The Stripper - Jenlisa

By KimKyoko_

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Você já imaginou ter duas vidas? Ser duas pessoas ao mesmo tempo? Aposto que sim. Mas entre pensar e viver ha... More

1° Capítulo - Duas vidas
2° Capítulo - Voltando a Miami
3° Capítulo - The Stripper
4° Capítulo - Nova presidência
5° Capítulo - Primeiro dia
6° Capítulo - Mais tempo juntas
7° Capítulo - The dance
8° Capítulo - Beijo
9° Capítulo - Perdendo o controle
10° Capítulo - Le café
11° Capítulo - Doce ilusão
12° Capítulo - Confusão
13° Capítulo - Ensaio
14° Capítulo - Show particular
15° Capítulo - Jogo perverso
16° Capítulo - Chegada inesperável
17° Capítulo - Reencontro
18° Capítulo - Conhecendo a família
19° Capítulo - Apenas Jennie e Lalisa
20° Capítulo - Gosto de você
21° Capítulo - Uma dança
22° Capítulo - Voltando a dura realidade
23° Capítulo - O troco
24° Capítulo - Perdidas
25° Capítulo - Arrisque-se
26° Capítulo - Fuck you all the time
27° Capítulo - Caminhos cruzados
28° Capítulo - Você é minha!
29° Capítulo - Uma nova aliança
30° Capítulo - Eu amo você
31° Capítulo - Hora de jogar
32° Capítulo - A descoberta
33° Capítulo - Confronto
34° Capítulo - Turbilhão de sentimentos
35° Capítulo - Caindo em tentação
36° Capítulo - Negociação
37° Capítulo - Coisas do passado
38° Capítulo - Baile de máscaras
39° Capítulo - Pedidos
40° Capítulo - Questão de conhecer
41° Capítulo - Quem manda nesse jogo?
42° Capítulo - Tudo vai dar certo
43° Capítulo - Mentir sim ou não?
44° Capítulo - Surpresa
45° Capítulo - O vôo
46° Capítulo - Segredos
47° Capítulo - Último pedido
48° Capítulo - Decisão
49° Capítulo - The Lap dance
50° Capítulo - Xeque-Mate
51° Capítulo - Estratégia
52° Capítulo - A nova era
53° Capítulo - Acerto de contas
54° Capítulo - A perda
55° Capítulo - Para sempre minha
56° Capítulo - O casamento
57° Capítulo (Final) - O poder
Epílogo - A Família
Epílogo - Dear Stripper

Epílogo - Dois lados

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By KimKyoko_

Jennie Kim Manoban's Point of view.

Fiquei parada ao lado de Sookie e Jisoo, vendo o helicóptero de Lalisa decolar. Pela janela de vidro pude ver a mulher acenar com um belo sorriso no rosto. Nossa filha ergueu a pequena mão para acenar rapidamente em resposta. Logo o helicóptero se moveu, afastando-se do prédio da Manoban Industry. Eu suspirei pesado, com certa insatisfação. Recebendo um olhar atento de Jisoo, que sorriu fraco.

- Vamos lá, Jendeukie! Não fique assim. - minha melhor amiga comentou na tentativa de me animar.

Eu odiava quando Lalisa precisava viajar, odiava ficar longe de minha esposa. Nós duas éramos mulheres totalmente ocupadas. Apesar de trabalharmos relativamente no mesmo lugar, não nos encontrávamos muito. Ambas tínhamos cargos de importância, que exigiam muito de nossa atenção. Nos últimos tempos havíamos prometido passar mais tempo juntas, para curtir nossa filha e Ella. Como promessa, Lalisa deixou claro que no final de semana do meu aniversário, que cairia no domingo, nossa família iria para a casa de campo juntamente de amigos e familiares mais próximos, tudo em uma grande comemoração para o meu aniversario de trinta e um anos. Os tempos passaram voando não é? Eu sei.

- Ai, Jisoo. Você sabe que eu não gosto quando ela viaja sem mim.

- Eu sei, você fica com essa cara toda vez que ela vai.

Jisoo riu, enquanto caminhava de volta para o elevador central. Segurei na mão de minha filha, conduzindo-a para dentro da caixa metálica.

- Mommy não gosta de ficar sozinha. - Sookie falou para Jisoo.

- Por isso que a senhorita vai dormir com ela! Viu o que sua mãe Lalisa falou?

- Sim! Vou dormir na cama grande! - comemorou animada, me fazendo sorrir.

- Isso aí garota!

Jisoo estendeu a mão para que Sookie batesse. As duas eram simplesmente grudadas, eu amava a relação carinhosa que existia entre ambas. Muitas vezes minha melhor amiga se disponibilizava para cuidar de minha filha quando Lalisa e eu precisávamos viajar a negócios, e sinceramente, não havia melhor pessoa para cuidar dela. Depois do termino com Jin, Jisoo ficou por algum tempo sozinha, assim como Chaeyoung que também havia terminado com Jungkook. Essa situação toda me deixou bem triste, eu amava as duas e vê-las daquele jeito, partia o meu coração. Mas com o passar do tempo descobrimos que as duas tinha outros interesses, e bem conhecidos. Na festa de aniversário de Momo, Jisoo nos revelou juntamente a Chaeyoung que estavam tendo um relacionamento. Aquilo realmente havia sido a surpresa do ano, para todos nós, menos para mim, afinal, sempre desconfiava que havia algo entre as duas. O clima inicialmente pesou, o que rendeu o afastamento de Seokjin, mas hoje em dia tudo era muito natural. O mesmo estava namorando um belo coreano, e sempre vinha nos visitar.

- Onde está Chaeyoung? - perguntei ao sairmos do elevador.

- Ela está na Imperium. Disse que queria ajudar a Momo hoje a pagar alguns fornecedores, mas daqui a pouco vai está aqui.

- Não sei o que seria de mim sem essas duas.

- Minha namorada é demais, eu sei. - Jisoo falou convencida.

- Ela é, mas não fique se achando por isso Kim. Eu também tenho uma esposa maravilhosa.

- Você diz isso há anos, Jendeuk. Não consigo esquecer.

[...]

Ficamos por alguns longos minutos em minha sala, enquanto eu resolvia alguns assuntos pendentes da Manoban Industry. Jisoo agora havia assumido o lugar de supervisora geral na filial de Miami, e contava com ajuda de Chaeyoung que controlava o financeiro. Honestamente, Lalisa foi como um furacão, não só em minha vida, mas de todos ao meu redor. Em comparação com nossa situação há anos atrás, na qual Chaeyoung, Jisoo e eu vivíamos em um pequeno apartamento dividindo economias, hoje estávamos bem melhor do que imaginávamos. Com minha ascensão a presidência, eu me vi no dever de ajudar ambas as mulheres que me ajudaram por anos de minha vida. E Lalisa não questionou, ela sabia a confiança que eu tinha em minhas amigas, ou melhor, em minhas irmãs. Hoje, não somente eu, mas todas vivíamos em uma situação financeira ótima.

- Que tal a gente almoçar no Le café? Fui lá semana passada, Gerald disse que está com saudade. - Jisoo falou.

Eu sorri e assenti brevemente.

- Tio Gerald! - Sookie falou animada. - Nós vamos, não é? - perguntou enquanto empurrava os papeis e lápis de cor para longe.

- Vamos sim, meu amor. Pegue a bolsa da mamãe em cima do sofá.

A menor assentiu rapidamente, carregando minha bolsa até mim. Capturei dos braços da mesma, arrumando algumas coisas para colocar dentro.

- Acho que Chaeyoung já chegou vou ir chama-lá, encontro você na entrada.

- Certo, vou descer com Sookie. Vamos com Alfred!

- Tudo bem! - foram as únicas palavras que Jisoo falou ao sair de minha sala.

Caminhamos apressadamente em direção ao elevador. Sookie esticou o braço até o painel, onde apertou o botão do primeiro andar. A pequena garota sorriu animada, ela adorava ir ao Le Café, Gerald sempre fazia questão de fazer todas suas vontades. O que rendia boas horas dentro do lugar.

- Nem pense que vai comer bobagens com o Tio Gerald, ok?

- Mas mommy...

- Mas nada, mocinha. Agora você não tem sua mãe para te acobertar. - disse fazendo cócegas na mesma.

- Tenho tia Chu!

Franzi o cenho enquanto meneava com a cabeça negativamente. Sookie colocou as mãos pequenas mãos sobre a boca, tentando conter uma risada sapeca. Meu Deus, Lalisa treinou a menina perfeitamente bem. Antes que eu pudesse falar alguma coisa, as portas do elevador se abriram, libertando minha filha de qualquer sermão. A menor correu pela recepção da Manoban Industry até chegar em Alfred que estava na entrada. Ficamos esperando por alguns minutos, até ver Jisoo e Chaeyoung caminhando de mãos entrelaçadas em nossa direção. Por uma fração de segundos lembrei de quando nos reuníamos todos os dias no bistrô, na esquina da Manoban Industry, para conversar sobre todos os tipos de assuntos que cercavam aquela empresa, inclusive, Lalisa.

- Desculpe a demora, Jen. - Chaeyoung falou ao se aproximar, depositando um pequeno beijo em meu rosto.

- Não se desculpe, você não demorou nada.

- Nem tive como, Jisoo chegou gritando aos sete ventos que iríamos almoçar.

- Se não fosse assim, ela demoraria. Nós conhecemos você, Park.

Foi a vez de Jisoo falar em um tom que fingia seriedade. Eu sorri para ambas e assenti.

- Tenho que concordar com Jisoo.

Chaeyoung revirou os olhos, e retirou seu óculos de grau do rosto, colocando o mesmo dentro da pequena capa.

- Aonde vamos?

- Ao tio Gerald! - Sookie falou animada.

- Hey pequena! Como está?

Chaeyoung se abaixou ficando na mesma altura que Sookie, que beijou o rosto da maior com carinho.

- Veja só Jendeukie, Rosé tem que ficar praticamente deitada pra falar com Sookie.

- Eu ouvi isso, Kim Jisoo!

- Amor, você sabe que eu estou só brincando né, linda?! Te amo.

Soltei uma risada baixa, e caminhei para fora da Manoban Industry. Alfred se adiantou para abrir a porta do veiculo. Era uma Mercedes classe S, na cor preta. Lalisa sempre exigente demais com seus carros, agora, nossos. Jisoo sentou na frente, ao lado de Alfred. Chaeyoung e eu sentamos atrás juntamente de Sookie. Em pouco tempo chegamos ao Le Café, Sookie de forma animada correu para dentro do estabelecimento sem nem sequer esperar por nós.

- Você pode almoçar onde quiser Alfred. Vou demorar um pouco aqui.

- Sim Sra. Kim. - o senhor falou ao fechar a porta do carro. - Bom almoço!

- Pra você também.

Ao entrar no Le café, logo notei minha filha sentada em um dos bancos perto do balcão, ela conversava de forma entretida com Gerald que lhe falava algo.

- Bom dia, Gerald.

- Bom dia, menina Jennie. - o senhor falou bem humorado.

Já se fazia anos que o conheci, e o homem de cabelos grisalhos nunca perdia a simpatia. Sempre frequentavamos seu café e restaurante, por ser um dos lugares favoritos de Lalisa em toda Miami. E agora, era meu e de Sookie também.

- Onde está Lalisa?

- Teve que fazer uma viagem, sabe como é! Negócios.

- E essa sua carinha é por isso?

- É sim, tio. Minha mãe tá triste. - Sookie falou se apoiando no balcão com os pequenos braços.

Gerald sorriu para a menor e logo me fitou.

- Ah Jennie, apesar de ruim. Eu fico feliz que esteja assim, isso mostra que não gosta de ficar longe de Lalisa.

- Eu odeio!

- Imagino que sim! Mas aposto que ela também odeia ficar longe de você e dessa pequena aqui.

O homem levou a mão até os cabelos de minha filha, fazendo um carinho suave. Ouvi a voz de Jisoo e Chaeyoung ao fundo, estavam se aproximando de nós.

- Vou ver uma mesa boa para essas belas moças!

Jisoo sorriu, recebendo um abraço do senhor, que logo em seguida repetiu o ato com Chaeyoung.

- Já estava com saudade da comida daqui!

Chaeyoung murmurou seguindo logo atrás de Gerald que nos conduzia para o fundo do restaurante, na área mais aberta. Ficamos em uma espécie de varanda daquele lugar, bem próxima ao pequeno parquinho infantil que havia ali. Sookie nem sequer pediu, apenas me olhou com aquele par de olhos castanhos suplicantes, e eu assenti com um sorriso.

- Vou pedir a uma das meninas que venham atender vocês. - Gerald falou serenamente, enquanto repousava uma de suas mãos em meu ombro.

- Tudo bem! Mas depois sente conosco para conversar um pouco.

- Claro filha. Com todo prazer. Tomamos um café todos juntos. E com Sookie não se preocupe, vou mandar fazer um prato especial para ela!

- Muito obrigada, Gerald.

O homem assentiu e se afastou, deixando-nos a sós na mesa. A todo instante eu me permitia dar uma breve olhada em minha filha, que parecia se divertir no parquinho ao lado de outras crianças. Sookie era uma criança muito facilmente sociável, tinha a enorme facilidade em se enturmar e arrumar amigos.

- Relaxe um pouco, ela está só brincando. - Jisoo falou tocando minha mão sobre a mesa.

- Só não quero que ela se machuque ou se suje toda...

Uma das funcionarias se aproximou. Demoramos poucos minutos para escolher nossos pratos, mas logo a moça jovial anotou nossos pedidos e se retirou.

Ficamos em uma conversa tranquila enquanto esperávamos nossos pedidos. Jisoo não parava de reclamar que estava com fome e Chaeyoung fazia questão de acariciar seu rosto e beija-lo na tentativa de "acalma-lá". Elas era um casal tão fofo, o jeito que Jisoo sorria quando Chaeyoung falava algo, e até mesmo, o jeito que Chaeyoung ficava sem graça com poucas palavras de Jisoo. Sorri olhando para minhas amigas que pareciam está no mundinho só delas.

- Tá gostando de segurar vela, Jendeukie? - Jisoo perguntou sorrindo.

- Segurar vela é para os fracos Jichu, eu seguro é a tocha.

- Dramática... mas veja pelo lado bom Jennie, você pode ficar assim segurando a vela, que se faltar luz, você brilha!

Fiquei alguns segundos tentando raciocinar o que a mulher tinha acabado de pronunciar. Neguei com a cabeça sorrindo fraco.

Jisoo não tinha jeito mesmo, nunca mudaria essa personalidade, por isso que eu a amo tanto.

Abro minha boca para comentar sobre sua piada terrível, mas fui interrompida assim que uma das moças se aproximou, servindo nossos pratos delicadamente. Acenei para Sookie que de longe me viu. Ela sorriu e correu em direção a nossa mesa.

- Sente aqui do lado da mamãe. Gerald fez seu prato com muito carinho.

- Mommy, o Liam disse pra mim que tem dois pais!

- Hum! É mesmo? E quem é Liam?

Sookie se acomodou em uma das cadeiras ao meu lado, enquanto colocava seu prato perto da mesma. Gerald havia feito uma bela decoração no prato de minha filha, tudo bem colorido e arrumado em formato de uma carinha feliz.

- É o meu amigo, o conheci agora no parque. - disse ela pegando o garfo. - Ali está ele!

Olhei para o pequeno garoto que estava sendo empurrando no balanço por um homem alto e loiro, que eu julguei ser seu pai.

- Eu disse para ele que tenho duas mães! E ele me perguntou se era divertido como ter dois pais.

- E o que você disse?

- Disse que era muito legal! E que minhas mães brincam comigo todos os dias.

Eu sorri para a mesma, e depositei um beijo em seu rosto. Desde cedo, Lalisa e eu ensinávamos a Sookie que nesse mundo havia diversos tipos de família, e que todas eram tão bonitas e felizes como a nossa. Ela parecia ter entendido perfeitamente bem, e adorava a idéia, o que me deixava bem mais tranquila. Nós sabíamos que ainda havia certa ignorância por parte das pessoas para com esse assunto, mas daríamos o melhor de nós para sempre deixar nossa filha com pensamentos abertos.

O almoço transcorreu tranquilo, entre uma conversa agradável e divertida. Jisoo tirava pequenas brincadeiras com minha filha, que parecia adorar. Enquanto Chaeyoung e eu conversávamos sobre alguns assuntos da Manoban Industry e da Imperium. Não demorou muito, e minhas amigas se despediram, de acordo com ambas, havia uma reunião importante do financeiro da empresa, e não poderiam se atrasar.

- Nós vemos depois, Jen. - ouvi Jisoo falar ao se afastar junto de Chaeyoung.

Levantei de minha cadeira, e caminhei para área ainda mais próxima do pequeno parque. Sookie estava na gangorra junto do pequeno Liam, eles pareciam ter se dado bem. Me distrai por uma pequena fração de segundos, quando senti alguém se aproximar.

- Me sinto cada vez mais velho ao ver essa pequena. - Gerald falou ao parar do meu lado.

Tirei a atenção de minha filha, e fitei o velho homem de cabelos grisalhos. Ele vestia uma calça marrom, e uma camisa de botão branca e por cima um belo suéter azul. Gerald tinha a aparência daquele avô bobo, que fazia de tudo por seus netos e filhos, era no mínimo encantador para um homem como ele.

- Serio, em pensar que vi Lalisa desse tamanho e agora vejo a filha dela é demais pra mim.

- Eu imagino. Lalisa também era assim?

O homem assentiu, enquanto analisava Sookie.

- Sookie tem muito de Lalisa, mas tem muito de você também! É incrível!

- Isso é maravilhoso de se ouvir! Sabemos que não daria pra ter uma combinação única entre Lalisa e eu. Mas fizemos o melhor.

- Ela é perfeita, Jennie.

- Sim, ela é a melhor coisa da minha vida. Juntamente de Lalisa e Ella é claro.

O senhor riu, e caminhou lentamente até o banco de mármore que havia ali. O Le café tinha um belo jardim em seu interior, o que dava um ar calmo e familiar, diferente da realidade ao lado dem fora. Eu segui o caminho do mesmo, para sentar ao seu lado.

- Não pensam em ter outra criança? - perguntou curioso.

Meus olhos acompanharam o semblante do senhor, que parecia torcer por uma resposta positiva de minha parte.

- Pensamos nisso, na verdade Lalisa anda pedindo isso com muita frequência. - deixei que um breve sorriso escapasse de meus lábios.

- Eu imagino que sim! Menina Jennie, você transformou Lalisa de uma maneira incrível!

- Ela me transformou também.

- Eu acredito muito nisso. Mas acho que a mudança que fez nela foi bem maior! Eu sabia que Lalisa era uma mulher doce, apesar daquela capa de durona. Mas uma mãe tão cuidadosa assim? Nunca pensei!

Gerald tinha razão, ninguém esperava aquela versão de Lalisa. Bom, na verdade eu sempre esperei, e não me surpreendi em nada. Eu sempre senti que Lalisa era mais do que todos viam. Sempre soube que por trás daquela capa de mulher forte e imponente, havia uma esposa doce e carinhosa. Lalisa era uma mistura perfeita, cada detalhe que compunha sua personalidade, seu corpo, seu jeito de ser, era perfeito para mim. Como uma fusão de qualidades e defeitos, que unidos se transformavam na mais bela criação de Deus. Ao pensar na pessoa na qual o destino colocou em minha vida, para segurar em minha mão e enfrentar qualquer situação que se opusesse contra mim. Ela era, e sempre seria a melhor de todas.

Flashback On.

"- Acha que dá pra sentir alguma coisa? - Lalisa perguntou curiosa enquanto colocava a mão em minha barriga.

Soltei um sorriso largo ao vê-la tão ansiosa por um sinal de nosso bebê. Estávamos deitadas no sofá de nosso apartamento. Depois de um dia exaustivo na Manoban Industry, resolvemos ficar em casa e assistir um filme. Ella estava na casa dos pais de Lalisa, em uma espécie de férias improvisada pelo Sr. Manoban. Então, Lalisa e eu tínhamos a casa inteira somente para nós.

- Amor, eu estou com poucos meses. Não dá pra sentir nada ainda.

Ela franziu o cenho, fazendo uma careta emburrada. Levei a mão até os seus cabelos, acariciando as madeixas de Lalisa. Eu estava sentada no sofá, e minha esposa estava deitada, com a cabeça repousada sobre minhas coxas. Ela fechou os olhos ao sentir meus carinhos, e suspirou pesado.

- Quando acha que vamos poder sentir o bebê mexer?

- Não sei, acho que com uns quatro ou cinco meses.

- Nossa, vai demorar muito! - reclamou me fazendo rir.

- Que pressa!

- Eu só quero sentir o bebê aí.

Lalisa abriu os olhos e me fitou, virou seu corpo de bruços no sofá para então se aproximar mais. Com delicadeza ela levantou uma parte de minha blusa, e deslizou a palma da mão em minha barriga.

- O que acha que vai ser? - perguntou de forma pensativa.

Ela estava linda aquela noite, vestia um short jeans, uma camiseta branca de tecido macio, tudo muito simples. Mas Lalisa não precisava de absolutamente nada para ficar linda, ela já era.

- Eu não sei.

- Ah, vamos lá Nini! Não acredito que não faz idéia.

- Bom, eu acho que será uma menina.

- Sério?

Eu assenti rapidamente.

- Eu também acho que será. Momo disse que acha que será um menino.

- Jisoo também!

- Bom, não importa o que seja. Eu vou amar da mesma maneira! - minha esposa falou enquanto fazia um carinho suave com a ponta dos dedos em minha barriga.

- Mesmo?

- Claro, amor.

Lalisa ergueu seu corpo, e sentou ao meu lado no sofá, dobrando as pernas para se acomodar mais próxima de mim.

- Você não faz idéia do quão feliz e animada eu estou por você estar grávida, Nini. Meu Deus, eu tenho a sensação que vou explodir de tanta felicidade só de pensar que vamos ter um bebê juntas.

- Eu também estou, Lili. Muito!

- Nós vamos ser muito felizes com esse bebê aí, tenho certeza!

- Promete? - meus olhos se fixaram nos dela, que me fitavam esperançosos.

- Eu prometo, meu amor."

Flashback Off.

Ouvi a risada alta de minha filha que corria em minha direção, a mesma já estava suando pela frenética brincadeira com os outros. Ela se aproximou, colocando as mãos sobre minhas pernas, enquanto tagarelava sem parar sobre como se divertiu ali. Nós conversamos mais alguns minutos com Gerald, que mostrava interesse nas historias de Sookie. Depois nos despedimos do mesmo, e voltamos com Alfred para nossa casa.

[...]

- Vamos mocinha, pra cama. - disse ao conduzir minha filha até o quarto.

- Mãe, não quero.

- Já está ficando tarde, e Ella já está deitada lá.

- Vamos dormir todas juntas?

- Vamos sim! Quero as duas comigo.

Entramos no quarto, estava frio, a ponto de me fazer arrepiar. Sookie correu até a cama, onde Ella já estava sentada, enrolada com o edredom grosso na cor branco.

- A cama de vocês é imensa! - Ella exclamou ao deitar na mesma.

- Lalisa gosta de espaço.

- Não sei porque, vejo vocês dormindo juntas e sempre estão agarradas.

Olhei para minha irmã, deixando que um sorriso involuntário escapasse de meus lábios. Ella tinha razão, Lalisa tinha a mania de sempre querer dormir agarrada a mim, talvez por isso eu sentia tanta falta de ter minha esposa junto a mim nas noites na qual ela viajava.

- É bom dormir assim, mas agora chega de papo!

- Podemos ver filme?

Olhei para ambas que tinham um olhar suplicante em minha direção. Soltei um suspiro pesado e assenti. Logo estávamos todas debaixo das grossas cobertas da cama, enquanto assistíamos a um filme de animação que Ella havia escolhido. Sookie estava exausta, tivemos uma tarde animada entre brincadeiras na piscina, ela não demoraria a pegar no sono. Levei a mão até as madeixas onduladas da pequena garota, iniciando um carinho suave, que a fez suspirar. Sookie se acomodou mais próximo de meu corpo, provavelmente em busca de calor. O quarto estava escuro, e frio, o que ajudava naquele clima que logo embalaria o sono de minha pequena. Eu não prestava atenção no filme, já havíamos visto aquele uma dezena de vezes, mas as duas adoravam e eu não iria me opor a vê-lo. Meus pensamentos vagaram pela minha esposa, quando ouvi meu celular tocar.

Devagar me levantei da cama para não despertar minha filha que havia pegado no sono. Depois de um sono perdido, Sookie dormiria pela madrugada, e isso era tudo que eu menos queria. Capturei o aparelho em cima do criado mudo, e corri para uma área mais afastada do quarto.

- Alô?

- Saudade da sua esposa? - ouvi a voz de Lalisa soar pelo outro lado da linha.

- Não sei, deixe-me pensar.

- O que?

Soltei uma risada baixa, enquanto caminhava para a varanda de nosso quarto.

- Claro que estou, meu amor. Pensei que não iria me ligar.

- Desculpe, Nini. Eu cheguei ao hotel agora. Ficamos o dia todo no filial daqui e depois Jin me levou para jantar junto de outras pessoas.

- Outras pessoas?

Ela suspirou do outro lado da linha, provavelmente estava sorrindo.

- Sim, umas canadenses lindas sabe? - provocou.

Mordi os lábios, e caminhei para o outro lado da varanda. Eu sabia que Lalisa estava brincando em me provocar, mas eu não conseguia não me irritar com a hipótese de ter mulheres dando em cima de minha esposa.

- Eu acho bom você ter se comportado, Manoban.

- Me comportei, fiquei pensando em uma coreana maravilhosa na qual sou casada. - seu tom de voz foi sedutor, merda, eu adorava.

- Não tente me amansar.

Lalisa riu.

- Adoro você bravinha assim, Nini. Sinto vontade de beijá-la, pena que não posso.

- Uma pena mesmo, vou beijar outra então! - revidei com um tom sarcástico.

- Jennie Manoban, nem pense em tal hipótese. - soltou em um tom serio, e mandão.

Suspirei ao ouvi-la. Lalisa agora era menos ciumenta que antes, talvez porque agora nossa relação se baseava em total confiança. Mas ainda sim tinha seus momentos de ciúmes, que modéstia parte eu amava. Ciúmes saudável é sempre bem vindo, não?

- Então não demora pra voltar. Já sinto sua falta.

- Amanhã de tarde eu já vou estar de volta, amor.

- Tudo bem, vou esperar você na Manoban Industry.

- Por mim tudo bem! Onde está minha babe girl? Estou com saudades já.

Sorri pela forma melancólica na qual ela se referiu a nossa filha. Lalisa e Sookie viviam grudadas o tempo todo, sempre abraçadas ou trocando carinho.

- Ela está dormindo, amor. Você ligou muito tarde. Mas posso acordá-la.

- Não, não precisa. Deixa ela dormir, sabemos que se acordar agora, não dorme tão cedo. - soltou com um riso baixo e abafado.

- Isso é verdade. Mas pode ligar amanhã para falar com ela!

- Eu ligo sim. Agora eu vou dormir que estou bem cansada, e imagino que você também.

- Eu estou, muito. Sookie e Ella tiraram todas minhas energias. - falei sentindo meu corpo pesar.

- Amanhã tiro o restante. - sua voz saiu baixa, quase rouca.

- Vou esperar por isso. - retruquei com malicia. - Mas vai dormir, descanse pra fazer o que tem que fazer amanhã e voltar logo.

- Tudo bem Srta. Kim! Como ordenar. - fingiu estar seria, e depois riu. - Boa noite, meu amor. Durma bem e dê um beijo em Ella e Sookie por mim. Amanhã estou de volta.

- Pode deixar comigo. Boa noite, meu bem. Eu te amo.

- Eu também te amo, minha Nini. - foram suas palavras antes de desligar.

Voltei para dentro do quarto em passos lentos, eu não queria despertar ambas as garotas que dormiam profundamente em minha cama. Na ponta dos pés me aproximei da cama, deixando o celular novamente sobre o criado mudo, para então voltar ao meu lugar. Lalisa me fazia falta naquela cama, nesse momento ela estaria deixando eu me acomodar em seu corpo, enquanto acariciava meus cabelos de leve. É incrível como você passa a ser dependente de alguém quando ama, talvez seja um processo involuntário, a outra pessoa acaba sendo seus pilares para sustentar os momentos mais bobos até os mais sérios. Cada detalhe de seu cotidiano acaba se interligando com o do outro, em uma mensagem clara que estaremos sempre ligadas. Peguei o controle da televisão, para deslizar a mesma. O quarto ficou completamente escuro e silencioso, agora eu só conseguia ouvir a respiração de ambas as meninas ao meu lado. Ella dormia no canto, enrolada com o edredom, enquanto Sookie abraçava o pequeno unicórnio que Lalisa havia dado a ela. Beijei o rosto de minha filha levemente, antes de me juntar mais a ela.

Flashback On.

"Eu sentia as mãos de Lalisa acariciar minha barriga em gesto delicado e carinhoso. Eu estava sentada sobre nossa cama, encostada sobre o amontoado de travesseiros macios feito por minha esposa, que estava ao meu lado sentada com um sorriso bobo nos lábios. Ela tinha dois pequenos sapatinhos cor de rosa nos dedos, que usava para fazer uma espécie de caminhada sobre minha barriga.

- Vamos lá, babe girl! Eu quero sentir você mexer. - sussurrou mais próximo de minha barriga.

Se havia uma coisa que Lalisa amava, era conversar com nossa filha. Eu estava no oitavo mês de gestação, logo teríamos o prazer de conhecer a nova integrante de nossa família.

- Sabe que isso é um pouco incomodo não é? - perguntei rindo.

- Desculpe, Nini! Mas eu adoro sentir ela mexer. Já reparou que ela sempre o faz quando estou conversando com ela?

Eu assenti sorrindo, para então capturar rapidamente a mão de Lalisa, colocando em uma região de minha barriga. Os olhos de Lalisa brilharam ao sentir a mesma mover-se ali.

- Ei meu amorzinho. Mamãe está louca para ver você, sabia? Hoje compramos seu berço e seu carrinho. Eu queria verde, mas sua mãe escolheu rosa. Espero que goste!

Minha esposa falou bem próxima a minha barriga, como se contasse um segredo para o bebê. Sookie, como nós havíamos escolhido, empurrou minha barriga lentamente, causando aquela pequena pontadinha.

- Ela deve ter gostado, mexeu bastante. - disse para Lalisa que sorriu.

A mulher se aproximou mais, agora se deitando parcialmente sobre a cama. Lalisa acariciou mais uma vez, para em seguida depositar um beijo na região. Eu sentia meu peito encher com uma sensação maravilhosa, um sentimento inexplicável. A felicidade evidente de Lalisa contagiava quem quer que fosse, ninguém ali estava tão feliz como ela por eu estar grávida. Ela fazia todas minhas vontades e meus desejos, não importa a hora e nem o lugar. Ela cuidava de mim como se eu fosse à melhor coisa de sua vida.

- Estamos tão ansiosas para ter você, babe girl. Aposto que vai inundar esse apartamento de tanta felicidade. Vai me fazer uma mamãe boba, e de Jennie uma mãe amorosa e responsável. Porque sinceramente, responsável eu não serei.

Talvez os hormônios da gravidez estivesse me afetando mais do que o esperado. Eu sentia meus olhos lacrimejarem com a cena, Lalisa se colocou entre minhas pernas, enquanto conversava entretida com nossa filha que ainda estava em minha barriga.

- Mas não se preocupa não, vamos arrumar um jeito de escapar dos sermões. Eu prometo!

- Já está ensinando isso para nossa filha, Manoban? - perguntei fingindo estar séria.

- Ela tem que nascer preparada para enfrentar as regras nessa casa. Logo terá mais uma para aumentar a bagunça que Ella, Kuma e eu fazemos.

- Eu estou ferrada com vocês aqui!

Lalisa prendeu o riso e ergueu seu corpo, ficando da minha altura.

- Está mesmo viu. - Lalisa se aproximou mais, a ponto de deixar seu nariz roçar lentamente sobre o meu. - Mas vai amar, eu tenho certeza.

- Vou?

Ela tinha os olhos fechados, enquanto roçava seu rosto no meu. Eu suspirei e sorri.

-Vai sim! Vamos ter a melhor família de todo esse mundo!

Eu abri os olhos e me deparei com aquele par de olhos castanho, bem a minha frente, estavam em uma tonalidade clara e brilhante. Eu sorri para ela, que fez o mesmo antes de roçar seus lábios nos meus.

- Nós vamos.

- Sim, meu amor. Eu prometi que te faria feliz e eu vou!

- Você já faz, Lalisa. Fez-me a mulher mais feliz de todas.

Ela depositou um beijo em meus lábios e sorriu.

- Eu te amo, te amo mais do que você pode imaginar, Jennie."

" - Meu Deus! E agora? - Lalisa perguntou claramente nervosa.

- Lalisa, fica tranquila ok? Respira. - Jisoo tentou acalmá-la.

Vi minha esposa caminhar de um lado para o outro, com um semblante nervoso e preocupado. Eu não conseguia tranquilizá-la, a bolsa havia estourado e minhas contrações estavam ficando cada vez mais frequentes. Seokjin me segurou no colo, caminhando para o estacionamento. Lalisa caminhava atrás, juntamente de Jisoo e Seulgi.

- Manoban pelo amor de Deus! Quem está tendo um bebê agora é a Jennie. Então calma.

- Seulgi, é a minha mulher que está tendo a nossa filha! Como eu vou ficar calma?!

Se eu não sentisse tanta dor, eu poderia rir da situação. Mas aquele não era o melhor momento. Sentei-me no banco de trás do carro, e logo Jin assumiu o volante. Jisoo se pôs ao seu lado e Lalisa ao meu.

- Porra, isso é horrível. - falei alto ao sentir a forte contração.

Lalisa me fitou assustada, mas segurou minha mão de forma delicada. Eu apertei mais do que deveria, pois vi sua mão branca ficar vermelha em questão de segundos.

- Calma, meu amor.

Lalisa por mais nervosa que estivesse, tentava passar toda a calma do mundo para mim.

- Jendeukie, respira! Respira bem forte! - Jisoo gritou.

- Deus! - exclamei alto, segurando minha barriga.

- Eu vou passar mal... - Lalisa sussurrou.

- Não, amor. Você não pode passar mal agora. Ai! - disse nervosa.

Lalisa estava mais pálida do que o normal, se é que isso era possível. Ela me fitava assustada e ao mesmo tempo preocupada, eu sabia que aquilo era totalmente diferente do que ela esperava. Nós havíamos marcado a cirurgia para ter o bebê, mas Sookie resolveu se adiantar aquela amanhã.

- Seokjin pelo amor, acelera esse carro! - gritei.

- Nós temos que chegar logo.

- Caralho, que nervoso! - Jisoo exclamou.

Ao chegarmos ao hospital fomos logo atendidas, em pouco tempo eu estava dentro da sala de parto, sentindo aquela dor infernal tomar conta de todo meu corpo. No inicio, Lalisa se recusou a assistir, disse que desmaiaria lá dentro e atrapalharia tudo. Mas no final, lá estava ela, segurando em minha mão, pedindo carinhosamente para que eu fizesse força e respirasse fundo. Eu sentia minha vista embaçar em meio à dor descomunal que me fazia gritar.

- Respira fundo, meu amor. Falta pouco, vai.

- Eu não consigo mais, meu Deus, Lalisa! - grunhi de dor, apertando sua mão. Eu sentia as lagrimas escorrerem pelo canto de meus olhos.

- Consegue sim! Falta bem pouco, nossa filha vai nascer, Nini.

Não demorou muito, e o choro da criança inundou todo aquele cômodo. Eu repousei minha cabeça sobre a maca, sentindo meu peito subir e descer rapidamente. Abri os olhos e fitei o sorriso de Lalisa em minha direção.

- Eu te amo. - sussurrou antes de soltar minha mão.

Sookie chorava escandalosamente, me fazendo sorrir fraco. Lalisa se aproximou do medico que colocava o bebê em uma pequena manta azul. Da forma mais cuidadosa possível, Lalisa acomodou nossa filha nos braços pela primeira vez. Você não faz idéia do quanto aquele momento era importante para mim, para nós. Ver a mulher da minha vida segurando nossa filha, com aquele sorriso largo e os olhos marejados era o melhor momento de nossa vida. Eu vi algumas lagrimas escorrerem pelo rosto de minha mulher, que sussurrava algo para nossa pequena bebê.

Eu suspirei pesado, fechando e abrindo os olhos lentamente. Quando então minha esposa se aproximou de mim.

- Ei mamãe, dê boas vindas a nossa bebê.

Eu não me contive, deixei que as lagrimas caíssem em pura emoção. Sookie foi gradativamente cessando seu choro saudável, enquanto eu encarava seu rostinho avermelhado.

- Seja bem vinda, meu amor. - sussurrei, recebendo um sorriso de Lalisa."

Flashback Off.

Acordei com o sol batendo em meu rosto, enquanto sentia meu corpo ser chacoalhado sobre o colchão. Sookie pulava na cama em pura animação. Ella ria no canto, ao lado de Kuma que tentava puxar o lençol.

- Meu Deus, vocês só podem estar brincando comigo!

- Mommy! - Sookie gritou se jogando em cima de mim. - Bom dia! - sussurrou manhosa, depositando um beijinho em minha bochecha.

- Posso saber que animação é essa? - perguntei sonolenta.

- Tia Chu disse que tia Rosie quer brincar comigo!

- E...?

- Disse que está vindo aqui para buscá-la.

Sentei na cama devagar, coçando meus olhos que com dificuldade estavam abertos.

- Sou a ultima a saber?

Ella deu de ombros com um sorriso.

[...]

Eu tinha um amontoado de pastas sobre a mesa. Todas elas ainda precisavam ser devidamente analisadas para aceitar ou não os projetos. Mas confesso que naquele dia eu não estava com paciência, já se passava das cinco e eu não tive nenhum sinal sequer de Lalisa. Eu havia ficado praticamente a manhã inteira na Manoban Industry, e depois ainda passaria na Imperium para deixar o contrato com o novo fornecedor que Momo havia arranjado. Bufei irritada, enquanto tomava uma dose de uísque em meu copo.

Não acredito nisso, Lalisa!

Me distrai por uma fração de segundos com a vista da tarde lá fora, já estava escurecendo e se formando uma noite maravilhosa. Quando ouvi meu celular vibrar sobre o vidro da mesa. Me movi rapidamente na esperança de ser Lalisa, mas o nome de Momo reluziu sobre a tela do Iphone.

- Oi Momo.

- Nossa, que empolgação é essa? Esperava ao menos ser atendida com um "Olá rainha".

Soltei uma risada involuntária ao ouvi-la.

- Estou de mau humor, não me faça rir.

- O que houve?

- Lalisa! Aquela...

- Ei, nada de xingar a esposa. - Momo falou séria. - Isso só vale na cama.

- Idiota. O que quer?

Me virei na cadeira giratória, voltando meu corpo diante a mesa.

- Quero saber se vem aqui. Eu só estou esperando você vir para assinar esse contrato. Eu disse que ele vem aqui amanhã cedo.

- Não posso assinar isso amanhã cedo? Ainda tenho que passar na casa de Chaeyoung para pegar Sookie e Ella. - resmunguei mau humorada.

- Nada disso! Avisei você desde cedo, Jennie.

- Eu sei, eu iria passar aí com Lalisa depois de sair da Manoban Industry. Mas aquela idiota não deu sinal.

- Acha que aconteceu algo?

- Não! Liguei para Seokjin, e ele disse que ela estava assistindo o projeto de alguns fornecedores do Canadá.

- Então ela não volta hoje?

- Não, e se voltar vai dormir no sofá.

Momo soltou uma risada do outro lado da linha.

- Duvido, você deve estar morrendo de saudades dela.

- Estou, mas agora minha raiva é maior.

- Não fique assim! Vem, vamos sair hoje.

- Não estou no clima, Momo.

- Deixe de ser rabugenta. Vai ser divertido, prometo. Espero você aqui na Imperium.

- Vou pensar.

- Beijinhos. - disse ela antes de deslizar.

Joguei o celular sobre a mesa, quando ele novamente tocou. Bufei pensando no que Momo havia esquecido de me falar, era sempre assim. Capturei o celular mais uma vez, agora vendo o nome de Lalisa.

- Oi meu amor. - disse ela em um tom baixo, quase culpado.

- Diga, Lalisa. - cortei séria.

- Nini, eu sei que está brava comigo. Mas olha, vou no primeiro horário amanhã.

- Você tinha prometido vir hoje, Manoban!

- Eu sei, mas eu tive imprevistos aqui.

- Ótimo, muito bom. - falei irritada.

- Amor, não fica assim...

- Eu não estou nada, Lalisa. Agora vê se termina o que tem pra fazer aí e pega o primeiro vôo amanhã.

- Farei isso. O que vai fazer hoje?

- Vou sair com a Momo. Alguma boate, sei lá.

- Como é que é? - perguntou ela um tanto seria.

- Exatamente o que você ouviu. Mas não se preocupe, Sookie vai ficar com Chaeyoung e Jisoo. Eu vou com Momo.

- Jennie...

- Eu estou ocupada agora, nós nos falamos amanhã.

- Você vai mesmo ficar com raiva por algo que eu não tenho culpa?

- Tchau Lalisa.

Desliguei a ligação e joguei o celular longe. Lalisa sabia o quanto eu odiava quando marcávamos algo e ela não conseguia ir. Sempre tentava me fazer esquecer com seus carinhos, mas nem sempre davam certo. Principalmente quando ela estava e quilômetros longe de mim.

As horas se passaram rapidamente, em meio a tanto trabalho nem notei que já estava escuro.

Deus.

Arrumei minhas coisas, colocando tudo dentro de minha bolsa. Peguei meu celular que estava jogado sobre o sofá de minha sala, notando algumas ligações perdidas. Todas de Lalisa. Não fiz questão de abrir as notificações, eu não queria dar o braço a torcer e responder suas ligações e dizer que minha irritação era saudade. Ao invés disso deixei o aparelho no modo silencioso e continuei meu caminho. Era oito da noite, e eu estava a caminho da Imperium, onde Momo me esperava. Vi a tela do meu celular reluzir, então peguei o mesmo vendo uma mensagem de Lalisa.

"Espero que sua irritação passe, e você me ligue. Eu estou com saudades também. Eu amo você."

Rolei os olhos e larguei o celular mais uma vez.

- Idiota, ridícula, te odeio! - xinguei, mas em pensamentos murmurava que a amava e sentia saudades.

Estacionei meu carro em frente ao prédio da Imperium. Aquela noite estava fechado, por algum tipo de manutenção que eu não tinha conhecimento. Mas não me importei, Momo sabia muito bem o que fazia daquele lugar, tanto é, que era a melhor casa noturna de todo o centro de Miami. Sai de meu carro, notando o carro de Momo estacionado bem ao lado, já devia estar me esperando. Caminhei até a entrada, que estava aberta.

O lugar parecia completamente vazio, o silencio era total. Eu apenas ouvia o barulho de meus saltos contra o piso de madeira do corredor. Os aquecedores naquela área deviam estar desligados, o frio me fez acomodar melhor o sobretudo bege em meu corpo. Caminhei lentamente até a entrada do salão principal da Imperium. Hoje a boate era muito mais sofisticada que há anos atrás, tudo da melhor qualidade possível. No centro havia um balcão oval imenso, no centro ficava um pequeno palco com um porte de pole dance, para as pessoas assistirem ao show enquanto bebiam ali. No fundo, o palco principal ainda me era familiar, agora com muito mais glamour é claro. Franzi o cenho ao notar os refletores ligados, com certeza haviam esquecido de desligar. Cruzei o salão lentamente, quando um canhão de luz se acendeu sobre uma mesa, uma única mesa de frente para o palco principal. Sobre ela havia um balde de metal, com uma garrafa que eu julgava ser champanhe, e duas taças. Olhei em volta, tentando ver quem estava ali.

- Momo? - chamei, mas não tive resposta.

Eu respirei fundo, e me aproximei da mesa iluminada pelo canhão. Sobre ela um pequeno envelope. Peguei o pedaço de papel, retirando o cartão que havia dentro. E com letras perfeitamente desenhadas e familiares.

"Hoje faremos diferente. Eu serei sua Stripper, Jennie Kim. - Pranpriya."

Antes que eu pudesse pensar no que estava acontecendo ali. O canhão de luz se acendeu no centro do palco principal, sobre o corpo da bela mulher. Meu coração acelerou em batidas violentas e frenéticas. Eu conhecia aquele corpo melhor do que ninguém. E ele estava agora encostado no bastão de pole dance. Ela tinha a cabeça arqueada para trás, deixando que seus longos cabelos caíssem em suas costas como uma bela cascata. Um sobretudo vermelho, saltos e uma máscara.

Eu engoli em seco, estática.

- Lalisa?

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