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O caminho até seu apartamento foi calmo, só conversamos sobre coisas banais, como o artista que estava tocando na rádio ou sobre porque as pessoas corriam da chuva. Mas em nenhum momento ela tocou naquele assunto.
Ao chegarmos em frente a porta, a cacheada abriu a porta e concedeu espaço para eu passar.
— Damas primeiro.
Ironizou e em seguida passou e fechou a porta.
O apartamento era tão ela. Os móveis, a decoração, os objetos... Aquele lugar exalava sua essência. E eu adorava isso.
Porque eu adorava a sua essência.
Eu adorava ela.
Eu amava ela.
Eu amo você, Any.
Eram palavras que estavam grudadas em minha garganta.
— Não vai ir tomar um banho não?
Perguntei quase ordenando. Iria ficar doente se ficasse mais tempo molhada.
Ela assentiu.
— Vou... Você está em casa, Noah.
Assenti também e a vi indo para seu quarto.
O banho não demorou, então ela logo voltou para sala.
Seus cachos estavam úmidos, e ela usava a sua calça moletom preferida.
Se sentou ao meu lado no sofá, encarando o nada.
Ficamos no silêncio por muito tempo.
— Você viu, não foi? Por isso que socou a cara de Josh aquele dia.
Perguntou olhando para mim.
— Sim.
Respondi olhando para ela também.
Seus olhou marejaram e imeditamente ela me abraçou.
Ela começou a chorar. Chorar bem baixinho. Eu podia sentir suas lágrimas encharcarem minha camiseta.
— Shh, vai ficar tudo bem...
Me apertei mais a ela.
— Acho que eu já sabia.
Falou baixo se desvincilhando de mim.
Encarei ela.
— Eu estava insegura há muito tempo já. Mas não em relação ao Josh. Ou sobre Heyoon... Eu estava insegura com o amor deles, Noah.
Limpou as lágrimas que insistiam em descer.
— Porque eu sei que uma coisa dessas não some de um dia pro outro. Então eu tinha medo de que o sentimento deles voltasse, exatamente como aconteceu.
Ela me olhava nos olhos.
— Eu achei que eu não conseguiria suportar a ideia de Josh me deixando, porque mesmo em tão pouco tempo, eu amei muito ele.
Suspirou.
— Josh me fez muito mais que feliz, e eu não queria perder isso, eu não queria perder ele. Eu achei que não suportaria perdê-lo. Mas aí...
Ela me olhou nos olhos.
— Depois de tudo isso, eu percebi que o que importa é que ele seja feliz.
Seus olhou marejaram novamente.
— E eu sei que ele vai ser feliz com a Heyoon, porque eles se amam de uma maneira única e pura, que nós dois nunca nos amamos e nunca nem vamos nos amar.
Ela me olhou tão profundamente.
— E, no final de tudo, Noah, eu percebi que, como naquele velho ditado diz...
Respirou fundo mais uma vez.
— Se eu amasse tanto aquela pessoa, eu não teria me apaixonado por outra.
Fiquei sem reação no mesmo segundo.
— O que?