Me Chame De Vênus

By miel_sa

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OBRA CONCLUÍDA. NÃO REVISADA. Vênus é um garoto de 16 anos que acaba de se tornar órfão. Sem nenhum parente... More

Um
Dois
Três
Quatro
Seis
Sete
Oito
Nove
Dez
Onze
Doze
Treze
Quatorze
Quinze
Dezesseis
Dezessete
Dezoito
Dezenove
Vinte
Vinte Um
Vinte e dois
Vinte e três
Vinte e Quatro
Vinte e Cinco
Vinte e seis
Vinte e sete
Vinte e oito
Vinte e nove
Trinta
Trinta e Um
Trinta e dois
Trinta e Três, Capítulo Final
LIVRO DOIS?

Cinco

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By miel_sa

O banheiro é grande, com várias cabines, algumas com portas verdes e outras sem porta.
O banheiro tem azulejos na cor creme e tem um espelho grande bem na entrada, as cabines com portas têm vaso, e as sem porta têm apenas o chuveiro.
Uma porta na parede a esquerda leva a um vestiário com vários armários cinzas e pias, o chão está molhado e há vapor por quase todo o banheiro, as luzes estão acesas.

É o cenário perfeito para um filme de terror, a noite está fria e o banheiro tem uma temperatura úmida e abafada.

Há um banco bem grande no meio do banheiro, caminho até ele e coloco minhas coisas sobre o mesmo.
Tiro minhas peças de roupa uma de cada vez ficando apenas de cueca.
Olho ao meu redor conferindo pela milésima vez se estou sozinho.

Vou até a cabine com chuveiro e abro o mesmo lentamente até que a água fique quente, o vapor invade a pequena cabine com ladrilhos azuis e logo se espalha pelo banheiro o deixando ainda mais embaçado, me forço a relaxar o corpo e apenas tomar um banho.

O dia foi péssimo, a despedida do meu pai, a mudança, o internato e as pessoas esquisitas.
O dia parece infinito e interminável.
Me lembro de súbito do que Lucas disse sobre a iniciação á noite e todo o resto, mas desde as 18:00 ninguém tocou no assunto.

Passei o dia quase todo com um casaco amarelo, oque acabou chamando a atenção de algumas pessoas já que todos os grupos usavam uma roupa padrão: Preto, Vermelho, Verde e Azul.

Senti a água quente nas costas e minha pele começou a ficar vermelha, a água está quente de mais.

Sai do chuveiro fechando o mesmo e me sequei o mais rápido que consegui, enrolei a toalha na cintura e tirei a cueca molhanda colocando outra seca.
Me vesti com um pijama velho que uma enfermeira havia me dado a um tempo e caminhei até a saída carregando minha roupa.

O banco de metal estalou com a dilatação por causa da mudança de temperatura, me virei rapidamente assustado e meu pé escorregou pra frente no chão molhado, meu corpo foi ao chão me fazendo ficar encharcado.

— Ótimo. — Disse a mim mesmo sentindo a perna latejar.

Entrei no quarto e já fui tirando a roupa encharcada enquanto preguejava aquela escola, me esquecendo que dividia o quarto com o Lucas, arregalei os olhos encarando o pequeno guarda roupa e me virei devagar para a cama de Lucas, mas o mesmo não estava lá, para meu azar outra pessoa estava.

— E...eu acho que entrou no quarto errado.— Disse gaguejando e enrolando rapidamente a toalha na cintura, totalmente desajeitado e envergonhado, batendo o calcanhar no guarda roupa.

— Relaxa, eu estou no quarto certo.— Jonathan me observou por cima de um dos livros da pilha de livros que Lucas tinha no quarto.

— Eae gente.— Lucas entrou no quarto fechando a porta logo em seguida.

— Será que pode pedir para o seu amigo sair do quarto?—  Perguntei com uma pontada de impaciência.—Não sabia que eram tão próximos. —Alfinetei cerrando friamente os olhos.

— Como eu disse: relaxa.— Jonathan disse sem tirar a atenção do livro.— Eu não estou olhando e não há nada em você que eu não tenha.—

Lucas segurou o riso, pareciam arrumados demais pra quem vai dormir.

— Calma cara, hoje é um dia importante pra você, não deveria estar tão irritado. — Lucas veio até mim e colocou sua mão sem o gesso sobre meu ombro.

— Como assim dia importante?— Perguntei com uma sombrancelha arqueada encarando Lucas.

O mesmo, virou o rosto observando minha cama, onde havia uma calça jeans branca, um casaco de moletom branco, um cinto preto e um tênis também branco.

— O que significa isso?— Perguntei confuso.

— Não gosta de presentes? — Jonathan palpitou.— Agradeça ao seu primo.— Sorriu sínico.

— Primo?— Ergui o cenho.

— Sim, aquele que costuma ser o filho das nossas tias...— Lucas sorriu em tom debochado.

Um primo.

— Você não o viu?— Lucas perguntou.

— Mesmo se eu o tivesse visto, como saberia que ele é meu primo? —

— Vista-se, Kira, Jona e eu vamos esperar você lá fora.— Jonathan disse por fim, saindo e sendo seguido por Lucas que não disse nada.

Observei a roupa branca sobre a cama e logo comecei a me vestir, está sem etiqueta mas tem cheiro de roupa nova. Exatamente o meu número, inclusive o sapato.
Arrumei o cabelo e passei um perfume. Tudo isso é tão novo, tão sem sentido, talvez joguem um balde de sangue de cabra em mim, ou talvez joguem tinta verde. Estou com medo, meu estômago parece se afundar.

Kira invade o quarto sem bater e percebo que ela está usando lentes vermelhas.
Está usando um colete de couro brilhante preto e uma camisa vermelha, um batom vermelho e sua gargantilha pra variar, calça jeans rasgada e coturnos com plataformas.
Ela fechou a porta com as costas e revirou os olhos.

— Garotos são tão apressados.— Reclamou.

— Que tal?— perguntei encolhendo os ombros im pouco desconfortável com aquela roupa, não que o tecido seja desconfortável, mas eu sou tão simples, que não me sinto bem com aquilo. Mas sinto que talvez eu devesse me acostumar.

— Vênus!— Kira exclamou surpresa. —Nossa o Henrique arrasou, na minha vez não me deram algo tão caro, porra é um tênis da Gucci! —  Kira reclamou me elogiando ao mesmo tempo.

— Quem é Henrique? Isso é caro?—  Perguntei.

— Claro que é! Esperava que ele deixaria você se vestir de qualquer jeito? Claro não é nem um real comparado a fortuna do meu pai, mas é caro, e você combina com coisas caras.— Kira as vezes parece mudar sua personalidade, ela vai de garota mimada a garota humilde em um piscar de olhos, depois se lembra e volta a ser a garota mimada.

— Melhor eu guardar.— Disse quase tirando o tênis, mas Kira me interrompeu.

— Tá louco? Precisa usar branco, e é só um tênis.— Ela arregalou os olhos ao me ver cogitar tirar aquele tênis.— Agora vamos, preciso beber, os garotos estão praguejando a gente e a festa não começa sem você.—

Desculpem os erros, bjs.
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