A Brand New Day | TAEJIN

By reasontaejin

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[CONCLUÍDA] [FINALISTA DO WATTYS 2021] Seokjin do Leste sempre esteve fora da curva do esperado para alguém c... More

❉ Cast & Avisos
I - A New Place
II - A New Conception
III - A New Confident
IV - A New Feeling
V - A New Euphoria
VI - A New Vision
VII - A New Confession
VIII - A New Ally
IX - A New Despair
X - A New Rage
XI - A New History
XII - A New Shower Of Questions
XIII - A New Adrenaline
XIV - A New Way to Fall in Love
XV - A New Sensation
XVI - A New Revelation
XVII - A New Way to Feel Loved
XIX - A New Truth
XX - A New Denial
XXI - A New Possibility
XXII - A New Way of Looking at Someone
XXIII - A New Facet
XXIV - A New Flame
❉Segunda parte do Cast & Mais avisos
XXV - New Rules
XXVI - New Friends
XXVII - New Ways To Be Affected
XXVIII - New Shared Secrets
XXIX - New Plan
XXX - New Pain
XXXI - New Punishments
XXXII - New Past
XXXIII - New Hopes
XXXIV - New Surprises
XXXV - New Souls
XXXVI - New ways to feel you
XXXVII - New Victory
XXXVIII - New Fail
XXXIX - New Victors
XL - New Future
XLI - A Brand New Day
Agradecimentos <3
ESPECIAL 20K - De volta ao Norte
ESPECIAL 40K - Fui eu quem te ensinou a lutar, não foi?

XVIII - A New Predator

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By reasontaejin

E VEJAMOS QUEM ESTÁ AQUI OUTRA VEZ!

Sei que eu parei numa parte que deixou vocês bem bravos cmg, mas cá estamos novamente. Não vou me prolongar muito aqui nas notas rss

Vou tirar um dia, provavelmente amanhã pra responder TODOS os comentários, até os que estão chegando agora na fic. Queria lembrar do nosso grupo do whatsapp que TÁ ÓTIMO! Quem ainda não participa e se quiser, basta ir no meu perfil e entrar pelo link, será muito bem-vinde <3

vamos lá? Boa leitura!

TW: ESSE CAPÍTULO CONTÉM CENAS DE VIOLÊNCIA EXPLÍCITA.

══════⊹⊱≼≽⊰⊹══════

Quando um animal pequeno vê-se encurralado por seu predador, geralmente ele treme, suas pupilas dilatam e seus níveis de adrenalina se elevam, para que talvez assim, ele possa buscar uma saída. Na maioria das vezes não funciona e logo a presa é abocanhada sem chances de defesa, tendo um destino miserável que chamam de cadeia alimentar.

Mas eu nunca fui um animal pequeno e muito menos uma presa fácil.

Os olhos de Minho brilhavam para mim de uma forma maligna enquanto eu sentia meu pulmão queimar. Em seu rosto a maldade e as intenções péssimas estavam estampadas de uma forma muito mais nítida do que de costume, causando um tremor dentro de mim. Eu realmente não o temia, mas temia o que ele estava planejando. Eu sabia o que era.

Sentado naquele chão frio de um cômodo que eu não conhecia, eu, aos seus olhos, era a presa da qual ele iria dar uma lição. Ele achava realmente que eu precisava dessa lição, em sua mente eu estava sendo o oposto do que minha natureza deveria representar. Mas por que eu tinha que ser o que ele achava que eu deveria? E por que precisava de forma violenta, nojenta, me forçar a isso?

Não adiantava tentar questionar ou entender. Minho era um Alpha da pior espécie, dos que se compreendem como superiores a Ômegas e Betas, que pensam que a violência é um corretivo para aquilo que não corresponde com sua filosofia porca. Nada estava aberto a diálogos naquele momento, eu apenas precisava achar um jeito de salvar a mim mesmo.

Suas mãos grandes e asquerosas puxaram minha camiseta de seda - a mesma camiseta que comprei quando saí pela primeira vez com Taehyung - e num ato bruto ele a rasgou, fazendo os botões voarem pelos lados e parte do meu tronco ficar exposto. Automaticamente abracei meu corpo para tampar minha pele, no entanto ele não estava satisfeito com isso. Minho agarrou meus pulsos e baixou meus braços para o lado do corpo, machucando minha pele enquanto me olhava com ferocidade.

- Tão bonito e tão desobediente... - Ele rosnou diminuindo a distância de seu rosto nojento com a pele de meu pescoço, aspirando minha derme e me fazendo querer vomitar - Taehyung não merece um Ômega tão bonito quanto você, Seokjin do Leste. - Sua risada me cortava por dentro - Nem que eu o mate, você vai ser meu. - Afastou o rosto para me olhar.

Minha primeira reação foi a que representava tudo o que eu sentia em relação àquele ser desprezível. Sem pensar duas vezes cuspi em seu rosto, demonstrando todo o meu nojo e repulsa.

Mas ele não gostou nada daquele ato... Claro.

Ele rosnou mais alto para mim, os dentes trincados e o rosto completamente vermelho e enfurecido. Uma de suas mãos se soltou de meu braço e num tapa violento e doloroso ele acertou meu rosto. Senti minha cabeça virando-se bruscamente para o lado tamanho foi o peso daquele tapa que me desferiu, fazendo minha derme se arder imediatamente e eu reprimir um grito de dor em minha garganta. Apesar da dor, eu não abaixaria a cabeça em momento algum.

Ômega insolente! - Ele gritou enfurecido - Vou te mostrar como se portar na frente do seu Alpha!

- Você não é meu Alpha! - Gritei, no entanto ele pouco se importou, apenas me puxou com mais violência ainda, obrigando-me a ficar de pé para depois me arrastar.

Não adiantava nada eu me debater, por mais que eu usasse toda a força do meu corpo ele era mais forte e isso estava começando a me desesperar. O bolo se formando em minha garganta queria me fazer chorar de ódio, mas ainda sim segurei todas as lágrimas que eu poderia soltar. Nunca daria o gostinho a ele.

Senti meu corpo sendo jogado em um sofá e novamente minhas costas foram maltratadas por causa do impacto, no entanto eu mal tive tempo de reagir à dor, ele já estava em cima de mim outra vez, segurando meus pulsos juntos acima da cabeça com apenas uma das mãos. Com a outra ele abria a maldita calça, o desespero gritando dentro de mim por saber o que aquilo significava. Quanto mais eu tentava escapar, mais eu me machucava por baixo dele, era como estar preso de uma caixa, sem ar, sem ver a luz da saída.

Eu só queria que alguém aparecesse. Que alguém pudesse tirar aquele ser odioso de cima de mim, que o impedisse de me violar como ele queria, pois eu não merecia aquilo. Ninguém merecia. Nem o mais frio e asqueroso dos híbridos merecia ter seu corpo machucado e invadido assim como desculpa por sua conduta.

"Eu preciso sair daqui... Eu não quero, não posso deixar ele me humilhar desse jeito."

Num pensamento rápido consegui flexionar uma de minhas pernas, meu joelho indo de encontro com suas partes baixas num impacto forte que fez ele urrar e me soltar.

Era minha brecha.

Ao mesmo passo que Minho reclamava de dor e rosnava de ódio eu me esgueirei para longe dele, caindo de forma forte ao chão. Na queda acabei por machucar minha perna, mas não havia espaço para sentir dor naquela hora, tinha de me levantar, de ir embora, de fazer alguma coisa. Me salvar.

Mesmo com dor me impulsionei rapidamente e levantei, fitando a porta fechada. Estava há alguns passos dela, era só correr e sair, eu precisava. No entanto, antes que eu pudesse pensar em alcançá-la, senti meu braço sendo puxado outra vez e no lugar do tapa, um soco desferido em meu rosto.

O gosto de sangue era horrível... Ele invadia meu paladar, me deixava nauseado e mesclava-se com a tontura do golpe. Eu sentia como se fosse desmaiar... E se desmaiasse eu estaria perdido.

Toda a minha visão começou a ficar turva, confusa. Meus olhos estavam marejados e minha cabeça girava, mas algo estranho também começou a acontecer com todo meu corpo naquele momento. Um calor esquisito e repentino queimava minhas veias, fazia meu coração palpitar tão forte que eu era capaz de ouvir as batidas pesadas dentro do meu peito. Não fazia ideia do que era aquilo, mas algo dentro de mim acendeu, como uma raiva imensa que me consumia de forma rápida, selvagem.

Meu primeiro instinto foi rosnar alto, os dentes cerrando-se dentro da minha boca banhada em sangue. Meus olhos começaram a se focar novamente e eu podia ver Minho em minha frente, ainda segurando meu braço de forma bruta, mas vendo algo que provavelmente o deixou assustado.

Eu podia sentir todos os meus músculos contraídos, os da face, os dos braços, das pernas... Tudo. Eu podia comparar aquela sensação com uma enorme chama que me engolia, mas não havia fogo ali... Só minha raiva extrema.

Num movimento eu me desvencilhei dele, mas dessa vez não senti o ardor do machucado em minha pele... A queimação de dentro para fora era ainda maior, me cegava, me deixava completamente sem sentido algum.

- S-seus olhos... - Ele sussurrou atônito, mas eu não dei-lhe tempo para nada.

Meu rosnar foi mais alto ainda, pois naquela hora eu ouvi meu lobo rosnar junto comigo, em uníssono, como se fossemos apenas um de verdade.

O animal pequeno e encurralado que eu era havia virado, de repente, o predador. Apertando meus dedos contra as palmas de minhas mãos eu cerrei meus punhos e senti naquele momento que eu poderia matar Minho com elas. Eu poderia sentir seu sangue correndo entre meus dedos sem sentir remorso algum, ver sua cabeça rolando pelo chão me dando o mais satisfatório dos prazeres. Aquele calor que me invadia de repente me fez ter a visão unicamente de algo assassino, de algo que era capaz de matar.

Eu não sabia o que estava acontecendo comigo e tampouco como aquilo começou, mas eu sabia que minha lucidez havia ido embora.

A visão antes turva agora estava um tanto mais aguçada. Eu podia ver cada ponto daquele recinto. Um sofá sujo, uma mesa de madeira pequena, quadros pintados a óleo nas paredes de pedra e duas espadas em forma de "X" ao fundo. Fosse o que fosse aquele recinto, era certamente um lugar de descanso para alguém. Mas para mim era o ponto onde algo dentro de mim que eu não conhecia veio à tona.

O olfato ficou aguçado de repente e o cheiro detestável de Minho me deixou mais enojado ainda, porém com mais raiva. Meus olhos se voltaram a ele com ódio, como se eles o pudessem queimar e aniquilar. Eu via medo em Minho e não entendia o porquê, mas não questionava. De algum jeito seu temor me deixava satisfeito. Eu podia sentir seus batimentos mais forte e seus feromônios indicando que ele se sentia necessidade de proteção.

Ele era o animal indefeso. Eu era o predador sedento.

Quem é você? - Ele gritou exasperado, sem conseguir se mexer.

Eu podia sentir seus ossos tremendo.

Quem eu era? O que eu era? O que era todo aquele calor me consumindo, a raiva me dominando e o predador se aguçando em cada partícula do meu ser?

Quem era Seokjin do Leste?

Minha resposta não veio para nenhum dos dois de forma verbal. Minha mão tensionada foi em direção à sua gola do uniforme militar e puxou com força, puxando-o para perto enquanto o rosnado apenas se intensificava em minha garganta. Eu sentia seu medo exalar por todo aquele lugar... Era bom. Tinha gosto de satisfação.

- Você nunca mais vai encostar o dedo em mim, Minho do Sul. - Minha voz saiu levemente gutural, mas não me assustei com este fato. Eu não estava lúcido. - Eu vou matar você, seu verme.

Os olhos arregalados e as pupilas dilatadas eram a maior prova de que o predador havia sido rebaixado à presa. Como se eu me alimentasse de cada sinal de temor dele, meu corpo ficava ainda mais preparado.

Com a mesma brutalidade e violência que ele teve para comigo antes, eu o joguei contra a parede, sua cabeça impactando forte no sólido e ele urrando pela dor. Seus gritos me deixavam ainda mais forte.

Minho não me violaria, não me tocaria porque eu não ia deixar. Era capaz de matá-lo antes que pensasse nisso.

Minhas pernas guiaram-se sozinhas até o outro canto do recinto, como se meu eu adormecido não as pudesse controlar mais. As duas espadas dispostas e presas por suportes na parede brilhavam cintilantes para mim, como ouro aos olhos de um ambicioso.

Tirei uma de seu lugar e a segurei sem dificuldade alguma, empunhando com maestria inigualável... Como se ela fosse minha e não apenas um mero objeto decorativo. Sua empunhadura era de prata com detalhes dourados, bonita, imponente... Minha.

O Alpha ainda reclamava de dor ao chão, tentando se levantar com dificuldade. Seu cheiro mesclava-se com o próprio sangue que escorria por sua cabeça, empesteando todo o lugar com aquele aroma péssimo de ferro, o que me fez olhá-lo imediatamente e surpreendê-lo numa tentativa inútil de fuga. Minho se agarrava à maçaneta da porta tentando abri-la, mesmo com dificuldade, pois seu corpo com certeza estava completamente machucado. Eu não havia poupado força alguma em jogá-lo na parede como se fosse um trapo.

Mas só de imaginar minha presa escapando sem me dar ao menos o gosto do bote eu me enfureci ainda mais. Meus dentes se trincaram outra vez e com a espada empunhada eu andei até ele, desferindo um chute certeiro em sua costela e o fazendo cair outra vez ao chão, urrando todas as suas dores.

- Aonde pensa que vai, Alpha? - Exclamei raivoso.

- Por favor, me deixe ir embora! Eu prometo que nunca mais lhe tocarei, nem incomodarei! Por favor!

Outro chute em sua perna fazendo-o agarrar o local imediatamente.

De onde havia surgido tanta força?

Ah sim, você realmente não vai mais me tocar, Alpha desprezível. - Respondi me abaixando e ficando olho a olho com ele - Quem pensa que é para tentar me corrigir? Acha que eu preciso de um corretivo ou que você precisa de uma lição definitiva?

- Seus olhos... Estão vermelhos... - Ele sussurrou ignorando minhas indagações, a voz em um sopro - Você parece meu tio... - E então seus olhos se arregalaram outra vez.

Desespero tomou conta do Alpha, tanto que por mais que as dores de todos os meus atos doessem em seu corpo, ele conseguiu me empurrar com as duas mãos, jogando-me no chão outra vez e se levantou de forma tosca, agarrando-se à maçaneta outra vez.

- Socorro! - Ele gritou tentando abrir a porta sem sucesso - Socorro! Há um lobo no castelo!

Mais raiva tomou conta de mim. Mais sede de satisfação por meio de seu sofrimento. Meu peito se inflou e eu me levantei completamente disposto a acabar com Minho de uma vez por todas. Apertei a empunhadura da espada com ódio e com a outra mão puxei-o de novo, fazendo o Alpha ficar de frente para mim.

Suas lágrimas eram meu combustível, seu medo meu maior prazer.

Enquanto ele implorava por misericórdia algo em mim sabia que era certo, que eu deveria exterminar aquela doença que ele era para o mundo. Quantos Ômegas e Betas já não haviam sofrido em suas mãos, passado por seu "corretivo" sendo marcadas por toda uma vida de pesadelos? Quanto mal ele já não havia levado ao mundo por seus pensamentos de superioridade?

Erradicar Minho era curar uma parte do mundo. Ele era doença e minha espada era o remédio.

- Por favor! - Ele implorou em um grito.

Mas foi a última coisa que disse.

Todas as vezes em que eu estive no Refúgio do Príncipe empunhando uma espada eu cortava o ar imaginando quanto minha lâmina iria de encontro à uma inimiga. Todas as vezes que meu braço se movimentava com uma facilidade mais aparente eu me sentia completo, forte, capaz de fazer por mim mesmo o que toda a minha vida terceiros faziam: Me proteger.

Só que a lâmina, naquela noite, não chocou-se com outra ecoando um tintilar de espadas em duelo. Não havia alguém para combater de igual para igual, havia alguém que antes poderia me devorar e me preencher com os piores traumas do mundo, mas que agora estava na mesma posição, temendo pela vida, temendo por seu próprio corpo.

Naquela noite minha lâmina, num movimento gracioso e quase poético foi de encontro com o pescoço de Minho, rasgando sua garganta, banhando-se com o escarlate de seu sangue podre, tirando sua vida.

Um corte foi o bastante para eu ver a vida se esvaindo enquanto os olhos esbugalhados mal podiam acreditar que a morte lhe abraçava pelas mãos de um Ômega.

Eu me sentia tão bem... Tão forte.

Ver seu corpo caindo ao chão sem sinal algum de vitalidade fez eu olhá-lo de cima, o baque surdo preenchendo os meus ouvidos como música. Ele não iria me violar e nem a mais ninguém. Eu ainda apertava meus dedos fortemente contra a empunhadura conforme observava o sangue se espalhando pelo chão, pintando o piso com sua cor escarlate, marcando o fim de alguém que sequer deveria existir.

Eu me protegi.

Eu era forte. Eu era capaz.

Não sabia de onde eu havia tirado aquela força e nem a origem daquelas chamas que queimavam dentro de mim, mudando completamente o cenário onde eu implorava que alguém fosse ao meu encontro e me salvasse e transformando-me no próprio salvador de mim mesmo. Ninguém tinha de me salvar. Eu era completamente capaz de cuidar de mim mesmo.

Forte... Poderoso... Um lobo digno.

No entanto, como se alguém jogasse água na fogueira, o calor dentro de mim foi diminuindo gradativamente. Meus músculos já não se tensionavam mais e minha respiração foi ficando pesada.

A lucidez voltava como um tapa forte que me mostrava o que havia acabado de acontecer... E quando eu finalmente dei por mim a real situação de meus atos, a espada, antes bem segura entre meus dedos, caiu fazendo a lâmina cantar no chão frio e cheio de sangue.

"Eu matei Minho... Com minhas próprias mãos..."

Meu corpo que antes parecia ter força para mover montanhas de repente ficou enfraquecido, as pernas moles vacilaram e me levaram ao solo outra vez ao mesmo passo que meus olhos fixados no cadáver à frente produziam um pranto assustado. Vagarosamente eu toquei aquele líquido que se alastrava cada vez mais e vi o sangue dele preencher de vermelho toda a minha pele. Eu fui capaz de derramar sangue alheio e... Gostei.

Céus... Eu... Eu matei... - Sussurrei vidrado naquele sangue em minhas mãos, escorrendo por meus braços, misturando-se com os meus hematomas.

E se me pegassem ali? Um guarda, um funcionário... O que Taehyung pensaria se visse que eu era um assassino frio?

De repente meu mundo girou em questões dolorosas e que me assustavam. Ninguém podia saber, mas como não saberiam? O que eu faria?

Fi quando ouvi passos apressados, desesperados. Eles preenchiam o corredor me assustando, tão rápidos como as batidas de meu próprio coração apertado dentro do peito.

Eles me viriam vivo e Minho morto. Não seria muito difícil ligar dois pontos e perceber que o Ômega que inicialmente só estaria ali para se casar, agora havia matado o Comandante General do Exército Nortista, sobrinho do Rei Donggun. Aquela era minha sentença.

Já podia visualizar os guardas levando-me, jogando-me em uma cela suja e fria e me fazendo esperar até o dia de uma execução nada convidativa, onde o próprio Donggun levaria sua espada ao meu pescoço, ceifando minha vida assim como eu havia feito.

Mas eu tentei me proteger. Foi a única coisa que eu fiz.

Os passos foram ficando mais próximos e com eles eu já fazia do meu destino quase uma verdade. Aquela porta, agora aberta, era a minha passagem para o fim, onde eu não teria mais chances de nada. Eu não ia vencer a guerra, não veria o Norte e o continente sendo libertos das mãos tiranas de Donggun do Norte. Nunca iria poder passar o resto de meus dias ao lado de Taehyung e nem ver meus irmãos compondo suas famílias... Nunca mais abraçaria minha mãe.

Eu não me arrependia do que fiz, mas conhecia as consequências dos meus atos. Eu morreria triste por não poder usufruir dos novos dias que chegariam, mas orgulhoso por pela primeira vez ter sido a pessoa que sempre quis ser: alguém capaz e forte.

Fechei meus olhos e apenas aceitei que a pessoa que vinha poderia finalmente ver tudo e tirar suas conclusões. Eu aguardei minha sentença... Não havia mais o que fazer.

- Jin? Jin! O que aconteceu aqui?

Talvez delirar fizesse parte de tudo o que eu estava vivendo. O desejo de ouvir aquela voz grave e doce pela última vez era o que eu almejava antes de conhecer o outro lado.

A voz de Taehyung sempre foi um calmante efetivo... E agora ele parecia me chamar.

Céus, você está machucado!

O cheiro do sangue ainda me nauseava e me envolvia, ainda mais por meus olhos fechados em conformidade, aguçando meu olfato.

Mas quando eu senti o calor familiar e o cheiro de brisas se sobrepondo ao aroma que preenchia o cômodo eu finalmente abri os olhos.

Ele realmente estava na minha frente... Ele era mesmo real?

- Fala comigo! - Ele exclamou tomando meus ombros.

- Taehyung... Eu matei o Minho. - Choraminguei zonzo, a cabeça pendendo para o lado, mas a derme de suas mãos tocando meu rosto.

Ele olhou para todos os cantos, vendo a cena e ligando os pontos aos poucos. O cadáver jogado, a espada suja de sangue, meu rosto cheio de hematomas... O que se passava por sua cabeça naquele momento?

Um monstro sentiria satisfação em derramar sangue, em ver sofrimento... Talvez eu fosse um e não culparia Taehyung por me enxergar exatamente desta maneira. Talvez eu não fosse apenas o Ômega insolente que se irrita fácil e não se contentava com a vida ruim e oprimida que tinha... 

- Ele te bateu. - Sussurrou pegando meu rosto com cuidado - Ele fez mais alguma coisa com você?

Neguei com a cabeça.

O Alpha em minha frente suspirou profundamente e então levantou-se. Primeiro ele se dirigiu até à porta e a fechou. Depois abaixou-se até o cadáver e analisou friamente, mas não pude ver sua expressão, pois estava de costas para mim. As pontas de seus dedos tocaram o sangue recém derramado ao chão, mas seu próximo ato me deixou intrigado.

Taehyung sujou suas mãos com o sangue de Minho.

Me escute. - Se virou para mim e se aproximando rapidamente, falando em sussurros - Meu pai não está aqui, mas vai logo saber que o sobrinho dele está morto. Nós vamos fazer parecer que fui eu, entendeu? Não podemos botar sua vida em risco agora. Seja quem perguntar, até mesmo sua mãe, você vai dizer que fui eu que matei Minho quando ele tentou lhe tomar de mim, entendeu, Seokjin?

- O que? - Exclamei - Você...

- Seokjin, você só se defendeu! Você está todo machucado, seu rosto inchado, sua boca está sangrando, sua blusa rasgada! Eu não sei o que aconteceu aqui, mas sei que Minho tentou te fazer algo e você apenas se defendeu! - Exclamou me tomando nos braços - E eu estou aliviado que o pior não aconteceu, porque se ele tivesse encostado um dedo a mais em você... - Senti seus braços se apertarem em mim.

- Taehyung... Você não acha que eu sou um monstro?

Ele partiu o abraço e me olhou nos olhos com uma enorme interrogação no olhar.

- Jin, ele vinha te ameaçando, te intimidando, te machucou e céus, pelo o que estou vendo tentou te violar, e você acha que é o monstro? Minho teve o que mereceu! Acorde, por favor! Ele era o monstro, não você!

Taehyung não sabia de todas aquelas coisas que haviam me consumido, do gosto bom de ter tido vingança. Se ele soubesse sua opinião continuaria a mesma?

Ele ainda me amaria?

- Preste atenção. Eu vou chamar os guardas e vou falar que matei Minho. Fique calado, pelo menos por agora, e não leve nada do que eu disser como verdade, está bem?

- Como assim?

- Só faça o que eu estou pedindo, amor, por favor!

Concordei mesmo sem ter ideia do que tudo aquilo significava, mesmo sem saber onde Namjoon, Hoseok, meus irmãos, minha mãe estavam. Naquela hora só parecia existir eu, Taehyung e um cadáver ao chão. Nada do que estava por vir era ao menos previsível, as palavras dele sequer foram...

Levantou-se, pegou a espada, foi até à porta e a abriu, bradando um chamado aos guardas em seguida. Meu corpo inteiro se arrepiou ao vê-lo daquele jeito... Ele estava liberando feromônios de raiva?

Bastou alguns chamados para que logo uma multidão de passos viesse, indo de encontro com a cena que era aquele cômodo. Eu ainda estava no chão, atônito, vidrado, abraçando meu próprio corpo exposto pela camiseta rasgada quando todos aqueles Alphas fardados se depararam com todos os detalhes do acontecimento e arregalaram os olhos.

- Onde vocês estavam? - Taehyung gritou com sua voz de Alpha e senti minha espinha se arrepiar - Minho do Sul tentou tomar meu Ômega de mim em minha ausência e vocês não fizeram nada!

- Majestade, nós...

- Tirem esse corpo daqui! Já basta eu tê-lo que matar com minhas próprias mãos para que ele aprenda a não tomar o que é dos outros, não tenho obrigação em tirar esse cadáver podre do chão! - Céus, ele estava assustador... - E eu estou ordenando que ninguém chegue perto do meu Ômega! Não ousem olhar para ele, falar, tocar. Ele é meu!

- Sim, majestade! - Eles falaram ao mesmo tempo, mas senti todo o temor percorrer por seu tom.

Enquanto iam ao corpo de seu superior, agora sem vida, Taehyung foi ao meu encontro, largando a espada ao chão para depois me ajudar a levantar, protegendo meu corpo com o seu e me auxiliando a passar por todo o lugar.

Por uma última vez eu vi o corpo sem vida de Minho ao chão enquanto era tirado daquela cena de crime.

Eu não iria morrer por me defender... Mas agora algo estava diferente dentro de mim e eu precisava entender o que era. Eu precisava.

══════⊹⊱≼≽⊰⊹══════

VAI LÁ MINHO, VAI ABRAÇAR O CAPETA PESSOALMENTE!

É ISSO GALERA, TIVEMOS MORTE DO MINHO E UMA CERTA TEORIA CONFIRMADA (NÃO EXPLICITAMENTE, MAS VCS SÃO INTELIGENTES PRA ENTENDER)

PELO AMOR DE DEUS, ESSE CAPÍTULO FOI MT DIFICIL DE ESCREVER, PRECISO DOS SURTOS PRA SABER SE TA BOM KKKK

até a próxima <3

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