra porra.- Seokjin resmungou arrancando mais risadas.

Não tivemos tempo para dormir, o dia já havia começado há muito tempo e não poderíamos passar mais uma noite no deserto. Todos se levantaram e por um momento ficamos sem saber por onde seguir; até que Minhyuk teve mais uma das suas ideias que nos salvou.

  - Vocês viram se tinha algum mapa lá?- ele apontou para Mors e os meninos negaram.- Aposto que nem prestaram a atenção!- ele disse em tom de bronca e revirou os olhos.- Vamos procurar por um lá, os policiais obviamente tinham comida e água.

E fomos. O sol já estava nos assando vivos e nem devia ser meio dia; eu suspirei aliviado quando voltamos para Mors e encontramos sombra.

Minhyuk e Jooheon desceram para procurar um mapa mas voltaram com mais. Água e comida.

  - Vamos usar com sabedoria!- Minhyuk avisou abrindo uma garrafa de dois litros.- Essa garrafa tem que dar para todos, tem mais delas lá dentro mas não são infinitas.

Todos assentiram ansiosos para sentirem a água preencher nossas bocas e matar a sede que nos feria há muito. O primeiro a beber foi Yoongi, ele estava tremendo e foi o que mais bebeu. Mesmo todos morrendo de sede percebemos que ele era o que mais precisava.

A primeira garrafa acabou bem rápido e Minhyuk deu mais outras duas voltando para pegar mais suprimentos. Os dois saíram com várias mochilas caracterizadas com a pintura do exército e cada um ficou encarregado de uma, nelas continham três garrafas de dois litros de água e alguns pacotes daquelas comidas que pareciam ração. Jooheon encontrou dois revólveres e entregou um deles para Taehyung ficando com o outro.

Minhyuk também encontrou um kit de primeiros socorros e limpou todos os ferimentos. Por precaução e pela demora que aquilo levaria, entramos na montanha.

Jeon foi o primeiro, Hoseok também tinha um conhecimento sobre essas coisas o que tornou o trabalho do Minhyuk mais rápido. A sutura na perna de Jeon foi rápida e quase não sangrou; o próximo foi Jin que tinha um pequeno corte na barriga mas que sangrou bastante.

Os outros tinhas pequenos cortes que não precisaram de pontos nem nada mais sério.

  - Vamos andar pra cassete, não é?- agora eu iria diferenciar os gêmeos, Beomgyu estava com um band-aid no supercílio.

  - É, se essa é a nossa rota então sim.- Minhyuk colocou o mapa no chão e todos de reuniram para observar.- Podemos tentar chegar no México, mas não sei se vamos conseguir passar pela fronteira.

  - O que é isso?- Soobin apontou para uma linha negra no mapa.

  - O muro.- respondi. Droga! Esqueci disso.

  - Que porra de muro?!- Hoseok se aproximou demonstrando confusão.

  - Eles construíram um muro para separar os dois.- Minhyuk bufou irritado enquanto olhava para o mapa.- Vamos tentar mesmo assim ou-

  - Vamos continuar.- Jeon decretou.- Eles só devem pegar no pé de quem entra.

  - Pode ser.- Taehyung coçou a barba por fazer e deu de ombros.- Vamos nessa, se nada der certo nós nos viramos por aqui mesmo. 

  - Aulas de história, bebê, aulas de história.- Seokjin soprou beijos para Taehyung e saiu deixando todos nós apreensivos.

                        ____________

BeomHyeon roubou um relógio de um dos cadáveres dos guardas e marcou a hora em que saímos de Mors; já se passaram duas horas e ainda estávamos andando.

Um resmungo ou reclamação era ouvido a cada minuto, até mesmo Jeon soltava um xingamento de como estava quente e de como teríamos que andar sob o sol maldito de um deserto maldito. Os canyons faziam pouca sombra onde às vezes parávamos para descansar.

  - Olha!- Yoongi apontou um ponto preto a muitos quilômetro e tive que apertar meus olhos para enxergar algo, mesmo assim não via  coisa.

  - Espera, acho que tem um binóculo aqui.- Minhyuk fuçou na mochila e encontrou o que precisava.- Agora vamos ver...

Ficamos em silêncio esperando até que Minhyuk ofegou e deu o binóculo para Jooheon.

  - Parece uma cidade abandonada.- Jooheon observou e todos nós tivemos a oportunidade de ver e darmos nossa opinião. E sim, era uma cidade abandonada.

  - Tem muitas espalhadas pelo Arizona, só não achei que fôssemos encontrar uma.- disse.

  - Vamos?- Namjoon perguntou um pouco receoso para Minhyuk, eles analisavam o mapa e pelo que entendi fazia parte da nossa rota.

Então fomos. Andamos por mais um tempo até que chegamos nos restos do que um dia foi uma cidade.

  - Parece a merda de um cenário de filme de faroeste.- Soobin andava olhando para todos os lados e tinha os gêmeos protegidos atrás de si, não que eles realmente precisassem.

  - Porra! Alguém me diz que não é alucinação!- Namjoon soou animado e correu até o que surpreendeu a todos. Um caminhonete antiga, mas em bom estado, estava estacionada ao lado de uma das casas velhas.

  - Namjoon!- Hoseok correu até o parceiro e fomos atrás. Quando estávamos chegando perto escutamos um tiro que fez com que todos nós nos jogássemos no chão.

Ninguém se mexe!- Jeon avisou me puxando para perto.- Não atira!

Escutei o rangido de uma porta sendo aberta e um senhor apareceu com uma espingarda em mãos; ele parecia estar com a idade muito avançada, magro e com a pele caída cheia de rugas, marcando um rosto que parecia cheio de história para contar.

  - O que querem?- sua voz soou rouca e sofrida, como se não falasse há muito tempo. Todos os seus movimentos eram lentos.

  - Nós estávamos apenas passando, não iríamos fazer mal!- dei as explicações rezando para que ele nos deixasse continuar o caminho sem nenhum problema.

Senti seu olhar pesar em mim e tremi de medo encostando mais meu rosto na areia, ele cuspiu no chão e vi seus pés bem na minha frente. Ofeguei quando senti o cano da espingarda tocar a minha nuca.

Todos ficaram em silêncio, tudo o que ouvia era a respiração do velho, lenta e sofrida. Lentamente virei o rosto e encontrei com o de Jeon, sério e com os olhos cravados na espingarda. Eu sabia que qualquer movimento daquele velho faria Jeon atacar.

  - Eu sou Shownu .- suspirei aliviado ao não sentir mais a arma na minha nuca.- Eu conheço esses uniformes. Vamos lá, entrem, acabei de fazer café.

Ninguém se mexeu.

Ele me puxou pela gola da camiseta e me surpreendi com a força que ele tinha. De repente tudo mudou, aconteceu muito rápido. Só vi Shownu puxar o gatilho da arma e apontar para Jeon.

Ouvi mais barulhos de gatilhos e mais armas apontadas para o velho.

Com o puxão na minha gola Jeon se levantou e pegou no pulso de Shownu; eu fiquei sem saber o que fazer, olhando para os dois homens, ambos com os olhares assustadores.

  - Não faça mais isso, jovem.

  - Não o puxe assim, velho.

  - Aquele café cairia muito bem agora.- Beomgyu riu nervoso enquanto tentava abaixar a mão de Soobin que estava com o revólver apontado para Shownu.

  - Sem açúcar!- BeomHyeon olhava suplicante para os homens.

  - O meu é sem morte.- Jin se aproximou sem medo e abaixou as armas.- Queridos, meus pés doem e mal vejo a hora de dormir. Shownu já foi gentil o suficiente nos chamando para um café, então, por favor, acalmem-se.

  - O garoto tem razão.- Shownu colocou a espingarda no cinto e voltou para a casa.- Venham.

Entramos em uma das casa abandonadas e demos de cara com a cozinha que tinha um balcão separando-a da sala. Tinha uma outra porta que imaginei ser o quarto. Por incrível que pareça a casa estava bem cuidada e os móveis pareciam novos.

A cozinha era pequena, continha um pequeno fogão de quatro bocas, uma pia, os armários, geladeira e uma mesa de quatro lugares. Simples mas aconchegante.

Ficamos parados no porta sem saber o que fazer. Shownu pegou alguns copos e os colocou na mesa, logo depois serviu o café fumegante. Jin foi o primeiro a pegar, com a sua cara de pau ele até pediu bolachinhas e recebeu risadas de Shownu que parecia gostar das piadinhas que ele soltava.

Com o tempo ficamos mais a vontade e contamos sobre a nossa fuga e sobre o horror que esse deserto escondia. Em nenhum momento Shownu ficou surpreso, ele até mesmo parecia saber de tudo isso.

  - É um história e tanto, garotos.- ele levantou da cadeira em que estava sentado e foi até seu quarto enquanto ainda falava.- Vocês devem estar cansados de andar nesse deserto.

  - Você não faz ideia.- BeomHyeon sussurrou não tão baixo assim.

  - Eu também tenho uma história para contar. Claro que não é tão emocionante quanto a de vocês.

Ele continuou falando mas as vozes se tornaram ecos distantes para mim.

  - Tudo bem?- os braços de Jeon rodearam a minha cintura e senti seus lábios tocarem a minha orelha.- Você parece distante.

  - Perdido em pensamentos.

  - Poderia saber sobre o que?- sorri negando.

  - Nem por mil beijos.- deitei minha cabeça em seu ombro e sorri mais abertamente ao ouvi-lo soltar um resmungo fingindo estar chateado.

Voltei a prestar atenção na história que Shownu contava e ofeguei ao ouvir um nome.

  - ... Kihyu era um moleque que me venceu pelo cansaço.

O diário.

  - Você ainda está vivo?!- me soltei dos braços de Jeon e fui até Shownu.- Eu li o seu diário, quer dizer, parte dele.

Shownu ficou calado e olhando para a parede por um longo tempo; por fim ele suspirou e passou as mãos pelo rosto judiado. Ele tomou um gole longo de café e piscou várias vezes antes de falar.

  - Você ainda está com ele?- sua voz soou mais fraca que o usual e me olhou esperançoso.

  - Não, e-eu o perdi lá na-

  - Eu estou com ele.

  - O quê?!- chiei quando o vadio do Seokjin se aproximou com o diário em mãos.- Como você pôde?!

  - Acho que não é hora para ressentimentos.- eu ia retrucar quando Jin me cutucou e apontou para Shownu que já estava lendo o diário.

  - Não gosto de me intrometer mas o resto de nós não sabe o que está acontecendo.- BeomHyeon apontou para o pessoal e todos estavam esperando por explicações. Voltei a me sentar ao lado de Jeon e me senti menos tenso com seu braço me rodeando.

  - Ele construiu Mors.- Seokjin respondeu amargo. Um silêncio tenso se instalou na casa e vi Jooheon mover a mão lentamente para a arma.

  - Isso não será preciso, garoto.- o senhor disse sem olhar para Jooheon.

Shownu suspirou pesadamente e começou um choro silencioso enquanto mantinha os olhos cravados nas páginas. As lágrimas caíam molhando as folhas e ele não pareciam se importar que estávamos presentes.

  - Eu a contruí sabendo que tinha uma saída.- Shownu secou as lágrimas inutilmente e pigarreou.- Mors foi minha obra-prima , mas no fim ela tirou a única coisa que fazia com que eu me sentisse vivo.

Um momento de silêncio se seguiu. Shownu tentava controlar as lágrimas e eu estava tentando lembrar de tudo que havia lido.

  - O dia da fuga.- Soobin murmurou.- Com você falando agora eu me lembro de mais coisas. Do dia que acenderam a fornalha.

  - Soobin?- o moreno assentiu.- Eu me lembro de você, naquela época você ainda era um jovem inconsequente.

  - Um pouco, senhor.- Soobin corou e abraçou os gêmeos.

  - Fico feliz que tenha sobrevivido, jovem. Eu queria que meu pirralho tivesse tido a mesma sorte.

  - O senho pode nos contar o que aconteceu?- Minhyuk perguntou suavemente.

  - Sim.- Shownu respirou fundo e pigarreou mais uma vez.- Estava tudo certo para a nossa fuga, mas já fazia um tempo que Kihyu estava se sentindo mal, ele não conseguia comer e nada que os médicos de lá tentaram deu certo. Eu continuei com esperanças e continuei com o plano, se saíssemos eu poderia levá-lo para um hospital ou algo do tipo.

"No momento que a nossa fuga ia acontecer alguém começou um briga, de início foi isolada mas depois se tornou numa rebelião infernal. Foi tudo tão confuso que quando eu me dei conta Kihyu tinha sumido da minha vista. Eu o procurei por cada canto daquele inferno até que um estrondo ecoou por toda a prisão.
Um pedaço da mina tinha desabado e o alarme tinha sido soado, eu sabia que não tinha mais tempo mas eu não iria sair sem o garoto; quando comecei a procurar na mina aquela aberração apareceu e começou o falar coisas, ele riu na minha cara e perguntou sobre Kihyu."

Shownu teve que parar para respirar fundo e tomar uma xícara inteira de café.

- O desgraçado mandou algum filho da puta envenená-lo, um veneno que estava o corroendo por dentro. Eu entrei numa briga feia com os capachos daquela besta imunda mas eu não conseguiria vencer então eu corri para a fornalha. Alguns dos meus homens já estavam lá preparados para subir, eu dei a ordem para que ele subissem mas eles disseram que não iriam sem mim. É claro que neguei, Kihyu ainda estava perdido e eu tinha que salvá-lo. Eu deverei até a morte para aqueles homens que foram comigo procurá-lo. Nós o encontramos e conseguimos voltar para a fornalha. O resto creio que Soobin os contou. Acenderam a fornalha mas Kihyu e eu fugimos."

  - E-eu encontrei o diário ao lado de um esqueleto, e você disse que saiu com Kihyu, co-como?- a lembranças de quando a mina desabou comigo ainda estava bem vívida na minha mente.

  - Provavelmente era um dos meus homens, eu também perdi essa coisa lá em Mors. Mas respondendo a sua pergunta; sim, eu fugi com Kihyu. Subir com ele foi um inferno de tão difícil mas eu consegui. No entanto- ele olhou para cima e bufou- o veneno já tinha o consumido. Ele sobreviveu por mais umas três semanas até que um dia eu acordei e ele estava-ele estava...

  - Eu sinto muito.- Minhyuk pegou em sua mão e vi que ele também tinha lágrimas nos olhos, a dor de Shownu era grande e todos nós estávamos sentindo.

  - Está tudo bem.- Shownu fungou e deu um sorriso sem mostrar os dentes.- Querem mais café?

Todos nós aceitamos e aos poucos o clima triste foi sendo dissipado. No fim Shownu se mostrou um homem muito bom e todos nós conseguimos manter uma conversa agradável.

  - Eu ainda não acredito que depois daquele história nós ainda estamos de baixo do teto dele!- Yoongi resmungou se apertando mais nos braços de Taehyung.- Ele construiu aquela coisa!

  - Ele não vai nos machucar.- eu não sei o por que mas tive certeza de que ele apenas queria nos ajudar.

  - Eu não quero pensar nisso hoje, eu quero é dormir.- Soobin estava entre os gêmeos e sorriu carinhosamente vendo os dois dormirem.- Vamos pensar nisso amanhã, eu só quero ter um pouco de paz.

A conversa acabou mas ainda ouvi alguns sussurros que duraram até Jooheon xingar alto e reclamar que não conseguia dormir.

Eu continuei acordado por horas e mais horas, o sono não vinha de jeito nenhum e a noite parecia não querer acabar, então fiquei acordado encarando o teto escuro e velho. Escutei passos e vi Shownu aparecer na sala com a espingarda nas costas e um boné velho de um posto de gasolina.

Ele ficou parado por uns instantes olhando o amontoado que nós fizemos em sua sala e sorriu; ajeitou o boné e saiu da sala.

  - Você vem?- o escutei chamar e vi que ele estava com os braços apoiados no balcão.- Nossa conversa não acabou, não é?

Sem hesitar, levantei sem que Jeon acordasse e o segui e ele me levou para os fundos da casa onde encontrei um pedaço de terra coberto de flores. Lentamente me aproximei, sob os olhos atentos do homem, e encontrei uma tipo de lápide improvisada de madeira. Nela encontrei apenas um nome.

Kihyu.

  - É difícil deixar as flores vivas mas eu sou um velho com muito tempo livre.- me assustei com a fala repentina mas me recompus. Shownu apontou um banco grande o suficiente para nós dois e o acompanhei.

  - Vamos lá, me faça perguntas.

Respirei fundo e encarei meus pés que por um momento ficaram bem mais interessantes.

Eu estava intrigado com a história que Shownu contou durante a tarde. Ele construiu Mors, foi pago para isso mas, quando viu o que aquilo se tornara, ele largou tudo e tentou ir até as autoridades, para evitar que o monstro acordasse.

Óbvio que o prenderam antes, em Mors, é claro. Mas se esqueceram que ele quem a construiu, todos os seus segredos estavam com Shownu e ninguém mais.

  - Por que a construiu?

  - Eu queria o dinheiro.- sob o boné vi seus olhos cobertos de dor.- Eu não pensei no sofrimento que causaria, entende? Eu só peguei o cheque e desenhei o que Mors seria no futuro.

"Foram anos construindo, o governo não queria chamar a atenção de ninguém então usaram poucos homens, foram toneladas de ferro e concreto, muito suor e esforço. Claro que fiquei orgulhoso pelo trabalho feito, eu me senti um engenheiro incrível. Mas no fim a realidade bateu na minha porta e vi que o que eu havia construído não era uma construção para se orgulhar, mas sim uma para aprisionar almas."

  - Você tentou contar mas foi preso. O tempo todo você esteve rodeado de cães famintos.- sussurrei sentindo pena do senhor sentado ao meu lado.- Acho que li algo assim no seu diário.- sorri.

  - Provavelmente.- ele me empurrou levemente com o ombro e cruzou os braços atrás da cabeça.

  - É, eu tive o que mereci.- ele deu de ombros e tirou o boné mostrando o cabeça com fios ralos e brancos. Com a mão sob o peito ele fitou o túmulo e quando falou sua voz estava trêmula.- As últimas três semanas de vida dele foram...boas. Eu fiz de tudo para fazê-lo feliz porque eu sabia que não o teria por muito tempo.

Eu não sabia como confortá-lo então, assim como ele, fiquei em silêncio. Shownu se levantou e foi ajeitar algumas flores enquanto eu fiquei admirando as estrelas e sentindo uma brisa fria adentrar minhas roupas.

  - Por que você ainda mora aqui? Não tem medo de que venham atrás de você?

  - Garoto, eles não ligam mais para Mors e eu sou velho.- ele se virou e olhou profundamente em meus olhos.- Me responda uma coisa: a comida parou de ser entregue? A luz foi cortada? A água parou de correr pelos canos? 

  - Sim. Mas como voc- 

  - Então meu plano deu certo.- Shownu viu minha cara de quem não estava entendendo nada e sorriu.- O mundo está com os olhos nesse pedaço de terra maravilhoso que chamamos de Arizona. Eu tenho alguns amigos ao redor mundo, tão velhos e loucos quanto eu; eu não poderia correr riscos mas eles espalharam esses rumores que todos desconfiavam. Essa América guarda muito mais do que segredos sobre ET's.

  - Então largaram Mors?

  - É o que eu espero. Se tudo der certo então daqui a pouco Mors vai ser apenas uma lembranças ruim e não vai mais fazer vítimas.

Eu não sabia como reagir. Por culpa dele nós quase morremos de fome e sede mas se não fosse por isso ainda estaríamos vivendo no subterrâneo comendo lavagem e sem ver a luz do sol.

  - Vocês vão para o México então?- Shownu se espreguiçou e assenti; eu o segui até a caminhonete parada ao lado da casa.- Preciso pagar pela dor que minha ignorância causou.

Dito isso ele me jogou as chaves e quase as deixei cair pelo ato repentino.

  - Bonita, não é?- Shownu estava todo orgulhoso.- Eu comprei com um dinheiro que eu tinha sobrando, essa belezura ainda aguenta bastante. Chame-a de Judy.- ele deu alguns tapinhas no capô e eu a destranquei.- Com ela vocês podem ir aonde quiserem. Na verdade eu tenho um amigo que mora no México, ele é dono de um hotel muito bom.

  - Tem certeza? Digo, você vai ficar preso aqui.

  -  Garoto, eu já deveria estar morto, e tenho que ter certeza que o meu plano deu certo.

Fiquei olhando a chave, rodando-a em minha mãos e tendo o olhar de Shownu cravado no meu rosto. Mordi o língua e respirei fundo, não tendo certeza se estava fazendo o certo.

  - Antes eu tenho algumas coisas para resolver aqui.

















Oiiiieeeee tudo bem com vocês.

Depois desse sufoco de tanto posta, posta aqui temos um capítulo novinho pra vocês.

Então agora vocês realmente sabem que era o dono do diário! Fim do mistério, eu adorava ver as teorias de vocês.

Só faltam mais 3 capitulos para o fim de Aprisionado meu povo.

🤧🤧🤧🤧🤧🤧🤧 Choremos sim, affs eu amo essa fanfic, mas. Omo tudo no mundo tem fim, aqui não será diferente neh ?? Ksksk

Me digam o que acharam do capítulo ok?

Amo vocês e não esqueçam do votinho.

E sigam meu perfil secundário amores: mycherrryblossoom

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