All I Know

Por Semiharmonizer

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Parecia que iria ser simples. Afinal, elas se amam. O amor deveria ser sempre o suficiente, não é? Então, por... Más

Prólogo.
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21 - epílogo

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Por Semiharmonizer

HEEEEEEY ESTRELINHAS
a terra diz olá!

wow não creio que esta é a última vez que direi isso aqui. Não sei como me despedir dessa fic, porque dizer adeus significa fechar um ciclo que começou bem antes de 2017, começou em 2015 em uma fanfic que ainda hoje tento entender porque gostam tanto. É dizer adeus pra família Iglesias vives e o nome gigante da camila. Eu tenho um amor e carinho tão especial por essa família e essa história. conheci pessoas incríveis por causa de ikwik e fiz essa temporada pelos leitores que assim como eu não queriam dizer tchau. E eu demorei muito, eu sei disso é peço desculpas. A fic deveria ser maior, a história deveria ser melhor. E sabendo disso, eu agradeço do fundo do meu coração por quem ainda está aqui e todos que chegaram depois. Eu amo muito muito todos vocês. Queria que entendessem como cada comentário ou pequena conversa que tenho com vocês consegue me deixar feliz em dias ruins.

Eu escrevo porque eu amo, preciso disso como preciso de ar. Mas aaaaas é muito mais divertido por causa de vocês!

ps: sabiam que comecei all i know há exatos três anos?

###################################

Pov Karla Camila Cabello-Jauregui Iglesias-Vives

Praticamente saí correndo da sala de cirurgia até o cômodo comum dos cirurgiões atendentes, me livrando do meu jaleco pelo caminho e da camisa do uniforme azul assim que entrei.

— Céus Cabello, ninguém precisa ver sua bunda — ouvi a reclamação de Ariana quando abaixei a calça, a livrando do meu corpo e vestindo uma jeans com pressa.

— Eu estou atrasada — respondi rápido, puxando um suéter de dentro da minha bolsa e vestindo sem nem me preocupar em colocar uma camisa antes — Me chamaram às duas da manhã e eu emendei duas pequenas cirurgias de emergência com uma pausa para comer e acabei me atrasando na última — expliquei, verificando mais uma vez meu pager.

— São dez horas da manhã, para quê está atrasada? — Lexie questionou, jogada no sofá de descanso.

— Minhas mães se casam hoje, vocês já esqueceram? — reclamei irritada, colocando a bolsa no ombro — As seis horas, pousada na praia, se vocês se atrasarem eu dopo vocês e deixo internos praticarem habilidades cirúrgicas em vocês! Avisem o Troye! — ameacei, ouvindo as duas rirem enquanto eu saía as pressas do hospital.

Claro que fiz a burrada de pegar o elevador e esbarrei com dois funcionários da administração e um do financeiro que começaram a me fazer diversas perguntas que me atrasaram mais ainda. Seis meses trabalhando com Verônica e eu já tinha que aguentar isso. O que significava também sete meses de pesquisa com Lucy, que estavam dando bons resultados e surpreendentemente realizei poucas cirurgias, a maioria dos casos estavam sendo bem sucedidos apenas com o tratamento clínico.

Consegui chegar a meu carro e dirigi o mais rápido possível em uma forma prudente, chegando em casa em poucos minutos, suspirando de alívio ao ver que o carro de minha esposa ainda estava ali.

— Atrasada — Lauren resmungou assim que entrei na casa.

— Eu sei — murmurei frustrada, deixando minha bolsa e sapatos no canto perto da porta antes de adentrar a sala.

— Toma banho, te faço um sanduíche. Dimitre está imóvel no quarto dele porque já está pronto — avisou com pressa enquanto praticamente me empurrava até as escadas — Mas ei, tudo bem? Precisa de dez minutos?

— Tá mais pra se preciso de dez horas de hibernação — brinquei, a vendo rir e negar com a cabeça — Mas consigo se você adicionar meio litro de café junto com o sanduíche — pedi.

— Pode deixar, não demore! — gritou enquanto eu já subia as escadas, me fazendo rir.

Como a pressa do dia exigia, corri para dentro do banheiro, tomando um banho e ao sair me vestindo com roupas confortáveis e leves, sabia que minha esposa já devia ter colocado minha roupa para o casamento no carro. Saí do quarto ouvindo Lauren gritar do andar debaixo para que eu me apresasse, o que me fez praticamente correr nas escadas e quase cair no processo.

— Aqui, você come no caminho. Acabei de colocar Dimmy no carro — avisou, me estendendo um copo fechado com café e um sanduíche.

— Eu ainda não entendi porque precisamos chegar tão cedo — resmunguei enquanto a seguia para a garagem.

— Porque prometemos ajudar e são suas mães! — minha esposa argumentou quando já estávamos dentro do carro — Precisamos ver se tudo está acontecendo como planejado antes delas chegarem — explicou, dando partida.

— Hey buddy — me virei para trás vendo um Dimitre emburrado e aparentemente irritado — O que foi, Dimmy?

— Mãe não deixa brincar — resmungou e eu automaticamente virei meu olhar para Lauren.

— Ele queria se sujar no quintal e eu não pretendo dar outro banho antes do casamento — se defendeu rapidamente, o que me fez rir.

— Só por algumas horas ok, Dimitre? E então você vai poder correr e brincar com seus amigos no casamento — prometi, vendo a feição confusa surgir em seu rostinho fofo.

— Por que as vovós vão casar? — questionei sem entender.

— Porque elas são lou...

— Porque elas se amam! — Lauren me interrompeu, tirando uma mão do volante para me empurrar — Camila vê se come logo — praticamente ordenou e eu segurei a risada antes de voltar toda atenção para meu sanduíche.

Foram longos minutos até chegarmos na pousada onde minhas mães decidiram fazer a renovação dos votos. Peguei meu filho no colo assim que saímos do carro, acabando por sorrir ao ver a movimentação conhecida. Flores estavam sendo levadas para todos os lugares, a equipe do buffet já estava se acomodando na cozinha e os funcionários da pousada estavam preparando os quartos que seriam usados para a preparação.

— Aparentemente eu não fui a única a ter que chegar seis horas antes — ouvi a voz da minha irmã caçula e ri — Nós somos as madrinhas, não deveríamos ter dado uma festa ontem?

— Mama disse que não podíamos fazer uma despedida de solteira sendo que elas já são casadas — lembrei, a cumprimentando e notando que mais atrás dela Beatrice se aproximava com Hayley — Você arrastou sua namorada pra isso?

— Se eu tive que vir cedo, ela também tem — respondeu como se fosse óbvio.

— Caramba como vocês são chatas, são as mães de vocês — Lauren reclamou do meu lado, me fazendo rir.

— Meu amor, você sabe que casar para aquelas duas é praticamente um hobby né? A gente já até cansou — nos defendi, mas tudo que ela fez foi rolar os olhos — Ok, eu vou procurar a moça que está produzindo tudo isso e resolver algumas coisas — avisei, lhe entregando Dimitre e seguindo para dentro da pousada.

Pelas próximas horas fiz questão de ajeitar cada pequeno detalhe que ainda precisava ser revisto, deixando tudo como minhas mães queriam. Então, quando elas chegaram para se arrumarem tudo que precisavam fazer era relaxarem e ficarem perfeitas para o casamento. Sendo assim, enquanto Lauren estava no andar debaixo pronta para recepcionar algumas pessoas que chegavam, sendo a nora perfeita que era, eu estava no quarto com Lucy, a ajudando a terminar de se aprontar. Enquanto isso, em três quartos de distância, Sofia estava fazendo o mesmo com Verônica.

— Mama, você já ajeitou esse vestido trezentas vezes. Você está perfeita — declarei, rindo por como ela bufou — Como pode sequer estar nervosa? Mamãe é sua esposa por mais de trinta anos — lembrei divertida.

— E eu ainda sou apaixonada por ela como no dia que nos casamos a primeira vez — respondeu, o tom mais calmo ao falar de Verônica — Esse sentimento não vai embora, filha. Mesmo quando brigamos, mesmo quando eu só quero que ela suma porque ela é irritante pra caramba, eu ainda quero dormir com ela todas as noites — sorriu suavemente, soltando um típico suspiro apaixonado e, de repente, ela não era uma mulher madura, ela parecia uma jovem em seu casamento.

— Vocês são incríveis juntas — sussurrei, sentindo um sentimento de paz por saber que aquelas eram minhas mães e meu exemplo para amar alguém.

— Eu realmente achei que você iria pedir para ser a madrinha de sua mãe — Lucy disse baixo, mudando de assunto, ainda se encarando por mais alguns minutos em frente ao espelho.

— Eu estou sendo madrinha da minha mãe em seu vigésimo casamento — lembrei divertida, me levantando e ajeitando a saia de seu vestido.

— Você me entendeu, Camila — ela respondeu e em seguida suspirou — Eu sei que você sempre foi um pouquinho mais próxima de Verônica. Ela sempre foi a mais divertida e com uma personalidade mais parecida com a sua, o que faz ser compreensível entender porque você sempre a procurava antes — explicou em um tom tranquilo, me deixando surpresa e um tanto incrédula por alguns instantes.

— É assim que você via as coisas? — murmurei um tanto chocada mas mamãe apenas deu de ombros — Mama! Eu sou completamente incapaz de preferir uma entre vocês. E, vocês viviam dizendo que eu era uma mistura de vocês todinha — argumentei, a fazendo rir rapidamente — As vezes eu procurava Verônica porque precisava da ajuda dela para contar a você — tentei explicar, notando seu olhar confuso por alguns segundos — Eu tinha medo de desapontar especificamente você. Você sempre foi meu modelo de vida, mama. Eu quis ser médica porque eu via você, eu fugia da creche do hospital porque estava atrás de você. Eu entrava escondida em seu laboratório, lembra? — sorri perante as memórias antigas e vi a mesma feição nostálgica no rosto de Lucy.

— Você não seria capaz de me desapontar, filha — disse carinhosamente, deixando para trás todos os momentos que eu realmente fiz aquilo, porém ela nunca diria em minha frente.

— Quer saber algo que nunca contei pra mamãe? — sugeri, tentando a distrair e entender que era importante para mim assim como Verônica — Eu não dei meu primeiro beijo no estacionamento da escola como dei a entender quando te contei, depois de toda a questão do almoço com a Katherine.

— O quê? Como assim? Você mentiu para suas mães, Karla? — ralhou e eu não evitei a risada por estar levando bronca de algo que aconteceu anos atrás enquanto estava no casamento das minhas mães.

— Eu só queria guardar pra mim, mas foi embaixo da arquibancada. No mesmo dia, tudo bem? Ela estava mal, cantei uma música e a beijei — confessei finalmente, esperando alguns segundos até que minha mãe finalmente sorrisse.

— Realmente, uma mistura de Vives e Iglesias perfeitamente — ela brincou, me fazendo rir — Sofia e você vão tentar nos fazer chorar novamente?

— Vamos tentar — concordei e dessa vez ela riu pelas minhas palavras.

— Licença — ouvi a voz de minha esposa e em segundos a vi entrar pela porta, sorrindo ao ver minha mãe — Lucy! Você está deslumbrante — elogiou, fazendo minha mãe agradecer suavemente — Está pronta? Porque está na hora — avisou e eu quase ri ao ver minha mãe parecer nervosa mesmo que não fosse realmente um casamento.

— Amanda já está aí? —perguntou ansiosa e no mesmo instante vi minha tia entrar no recinto.

— Vou nessa, entramos antes de vocês — lembrei, abraçando minha mãe mais uma vez antes de seguir minha esposa para fora do quarto — Esse é o terceiro casamento delas que eu estou presente — contei para Lauren assim que estávamos no corredor — Não lembro nada sobre o da Holanda mas sei que entreguei as alianças, e tive o melhor dia em Nova York, ver tantas pessoas que amavam minhas mães e estavam comemorando com elas que ao menos em uma cidade do país onde moramos elas poderiam estar legalmente casadas.

— Isso é importante — Lauren concordou, sorrindo pelas informações que lhe contava — Eu não sei como teria sido se eu não pudesse ter me casado com você, realmente não sei — disse em um tom mais baixo, entrelaçando sua mão a minha.

Apenas sorri por suas palavras já que estavam nos chamando para o casamento enfim começar. Dessa vez, tia Larissa havia convencido minhas mães que ela poderia fazer a cerimônia e assim todos estavam participando do casamento. Tia Amanda entraria com Lucy, Shane faria o mesmo com Verônica e Sofia e eu éramos madrinhas. Por isso entramos primeiramente, eu juntamente de Lauren e Sofia com Beatrice.

Depois de tantos copos de café meu sono já havia passado e minha irritação também, sendo assim eu estava apenas animada para o casamento. E não evitei meu sorriso feliz ao ver minhas mães entrando, dessa vez para não ter brigas as duas estavam entrando no mesmo momento de cada canto do salão. Eu via os olhares apaixonados de sempre quando elas finalmente se encontraram em frente ao altar.

Eu ri durante a cerimônia quando as ouvi recitar os mesmos votos que pareciam uma tradição em suas vidas, porém ouvi uma chamar a outra de deusa do rock era sempre a parte mais divertida da minha vida. Também gritei quando enfim elas foram casadas mais uma vez e se beijaram na frente de toda nossa família e nossos amigos.

— Nossas mães estão casadas mais uma vez — Sofia comentou enquanto caminhávamos para o salão de festas — Isso não é estranho? Elas se casando pela quarta vez e eu não tive a coragem para casar nem a primeira — riu consigo mesmo.

— Não é que você não teve coragem, você só não tinha achado a pessoa certa — dei de ombros despreocupada, mas notei o exato momento que a vi desviar o olhar para o outro lado do salão — Acha que entrou a pessoa agora? — perguntei mais baixo, vendo como ela encarava Beatrice com um leve sorriso.

— Acho que sim, Mila — concordou, sem tentar esconder o sorriso apaixonado — Mas tenho medo de assustar ela. Bea ainda é muito nova e ela tem esse espírito livre e...

— O mesmo espírito livre que troca todas as festas quando você a chama para ver filmes infantis com você e Hay? — provoquei rindo, vendo minha irmã rolar os olhos — E se você se preocupa, dê passos devagar, nada impede vocês de morarem juntas.

— Argh, odeio quando você é inteligente, esse é meu trabalho — Sofia resmungou, me fazendo rir mais uma vez e negar com a cabeça — Ei, as mães estão voltando. Está pronta?

— É claro que sim — concordei, já fazendo meu caminho até o palco — Licença, posso ter a atenção de todos? — falei ao microfone assim que minhas mães pisaram no meio da pista de dança — Hoje minhas mães se casaram pela quarta vez e acho que isso é a prova máxima do tanto de amor que existe nessa família. Mãe, mama, vocês me mostraram que amor é possível, vocês me ensinaram a amar, a perdoar, a lutar por alguém. Eu sou profundamente grata por vocês terem me feito ser a pessoa que sou hoje — declarei, sorrindo emocionada ao ver as duas derramarem algumas lágrimas.

— Karla aparentemente já disse tudo — Sofia tomou a palavra, causando algumas risadas — Mas além disso tudo, vocês também nos ensinaram a continuarmos sendo quem somos mesmo quando amamos alguém. Vocês nunca deixaram que desistíssemos dos nossos sonhos, e as vezes tiveram que nos empurrar na direção certa. Então obrigada por serem essas mães incríveis e as melhores avós que nossos filhos poderiam ter — completou e até eu quase chorei junto com nossas mães.

— Eu espero que vocês estejam prontas para a valsa do casal, porque é claro que não poderíamos deixar de cantar essa música — avisei, vendo pelo olhar delas que já tinham a plena certeza do que cantaríamos.

Me movi para de trás do teclado, ajeitando o microfone e vendo Sofia fazer o mesmo, ainda aparentando estar nervosa. Havia sido um pouco complicado a convencer a fazer isso novamente, sendo que ela nunca foi muito fã de cantar, ao contrário de mim. Porém ela faria qualquer coisa por nossas mães, assim como eu.

Comecei a melodia lentamente, fechando os olhos para começar a cantar aquela música que tinha tanto significado para minhas mães.

Wise men say
(Homens sábios dizem)
Only fools rush in
(apenas os tolos se apressam)
But I can't help falling in love with you
(mas eu não posso evitar de me apaixonar por você)

Abri os olhos quando Sofia começou a cantar seu verso, um pouco tímida mas notei nossas mães sorrindo enquanto dançavam na pista.

Shall I stay?
(Devo ficar?)
Would it be a sin
(seria um pecado)
If I can't help falling in love with you?
(se eu não posso evitar de me apaixonar por você?)

Deixei meus olhos procurarem minha esposa pelos convidados e sorri em sua direção enquanto continuava a cantar, esperando que ela soubesse que aquela música também era dedicada a ela.

Like a river flows
(Como um rio corre)
Surely to the sea
(direto para o mar)
Darling, so it goes
(Querida, é assim)
Some things are meant to be
(algumas coisas são destinadas)

Take my hand
(Pegue minha mão)
Take my whole life too
(pegue minha vida inteira também)
For I can't help falling in love with you
(porque eu não posso evitar de me apaixonar por você)

Sofia e eu terminamos a música juntas, nos curvando lentamente enquanto ouvíamos os aplausos, Verônica e Lucy sendo as mais altas e as primeiras a nos abraçarem.

— Vocês nunca vão parar de nos fazerem chorar? — Lucy resmungou, ainda abraçada a mim, e Verônica a Sofia.

— É um dom — dei de ombros, as fazendo rir.

— Obrigada por isso, vocês são as melhores filhas que poderíamos ter — Verônica declarou, nos abraçando mais uma vez — Agora saíam e deixem suas mães dançarem como casadas novamente.

— Sempre tão rude — Lucy negou com a cabeça, e eu ri mais uma vez enquanto me afastava.

Andei por entre a pista de dança e em minutos encontrei minha esposa dançando com Dimitre em seu colo, que parecia muito feliz por aquilo.

— Posso roubar ela de você um segundo, buddy? — perguntei, sorrindo por como ele pareceu pensar um pouco — Acho que sua priminha está querendo dançar também — apontei para alguns metros de nós onde eu avistava meu primo Philip junto com sua filha caçula.

— Não conheço — Dimitre murmurou, parecendo envergonhado.

— E se ficar aqui não vai conhecer — Lauren o incentivou, o colocando no chão — É só dizer oi, lembra? — sussurrou, e sorrimos juntas quando ele tomou coragem para andar meio aos tropeços e se enturmar com as outras crianças — Então, por que expulsamos nosso filho?

— Para que eu possa puxar minha esposa para dançar — respondi tranquilamente, segurando sua cintura e começando a me mover no ritmo da música lenta que tocava — Sabe que nosso aniversário de casamento está chegando, né? — lembrei como quem não quer nada, nos movendo pela pista de dança.

— Ah sim, como me esquecer. Nove anos com você — Lauren respondeu com um sorriso, envolvendo meus ombros e se aproximando mais de mim.

— Na verdade dezessete, tivemos um longo namoro e noivado — a corrigi com um sorriso divertido — Mas é, nove anos que tenho o prazer de te chamar de minha esposa.

— Onde acha que estaremos quando estivermos fazendo trinta e seis anos de casadas? — Lauren perguntou curiosa, enquanto apenas nos balançávamos ao ritmo da música.

— Não importa onde, contanto que eu esteja com você — declarei apaixonada, a fazendo sorrir — Tivemos uma fase difícil e eu não quero saber como é viver sem você.

— Você não vai precisar — Lauren garantiu, se aproximando e beijando meus lábios docemente.

— Hm, bem que podíamos pegar um dos quartos aqui na pousada...

— Você me deixa tão ansiosa para algumas coisas — Lauren mordeu o lábio inferior mas suspirou em seguida — Porém eu estou vendo Ashley e Shay se aproximando e Ash está na fase insuportável da gravidez onde quer comer o mundo e depois reclamar que o gosto era ruim — avisou frustrada, me fazendo rir.

— Eu acho que vou cumprimentar algumas pessoas — beijei seu rosto, vendo seu olhar incrédulo — Tchau! — falei antes de nossas amigas chegarem, fugindo dali e ainda escutando Lauren me ameaçar com alguma coisa.

Andei pelas mesas, encontrando meus colegas de trabalho, e alguns amigos de Lauren além de praticamente todos os funcionários do hospital e amigos próximos de minhas mães. Eu conhecia todos então tirei um tempo para conversar com cada um. Até chegar na mesa onde meus sogros e cunhado estavam.

— Estão se divertindo? — perguntei, me sentando em uma cadeira vazia.

— Eu estarei ainda mais quando estiver dançando essa música — Clara disse se levantando assim que o som mudou, puxando Chris para ir com você — Vamos logo garoto, até sua filha está dançando — resmungou e eu ri enquanto observava os dois se afastarem.

— Tudo bem, sr Jauregui? — encarei meu sogro que parecia um tanto entediado.

— Acho que já cansei de festas — respondeu despreocupado — Apesar que essa está me fazendo lembrar do casamento da minha filha — comentou e eu tive um pequeno sorriso nostálgico ao me lembrar — Foi um casamento bonito — ele sussurrou, cruzando os braços.

— Lauren escolheu a maior parte — balancei os ombros — Eu estava nervosa demais para consegui sequer pensar em meus votos — confessei, negando com a cabeça.

— Foi bonito você ter feito o pedido após a formatura de vocês, na frente de todos — ele disse distraidamente e eu ergui minha sobrancelha — Digo, aquele dia deveria ser pra comemorar nossa filhinha se formando mas ainda foi uma surpresa boa — completou, dando de ombros.

Suspirei audivelmente, sabendo que ele estava chateado por outro motivo mesmo após todos esses anos. Eu sempre me esquecia como o pai de Lauren era um homem tradicional.

— Sabe, eu nunca fiz as coisas corretamente. Como pedem as tradições — falei sinceramente, encarando o senhor ao meu lado — Nunca cheguei e pedi a mão de Lauren para o senhor. E não foi por falta de respeito, eu sempre respeitei o senhor. Mesmo quando o senhor não me dava motivos para isso — afirmei honestamente, o vendo desviar o olhar por alguns segundos — As únicas vezes que agi em desrespeito com o senhor foram quando o ouvi ofender minhas mães ou minha namorada, eu não me importo que falem de mim, mas eu protejo quem eu amo — lembrei, tentando manter meu tom de voz firme — Sua família inteira sempre foi muito importante para mim e, acredite em mim, eu quis falar com vocês antes. Não necessariamente para pedir uma permissão porque eu iria casar com Lauren de qualquer forma, porque o único sim que importava ali era o dela. Mas, é sua filha afinal e não queria ter pegado vocês de surpresa.

— Eu não odeio você por isso, Camila — Mike disse em um tom calmo, me deixando levemente confusa — É só que eu imaginava esse momento de poder assustar e passar minutos antes de dar minha benção — confessou, me fazendo rir por alguns segundos — Mas acho que eu acabei fazendo isso na adolescência de vocês e entendo que não merecia esse gesto — admitiu, negando com a cabeça — Eu não te odeio. Você é uma boa nora e faz Lauren feliz desde que eram adolescentes e mesmo comigo tentando destruir tudo que tinham, você nunca desistiu e eu realmente te admiro por isso garota — elogiou, fazendo com que um sorriso surgisse em meu rosto facilmente — É claro que nos últimos meses eu fantasiei com você sendo morta na mesma mesa de cirurgia que tanto trabalha mas...

— Eu merecia isso — completei seu raciocínio, soltando um suspiro — Olha Sr Jauregui, eu nunca vou ser a pessoa perfeita para Lauren. Porque não acho que essa pessoa existe, ninguém a merece. Mas eu vou continuar tentando até meu último suspiro. Eu também nunca vou entender como ela ainda me ama, como ela nunca desistiu de mim, mas eu vou continuar agradecendo todos os dias pela mulher que tenho. E eu sempre vou amar ela, por todos os dias enquanto vivermos, isso eu posso prometer ao senhor — garanti, notando quando ele me encarou por longos segundos até sorrir levemente.

— Soa como as mesmas palavras que Lauren disse uma vez a mim quando estava se referindo a você — comentou, me fazendo franzir o cenho em confusão — Você a perdoou tão profundamente em seu coração que nem ao menos se recorda de como ela te tratava mal. Se Lauren diz que te perdoou, é no mesmo nível — explicou tranquilamente.

— Obrigada por isso, Sr Jauregui — agradeci honestamente e dessa vez ele riu.

— Já passou da hora de você me chamar de Mike — disse entre uma risada e eu não evitei meu sorriso largo.

— Obrigada por isso, Mike — corrigi, aproveitando aquele leve momento com meu sogro.

Ainda continuei ali por alguns minutos conversando distraidamente com Mike até avistar meus amigos saindo da pista de dança, por isso pedi licença e me aproximei de Normani e Austin.

— Hey! Que bom ver vocês — abracei os dois antes de nos sentarmos em uma mesa — Ei Mani, eu tava passando por aqui e vi Zendaya com um garoto, ele é...

— Sim, ele é o tal Logan que teve a ousadia de aparecer na minha casa depois de ter dado um susto na minha filha e quase a engravidado — Normani resmungou, me fazendo segurar minha risada — Dinah quase o expulsou a vassouradas aliás, foi engraçado — completou em um tom mais leve.

— Hm desculpe, Z me perguntou se podia trazer alguém e eu não diria não a ela — abaixei os ombros receosa mas minha amiga apenas balançou os seus.

— Tudo bem, ela está crescendo e é melhor que se sinta confortável para falar conosco — Normani argumentou mas ainda assim a vi fazer uma careta quando vimos o novo casal passar por nós de mãos dadas.

— Ok eu vou interromper os olhares assassinos — Austin se intrometeu, se escorando na mesa e nos encarando com um sorriso um tanto animado — Eu vou me mudar para L.A — avisou, o que nos fez arregalar os olhos.

— O quê? Você enlouqueceu? Você sequer contou isso pra mãe e pro pai? — Normani ralhou e notei meu amigo soltar um suspiro.

— Vamos lá Mani, Aus não tem cinco anos. Deixa ele explicar ao menos — interferi, a vendo bufar e cruzar os braços mas se calar.

— Obrigado, Mila. Enfim, o tio da Mila me deu uma força e mostrou umas demos minhas, entrei em contato com meu agente para ele ver o que podia fazer. E, eu recebi a proposta para fazer um álbum, toda divulgação inclusa, alguns shows, todo o suporte necessário para mim, e um apartamento em L.A — contou, nos fazendo arregalar os olhos.

— O quê? Caramba Aus! isso é incrível! Eu estou tão feliz por você — declarei, me levantando e o abraçando forte.

— E vai ficar ainda mais feliz porque vou usar as músicas que escrevemos juntos então vocês também vão receber — continuou e dessa vez eu gritei animada, chamando a atenção de alguns e os fazendo rir — Mani?

— Droga, eu me preocupo contigo seu imbecil. Mas eu só estou estupidamente orgulhosa de você. Arrase em L.A, faça uns shows e não nos assuste de novo ok? — pediu, se aproximando mais dele para deitar a cabeça em seu ombro.

— Prometo, Mani. Vou ficar inteirinho — garantiu, e eu sorri pela pequena cena dos dois na minha frente — E vou precisar da sua ajuda para contar aos nossos pais.

— Eu sabia que você queria algo — Normani reclamou, já se afastando e me fazendo rir mais uma vez.

Me levantei dali, voltando para a pista de dança e aproveitando mais um pouco com todos. Até mesmo me aproximei das crianças e dancei com cada um dos gêmeos de Ally, o que a fez ter um tempo para se divertir com seu marido. Também fiz questão de dançar com meu filho, o jogando para o alto algumas vezes, até que ele estivesse cansado e pedindo para dormir. Sendo assim, o levei para o nosso quarto na pousada, onde Dinah já estava com Seth e não se importou de olhar meu filho também.

— Puta merda que susto — reclamei assim que saí do quarto e dei de cara com minhas mães — Vocês não deveriam estar na festa?

— Já vamos viajar — Lucy respondeu sem se importar — Estávamos procurando você e Sofia para nos despedirmos — explicou, já me puxando para um abraço.

— Divirtam-se, tudo bem? E tomem cuidado, qualquer coisa nos liguem — pedi, abraçando Verônica também.

— Não se preocupe, filha — Verônica disse tranquilamente — Se preocupe apenas em cuidar daquele hospital, certo? Confio em você.

— Ainda acho uma loucura, mas tudo bem — neguei com a cabeça, as fazendo rir.

— Você tem que começar a acreditar em si mesmo, como acreditamos em você — Lucy disse carinhosamente, beijando minha testa — Se cuide.

— Vocês também, amo vocês.

— Te amamos também.

As observei saírem do corredor e ri comigo mesma, apenas minhas mães para terem um quarto casamento e não ficarem a festa inteira. Balancei a cabeça enquanto fazia meu caminho de volta ao salão de festas, aproveitando e dançando mais um pouco com todos meus amigos. Não notei as horas passando e muitos dos convidados indo embora até que restassem apenas Lauren e eu sentadas no chão próximas ao palco, dividindo uma bandeja de aperitivos.

— Acha que vamos fazer isso algum dia? — Lauren perguntou, deitando a cabeça em meu ombro.

— Limpar uma festa de casamento? — questionei em confusão, observando os funcionários do buffet e da pousada andarem de um lado arrumando tudo.

— Não, ridícula— ela respondeu e eu soltei um suspiro ofendida — Renovar nossos votos, festejar com amigos. Só, não sei, tivemos uma fase difícil, seria bom relaxar — sugeriu, me deixando pensativa.

— Acho que eu vou passar minha vida tentando...

— Camz — minha esposa me interrompeu, um leve sorriso — Você não precisa mais tentar nada, eu estou aqui. Eu não vou a lugar nenhum. Estamos bem, não é? — lembrou, um tom tão carinhoso que me fez querer ficar ali para sempre.

— É, estamos bem — garanti, tocando seu rosto com cuidado antes de deixar um breve beijo em sua boca — Hm, que tal assim, depois que minhas mães voltarem eu ainda tenho algumas coisas para resolver no hospital e você tem a série que vai ser lançada, certo? — perguntei, tendo um aceno de compreensão — Mas podemos fazer isso depois, tirar umas semanas de lua de mel — concordei, a ideia de viajar com minha esposa agradando rapidamente minha mente — Podemos deixar Dimitre com nossos pais durante uma semana e depois adicionar mais umas em uma viagem com ele.

— Isso soa bom pra mim — Lauren sussurrou, entrelaçando sua mão a minha — Eu estou feliz, Camila — ela declarou e eu sorri com suas palavras, a sentindo se afastar de mim o suficiente para que eu pudesse me virar e encarar seus olhos.

Com tantos problemas, tantas vezes que eu a fiz mal nos últimos anos. Depois de praticamente não ser sua família, saber que agora estávamos bem e ela estava feliz ali, comigo, com nosso casamento, era a melhor sensação que eu poderia ter. Minha própria felicidade correndo por minhas veias, me fazendo a sentir em cada pedaço de mim.

— Eu também, Lauren. Eu também — lhe respondi, sem esperar mais nenhum segundo para juntar meus lábios aos seus em um beijo apaixonado.

############################################

e então???

Eu espero que vocês tenham gostado da história e do final. Obrigada por estarem aqui.

ai ai terminar essa história também significa fechar o ciclo de histórias em aberto que eu tinha desde 2015. E também significa dar um tempo com camren.

MANO DO CÉU. Pela primeira vez em quase sete anos que não estarei escrevendo uma fanfic camren. Mas isso não significa que não estarei escrevendo. Só com outros shippers.

E por sinal já comecei, entrem no meu perfil para lerem o prelúdio e o spin off de através da escuridão, uma outra fic que terminei. O prelúdio conta a história da Camila e da Hailee enquanto o spin off é focado na filha de camren: Sabrina (ou seja até sem escrever camren ainda vai ter camren)

PORÉM! Eu não abandonei camren. She Keeps Me Warm e On Purpose tem um roteiro quase inteiramente pronto, o que me facilita para escrever. E, enquanto isso eu estou escrevendo Gelo e Fogo (uma fanfic camren que já até postei a sinopse em meu perfil certa vez), mas ela é um tanto mais complicado e por isso só irei postar quando já estiver finalizada - ou quase finalizada dependendo da minha ansiedade.

Mas é isso gente, leiam a fic cailee e a fic rowbrina e falem comigo tá?

twitter e instagram: @pandarctus

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