Meu Anjo - Sendo reescrito

By talyavieiraa

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Kathryna Haroun! Mulher decidida e que teve que aprender a ser adulta muito cedo, aprendendo a se defender... More

▪︎ Sinopse ▪︎
CAPÍTULO 01 - TRAUMAS
CAPÍTULO 02 - TRAUMAS II
CAPÍTULO 04 - DESTRUIÇÃO

CÁPITULO 03 - LIBERDADE

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By talyavieiraa


Os meses foram se passando rápidos e logo já era meu aniversário de 18 anos. Eu me sentia feliz por estar completando essa idade, pois agora eu poderia tomar um rumo em minha vida, sair dessa casa e ir para onde eu desejar.

Joe anda estranho durante esses meses, ele não tem me importunado com suas falas maliciosas e muito menos tem feito sexo ou suas festas em casa.

Sei que devo tomar cuidado, sei que ele não desistiu da ideia de me ter para si. Ele não é homem de desistir fácil de algo, ainda mais tendo minha guarda.

Durante esses meses iniciei minha faculdade de Engenharia Mecânica que está sendo custeada pela família Lewis, mesmo que houvéssemos perdido contato durante esses meses.

Roger e Kauê não tem conversado comigo, tentei contato durante diversas vezes, mas os números dão como não existentes. Não sei o que pode ter acontecido, mas sei que eles não me abandonaram por mal, tem algo nesse meio e é muito sério.

Hoje estou sozinha em casa, Joe deu folga para todos os funcionários e saiu também, não sei para onde foi ou se tem pretensão de voltar tão cedo, mas sei que posso aproveitar a minha liberdade em casa.

Minha rotina tem sido basicamente estudar dia e noite e fazer umas aulas de idioma, onde aprendo o português e o italiano, os meus dois idiomas favoritas.

O advogado do meu padrinho veio aqui no mês retrasado e conversou comigo sobre a liderança das empresas de papai que estão sobre o cuidado de um melhor amigo e socio do meu pai.

Tomei a decisão de não tomar posse da presidência assim que me formar, e, na verdade, nem sei se vou, pois acho que é muita responsabilidade para uma jovem que nem ao menos frequentou o mercado de trabalho, imagina os barões da engenharia.

Hoje o dia está ensolarado, um dia lindo para sentar na área da piscina e ler um bom livro de romance.

Desço as escadas da casa cantarolando e saio pela porta da sala, indo até o gramado estendido. Forro uma toalha sobre o gramado e sento-me apoiada no tronco da árvore, logo abrindo meu livro na página que havia parado.

Foco em minha leitura e ouço o cantar dos passarinhos atrás, me trazendo após muito tempo uma sensação de paz. 

Olho através da janela o tempo fechar e abraço o meu corpo, sentindo o vento gelado bater contra o meu corpo quente.

Passei a maior parte do dia na área da piscina e por um milagre muito estranho, não vi nenhum dos seguranças do Joe, nem mesmo o chefe da segurança que sempre me acompanha de longe com seus cães de guarda.

Já se passam das onze da noite e por agora nada do sinal de Joe ou qualquer outro empregado que viva na residência.

Volto para dentro da sala e fecho a porta da varanda, logo caminhando em direção ao meu quarto e fechando a porta atrás de mim.

Prendo o meu cabelo no topo da cabeça e me encaminho até o meu banheiro, fechando a porta atrás de mim e passando a chave.

Me dispo por completo e coloco o botão que carrego sempre comigo ao lado da saboneteira, onde não molha. Ligo a ducha, entrando debaixo da água aquecida.

Tento não ser muito demorada no meu banho e saio do box com a toalha em volta do meu corpo, indo para a frente do meu espelho. Faço a minha rotina de cuidados noturnos e pego o botão no box, logo o pendurando em meu pescoço.

Saio do banheiro e paro em meu closet, logo vestindo o meu pijama e seco os meus cabelos. Pego um dos meus livros de estudo em minha prateleira e saio do closet, fechando a porta atrás de mim.

— Pensei que não iria sair. — pulo de susto com a voz sobressaltada de Joe e dou dois passos para trás, já segurando contra o controle. — Nem pense. — ele avisa enquanto se levanta e ajeita o terno cinza.

Dou alguns passos em direção à porta da minha sacada e a todo momento o encaro nos olhos, vendo que dessa vez que suas pupilas estão mais dilatadas que o normal.

— O que você quer? Como entrou em meu quarto? — questiono sentindo a minha voz falhar a cada pergunta. Joe tem um sorriso doentio na boca, ele não parece o CEO que todos temem.

— Já disse a você o quão curiosa é? — ele pergunta enquanto acende um baseado e traga — Você deveria se aproximar para ver como me deixa. — fala e dá mais um passo em minha direção, enquanto tento chegar perto da porta que está entreaberta.

— Não tenho interesse em saber como se sente e muito menos saber o que você pensa sobre mim. — sou dura com minhas palavras, pois nesse tempo percebi que ele gosta de ver o medo estampado no rosto de seus interesses.

Ouço sua gargalhada e meus pelos arrepiam em terror, fazendo-me dar dois passos rápidos em direção à porta.

— Você é uma garota corajosa por falar comigo dessa forma. — ele diz soltando a fumaça para o alto e vem em minha direção, parando a menos de dois metros de mim. — Sua mãe era submissa, pensei que sua linda filha seria da mesma forma, mas vejo que puxou o jeitinho do seu pai. — ele menciona meus pais e o encaro, vendo o seu olhar diabólico.

Mamãe nunca falou sobre meu pai com Joe, e sei que os dois nunca tiveram negócios.

— O que sabe sobre meu pai? — questiono em um pico de coragem e dou um passo a frente, o encarando com raiva.

Vejo o homem em minha frente me encarar com seriedade e em seguida sorrir, enquanto retira seu terno, dobrando as mangas de sua camisa social.

— Não muita coisa. — debocha, enquanto passa as mãos por seus fios de cabelo revoltos — Além de que sei quem foi o mandante de seu assassinato, e que, por parte, contribui para isso — sorri como se sentisse orgulho disso.

— Por quê? Vocês não se conheciam. — divago, sentindo as lagrimas pinicarem em meus olhos.

— Você que pensa, Cristal. — fala, chamando-me pelo apelido que me deu assim que casou com minha mãe. — Seu pai e eu tínhamos negócios pendentes, mas infelizmente ele não o cumpriu e tirou coisas importantes de mim. — conta e vejo raiva em seus olhos.

— O que ele tirou de você? — pergunto, mesmo sabendo que deveria estar fugindo nesse exato momento.

— Ele arrancou minha família de mim. — responde e pela primeira vez vejo a segunda face do homem que destruiu a minha mãe. — Seu pai foi o mandante do assassinato da minha irmã e de minha noiva, ele tirou os meus bens mais valiosos. — diz e dou um passo para trás tentando não acreditar no que ele diz, mesmo sabendo que não é mentira.

Joe levanta o seu olhar em minha direção e observo a sua armadura voltar para o lugar, dando a cara ao monstro que sempre foi.

— Casou-se com minha mãe por vingança? — Questiono, já sabendo a resposta.

— No dia que enterrei o corpo da minha irmã e de minha noiva jurei me vingar por elas e pelo filho que minha mulher carregava, jurei que iria destruir tudo o que David tinha, começando por sua esposa infiel. — fala e sorri. — Agora chegou a hora de destruir você, a garotinha do papai! — afirma e antes que ele possa ter alguma reação jogo o meu abajur em sua direção, acertando o seu rosto.

Corro para fora do quarto o mais rápido que consigo e desço as escadas as pressas, indo em direção à porta de saída. Aperto o botão em meu pescoço e atravesso a porta, escutando seus passos atrás de mim.

Corro em direção à garagem e vejo seus carros enfileirados, me escondo debaixo de um SUV e tento ser a mais silenciosa com minha respiração.

Eu poderia tentar sair através dos portões, mas poderia ser pega por um dos seus seguranças, e no momento não preciso me preocupar com mais um homem me seguindo.

— Você acha que pode se esconder de mim, pequeno Cristal? — questiona e vejo seus passos sobre a garagem e tento não fazer barulho quando ele passa ao lado do carro que me escondo. — Sabe, você deveria saber que sua amável mãe colocava alguns pares de chifre em seu pai, ele a amava muito, mas sua mãe apenas queria saber do que seu pai a proporcionava.

Ele conta e tiro o cabelo que atrapalha a minha visão, ainda o vendo parado em frente a garagem, mexendo em algo que não sei muito bem o que seja.

— Talvez ela possa ter chegado a amá-lo, mas não conseguia manter-se fiel — fica em silêncio, como se houvesse encerrado o assunto e dá passos largos até o SUV que estou escondida. 

Saio apressada pelo lado contrario e acelero os meus passos em direção ao gramado, que liga até o portão, mas antes de o alcançar sinto os meus fios serem puxados, tendo uma ardência em meu couro cabeludo.

— Eu poderia ser alguém bom para você, não da forma que imagina, mas sim como um pai. — ele fala prendendo o braço em volta do meu pescoço enquanto aponta a arma para a minha cabeça. — Nunca a desejei, não me atraio por crianças, ainda mais sabendo que poderia ser minha filha aqui. — confessa e percebo a sua voz vacilar ao falar sobre filhos.

Ouço o barulho de sirenes ao longe e tenho meu corpo puxado para trás, tendo minhas costas colada contra seu peitoral.

— Mas quando lembro o que seu pai causou e o que ele me tirou a força, sinto que poderia te matar sem pena! — fala histérico e vejo que Joe nunca esteve bem da sanidade mental, ele quer vingança por tudo o que lhe foi tirado.

Não o deixo de odiar menos, mas consigo me compadecer pelo que ele passou por um momento.

— No dia que matei sua mãe, ela havia falado sobre como amava saber que eu havia perdido tudo. — ele funga e aperta mais o braço em volta do meu pescoço, assim que o portão é arrombado. — Ela havia encontrado o quadro com a foto de Charlotte, minha noiva, e rio em minha cara, dizendo o quão miserável eu era por deixar matarem minha mulher. Eu senti ódio dela e não pude controlar meus demônios, ali, pela primeira vez, eu espanquei uma mulher. — conta e vejo ressentimento em seu tom de voz, mas não o arrependimento.

— Senhor Ritter, afaste-se da garota, coloque o revólver no chão e deite-se no chão! — Ouço a voz do delegado e deixo uma lagrima de alívio cair.

— Eu queria muito que as coisas fossem diferentes. — Joe murmura próximo ao meu ouvido e sinto suas lagrimas molharem o meu ombro. — Mas não posso deixar você livre por aí sabendo que minha noiva e minha filha tiveram isso arrancado delas. — diz e o vejo apontando a arma em direção a minha cabeça novamente.

— Sabe que as coisas poderiam ser diferentes. — argumento sentindo o cano gelado da arma contra a minha temporã. — Eu não tive culpa sobre as decisões dos meus pais, muito menos sobre o ataque que sua irmã e noiva sofreram, eu era apenas uma criança. — choro quando o ouço destravar a arma.

— Minha filha teria sua idade, e tenho certeza que seria tão bela e educada como você. — divaga e vejo os policiais conversando entre si, provavelmente planejando uma forma de intervir antes que o pior aconteça.

Joe fica em silêncio após sua fala e penso que quando afrouxa o aperto em meu pescoço vá desistir de continuar com essa ideia maluca.

— Me perdoe, Kathryna! — pede em meio ao choro e fecho os olhos com força quando sinto suas intenções. — Mas não posso voltar atrás agora, pela minha família tenho que terminar com isso! — afirma e no minuto seguinte o silêncio se instala, para em seguida um tiro, seguido de outro se fazer presente.

Caio no chão com os olhos fechados e ouço outro corpo se chocando contra o chão, viro meu rosto em direção e vejo Joe ao meu lado.

Seus olhos estão abertos em minha direção quando os policiais o colocam de cara contra o chão.

— Me perdoa? — pede e seus olhos azuis estão marejados. Sua camisa branca está manchada pelo seu sangue e quando os policiais o levam sinto uma ardência em meu ombro.

Olho para o céu estrelado e choro, sabendo que acabou, que agora estou livre para ser quem eu desejo.

— Vamos, precisamos levá-la a emergência, está perdendo sangue. — uma paramédica para ao meu lado e sou colocada em uma maca, sendo levada por dois homens até a ambulância.

— Não sinto dor. — falo quando a mulher começa a me examinar e faz uma careta.

Olho em direção ao meu braço e vejo que a bala que acertou Joe passou raspando em meu ombro direto, fazendo um estrago considerável.

— A adrenalina continua correndo em seu corpo, mas em breve começara a sentir uma ardência. — ela fala com um sorriso doce nos lábios e assinto. — Sinto muito pelo que acaba de acontecer com você, não deveria passar por isso sendo tão nova. — diz com um olhar triste.

— Obrigada, mas tudo isso vai passar. — abro um sorriso pequeno e fecho os olhos quando sinto uma leve ardência se iniciar novamente — Pelo menos agora terei a minha liberdade, poderei ser feliz novamente. — suspiro e ela assente.

— Será sim e muito feliz! — Afirma e fecho os olhos, deixando que a dor tome meu corpo.

Acabo dormindo, mascom a certeza que poderei construir a minha história e finalmente ser feliz!

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