Coração bate mais forte
O tempo foge de mim
Mãos trêmulas tocam a pele
Isto se torna difícil
E as lágrimas escorrem pelo meu rosto.
Se nós apenas pudéssemos ter essa vida
Por mais um dia
Se nós apenas pudéssemos voltar no tempo
Você sabe que eu serei
Sua vida, sua voz
Sua razão de ser meu amor
Meu coração está respirando por isso
Momentos no tempo
Eu acharei as palavras pra dizer
Antes que você me deixe hoje
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Olivia F
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Saio do quarto segurando a coleira do Kal e sou pega de surpresa ao encontrar Gina, Cristopher, Marianne, Peter e meu pai ali. Todos ficam em silêncio ao me ver e empino meu nariz escondendo a dor no fundo da minha mente.
—Olivia, precisamos conversar sobre uma coisa. —meu pai murmura e ergo uma sobrancelha cruzando meus braços.
—Estou ouvindo. —eles arregalam os olhos, acho que assustados por eu estar falando.
É isso, eu não sou uma covarde!
—Você está bem querida? —Marianne vem até mim e tento entender porque ela não estava tão abalada como eu.
—Vou ficar bem. —abraço a cintura dela com um braço deitando a cabeça no seu ombro. Ela era a mãe do amor da minha vida, talvez eu pudesse confiar nela como confiava na minha família. —Sinto muito por como tenho agido, eu só pensei em mim mesma
—Olivia, nós entendemos o que você está sentindo. Nós conhecemos você. —meu pai me olha e sorrio soltando a Marianne e correndo para ele o abraçando apertado.
—Eu não quero perder o Henry papai. —soluço deixando o choro cair pela primeira vez sem me importar de quem estava me vendo. —Eu não posso perder ele!
James apenas fica em silêncio me abraçando com calma passando uma mão por meus cabelos enquanto choro alto contra seu peito. Outra mão toca meu braço, e logo mais algumas aparecem, afasto o rosto da camisa social de James e soluço ao ver que todos estavam com uma mão em alguma parte de mim, me apoiando durante meu momento de fraqueza.
—Você não vai perder ele. Henry é a pessoa mais forte que eu conheço depois de você. — Peter dá um sorriso carinhoso para mim e fungo concordando.
—Eu sei que ele vai ficar bem, sou a mãe dele. —Marianne pisca e suspiro ainda sem acreditar muito naquilo.
—Eu também acredito nisso querida, vocês vão viver muitas coisas juntos ainda. —Gina aperta minha mão.
—Isso, agora chega desse choro minha linda. Temos um assunto importante para conversar com você. —meu pai seca meu rosto e respiro fundo me controlando.
—O que foi? —sussurro preocupada com o tom dele. —Cadê a Ellie?
—Elena foi embora. —Peter fala friamente com a expressão vazia.
O que?
—Como assim? Foi embora? —o olho confusa sentindo meu peito apertar, ela estava comigo quando o médico contou sobre o coma.
—Ela foi depois que você entrou Ollie, disse que não podia ficar aqui sabendo o que os pais dela fizeram para você. Ela disse que era culpa dela.
Nego com a cabeça sem acreditar naquilo e procuro meu celular até lembrar que estou sem, ficou no carro com Melanie, junto com o presente do Henry. Meus olhos voltam a se encher de água a lembrar daquilo e respiro fundo me controlando antes de tocar minha barriga novamente.
Eu tinha que focar no meu filho e no Henry.
—Ollie? —meu pai me chama confuso e seus olhos estão na minha barriga.
—Eu tô com fome. —murmuro pra disfarçar esfregando minha barriga.
—Eu te levo para comer. — Christopher fala sorrindo largo caminhando até mim. Ele já sabia, Lauren não manteve aquela boca fechada, mas tudo bem, ele é meu psicólogo mesmo. —Já aproveitamos e temos uma consulta pra botar sua mente no lugar.
—Papai, tudo bem? —o olho pensando no que ele queria conversar comigo.
—Tudo Olivia, conversamos quando você voltar. —James concorda sorrindo fraco e eu suspiro saindo atrás do Christopher.
Descemos em silêncio de elevador enquanto eu penso e tento arrumar a bagunça nos meus pensamentos.
O que será que eles querem me contar?
—Então, Carol contou? —me sento em uma das mesas na área de alimentação do hospital.
—Você precisa entender que minha esposa é uma pessoa muito animada, e ela não sabe guardar muito bem um segredo, mas não é culpa dela. Ela não imaginou o que iria acontecer, e somos muito amigos do Henry.
—Está tudo bem, de verdade. —sorrio triste arrumando meu cabelo. — Só peço que não conte a ninguém mais, quero que o Henry saiba primeiro.
—Tudo bem, não precisa se preocupar com isso. —ele sorri me observando e suspiro fundo .
—Sei o que está pensando, eu não estou bem. —sussurro sincera pegando um guardanapo para brincar. —Não sei o que fazer, Cristopher, minha mente está dividida em dois. Ficar deitada e esperar ele acordar ou continuar minha vida para mostrar que posso continuar sem ele.
—E o que está ganhando agora?— recebo uma levantada de sobrancelha e suspiro encolhendo meus ombros.
—Acho que a segunda ganhou quando saí do quarto, Henry não ia gostar de me ver deixando minha vida de lado por causa dele. Lutamos muito juntos para eu desistir de tudo assim.
—Muito bem Olívia, isso é bem maduro. Você é uma lutadora, Henry sabe disso, agora é sua vez de aprender.
—Eu pensei em começar minhas aulas, e cuidar do Kal. —mordo meu lábio franzindo a testa. —Isso é bom neh?
—É você que decide querida, é sua vida. —ele concorda e sorrio fraco.
—É o que eu acho que Henry ia querer, você pode pedir para Lauren marcar uma consulta pra mim? Preciso começar o pré natal.
—Pode deixar, agora me diz o que você quer comer?
—Uhn...eu vi uma fatia de torta naquele balcão.
{...}
Volto para a ala em que ficava o quarto de Henry e paro na porta olhando pra dentro vendo ele dormindo ainda com Marianne sentada na cadeira que eu usava antes. Kal como um bom garoto deitado novamente debaixo da cama, como se esperasse o dono acordar logo para correr com ele.
—Olivia. —viro o rosto vendo meu pai e mordo meu lábio chegando perto dele.
—Vamos conversar? — pergunto cruzando meus dedos nervosa.
—Sim...—ele faz o mesmo que eu parecendo mais nervoso.
—O que está acontecendo papai?
—Eu fui resolver algumas coisas hoje, sobre o que aconteceu. —franzo a testa confusa. —George Hill.
—Ahh...—respiro fundo ao pensar no que eu fiz. —Estou encrencada?
—Não Ollie, você nem foi citada no processo, sua identidade foi guardada pelo capitão da policial. —arregalo os olhos surpresa. —Eu sei, também fiquei chocado, mas isso não vem ao caso agora. Quero falar de outra coisa.
—O que?
—O documento que Henry escreveu para o seguro de vida dele e o plano de saúde.
—Como assim? —murmuro sem entender o que eu tenho a ver com esses detalhes se a mãe dele estava aqui.
—Henry fez um seguro a um mês, e mudou detalhes no plano de saúde. —James explica e concordo para que continue. —Caso algo acontecesse com ele, tudo que ele tem será seu. O carro, a casa, Kal.
—Deus...o que ele tinha na mente. —esfrego meu rosto sem acreditar. Henry seu louco.
—Não acabou. —respiro fundo, o que falta agora? A arma? —Henry assinou uma ordem de não ressuscitação...
Meu coração deu um salto ao ouvir aquelas palavras.
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Voltei, não vou torturar vocês com minhas notas porque sei que querem me matar
Mas lembrem, se eu morrer Henry não acorda.
Bjs da tia Lina