O Abanar do Amor {jikook}

By nicolypachecos

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Viver em uma sociedade que rejeita sua existência não é fácil. Para um um híbrido canino feito eu, o isolamen... More

🐶 avisos 🐶
Prólogo
1. Carência e Muitos Sentimentos
2. Bulgogi e Amor
3. Lágrimas e Abraços
4. Sopa de Batata e Estranhos
5. Filhotes e Paixão
7. Cinema e Primeiras vezes
8. Medos e cartas
9. Revelações e novos amigos

6. Pizza e Pedidos

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By nicolypachecos

#OAbanarDoAmor

🐶❤️

Depois daquele dia, Jimin e eu nos aproximamos ainda mais.

Apesar de ainda me sentir assustado com o amor, parei de tentar afastar o hyung, destruindo praticamente toda a barreira que construí entre nós. Jimin me fazia sentir tão bem que comecei a me soltar mais em sua presença — e não me arrependi nem um pouco. Houve várias vezes em que eu fui o primeiro a tomar uma iniciativa para ficarmos juntos, como quando visitei seu apartamento depois de voltar do trabalho, lhe oferecendo ajuda com os filhotes.

Foi uma semana e meia depois do dia em que chorei e fui acolhido por ele. Antes dessa minha iniciativa, tivemos mais três jantares em sua casa, mas qualquer tempo com Jimin parecia pouco. Eu o amava e queria estar com ele pela maior quantidade de tempo possível, puxa... por isso, deixei de hesitar. E me aproximei.

Naquele dia, Jiminnie deu uma risadinha com a minha fala sobre os filhotes e disse:

— Eles já foram adotados. Mas você pode me ajudar com os gatinhos que estão aqui agora.

E eu ajudei. Eram quatro filhotes e todos eles me odiaram. Jiminnie achou estranho porque eram gatinhos muito dóceis e eu apenas fingi que não sabia de nada. A maioria dos gatos sentem que sou um híbrido de cachorro e me vêem como ameaça... são poucos os que gostam de mim.

De qualquer forma, foi bem engraçado ver aqueles filhotes minúsculos completamente arrepiados, tentando me afastar com rugidos fraquinhos. Gatinhos são fofos demais...

Depois daquele dia, Jimin e eu nos adicionamos no KakaoTalk e começamos a trocar mensagens. Foi incrível finalmente conversar com ele sobre anime — pessoalmente eu não conseguiria, a minha cauda com certeza sairia de controle. Jimin diz que sou menos tímido por mensagens e é provável que eu seja mesmo, já que me sinto livre para rir e ser bastante animado através delas. Principalmente com as figurinhas de coração que o hyung me manda. Jimin me faz dormir com um sorriso enorme  no rosto sempre que me dá boa noite pelo Kakao. Eu me sinto muito feliz...

Depois disso, eu comecei a ajudar Jimin com mais frequência. Ele sempre dizia que não precisava, mas bastava um olhar sincero meu e as palavras mágicas "Mas eu quero" que ele deixava. Nunca pensei que me sentiria tão feliz limpando caixas de areia, mas com Jimin tudo é incrivelmente divertido.

Algumas semanas depois, tive mais momentos felizes com ele. Um em especial aconteceu quando eu estava voltando do trabalho de metrô e encontrei Jimin no vagão. Já era tarde da noite e fomos ao mercado perto do nosso prédio juntos. Cozinhamos no meu apê daquela vez, e Jiminnie elogiou ele e a minha decoração.

— Você gosta de tapete de tricô? — ele perguntou, quando viu meu tapete novinho na sala.

Como sua visita não foi planejada, não tive tempo de tirá-lo dali. As pessoas acham tapetes de tricô meio toscos e bregas, mas naquele momento, eu apenas assenti. Jimin sorriu.

— Eu também gosto — ele disse. — Na casa da minha mãe tem um monte, mas Frajolinha gosta de fazer xixi neles, então não tenho mais nenhum. Esse seu é lindo, Kookie.

Por algum motivo, sua fala me deixou muito feliz. Vê-lo na minha sala e logo depois em minha cozinha, também.

Eu sempre me sinto feliz ao lado dele.

Jimin preencheu uma parte do meu coração que eu nem sabia que estava vazia. Afinal, apesar de me sentir muito solitário sem o meu pai, eu havia aprendido a ser feliz sozinho. Eu me divertia, tinha um emprego estável e comprava tudo que eu queria com o meu dinheiro; além das risadas constantes que eu dava vendo meus filmes e séries favoritos. De toda forma, eu era mais feliz do que triste quando estava sozinho.

Mas com Jimin tudo é tão diferente.

Com ele é amor e eu não conhecia o amor. Não esse tipo de amor, que cresceu conforme eu deixei ele entrar na minha vida. Eu não sabia o quão cheio meu coração podia se sentir com esse sentimento.

Puxa. Às vezes, penso que amar e estar com Jiminnie é quase como construir uma família. Eu sempre achei fascinante como duas pessoas que nasceram em famílias distantes se conhecem e se casam, mesmo que tenham passado a maior parte de suas vidas separadas. As pessoas constroem suas vidas ao lado de pessoas que lá no começo eram desconhecidas por elas. Na maioria das vezes, ficam umas com as outras pelo resto de suas vidas... se acostumam com sua presença, e é como se houvessem estado juntas desde sempre. É um belo exemplo do amor nascendo, crescendo, e se tornando algo maior.

Com Jiminnie, me sinto assim.

Mesmo que eu o conheça, atualmente, há apenas dois meses, meu coração se sente assim. Quando estou em sua casa, o ajudando com algumas tarefas, quando comemos juntos e ele me faz carinho no ombro, sinto como se estivesse construindo algo com ele. O sentimento é tão entorpecedor e bom que quase não tenho cabeça para lidar com o medo... e eu amo tanto. Amo não ter espaço para o medo. As batidas do meu coração realmente ficaram mais altas que o meu receio e eu me sinto tão, tão feliz. Agora, é quase raro eu pensar em coisas ruins quando estou com Jimin, mesmo que continue reprimindo a felicidade extrema ao seu lado.

Além disso, tenho conseguido controlar minha cauda e isso só me dá mais esperança. Esperança que, à esse ponto, não sei se é boa ou não. Apenas sei que tenho acreditado cada vez mais que podemos viver nossas vidas juntos para todo o sempre, como uma família.

É tudo que eu quero.

Hoje é mais um dos dias que me sinto extremamente feliz e amoroso. Jimin e eu combinamos de comer pizza em seu apartamento enquanto assistimos todos os filmes da saga crepúsculo. Concordamos que é ridículo do início ao fim, e é exatamente por isso que vai ser divertido.

Por precaução, passei a última noite assistindo um compilado das cenas mais ridiculamente engraçada dos filmes, só para treinar a minha cauda e meu riso. No início foi difícil, mas agora eu estou oficialmente preparado para isso.

Quando deu oito horas da noite, Jimin me mandou uma mensagem.

Jiminnie hyung 🐥💘💞:

| Jungkookie, eu já cheguei! Vou só tomar um banho e dar uma ajeitadinha na casa. Assim que eu terminar eu te aviso e você vem, tá? 💗

Dei um sorriso para a mensagem, porque eu amo como ele fala no diminutivo. Eu apenas amo o Jimin.

Eu:

Tudo bem,
hyung. Vou tomar banho também |

Jiminnie hyung 🐥💘💞:

| Ok 💞💞💞

Depois disso, fui direto para o chuveiro. Tomei um banho longo e sequei meus cabelos com o secador, já que vou usar a touca. Quando estava pronto, apenas com uma calça jeans confortável e um blusão preto aleatório, me perfumei, escovei meus dentes e esperei Jimin avisar que eu já podia ir.

Alguns minutos depois, sua mensagem veio.

Jiminnie hyung 🐥💘💞:

| Cadê você?

Eu:

Aqui em casa |

Jiminnie hyung 🐥💘💞:

| Você não vem mais? 😿

Eu:

Você disse que ia me avisar
quando fosse pra eu ir hyung kkkkkk |

Jiminnie hyung 🐥💘💞:

| A
| KKKKKKK eu disse mesmo, ai meu Deus! Fiquei esperando aqui, sou doidinho. Pode vir!

Eu:

🤣 |

Tudo bem hyung, já estou indo |

Jiminnie hyung 🐥💘💞:

| 💖💘💝💕💞💓💗

Com um sorriso bobo no rosto por causa do jeitinho atrapalhado e engraçado do meu hyung, eu saí de casa, pegando minha carteira porque planejo pagar a pizza sozinho hoje. Jimin sempre está me alimentando e nunca me cobra nada, puxa... pelo menos nessas ocasiões, eu quero pagar.

Assim que saí de casa, Jimin abriu a porta do seu apartamento, colocando a cabeça para fora para dar um sorriso muito bonito para mim.

Quando ele sorri para mim, meu coração transborda de amor. É uma sensação tão... feliz...

— Boa noite, hyung — eu disse, quando me aproximei. O cheirinho do seu shampoo doce atingiu minhas narinas e Jiminnie estava com os cabelos loiros molhados.

Sua blusa, branca e de mangas cumpridas era larga e bonita. Jimin estava com uma calça jeans toda rasgada, azul clara, e não era muito apertada. Já os seus pés estavam apenas com as pantufas de ficar em casa. Ele estava simples, mas ainda sim, tão bonito...

— Boa noite, Kookie. — Ele deu um sorriso. — Vem, entra. Não tá com frio, não? — perguntou depois de analisar minha roupa.

— Não muito... — falei, me aproximando. Jiminnie deu espaço para eu entrar em seu apartamento e fechou a porta assim que entramos. — E você?

Acho que minha pergunta foi um pouco boba porque Jiminnie riu. Mas logo ele ergueu seus braços, como se dissesse "Sim, olha aqui minha blusa de mangas compridas!", o que foi muito fofo.

— Estou até de meia por baixo da pantufa, mas já liguei o aquecedor — disse ele, tocando o centro das minhas costas como sempre fazia quando queria me levar a algum lugar. — Vamos nos sentar e pedir a pizza de uma vez? Eu quero uma grandona e mais uma doce. Eu só almocei hoje pra guardar espaço — ele disse, me guiando até o sofá.

— Eu também, hyung... — eu disse, dando uma risadinha da sua fala, indo até o sofá junto com ele. — Aliás... hoje eu quero pagar a pizza, hyung.

Jimin me olhou, quase ofendido com a minha fala. Suas sobrancelhas franziram e ele arregalou os olhos daquele jeitinho engraçado que sempre me faz rir. Jiminnie é fofo...

— Não, não, eu pago.

— Mas eu quero pagar, hyung!

— A gente pode rachar, então — ele disse, e seu sofá-cama estava aberto para nos dar mais espaço. Frajolinha estava dormindo tão pesado que nem nos ouviu chegando. — Eu bem que queria pagar porque sou o hyung e porque é meu apartamento, mas podemos rachar...

— Mas... eu quero pagar sozinho — falei, com um biquinho involuntário. — Você sempre me dá comida e me convida para jantar e eu nunca pago nada...

— Sim, mas é porque você é meu querido dongsaeng e eu gosto de cuidar de você.

Senti meu coração palpitar porque, nessas últimas semanas, Jiminnie tem me chamado muito de "querido dongsaeng". Pensar que sou querido para ele é incrível... ouvi-lo dizer que está cuidando de mim, então, enche meu coração de euforia.

Minha cauda só não abanou porque estou acostumado com essa sua fala. Jiminnie tem me dito isso com muita frequência. Em todas elas, me sinto maravilhado da mesma maneira.

— Eu sei... — murmurei, mordiscando meu lábio. — É que... eu quero ser um bom dongsaeng também. E pagar pelo menos dessa vez... — O olhei, tentando expressar minha genuína vontade através dos meus olhos.

Jimin olhou-os por alguns segundos, visivelmente hesitante, mas sua postura não durou nada. Logo seu rosto suavizou e seus lábios se moveram levemente para o lado, num pequeno e belo sorriso.

— Assim é injusto... — disse ele, fazendo um biquinho também. — Você sempre me mostra esses olhos de cachorrinho sem dono quando quer alguma coisa. Eu, como seu hyung, não consigo resistir.

Dei risada da sua fala, porque Jiminnie adora dizer que é meu hyung, além de que a expressão "cachorrinho sem dono" me deixa bobo. De certa forma, eu gosto.

— São apenas meus olhos honestos... — eu disse, me sentando ao seu lado quando ele se jogou no sofá, sorrindo comigo.

— Sei... de qualquer forma, você me convenceu. — Jimin sorriu para mim. — Mas escolha os seus sabores favoritos, e não os meus, ok? O refrigerante também!

Dei um sorriso porque vai ser fácil pedir os sabores favoritos dele sem que ele saiba. Jiminnie e eu conversamos sobre pizza há um tempo atrás e ele me contou seus dois sabores favoritos — que eu também gostava — então eu pediria eles. Faria o mesmo com a pizza doce e o refrigerante. Eu gosto de tudo que Jimin gosta... eu apenas amo ele.

Depois de falar quais sabores eu iria pedir, pedi nossas pizzas por um aplicativo de entrega de comida. Jimin, muito friorento, foi até seu quarto buscar um edredom pesado para nós dois. Ficamos dividindo a mesma metade do sofá e fiquei extremamente bobo por estarmos tão pertinho, mesmo que nossos corpos não estejam se tocando. Ainda é muito bom. Ainda mais quando ele encostou seu pézinho no meu, por baixo das cobertas.

Puxa vida. Jiminnie é muito carinhoso, gosta de toques e de afeto. Me sinto muito sortudo por ser uma das pessoas com quem ele gosta de estar perto desse jeitinho...

Eu só sou sortudo demais.

Além de afetuoso, Jimin é muito cuidadoso e atencioso também. Ele não esqueceu do dia em que chorei no elevador, e nessas últimas semanas, continua perguntando como estou me sentindo. Ele sempre diz que se eu precisar de um ombro para chorar, ou um abraço, posso chamar por ele. A sensação de ter alguém para estar ao meu lado nos momentos tristes é tão avassaladora. Estar com Jimin é avassalador de todas as formas...

Agora, até estar em silêncio com ele é gostoso e feliz. Nós assistimos o filme com atenção e a primeira cena que nos fez rir é da Bella caindo aleatoriamente na entrada de casa.

— Que boba — ele disse, risonho.

— Que filme bobo. — Completei, e nós soltamos mais um risinho antes de voltar a prestar atenção no filme idiota.

Nossa pizza, no entanto, nos fez parar. Ela chegou bem rápido e falei para Jimin que eu ia buscá-la lá na portaria. Ele está morrendo de frio e não quero que ele saia debaixo do cobertor e do apartamento quentinho.

Contragosto, ele fez um biquinho quando me viu correndo para a porta, impedindo-o de negar minha oferta de buscar nossa comida.

— Você é realmente um dongsaeng muito bonzinho — disse ele, lá do sofá.

Quando o olhei, dando um sorriso pequeno, Jiminnie não conseguiu manter seu bico e sorriu também.

Tão bonito...

— Eu já volto, hyung — eu falei, saindo do apartamento, deixando a porta levemente encostada.

Depois de descer pelo elevador, paguei o entregador com meu dinheiro e voltei para o apartamento rapidamente. Jimin organizou o sofá com duas bandejas, copos e pratos. Nós comemos sentados lá, e nem usamos os pratos — comemos a pizza em nossas mãos. Jimin quase engasgou com o refrigerante quando a cena do Edward tampando o nariz ao sentir o cheiro da Bella na sala de aula passou e nós rimos a beça! Eu até senti minha cauda querendo sair, porque quase gargalhei com o acontecimento, mas reprimi isso a todo custo, apenas rindo baixinho com um Jimin muito envergonhado, vermelho e risonho por ter feito besteira.

Jimin rindo é simplesmente a coisa mais linda que existe...

Depois de trocar de blusa, Jimin voltou para a sala. Nós comemos um pedaço de pizza doce e depois voltamos a assistir o filme silêncio, embaixo do edredom macio.

Nossa noite estava calma e confortável, apesar de rirmos muito nas cenas idiotas. Mas, em certa parte do filme, escutei o som baixinho de Jimin virando seu rosto na almofada do sofá. Seria completamente normal se ele não estivesse olhando especialmente para mim naquele momento...

Confuso com sua atitude, levei minha mão até a minha bochecha, tentando limpar alguma possível sujeira que não vi — talvez Jiminnie estivesse encarando alguma migalha presa na minha bochecha. Mas não parecia ter sido isso porque o hyung continou olhando. Olhando... para mim.

Por quê?

— Kookie... — ele chamou, de repente, e eu estava tão atento à ele e ao fato dele estar me observando que meus ombros tremeram com seu chamado.

Engolindo em seco, senti minhas bochechas queimando de constrangimento ao responder:

— Oi... — sussurrei, me virando para ele com muita calma.

Jiminnie olhou nos meus olhos. Depois, abaixou seu olhar e sorriu pequeno.

— Posso abraçar você? — ele perguntou, então, de repente. Senti meu coração tremelicar em meu peito. — Para assistir o filme.

Seu pedido foi tão repentino. Foi diferente das últimas vezes em que nos abraçamos. Abraçar assistindo um filme parecia... romântico.

Puxa... eu estou transformando isso em algo maior do que é, mas não consigo evitar. Só sei que a ideia me deixa feliz.

Não querendo deixá-lo sem respostas, eu engoli em seco e assenti com a cabeça.

— Pode — eu disse, brevemente para não gaguejar, apesar das minhas bochechas estarem terrivelmente coradas.

Jimin deu um sorrisinho bonito, muito satisfeito com a minha resposta e chegou ainda mais perto de mim no sofá. Nossos corpos ficaram grudados, lado a lado, e ele deitou sua cabeça em meu ombro, se aninhando com calma. Seu braço abraçou o meu por baixo da coberta e seu pé voltou a se enroscar no meu. E como se não fosse o suficiente, Jimin voltou a perguntar:

— Posso segurar sua mão também?

Minha respiração travou e eu senti que ia derreter que nem um picolé. Minha mão. Ele está pedindo para segurar minha mão, ao invés de apenas fazer...

Eu me pergunto... se ele segurar agora, vai ser diferente das outras vezes que ele o fez? Jimin sempre é tão casual e calmo. Parece diferente agora. Puxa, parece tão diferente agora...

Eu sou um híbrido muito emocionado mesmo. E além de emocionado, eu amo Jimin. Então respirei fundo e disse:

— Pode... — eu sussurrei, prendendo minha respiração quando seus dedos encontraram os meus e Jimin os tocou.

A sensação de borboletas no estômago me atingiu exatamente como acontecia nos livros. Meu rosto estava pelando e eu mal conseguia piscar os olhos direito, principalmente quando Jimin entrelaçou nossos dedos, fazendo carinho nas costas da minha mão com seu polegar macio e quentinho. Tão bom. Tão cheio de amor. Estou tão nervoso.

Por quase meia hora, fiquei completamente desequilibrado por conta de todo o carinho e contato com Jimin, o homem que eu estou muito apaixonado. Mas com o tempo, seu carinho pareceu familiar e muito mais confortável do que nervoso. Quando o primeiro filme estava chegando no final, me senti tão bem, tão comum e feliz por poder estar assistindo um filme com um humano que amo, que deitei minha bochecha sobre seus cabelos loiros e levemente úmidos, fungando sutilmente o perfume gostoso do seu couro cabeludo.

Cheguei a fechar os meus olhos para aproveitar a sensação incrível. Jimin, Jimin, Jimin... Jimin e eu, abraçadinhos e assistindo a um filme. Que sorte a minha...

Pelo resto da noite, nós ficamos assim. Abraçados com carinho e com Frajolinha deitadinho perto de nós. Jimin e eu só nos separamos para ir no banheiro, comer mais pizza e trocar os filmes. Terminamos "Eclipse" às três da manhã, e decidimos assistir os últimos dois filmes da saga um outro dia porque estávamos exaustos. Inclusive, Jiminnie chegou a cochilar no meu ombro uma vez, mas fingiu que não. Só fingiu, porque ele roncou... mas roncou bem fofinho.

— Não precisa me levar até em casa, hyung, pode se deitar — eu disse quando ele começou a calçar suas pantufas de novo, me seguindo até a porta.

— Quero me certificar de que você vai chegar bem, Jungkookie — disse ele com a voz macia pelo sono, me fazendo rir baixinho. Sua voz é muito bonita... eu amo o Jimin.

— Mas eu moro do seu lado. — Jimin abriu a porta da frente, saindo comigo enquanto ria também.

— É... acho que só quero uma desculpa para ficar mais com você — disse, então, de repente.

Eu não sei se ele faz ideia de como suas palavras, toques e carinho atingem meu coração. Só sei que sorri muito, com o rosto esquentando e meu coração dançando de felicidade no meu peito esquerdo. A pessoa que eu amo quer passar mais tempo comigo...

O amor é tão bom.

Me perdi tanto em sua fala que não percebi que Jimin estava prestando atenção em mim e, consequentemente, me vendo sorrir como um idiota para sua fala.

Ele riu baixinho.

— Você é tão fofo, Jungkookie... — ele disse, me fazendo engolir em seco. Fofo. — Ei... tem uma coisa que quero te perguntar, porque não sei se você já percebeu. Ou se tem alguma ideia. E eu quero aproveitar que estou com sono e coragem para te falar...

Suas palavras foram tão repentinas que eu me surpreendi, parando junto com ele em frente a porta do meu apartamento. Jimin e eu ficamos de frente um para o outro, e eu disse:

— Pode perguntar, hyung... — murmurei, atento à ele. Minhas bochechas ainda estavam queimando, mas não me importei de fitá-lo dessa vez. — Aconteceu alguma coisa? — perguntei, atencioso.

Jimin, por outro lado, negou com a cabeça. Depois, mordeu seus lábios carnudos.

— Eu só... — Coçou seus cabelos loiros, parecendo... sem jeito? — Vamos... ao cinema juntos?

Pisquei um par de vezes, e soltei a respiração que mal percebi que estava prendendo. Sua tensão me deixou tenso também, mas sua pergunta me deixou mais aliviado e calmo.

— Claro, hyung — eu disse, com um sorriso calmo.

Minha tranquilidade e normalidade pareceu frustrar Jiminnie. Logo voltei a ficar confuso, porque é tão normal marcarmos de sair assim... o que está acontecendo com ele?

Jimin balançou a cabeça, com as bochechas rosando, voltando a falar:

— Eu quis dizer... como... — Ele cobriu sua nuca com a mão pequena, abaixando o olhar. — Como um encontro.

Inicialmente, fiquei sem reação.

— O quê? — Pensei ter ouvido errado.

— Eu estou te chamando para um encontro — repetiu, me fazendo erguer as sobrancelhas. — No cinema. Você quer...?

Jimin olhou em meus olhos, tão vermelho e fofo que eu senti que ia explodir.

Encontro, encontro, encontro...

— U-um encontro? — Eu arregalei meus olhos, porque nunca pensei que pudesse ser amado de volta. Não desse jeito.

Não por Jiminnie.

— É — ele disse, e riu baixinho. — Se você quiser. Se não, podemos ir no cinema como amigos...

Encontro.

Jimin acabou de me chamar para um encontro, o que quer dizer que ele me ama.

Ou está apaixonado por mim.

Ou quer segurar minhas mãos como namorados.

Ou que quer ser o meu namorado!

Os pensamentos sobre amor foram fortes e eu me descontrolei. Senti meu lombar pinicar, e quando me dei conta, minha cauda estava prestes a sair.

Eu não tive outra escolha além de ficar de costas para meu hyung, abrir a porta do meu apartamento, entrar, e me esconder atrás dela, quase fechando-a na cara de Jimin logo depois dele me convidar para um encontro.

Ela surgiu.

Minha cauda brotou e começou a abanar tão forte que bateu na porta, a fechando por completo na cara de Jimin.

— Ah... ah, ah, ah, ah não! — eu resmunguei, nervoso, segurando a cauda em minha mão com um pouco de dificuldade antes de abrir a porta de novo, escondido atrás dela, deixando apenas meu rosto para o lado de fora.

Jimin parecia em choque e seus olhos carregavam certo arrependimento. Antes que ele dissesse qualquer coisa, eu respondi:

— Eu, eu, eu quero! — Minha voz saiu desafinada e estranha e tenho certeza de que agora meu rosto inteiro está vermelho. — D-desculpa... eu bati a porta porque fiquei nervoso...

Jimin, completamente confuso, não demorou para me mostrar um sorriso. Ele soltou um suspiro engraçado e riu baixinho, aliviado.

— Você me assustou, Kookie! — disse ele, e seu rosto todo estava vermelho também. Bonito. — Então... então podemos marcar pelo celular?

Mordi meu lábio, assentindo várias vezes, com minha cauda tentando se remexer a todo custo. Sorte a minha que tenho mãos fortes.

— Sim, hyung... — eu disse, respirando bem fundo.

Jimin assentiu e ficamos em silêncio por um tempo. Até que ele tomou a decisão de dar um passo até minha porta e aproximar seu rosto muito lentamente do meu, me fazendo ficar paradinho enquanto ele colava seus lábios macios na minha bochecha, me dando um beijo breve, doce e extremamente quentinho.

Me dando o meu primeiro beijo.

— Boa noite, Kookie... — ele disse, sorrindo para mim uma última vez antes de dar meia volta, voltando para seu apartamento.

— Boa, boa, boa noite, Jimin... — eu disse, muito atrasado porque ele já estava lá longe.

Jiminnie apenas sorriu, e acenou para mim, cambaleando de uma forma boba até entrar em seu apartamento.

Já eu, ao entrar no meu, senti que ia derreter e virar uma gosma porque Park Jimin, o homem mais incrível do mundo, acabou de me chamar para um encontro.

E eu aceitei.

❤️

Finalmente uma vitória aos gays 🙏🙌

KKKKKKK espero que tenham gostado amorecos! Desculpa por ter postado tão tarde hihi, esse capítulo tem 4K de palavras então valeu a pena 🥺

Boa semaninha pra vocês! Próxima att fica para o dia (27/6) beijinhos~ 🐶❤️

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