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ㅡ Quem é você?
Daichi olhava para Bakugou assustado, não fazia ideia de quem era o garoto e com todo o cenário ao redor, Mahina caída no chão sangrando e o mesmo em pé na sua frente, o loiro poderia entender tudo errado.
Daichi tinha sim, sido responsável pelos ferimentos da garota, mas não propositalmente. Mahina estava assustada, sabia que Daichi tinha um temperamento difícil, mas nunca imaginou que fosse capaz de chegar a tanto.
Mahina no fundo sabia que ele não tinha tido a intenção de machuca-la, mas com ou sem intenção, ele a machucou. Ela lhe direcionava um olhar que não transmitia nada além da mais profunda mágoa, não por ter a empurrado, e sim por todas as palavras que disse.
ㅡ Daichi vá embora ㅡ A garota proferiu baixo e o ex-noivo a olhou. ㅡ Só vá.
ㅡ Mahina eu não que-
ㅜ Não importa o que você queria ou não, o que importa é o que você fez. Saia daqui, agora.
Mahina ficou em pé e o encarou. Ele sabia que não adiantaria de nada tentar conversar com a garota agora, não era o momento, ela estava com raiva e tinha total razão para isso.
Por isso, Daichi virou novamente em direção a porta encontrando Bakugo, que observava atentamente a cena entre os dois. O ex-noivo de Mahina saiu sem dizer uma única palavra, deixando para trás um clima tenso no local.
Katsuki estava perplexo. Nunca imaginou que um dia chegaria a presenciar uma cena como essa e muito menos com Mahina, não sabia se estava entendendo às coisas erradas, mas o que parecia ser era... Revoltante.
A garota caminhou em direção a porta para fecha-la, parou alguns instantes para respirar antes de se virar para encarar o loiro, estava com vergonha e com o emocional destruído.
ㅡ Eu vou pegar uma vassoura para limpar essa bagunça, nós já começamos, certo? ㅡ A garota disse assim que se virou em direção ao loiro, sorrindo logo em seguida.
Bakugou não sabia se deveria perguntar sobre o acontecido ou se deveria ir embora, baseado no curto tempo em que passaram juntos, Katsuki sabia que a garota não o mandaria de volta para casa mesmo que quisesse.
Ela tinha péssima mania de sempre querer ser agradável. Hoje não estava sendo diferente, ele sabia que os dois tinham sim que terminar o trabalho, mas depois de uma situação como essa, não podia cobrar absolutamente nada da garota.
Ele viu Mahina voltar com uma vassoura, pá e uma sacola de plástico, a garota se ajoelhou no chão para pegar os cacos de vidros maiores. Seu antebraço estava sagrando e sua cabeça também, mas ela não parecia se importar.
Katsuki se aproximou da mesma e viu que ela tremia, Mahina estava fazendo tudo no automático e se esquecendo do próprio emocional. Ela estava agindo como se nada tivesse acontecido, pensando que assim, talvez, se convencesse que não foi nada demais o que acabou de vivenciar.
Bakugou se aproximou da garota com calma e se ajoelhou ao seu lado, às gotas de sangue caíam no piso do apartamento enquanto Mahina acabava se machucando ainda mais catando os pedaços de vidros.
Lentamente Katsuki retirou os cacos da mão da garota, Mahina parou por um instante e respirou fundo. Ela estava tão concentrada naquilo que nem havia percebido que seus olhos estavam cheios de lágrimas.
ㅡ Mahina, pode deixar que eu faço isso. - Bakugou falou com um tom baixo e calmo. - Acho melhor você fazer um curativo nesses cortes, vai lá.
- Não precisa, eu-
ㅡ Mahina ㅡ Ele segurou o rosto da garota com cuidado e virou em sua direção. ㅡ Vai, eu cuido disso.
Mahina pensou em negar mais uma vez a ajuda do loiro, mas sabia que ele estava certo. Ela concordou fracamente e se levantou, caminhou em direção ao quarto deixando a porta encostada.
Assim que chegou em frente ao espelho de seu banheiro, a garota teve noção do quão ruim estavam seus machucados, não tinha percebido que estavam sangrando tanto, talvez estivesse um pouco anestesiada por conta de tudo o que aconteceu.
A garota jogou uma quantidade generosa de água em seu rosto e tirou o kit de primeiros socorros que tinha dentro do armário que ficava no banheiro, Mahina retirou alguns algodões, ataduras e uma gaze.
A garota lavou as feridas com água fria corrente e o soro fisiológico, secou ambas com os algodões e cobriu o corte em sua cabeça com a gaze e prendeu-a com um esparadrapo, seu antebraço foi secado e logo depois coberto por uma atadura.
Mahina saiu do banheiro e sentou-se em sua cama respirando fundo, a garota tentava colocar todas a ideias em ordem, mas estava tão confusa. Ela sabia que as palavras de Daichi não passavam de mentiras inventadas para atingi-la.
Ela sabia disso, mas então, por que não parava de doer?
O maior dano seria o psicológico, disso ela tinha certeza. O empurrão de Daichi não foi intencional, mas a machucou da mesma forma caso fosse.
Mahina estava se sentindo humilhada e constrangida. Não sabia como iria ter coragem de olhar nos olhos de Bakugou depois do ocorrido, ela realmente não estava bem para fazer absolutamente nada.
Mas, Mahina sabia que eles tinham sim que terminar o trabalho e que Bakugou não tinha a obrigação de fazer nada sozinho, ela não iria se prejudicar ou sobrecarregar o garoto por causa de problemas com ex-noivo.
Ex-noivo.
Apesar de todos os pensamentos negativos, Mahina sorriu largamente quando lembrou dessa parte. Daichi não tinha mais nenhuma mísera participação no seu presente, somente no passado.
ㅡ Mahina? ㅡ A garota ouviu duas batidas na porta e logo a mesma foi aberta. - Você tá melhor?
Katsuki ficou parado no mesmo lugar analisando a garota. Ele não sabia o que fazer e nem como agir, estava tentando parecer o mais amigável possível com a mesma e Mahina havia percebido isso. Era fofo a maneira como o garoto estava, praticamente, pisando em ovos até na maneira de olhar para ela.
ㅡ Estou sim, obrigada Kacchan. ㅡ Ela sorriu.
ㅡ Já disse para não me chamar assim ㅡ Ele repreendeu irritado mas logo amenizou seu tom. ㅡ Eu estava pensando... Acho melhor terminar o trabalho sozi-
ㅡ Não, Bakugou ㅡ A garota interrompeu. ㅡ Tudo o que preciso nesse momento é me distrair e nós dois precisamos terminar, ainda falta muita coisa e não é justo você fazer tudo sozinho.
ㅡ Garota, deixa de ser teimosa, puta merda ㅡ Ele gritou irritado. - Eu tô tentando ser legal.
Mahina olhou para o garoto com os olhos arregalados e não conseguiu segurar a gargalhada que veio logo em seguida. Katsuki, mesmo quando tentava ser gentil, acabava sendo grosso.
Bakugou olhou para a garota indignado, a mesma só inclinou a cabeça um pouco para o lado com sua atenção voltado para o loiro e sorriu, o deixando sem graça. Ele tinha conseguido fazer com que Mahina esquecesse de tudo com uma simples frase.
ㅡ Kacchan, tudo o que preciso agora é ocupar a minha cabeça, ok? ㅡ Ela falou se levantando e caminhando em direção ao garoto. ㅡ Eu estou melhor, graças a você. Obrigado.
ㅡ Eu não fiz nada.
ㅡ Eu estava deprimida e você conseguiu me fazer rir ㅡ Sorriu fraquinho. ㅡ Então sim, você fez algo.
Mahina se aproximou um pouco mais de Bakugou enquanto o mesmo a encarava inexpressivo, assim que parou em frente a ele, Mahina ficou de ponta de pé e depositou um beijo suave na bochecha do garoto.
ㅡ Obrigada de verdade, Kacchan. ㅡ Agradeceu baixinho.
Katsuki ficou imóvel por alguns instantes, piscou lentamente enquanto encarava o rosto da garota e sem pensar, acabou fixando o olhar nos lábios avermelhados da mesma.
Eles se encararam demoradamente, os olhares se cruzaram e se direcionaram aos lábios um do outro, a respiração de ambos repentinamente ficou mais pesada e a distância foi se tornando cada vez menor de forma inconsciente.
ㅡ Acho melhor irmos para a sala... ㅡ Mahina disse em um tom duvidoso. ㅡ O trabalho... Temos que terminar.
ㅡ Sim, eu sei. ㅡ Katsuki respondeu de forma seca.
O loiro estava tão ocupado detalhando cada traço do rosto da garota que nem percebeu quando sua mão, de forma inconsciente, encontrou a cintura da mesma.
Mahina era tão linda.
E ele não precisou ficar próximo da garota da forma que estava para perceber isso, desde o primeiro dia, Bakugou já tinha olhos para garota.
É óbvio que não passava de uma observação natural, ela era bonita assim como outras garotas da turma, nada demais. Mas desde o meio da semana, quando começaram o trabalho, o garoto percebeu que Mahina era muito mais que isso.
A garota era bonita, era gentil com todos e nunca faltavam com respeito, tinha uma paciência e educação de dar inveja. Além de muitas outras qualidades, que ele sabia que não eram poucas.
Mas, Bakugou havia se encantado pelo apreço por coisas simples da garota. Não sabia se ele tinha uma visão muito egocêntrica em relação a mesma para que, com mínimo de conhecimento sobre si, ele já percebesse que estava completamente errado.
ㅡ Vamos. ㅡ Bakugou disse antes de se afastar completamente da garota.
Mahina só soube disfarçar a surpresa por que virou-se para fechar a porta do quarto enquanto o garoto caminhava até a sala, onde estava sua mochila e depois foi em direção a mesa que tinha ali, colocando seus pertence em cima da mesma.
O clima estava tenso, Katsuki queria ter acabado com a distância entre os dois mas sabia que Mahina estava fragilizada com o acontecido, ele estaria se aproveitando da situação.
Não queria isso. Se caso os dois se beijassem, queria que fosse por uma atração mútua e não por um dos dois estar com emocional abalado. Ele não negava que Mahina o atraia mais do que qualquer garota da turma, mas nem por isso iria se aproveitar da mesma.
Já Mahina, não sabia o que estava sentindo, até o momento não havia notado nenhuma segunda intenção do loiro e nem um interesse dela no mesmo. Ela sabia que estava deixando suas emoções controlarem suas ações.
Bakugou havia feito a garota rir quando ela estava triste, mesmo que não fosse sua intenção, ele o fez. E Mahina havia aprendido a apreciar, de certa forma, o jeito bruto do loiro, que era completamente o contrário do dela. A personalidade dos dois eram completamente opostas, quando estavam juntos era claro o contraste entre ambos.
Mas era um contraste lindo.
Nenhum dos dois havia percebido esse detalhe, mas perceberiam, mais cedo ou mais tarde. Bakugou iria perceber que suas grosseiras se tornam escassas quando está perto da garota, e isso vinha de forma inconsciente por parte do loiro.
Ele era direto e seco, não prolongava conversas com ninguém, mas por uma estranha razão, nesses últimos dias ele tinha já havia perdido completamente a noção do tempo quando estava na companhia da garota.
Era tão estranho.
Bakugou sentou na cadeira e retirou todos os papéis relacionados ao trabalho de sua mochila, esperou que Mahina aparecesse para começarem o trabalho, viu a movimentação da mesma na cozinha e logo a garota se aproximou.
ㅡ Peguei pra você ㅡ A garota colocou uma pequena travessa com salgadinhos picantes e um copo de refrigerante em cima da mesa. ㅡ Antes que pergunte, eu percebi que você só sabe pedir esse salgadinho naquela máquina da escola.
ㅡ E você presta tanta atenção assim nas coisas que eu faço? ㅡ Bakugou questionou com sorriso discreto nos lábios.
ㅡ Eu passei os últimos três dias praticamente colada em você, não tem como não perceber certas coisas.
Mahina estava se sentindo leve e sorridente, bem diferente de minutos atrás. A companhia de Bakugou se tornou algo, inesperadamente, agradável para a garota, apesar de alguns conflitos e grosseiras, Mahina gostava de passar um tempo com o loiro.
ㅡ Você achou aqueles arquivos sobre o herói que eu escolhi?
ㅡ Achei ㅡ Ele tirou três pastas finas da mochila e entregou para Mahina. ㅡ Não sei o porquê de você gostar tanto desse cara.
ㅡ Ele é incrível Bakugou! ㅡA garota defendeu seu herói com ultraje. ㅡ Eu conheci ele pessoalmente e procurei muito sobre a trajetória dele antes mesmo de me interessar em entrar para U.A. Ele é um herói que realmente me inspira.
ㅡ Mahina, ele é só alguns anos mais velho que a gente. ㅡ Bakugou revirou os olhos.
ㅡ Exatamente ㅡ Ela folheou uma das pastas e voltou a olhar para o loiro. ㅡ Pouco tempo atuando como herói e já está no ranking! Hawks é o herói mais novo a estrar no ranking, Bakugou, isso já diz muito do quanto ele é eficiente.
ㅡ Tsc ㅡO garoto bufou. ㅡ Vou entrar no ranking assim que me formar.
ㅡ Você sabe que não é tão fácil assim.
ㅡ Acha que eu não consigo? ㅡ Gritou irritado.
ㅡ Claro que você consegue, Bakugou. Não tem nada no mundo que não se consiga com foco e esforço ㅡ Mahina disse sorrindo. ㅡ Você treina, se esforçar, tem uma rotina pesada e estuda, você tem tudo para conseguir isso.
ㅡ Eu sei.
Bakugou estava tentando conter um sorriso satisfeito que tentava brotar nos seus lábios, era muito bom ouvir que a garota pensava assim dele. Ele sabia que tinha tudo para conseguir o que queria, não precisava que Mahina falasse em alto e bom som para ter certeza.
Mas era gratificante.
ㅡ Só que isso não é tudo ㅡ Mahina comentou e o garoto a olhou surpreso. ㅡ Um herói não é feito só de poder e treino, é muito mais que isso.
ㅡ Do que você tá falando? ㅡ Perguntou irritado.
ㅡ Um herói, Bakugou, tem que ser carismático. Tem que ser alguém que as pessoas possam se espelhar e admirar, não só seu poder, mas sua personalidade ㅡ Ela explicou calmamente. ㅡ Você não vê tantas pessoas vangloriando o Endevor ou Best Jeanist, porque eles não tem o carisma que o All Might têm.
ㅡ Isso é besteira.
ㅡ Não é ㅡ A garota riu da ignorância do loiro. ㅡ Bakugou, o Endeavor é uma pessoa tão deplorável por dentro que é perceptível isso para qualquer um que passa somente 5 minutos com ele. Ninguém, eu repito, ninguém vai querer se espelhar em uma pessoa assim, é isso que eu estou querendo dizer.
ㅡ E eu repito, isso é-
ㅡ Eu não estou querendo dizer que você precisa ser um poço de simpatia como o All Might é, estou querendo dizer que você precisa ser o mínimo agradável para satisfazer a opinião pública. Isso é fato.
Bakugou escutava cada palavra da garota atentamente, sabia que a mesma estava certa, mas ele nunca iria admitir isso em voz alto. Era ridículo como as pessoas tinham que mudar seus jeitos para agradar terceiros, que deveriam ser gratos só pelo simples fato de eles estarem ali, os protegendo qualquer ameaça.
Quando Katsuki pensou em argumentar contra Mahina, a garota foi mais rápida, deixando claro que sobre aquele específico assunto, não tinha quem entendesse melhor que a mesma.
ㅡ Não tente discutir comigo sobre isso ㅡ Avisou seriamente. ㅡ Eu sei como é ter câmeras apontadas para você o tempo inteiro, então eu sei como uma atitude mal pensada pode destruir sua imagem.
Bakugou não sabia o que responder, era a primeira vez que Mahina falava sobre algo assim, normalmente a garota esbanjava sorrisos e bom humor para todos que chegavam perto da mesma.
Carregar qualquer tipo de fardo não parecia ser algo do seu feitio, ela parecia ser tão leve e bem resolvida, que quem olhasse de fora, achava que a garota não tinha nenhum problema na vida.
E era exatamente isso que Bakugou pensava. Mahina era rica, tinha uma família estruturada, amigos, bem educada, dentro da estética japonesa e uma referência na moda para inúmeras outras garotas, ela não tinha problemas.
Mas hoje, com os poucos minutos que havia chegado naquele apartamento, ele tinha conhecido outro lado da garota, um lado que nunca imaginou conhecer ou até mesmo existir.
Ele já tinha uma visão certa sobre a situação que havia presenciado quando chegou no apartamento, e independente da explicação que a garota chegasse a dar, ele não iria mudar de opinião.
Mahina estava em um relacionamento abusivo.
Sempre pareceu coisa de outro mundo para Bakugou falar sobre o assunto, era algo tão fora de sua realidade que não fazia o menor sentido na cabeça do loiro. Mas, ele sabia o que tinha visto. Ele sabia o que tinha acontecido.
E ele não tinha gostado.
Ele percebeu que Mahina estava abalada, não fisicamente, e sim emocionalmente. Bakugou parecia até ser insensível, mas ele sabia reconhecer certas emoções só pelas expressões das pessoas.
Mahina estava magoada e decepcionada. Isso era o mais lhe confundia, ele não sabia o que tinha ocorrido aqui antes de chegar, mas para que a garota perdesse a compostura de sempre parecer bem e feliz, deveria ser algo grave.
ㅡ Olha, eu achei isso.
Bakugou piscou demoradamente, percebendo que se perdeu nos próprios pensamentos enquanto Mahina pesquisava sobre algum tópico do trabalho. A garota colocou o notebook em frente ao loiro, exibindo um artigo antigo sobre a individualidade de All Might.
Era uma lista de todas as formas como o herói número 1 já havia utilizado sua individualidade em resgates, ataques contra vilões e muito mais. Era incrível ver quantas possibilidades o símbolo da paz conseguiu encontrar para usar sua individualidade.
ㅡ Você pode colocar isso no tópico 7, aquele que você teima em dizer que está sem graça ㅡ Mahina revirou os olhos com o sorrisinho pequeno nós lábios. ㅡ Se encaixa direitinho.
ㅡ Tanto faz.
▬▬▬▬▬ 時間 ▬▬▬▬▬
Às horas se passaram sem que Mahina e Bakugou percebessem, logo o céu já estava escurecendo e os dois finalizando o trabalho. Mahina dava alguns retoques na capa já pronta e Bakugou terminava de digitar a última página sobre as primeiras aparições das individualidades.
O trabalho tinha ficado impecável, completo e bem descritivo. Os dois tinham se esforçado muito para isso, a nota valeria para todos os bimestres e se caso tirassem uma nota baixa, poderiam até ficar de recuperação pelo resto do ano.
ㅡ Pronto. ㅡ O loiro foi o primeiro a avisar.
Mahina estava concentrada em sua folha, fazendo alguns traços com a caneta permanente preta ao redor do título. Bakugou se aproximou um pouco para ver como estava ficando e se surpreendeu com a destreza da garota com aquilo.
Parecia que aquilo já tinha vindo pronto de algum site ou coisa do tipo, Mahina tinha caprichado de verdade naquela capa. Bakugou voltou para seu lugar e esperou a garota terminar para que eles pudessem juntar tudo e grampear às folhas.
ㅡ Prontinho! ㅡ Mahina disse empolgada. ㅡ Você junta as folhas? Vou preparar alguma coisa pra gente comer.
ㅡ Tá.
Mahina se levantou e foi em direção a cozinha, abriu os armários a procura dos ingredientes para o karê japonês, um ensopado picante e facílimo de fazer. A garota já havia percebido o apreço de Bakugou por comidas picantes.
Ela colocou sob o balcão algumas batatas, cenouras e ervilhas, olhou para o loiro o notando muito concentrado em deixar todas folhas retas e iguais para grampea-las. Era tão raro momentos em que Bakugou não parecia completamente ofensivo, por isso, Mahina parou alguns instantes para observá-lo.
Bakugou era, de fato, muito bonito. Seu jeito agressivo e impulsivo tinha se tornado um dos motivos que mais faziam Mahina dar altas gargalhadas durantes os últimos dias. O loiro perdia a paciência com coisas tão supérfluas que chegava a ser cômico.
Todas às vezes que Bakugou gritava ou algo do tipo, Mahina acabava encarando o garoto por longos segundos e sorria, sempre achando graça do jeito do mesmo e o loiro, por uma estranha razão, sempre corava sob o olhar da garota de cabelos roxos.
Mahina piscou demoradamente, saindo de seus pensamentos e voltando a preparar o jantar de ambos, já estava de noite e a garota não queria que Bakugou fosse embora dali tarde por conta das ruas perigosas.
Ela sabia que ninguém iria conseguir amedrontar aquele garoto esquentado, mas nunca se sabe o que pode acontecer, é melhor prevenir do que remediar.
ㅡ O que você tá fazendo? ㅡ Mahina ouviu a voz do loiro que se aproximava do balcão.
ㅡ Karê. ㅡ Ela colocou os ingredientes na panela. ㅡ Você gosta ou prefere outra coisa?
ㅡ Tanto faz.
Mahina pegou um copo com água e despejou da panela antes de olhar atentamente para Bakugou, ele gostava ou não gostava de karê?
ㅡ Eu posso fazer outra coisa se você não gostar e-
ㅡ Não precisa, eu gosto.
A garota suspirou aliviada e voltou a dar atenção a comida. Bakugou observava a movimentação da garota pela cozinha, indo de lado para o outro, buscando ingredientes, fritadeiras e outras panelas que seriam usadas.
Mahina parecia ter prática na cozinha, o que Bakugou não imagina de forma alguma, já que a mesma deveria ter inúmeros empregados em sua casa durante toda a vida.
Mais alguns minutos e a comida estava pronta, enquanto Mahina colocava os últimos temperos, Bakugou se apressou em pôr os dois pratos, copos e os talheres sob a mesa. O loiro sentou e esperou a garota que logo pós a comida no centro da mesa e se sentou ao lado do garoto.
ㅡ Tá gostoso? ㅡ A garota perguntou assim que Bakugou levou a primeira colher com a comida até a boca.
ㅡ Sim.
ㅡ Que bom. ㅡ Mahina sorriu satisfeita, sabia que isso era o máximo que loiro a responderia.
ㅡ Onde você aprendeu a cozinhar assim? ㅡ O garoto perguntou depois de alguns minutos em silêncio.
ㅡ Ah... ㅡ Mahina sorriu. ㅡ Meus pais sempre viajaram muito, então eu ficava em casa com a Akemi. Ela me criou e trabalha lá em casa a mais de 20 anos, como eu ficava muito sozinha, acabava ajudando ela em tudo. Eu cozinhava, arrumava a casa e às vezes até ajudava o jardineiro por causa do tédio. ㅡ A garota riu das lembranças.
ㅡ Você? ㅡ Bakugou perguntou desacreditado.
ㅡ Qual o problema?
ㅡ Nenhum, você só não parece ser o tipo de pessoa que faz essas tarefas domésticas.
ㅡ Eu, tecnicamente, não deveria. Mas é bom saber se virar sozinha. Minha mãe, por exemplo, morreria de fome se não tivessem os empregados lá para ela, acho que ela nunca nem chegou perto de um fogão ou até da cozinha se não for para dar ordens.
ㅡ Tsc ㅡ O garoto revirou os olhos. ㅡ Bem previsível você ter pelo menos uma mãe dentro do padrão socialite e megera.
A princípio, Bakugou pensou que Mahina tivesse ficado ofendida com o comentário do mesmo. Ela ficou quieta por um longo período, e então uma expressão feliz junto a uma gargalhada surge em seu rosto, iluminando tudo ao redor dos dois.
A garota passou os dedos suavemente pelo canto dos olhos para enxugar as lágrimas causados pelo o riso e olhou sorrindo para o loiro que a encarava de volta. Era a primeira vez que Mahina sorria daquele jeito para Bakugou, era um sorriso verdadeiro que se alastrava para seus olhos, e isso estava fazendo o coração de Katsuki se contrair de forma estranha.
ㅡ Certo, esse, provavelmente, é o comentário mais sincero que fizeram sobre a minha mãe, e olha que você nem conhece ela.
Bakugou arregalou os olhos com a resposta da garota e riu. Ele esperava uma reação bem pior, mas Mahina parece compartilhar da mesma opinião sobre a própria mãe.
Era estranho pensar que a personalidade da figura materna de Mahina era, completamente, o contrário da sua. A garota parecia ter uma certa proximidade com os empregados da casa, o que divergia do simples, mas claro, relato da relação que sua mãe tinha com os mesmos.
Os dois terminaram a refeição ainda conversando sobre assuntos aleatórios, enquanto Mahina recolhia os pratos, Bakugou guardava seu material na mochila para ir embora.
ㅡ Quer que eu chame um táxi? ㅡ A garota perguntou depois de notar que o loiro já estava fechando a mochila.
ㅡ Não, minha casa não é longe.
Mahina respondeu com sorriso fraco e assentiu, o garoto vestiu um casaco e colocou a uma das alças da mochila sob seu ombro direito. Bakugo estava de costas para garota e depois de alguns segundos em silêncio, resolveu tocar no assunto que tinha evitado o dia inteiro.
ㅡ Eu não queria falar sobre isso... ㅡ O garoto começou e Mahina estancou no lugar já sabendo do que ele estava falando. ㅡ Aquele cara de mais cedo, ele é alguma coisa sua?
Mahina respirou fundo, sabia que ia ter que explicar a situação para o loiro, ele já havia passado o dia inteiro sem dizer uma única palavra sobre o assunto, agindo como se nada tivesse acontecido.
Isso tinha trago um certo alívio a garota, Mahina estava tão abalada que agir como se nada tivesse acontecido era a melhor opção para preservar sua saúde mental naquele momento.
ㅡ Ele é meu ex-noivo ㅡ Depois de incontáveis segundos em um silêncio tenso, Mahina respondeu. ㅡ Hoje eu terminei nosso relacionamento, por isso ele estava tão alterado, disse coisas que-
ㅡ Ele te disse muita coisa ruim, deu para perceber e você não soube disfarçar.
ㅡ Obrigada por não ter tocado no assunto antes ㅡ Mahina agradeceu, ignorando o comentário do garoto. ㅡ Eu não estava bem mais cedo.
ㅡ Ok.
Bakugou caminhou até a porta e colocou sua mão sob o trinco para abri-la, mas antes que o fizesse, olhou por cima do ombro para Mahina que o observava atentamente com os olhos curiosos.
ㅡ Foi a primeira vez que ele fez isso?
ㅡ Na verdade, ele nem encostou um dedo em mi-
ㅡ Não isso ㅡ Ele virou totalmente em direção a garota. ㅡ Foi a primeira vez que ele te disse essas coisas?
ㅡ Não, não foi a primeira vez.
ㅡ Então, eu já estou indo. ㅡO garoto se virou e abriu a porta.
ㅡ Boa noite, Kacchan, mande mensagem quando chegar ㅡ A garota pediu envergonhada. ㅡ As ruas são perigosas nesse horário.
Bakugou se virou em direção a garota com um sorriso pequeno nos lábios antes de responder.
ㅡ Preocupada? ㅡ Mahina revirou os olhos e sorriu. ㅡ Certo, eu aviso. Boa noite, patricinha.
Bakugou fechou a porta do apartamento e foi em direção ao elevador que tinha no fim do corredor, assim que as portas se abriram no térreo do prédio, o garoto saiu dali ignorando completamente o "boa noite" do porteiro por estar submerso nos próprios pensamentos.
Durante o caminho, a resposta de Mahina à sua pergunta martelava em sua cabeça repetidas vezes, o deixando cada vez mais incomodado. Apesar de ter o jeito explosivo e grosseiro, Bakugou nunca pensou em fazer algo do tipo com nenhuma mulher.
E pensar que Mahina havia passado por tal coisa, lhe causava um incômodo que não sabia descrever. O garoto apertou com força a alça da mochila que estava posta em seu ombro e murmurrou baixinho:
ㅡ Não foi a primeira vez, mas se depender de mim, vai ser a última.
Continua no próximo capítulo...
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𓍼
Como vocês estão??
gostaram do capítulo? Eu travei muito nele em vários momentos. não sabia se essa reação do Bakugou era a melhor e tals. Mas não se preocupem, essa não foi a última vez que a Mahina viu o Daichi e o Bakugou vai defender nossa protegida da próxima vez.
alguma teoria sobre o que vai rolar nos próximos capítulos?? Adianto logo que Daichi vai sair com alguns hematomas e vai rolar a primeira briga entre o Oikawa, Bakugou e Kageyama vs Mahina.
nossa protegida vai ficar muiiito tristinha nos próximos capítulos
:(( Dêem muiiito amor para ela!!!
eu gostaria de agradecer o carinho que vocês estão dando a essa fanfic. eu fico tão feliz que nem sei dizer, de verdade. Muito muito muito obrigada, nenéns! espero que gostem cada vez mais de Fell it Still, porque eu to amando escrever! <3333
Por hoje é só! Espero que tenham gostado do capítulo <3
Beijo e até a próxima <333