Spells | Scorbus

By dracowarys

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Albus e Scorpius tornaram-se melhores amigos desde o primeiro momento em que se encontraram. Partilhando a me... More

1. O retorno à Hogwarts.
2. A preocupação de Minerva
3. O banheiro de Myrtle E. Warren
4. A Carta de Draco Malfoy
5. O Convite
6. A sala de McGonagall
7. Aberração
9. O Armário de Vassouras
10. BÔNUS: A Sala Precisa
11. Hogwarts: Uma Celebração
12. A Toca
13. Férias de Natal
14. Herança de Sangue
15. O Espelho, As Poções
16. Na Cabana do Hagrid
17. Lago
18. Tudo acaba bem

8. O Lar dos Malfoy

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By dracowarys

— Papoula! O que houve? — assustou-se Minerva ao adentrar a enfermaria e deparar-se com os estilhaços de vidro ao chão.

— Ah! Não foi nada, Minerva. Apenas desequilibrei — respondeu madame Pomfrey, que com um aceno da varinha restaurou o copo e o frasco que haviam quebrado. Sem mais palavras, ela se aproximou do leito onde estava Scorpius, pousando a bandeja sobre a mesinha ao lado. Minerva também se aproximou, surpreendendo-se com Albus, que não deveria estar ali.

— Potter! Não deveria estar em aula? — suspirou a professora — Que bom que acordou, Malfoy. Acho que todos precisamos conversar e ver como estão seus ferimentos. — os olhos dela baixaram para os braços enfaixados do garoto. Albus continuou parado a onde estava, Draco com os olhos fixos nele. Não tivera tempo de ter uma explosão de raiva ou algo parecido e parecia não querer falar sobre o assunto com as outras duas presentes. Madame Pomfrey se aproximou de Scorpius e fez menção de desfazer os curativos. Draco ainda não sabia o que exatamente tinham feito nos braços do filho. Albus se afastou um pouco, não queria rever aquilo. Conforme madame Promfrey desenrolava a faixa, as palavras cortadas na parte interna do braço do garoto ficavam visíveis. As mãos de Draco foram aos cabelos e pelos nós dos dedos pode-se perceber que ele os puxava com força. Seus olhos marejaram e ele rapidamente os limpou com as costas das mãos. A fúria era visível em sua face.

— Não. Não acredito — sussurava Draco Malfoy, o pavor e a raiva brilhando em seus olhos — Por que fizeram isso? O meu filho... — a voz dele se enfraqueceu, ele mal pode terminar a frase. Olhou Scorpius, o rosto mostrava tristeza; uma tristeza que era mais sobre a reação do pai do que realmente pelos ferimentos.

— Pai...

— Vamos para casa! — afirmou ferozmente Draco — Você não pode ficar mais nem um dia nessa escola!

— O que?! — exclamaram Scorpius, Albus e McGonagall ao mesmo tempo.

— Draco, sei que parece grave, mas devemos reconsiderar o abandono...— iniciou Minerva

— Parece grave? PARECE? McGonagall, você leu o que está escrito ali? Ali, no BRAÇO DO MEU FILHO! — exaltou-se Draco, a mão tremula apontando para os cortes no filho.

— Sim, eu vi! E saiba que estou tão horrorizada quanto qualquer um! E estamos a toda tentando descobrir os culpados. Scorpius, — perguntou calmamente, os olhos focados no garoto na cama — você se lembra de algo?

— Queria dizer que sim, professora. Acho que me confundiram.

A professora agora se dirigia a Albus que continuava quieto ao canto da cama:

— Bem, acredito que precisarei conversar com sua irmã, Potter. Já que não quer participar da aula, por favor, me  acompanhe. — Albus entendeu que aquilo não era exatamente um pedido mas sim uma ordem — Vou em breve com novas respostas. — finalizou ela para Draco. Minerva pegou Albus delicadamente pelo braço e o arrastou para fora da enfermaria, ele lançou um último olhar lamentoso para Scorpius.

— Senhora, será que posso conversar um pouco com meu pai? — pediu gentilmente Scorpius para madame Promfrey que terminara de limpar seus ferimentos.

— Ora, claro. Preciso mesmo ir à estufa, recolher umas plantas curativas com o Profº Longbottom. — ela sorriu gentilmente e se retirou calmamente da enfermaria, fechando a porta e deixando os dois Malfoy a sós.

Draco respirou fundo. Estava tremulo e agitado. Scorpius, vendo o atordoamento do pai, sabia que nada que lhe dissesse tornaria a situação mais fácil ou aceitável. Fechou os olhos e começou a falar da forma mais calma e controlava que pôde:

— Pai, eu posso explicar. Sobre isso. Eu e Albus — ele precisou respirar para continuar, a voz cada vez mais trêmula, o medo era evidente. 

— Desde quando? — questinou Malfoy, sua voz baixa e calma. Ele não olhava o filho nos olhos. Draco se sentou novamente, esperando que o filho continuasse.

— Descobrimos juntos. No início do ano letivo. Nem de nós esperava por isso — o silêncio pairou por alguns minutos na mal iluminada enfermaria, até que Scorpius conseguisse continuar — Por favor, me perdoe. Eu. Sinto. Muito.

Scorpius não conseguia mais se conter. Chorava e o ar lhe faltava. Draco o olhou de onde estava. Por um instante ficou assistindo o filho que parecia estar passando por um grande sofrimento. Então se levantou abruptamente, se aproximou e agarrou o filho em um abraço desconcertante. 

— Vamos para casa — respondeu Draco, a voz calma mas decidida — Vamos e lá poderemos... falar melhor sobre isso.

— Mas não posso deixar a escola. Tem os NOM's e...

— Você vem para casa comigo! Pelo menos por uma semana. Você vai poder voltar depois — continuou Draco, ele estava mais calmo do que o filho esperava. Scorpius assentiu e entendeu que seria ruim se lutasse contra as vontades do pai. Eles ficaram ali em silêncio por um tempo. Passado quase meia hora do término de sua conversa, madame Pomfrey retornou com Minerva em sua companhia. Pomfrey fora direto para seu escritório enquanto a diretora se dirigia aos dois.

— Como dito anteriormente, trouxe mais respostas. Os garotos que...

— Nós já conversamos, McGonagall. Scorpius vai para casa comigo — afirmou Draco, decidido.

— Mas não pode retirar um aluno no meio do ano letivo, Malfoy — returquiu Minerva

— Farei o necessário para protegê-lo!

— Não é arrancando o garoto da escola que fará isso! — protestou a professora

— Hum, professora — intrometeu-se Scorpius em um tom gentil — Vou com meu pai, se me permite. Serão poucos dias. Eu voltarei logo.

Minerva estava incomodada com a decisão, mas com os olhos nos braços de Scorpius decidiu concordar com a ideia.

* * *

O malão de Scorpius foi deixado para trás, pois em poucos dias estariam de volta. Uma das típicas carruagens de Hogwarts levara pai e filho até a estação de Hogsmeade, de onde Draco explicou ao filho que poderiam aparatar. Não havia trem naquela época do ano e Londres definitivamente não era o destino dos dois. Scorpius sentia-se ansioso e com o coração apertado por não poder explicar a Albus o seu repentino desaparecimento. Ficou imaginando o que o amigo pensaria sobre tudo isso.

Scorpius desaparatou com o pai em um lugar que para ele era desconhecido. Um grande campo com uma bela casinha branca e amadeirada e feição confortável, quase lembrava um chalé. Tinha ao redor árvores diversas e o sol brilhava ao alto.

— Pai. Hum. Que lugar é este?

— Esta é a nossa nova casa — anunciou calmamente Draco, que olhava para o filho esperando sua reação.

— Nossa... casa? 

— U-hum

Eles chegaram na varanda de madeira e Scorpius percebeu vasos com flores nas duas laterais da porta envernizada. Draco fez um gesto como quem pedia para que o filho abrisse a porta e entrasse primeiro. A casa era linda. Não era enorme mas era confortável, a luz do Sol entrando agradavelmente pela janela deixando todo o ambiente claro e aquecido, drasticamente diferente da grande mansão Malfoy em que costumavam viver. A única coisa que Scorpius reconhecera da antiga casa era o grande piano preto de sua mãe, Astoria.

— Você gostou? — perguntou-lhe Draco, os olhos ansiosos por uma resposta do filho

— É um lugar maravilhoso, pai 

Draco indicou uma poltrona para o filho, convidando-o a sentar. Scorpius obedeceu e ambos ficaram frente a frente na aconchegante sala.

— Não o trouxe porque quero lhe impedir de ficar em Hogwarts — explicou Draco — Queria que conhecesse o que será a nossa nova casa. Cresci na mansão com meus pais, mas não posso dizer que ali tive as melhores lembranças da minha vida. Não. Coisas horríveis aconteceram naquele lugar. Coisas que eu gostaria de deixar para trás — ambos tinham os olhos marejados, Scorpius atento a cada palavra do pai — As coisas que fizeram com você... as coisas escritas no seu braço. Quero nos afastar disso. Quero nos afastar das más recordações que cercam nossa família.

— Pai, eu...

— Eu trouxe o piano. Quero conservar a memória de sua mãe.

— Pai, eu adorei esse lugar. Não poderia pensar em um lugar melhor para vivermos — Scorpius sorriu para o pai. Estava feliz com a nova casa, mas sabia que mais cedo ou mais tarde precisaria abordar o assunto sobre ele e Albus e se assustou quando o pai voltou a falar:

— Scorpius, sobre você e Albus... sinceramente...

— Pai, eu

— Não — Draco o interrompeu — Me deixe terminar.

Scorpius assentiu e baixou o olhar, atentando-se as palavras de Draco:

— Não me agrada nem um pouco que você goste tanto de um Potter e acho que você sabe. Mas sei reconhecer que ele é um amigo legal a você — Draco fez uma pausa, parecia pensar no que dizer — Me surpreendeu quando mandou aquela carta sobre o beijo. Não passou pela minha cabeça que tinha sido com ele e acho que você também não tinha a intenção de me revelar isso. Não me importo, de verdade, Scorpius. Não sei como lidar com os Potters. Mas se você está bem assim, acho que posso aguentar.

Scorpius não tinha palavras ou reação. Estava tão chocado quanto podia demonstrar. Saltou em direção ao pai e o abraçou tão forte que Draco sufocou. 

— Acho que ficará feliz em saber que há menos de dois quilômetros ficam a casa dos Weasley. E obviamente nossa família não é bem-vinda lá, mas acredito que você e Albus possam se encontrar vez ou outra nas férias.

Scorpius sorria entre lágrimas e o pai sorria de volta. Eles se levantaram e Draco mostrou ao filho o restante da casa, com dois quartos espaçosos, uma bela cozinha, vários detalhes em madeira. As coisas de Scorpius já estavam todas ali e o ambiente realmente reluzia paz.

— Vamos jantar, passe a noite comigo. Amanhã cedo te levo de volta à Hogwarts.

Scorpius concordou. Há pouco sentia-se desesperado com medo do pai e de ter que se afastar de Albus. Agora sentia-se genuinamente feliz e passaria de bom grado aquela noite com o pai.

* * *



Notas: Perdoem-me pelos poucos erros que aparecem ao longo da história, estou um pouco cansada e acabei não revisando. 

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