SEJA MINHA, AURORA - LIVRO 1...

By a_bicalho

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đŸ„Š ATENÇÃO: Leitura inapropriada para menores de 18 anos. A obra contĂ©m sexo, drogas e palavras de baixo calĂŁ... More

PrĂłlogo
CapĂ­tulo 1
CapĂ­tulo 2
CapĂ­tulo 3
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CapĂ­tulo 5

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By a_bicalho

Meus amores, hoje não é sábado - eu sei - mas, também sei o quanto é difícil ter que esperar por atualização das histórias que estamos acompanhando. Me sinto segura postando somente aos sábados, pois assim me sobra mais tempo pra escrever a história. No entanto, tentarei em algumas quartas-feiras atualizar Seja Minha, Aurora pra vocês. Não prometo nada, apenas que tentarei! Hoje é o nosso ursão quem irá narrar, aproveitem com moderação! Na imagem abaixo, Bart e Laura.



BART

 

 

   Os corpos pequenos se esbarram em mim, talvez não ligando para a minha presença ou fazendo de propósito. Respirei fundo, entrando no meu modo professor. Precisava agir como tal nesse momento, mesmo já tendo me acostumado com toda essa agitação, essa seria minha primeira vez em uma faculdade.

    Já tinha lidado com alunas assanhadas antes, e dessa vez, não seria diferente. Mas, antes era muito mais fácil de dizer um simples não, até porque se tratavam de adolescentes e aqui eu já estou em um âmbito cheio de mulheres maiores de idade.

   Bufo. Ser professor de literatura e gramática não era o meu sonho, creio que já tenham percebido isso, mas não iria ficar usando ternos caros e enfiado numa empresa o dia todo. Tá, usar suéter também não é uma coisa que eu aprecie tanto, mas é melhor do que toda aquela coisa engomadinha.

   Odiava a forma como o meu pai tentava me fazer seguir os seus passos, eu não seria o seu filho prodígio, felizmente. Sei que pra ele deve ser uma decepção me ver sendo professor e no fundo eu até gosto que ele se sinta assim, nao precisava ouvir mais inúmeras broncas suas, jogando na minha cara o quanto fazia de tudo para que eu seguisse bem de vida.

   Também não herdaria as suas empresas, mas, não sou o tipo de cara que vive de dinheiro. Digamos que estou mais pra um espírito livre. Sempre tive esse desapego pras coisas, talvez seja por isso que não me dou tão bem com o meu pai.

  E eu sempre tive um amor pela leitura, achei que seria bom seguir esse caminho que estou hoje. Não é de todo modo ruim, não mesmo, mas serve pra pagar as contas. E sendo um leitor nato, eu conseguiria fazer uma coisa que gosto e ainda ganhar com isso.

    Mesmo que eu não queira ser um dos melhores empresários, como o meu pai, mas também não seria um homem qualquer, sem renda ou casa pra morar. Por mais que eu tenho dito que sou desapegado, mas em relação à essas coisas, acho essencial ter um lugar aonde pôr a cabeça pra descansar.

    Pra minha felicidade e alívio, encontrei os meus amigos e depois de anos planejando, decidimos dividir uma casa juntos. O que com certeza é um problema pra vizinhança, porque não sabemos lidar com os outros, digamos assim.

    Nem vou citar as inúmeras merdas que já aconteceram nas antigas casas que passamos, eu espero que essa seja mais duradoura que as outras, pois eu já não aguentava mais me mudar.

   Achei que fôssemos ir presos no dia da festa, a nossa vizinha realmente não mede seus esforços e eu avisei que seria apenas uma pequena comemoração, mas, no fundo, imaginei que tomaria aquela proporção.

    Esse é o nosso jeito de curtir a vida, o que podemos fazer?

   Enquanto limpava meu óculos, e caminhava em direção à minha sala, tirei os olhos do caminho e me concentrei no que fazia. Não percebi quando o pequeno corpo chocou-se contra o meu e quase paralisei vendo de quem se tratava.

- Você. - Ela aponta pra mim, com uma cara de quem não estava acreditando no que via.

- Eu. - Respirei fundo. - Por favor, aqui sou o professor Bartolomeu, certo?

- Ah sim. - Riu. - Entendi, prof! Pode ficar tranquilo, seu segredo está a salvo comigo.

- Obrigado, Carol. Eu realmente preciso ir.

- Claro, vai na boa. Foi bom te ver.

- Igualmente. - Deus. Seria ótimo ter checado antes de saber que essa louca estuda aqui.

    Coloquei os óculos, imaginando no que provavelmente sairia daquela boca e se alguém ouvisse, eu teria de me explicar. Até porque, já tinha percebido que naquela menina não havia sequer algum filtro, talvez esse o motivo de Tom ter gostado logo de cara.

   Não que a vida pessoal de um professor seja o maior problema, mas, quando se tratava da minha...aí tínhamos que manter um sigilo maior. E bom, é como eu havia mencionado antes, estou em um lugar com mulheres maiores de idade. Se souberem a vida de puto que tenho lá fora, não me deixariam entrar nem mesmo na garagem.

    A minha primeira turma já está toda na sala, como sempre, sendo jovens com seus hormônios à flor da pele. Segurei a maçaneta, respirando fundo inúmeras vezes. Até que, tomando coragem, empurrei a porta, adentrando na sala e sendo acompanhado por seus  olhares. Senti minha costas queimando e já imaginava o motivo disso, mas tem um certo grupo ali que sequer me da atenção.

- Bom dia. - Digo, em bom e alto som.

   Geralmente, não sou um professor chato, também não deixo que os alunos tenham muita intimidade comigo. A partir do momento que você dá abertura, eles acham que podem perguntar e falar o que quiser, aprendi da pior forma isso e com adolescentes.

   Mas, gosto do respeito enquanto estiver trabalhando com eles. Isso é o essencial pra mim. Não sou grosseiro e nem rude, também não gosto quando me ignoram ou fazem pouco caso da minha aula. Porém, certos momentos tem as suas exceções.

   No entanto, acredito que muitos deles não conheçam essa palavra. Porém, eu conheço o seu tipo: filhinhos mimados de pais ricos. Podia claramente ver a dinheiro em cada peça de roupa, material e modo de se comportar. E como isso? Eu havia sido um filho rico também.

   Trabalhar com pessoas assim tornava tudo muito mais difícil pra mim, até porque nunca tive paciência pra gente esnobe. Sempre tive brigas na minha infância, principalmente por gostar de ter amizades mais normais, se é assim que posso dizer. Nunca me acostumei com o luxo.

- Bom dia.

     Retornei a dizer, só que mais alto e agora sim, recebendo a atenção de cada um deles. Meus dentes estão cerrados e minha mente gritando em alto bom som para que eu me acalme, é o primeiro dia, não dava pra perder a linha do raciocínio logo hoje.

- Já é a segunda vez que tenho de dizer as mesmas palavras, geralmente, faria uma apresentação com vocês...nos conhecer e descontrair um pouco, mas acredito que não seja mais necessário. Já nos conhecemos a partir de agora, não é mesmo?

     Eu estou com as mãos enfiadas nos bolsos da calça e encarando cada olhar petulante ali. Sim, eles tem a coragem de me encarar com o nariz empinado e uma carranca enorme no rosto, como se eu estivesse atrapalhando algo ali.

    Meu amigo, se dizem por aí que ser professor é fácil, não acreditem nisso. Eu mesmo gostaria de socar a cara de uns cinco agora, mas, a minha profissão me impede.

   Da mesma forma que tenho de ignorar os olhares maldosos direcionados para mim. E tem muitos nessa sala, o que já era de se esperar, geralmente em aulas de literatura você acaba tendo um público feminino maior do que o masculino.

- Vocês vão se sentar em suas cadeiras ou vamos passar o semestre inteiro nessa relação? Eu não tenho problemas em reprovar alunos.

    Aquilo pareceu fazer com que eles acordassem para a realidade. Murmurando e reclamando, cada um foi para o seu lugar, abrindo o caderno e me encarando com uma cara de tédio.

- Bom, como eu irei entrar com a parte da literatura com vocês, gostaria de já começar com uma oficina literária. 

    Os murmúrios começaram ao mesmo tempo, formando um som alto de reclamação entre os alunos ali presentes. Eles olhavam entre si, fazendo gestos com a cabeça e mãos, achando que isso iria mudar alguma coisa na minha decisão.

    Uns dizendo que não gostava de ler, outros que não daria certo esse negócio de oficina. Tive que me segurar pra não revirar os olhos de tédio. Fala sério, pra quê se matricular em um curso desses, se não gosta de fazer qualquer projeto relacionado a ele?

- Não vejo problema com a of...

    Já estava me preparando para dizer a eles que não iria de forma alguma excluir esse projeto, quando de repente, a porta é aberta parcialmente e de lá, é nítido ouvir a voz de alguém na minha direção.

- Professor.

     Provavelmente atrasada, com o olhar mais vergonhoso que ela poderia carregar naquele rosto, a menina mantém metade do corpo dentro da sala e a outra metade do lado de fora. Os cachos molhados estão caídos a frente de seu corpo, quase batendo na cintura e seus olhos intensos não sustentam muito o meu olhar, até que se dirigem pro chão da sala.

- Desculpa interromper, não consegui chegar na hora. - Disse, ainda com o olhar baixo. - Posso entrar?

- Por favor. Fique à vontade!

     Ela sorriu em meio ao meu gesto, entrando na sala e sentando-se rapidamente em uma cadeira do canto. O murmúrio que antes era de reclamação, agora estava sendo direcionado para a menina atrasada e zoando as suas roupas estranhas.

    É claro que eu não proibiria ela de entrar na sala, só Deus sabe quantas vezes já cheguei atrasado na época em que estudava. E nem todos os professores tem empatia pelo aluno. Ela tem cara de quem trabalha duro, deu pra perceber que não tem a vida fácil, não somente pelas vestes, mas também por ter chegado atrasada no primeiro dia de aula.

- Vamos parar com a criancice? - Pedi, nem reconhecendo o meu timbre de voz, mais rígido. - Vocês estão numa faculdade, isso aqui não é uma escola de fundamental ou um ensino médio onde ficam procastinando o ano todo. Isso aqui, - Apontei pra sala. - é o mundo real. Poderia ter sido muito bem um de vocês no lugar da colega e eu tenho a certeza de que deixaria qualquer um que fosse entrar. Não quero gracinhas e desrespeito entre vocês, não na minha aula.

     Os olhos estava ali, todos em cima de mim, encarnando-me como se eu tivesse sete cabeças. Com certeza, não entendendo o motivo de eu defender a aluna atrasada.

    Aquilo havia me irritado. Odiava jovens que não sabiam a hora certa de brincar e muito mais aqueles que se aproveitam de outros para crescer entre os amigos.

   O que mais se vê, aparentemente, nessa sala de aula.

- Vamos fazer a oficina literária, darei o tema para vocês.

    Escrevi no quadro todo o desenvolvimento que teria aquele projeto. Deixando bem claro que eles mesmos deviam escrever seus próprios poemas ou contos, o que quisessem.

    Seria um assunto para discutirmos e avaliarmos a escrita de cada um deles, se estavam evoluindo mesmo na matéria de letras. Teremos aulas em etapas, para ver o processo, até que chegasse no dia da oficina.

- Ah, o trabalho é individual.

   Eu devia ter trazido o meu fone de ouvido, só assim pra não escutar os inúmeros professor e individual não, deixa fazer de dois. Alunos.

*

- Professor, assim está bom?

   Era a décima vez, literalmente, que ela vinha em minha mesa e perguntava sobre o poema escrito. Sempre com a mesma voz melosa, quase se jogando em cima da minha mesa.

   Eu não sabia exatamente o que se passa na cabeça desses jovens, de verdade, gostaria muito de entender cada coisinha que eles pensam. Ou talvez não, seria até melhor não  entender, tenho medo da mente deles.

   Até porque eu havia deixado muito claro, os mesmos erros dela em todas às vezes em que veio até mim. E ela continua errando! Eu sentia que ela estava fazendo aquilo de propósito, da mesma forma que imaginava se ela era um tanto burra.

   Eu juro que tentei, tentei muito não olhar pra menina com o olhar mais irritado da sala, mas era impossível que ela fosse tão cega a esse ponto.

    Deixei o meu copo de café de lado, passando os dedos no canto dos meus olhos. Respirei fundo, contando até cinco, somente aquela vez. E olhando para ela, que obtia um sorriso enorme no rosto, disse:

- É o mesmo erro de antes, pela décima vez. Você tem problema de atenção?

    O sorriso murchou na mesma hora, oscilando entre vergonha e raiva. Eu não queria ter sido rude, de fato, mas, precisava saber se ela fazia aquilo de palhaçada ou se realmente tinha problemas de concentração.

- Aí, professor, também não precisa ofender, ?

- Eu não quis ofender, só quero saber se tem problemas de atenção.

- Não, eu entendi muito bem a sua explicação. Você é ótimo no que faz.

    Agora, com a maior cara lavada do mundo, ela inclina o corpo em minha mesa, deixando o decote mostrar um pouco mais dos seios e pouco se importando em estarmos com outras pessoas ao nosso redor. Eu já esperava isso, já tinha ensaiado um discurso para o meu cérebro antes de sair de casa e foi por isso mesmo que desviei meus olhos daquela direção.

- Por favor, me chame de senhor, pois sou seu professor de literatura. - Pedi, empurrando ela pelos ombros, delicadamente. - Muito obrigado pelo elogio, mas irei pedir para se endireitar e não ficar debruçada na minha mesa.

    Ela se levantou rapidamente, passando as mãos no jeans. Aquele sorriso safado de antes, agora havia dado um lugar para a vergonha. O que ela esperava? Estamos no meio de uma aula, com inúmeras pessoas e eu ainda sou o seu professor.

- E fico feliz em saber que não tem problema algum, então pode voltar pro seu lugar e descobrir por si própria o erro que está cometendo aqui.

- Sim, senhor.

    Respirei aliviado quando vi a sua imagem se afastar da minha mesa. Eu sou homem, professor e muito profissional, mais ainda homem. E não foi fácil não olhar para aqueles dois montes na minha frente, quase roçando na minha cara.

   E se tem uma coisa em que eu sou totalmente tarado, são os peitos de uma mulher. Tive que fazer o máximo para não me levar por aquela visão, que agora luto para que o meu cérebro esqueça imediatamente.

    E quando a aula acabou, dei graças a Deus por poder sair dali e ir embora o mais rápido possível pra minha casa. Guardei minhas coisas na bolsa, apagando o quadro e deixando que eles saíssem na minha frente.

- Professor, - Tiro a minha atenção da mesa, para encarar a aluna que chegou atrasada hoje. - só quero agradecer por hoje, prometo não chegar atrasada na próxima aula.

     Aquela roupa estranha e ao mesmo tempo colada no corpo, aquilo fez a minha língua pinicar, por alguma razão desconhecida por mim. Não sabia exatamente como agir, então só sorri em sua direção e agradeci por ela entender que eu não diria nada, deixando-me sozinho na aula.

     Quando vi que já haviam todos ido embora, peguei minha bolsa e saí também da sala, percebendo que seria mais difícil do que eu imaginei.

    De uma coisa eu tenho certeza: meninas universitárias são muito piores.



♡•♡

Eu tenho a certeza de que você irá se dar muito bem, Bart!

Espero que tenham gostado, meus amores. Até!

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