Crush - Imagine Bakugou Katsu...

By dezainfecta

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O coração de Bakugou Katsuki estava acostumado a acelerar. Seja em uma luta, em um treino, pelo aumento de ad... More

Esbarrão
Adorável
Castigo
Explosões no peito

Botão de desligar

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By dezainfecta

No terceiro dia de castigo, Bakugou a encontrou de novo.

Incrivelmente, eles tiveram uma conversa quase civilizada (com exceção dos resmungos e xingamentos que ele soltava vez ou outra) sobre suas individualidades, e ela explicou como tinha projetado as luvas dele. Bakugou até aplicou um dos exercícios que a psicóloga da U.A. o havia dado: pedir desculpas quando se excedia na hora da raiva. Deixando a garota completamente surpresa, ele se desculpou por ter sido grosso com ela no dia em que se esbarraram.

No quarto dia, Bakugou estava em frente ao laboratório de suporte mesmo que seu castigo já tivesse acabado. Encostado ao lado da porta, esperando que a aula dela acabasse, ele lançava olhares que prometiam morte a todos aqueles que passavam pelo corredor e ousavam olhá-lo por mais de um segundo.

No começo, não fazia ideia do que tinha ido fazer ali. Antes mesmo que pudesse perceber, já tinha despistado seus amigos idiotas e estava ali, esperando que ela aparecesse.

A garota era tímida, não sabia lutar, sequer conseguia controlar a própria individualidade e era sensível pra caralho. Se Bakugou não tomasse cuidado com o que falava, ela provavelmente iria começar a chorar como um bebê, e ele realmente não queria ter que pedir desculpas de novo. Então por que estava tão ansioso pela possibilidade de vê-la?

Ele não era estúpido. Em seu íntimo, Bakugou já sabia a resposta para essa pergunta. Só não queria aceitar.

[Nome] era inteligente, determinada, observadora e muito, muito bonita. Ele se sentia estranho perto dela. Seu coração se manifestava nos momentos mais inoportunos, batendo forte como se quisesse quebrar sua caixa torácica.

"Bakugou! Você tem uma crush?". As palavras de Mina voltaram à sua mente de repente, fazendo suas bochechas corarem. Merda.

É, parece que ele realmente tinha uma crush.

Por mais mal humorado que fosse, grosso e estúpido com as pessoas, Bakugou ainda era apenas um menino de 16 anos. E a paixão aparece nos momentos mais inesperados.

A porta do laboratório foi aberta e os alunos começaram a sair aos poucos, rindo e conversando. Alguns ficavam confusos ao ver Bakugou parado ali, com os braços cruzados e a carranca de sempre, mas não se atreviam a perguntar nada. [Nome] foi uma das últimas a sair, assentindo para algo que a louca de cabelo rosa (Hatsume alguma coisa, Bakugou não se lembrava) falava. As duas tinham os rostos completamente sujos de fuligem, como se algo tivesse explodido bem em suas caras.

- Ei - Bakugou a chamou. - Vamos.

Ela se virou em sua direção com os olhos arregalados, completamente perdida. Precisou de alguns segundos para se recuperar do choque de vê-lo ali, antes de assentir e se despedir de Hatsume, que a encarava com um sorriso malicioso. Suas bochechas assumiram um tom vibrante de vermelho enquanto seguia em direção a Bakugou, tentando ignorar os olhares de todos no corredor.

- Onde vamos?

- Vou te ensinar a controlar essa individualidade aí - murmurou, começando a andar em passos rápidos. Viu alguns alunos da 1-A ao longe, conversando em uma roda, e a puxou rapidamente para outro corredor, desviando de todos. Não queria ouvir as piadinhas e, definitivamente, não queria que isso chegasse aos ouvidos do Bakusquad.

- Você vai... você... o quê? - ela arregalou ainda mais os olhos, o rosto tão vermelho que suas sardas ficaram ainda mais acentuadas. Ele desviou o olhar, bufando, enquanto a conduzia até o ginásio que ficava liberado para os treinos da 1-A.

- Se você não conseguir controlar essa coisa eu vou ser taxado de mentiroso, já que disse que você conseguiria se treinasse. Então eu vou te ensinar.

- Essa é a coisa mais estúpida que eu já ouvi - ela soltou uma risadinha. - Sua palavra não está em jogo aqui, você quer me ajudar por livre e espontânea vontade. Admita!

Ele virou o rosto, sentindo as bochechas ruborizarem.

- Você ta falando merda.

Ela riu mais uma vez, mas não rebateu. Ficou em silêncio até chegarem ao ginásio, que era enorme. Observou os detalhes, impressionada.

- É aqui que você treina?

- Sim - ele foi monossilábico, guiando-a até a parte de trás do ginásio. Ela supôs que ali fosse onde ele gostava de ficar, já que o local tinha algumas marcas fracas de explosões, principalmente perto das paredes.

Sem dizer nada, ele se afastou, deixando-a admirar o local por mais alguns instantes. Voltou com um balde cheio d'água, que ela sinceramente não fazia ideia de onde tinha vindo.

- Você é muito dependente das luvas - explicou o garoto ao ver sua cara de confusão, depositando o balde em sua frente. - Você se condicionou a pensar que não consegue desligar sua individualidade sozinha, que só as luvas conseguem te ajudar. Quando sua individualidade surgiu, você se machucou, não foi?

- Sim - respondeu, baixinho, sem reação ao vê-lo segurar suas mãos e retirar suas luvas. Os dedos longos permaneceram por alguns segundos em cima de suas cicatrizes, esquentando suas palmas geladas, e ela conteve o impulso de esconder as mãos atrás das costas.

- É normal negar sua individualidade nos primeiros anos. Muita gente não sabe controlar e acaba se machucando, o que cria uma visão negativa do poder, mas você ainda está em fase de negação. Você colocou na sua cabeça que sua individualidade é incompatível com seu corpo, e tem medo de usá-la - Bakugou soltou as mãos dela rapidamente, notando só agora que estava segurando a garota por tempo demais.

Ela estava impressionada demais para dizer alguma coisa. Sempre tinha visto Bakugou gritando pelos cantos e não sabia que ele era capaz de dizer frases longas sem soltar um palavrão. O garoto explicava suas observações de maneira calma, paciente, quase como um professor.

Totalmente diferente do Bakugou que ela esperava.

- Agora a gente vai deixar essa merda longe - ele arremessou suas luvas para o outro lado do ginásio sem cuidado algum. - E você vai se concentrar em apagar essa droga sozinha.

Esse era o Bakugou que ela esperava.

Reprimindo um sorrisinho, ela assentiu. Afastando-se um pouco dele, fechou os olhos e forçou suas mãos a esquentarem. O nervosismo fez suas palmas suarem e ela imaginou o fogo se acendendo, bem pequeno, na ponta de seus dedos.

- Consegue controlar a intensidade? - Bakugou perguntou, notando que uma chama quase tímida se projetava levemente nos dedos de [Nome], totalmente o contrário do fogo descontrolado que ele tinha visto outro dia no laboratório.

Ao ouvir a voz do garoto, mais perto do que ela esperava, [Nome] abriu os olhos, assustada, e o fogo se espalhou por suas mãos em um segundo.

- Só se eu estiver totalmente concentrada - respondeu, envergonhada, lutando para não entrar em pânico. Ainda não sentia dor, mas era só questão de tempo para que sua pele começasse a queimar.

- Então se concentre de novo - exigiu, cruzando os braços. - Imagine o fogo diminuindo.

Ela tentou, realmente tentou, mas só conseguia pensar que se não apagasse logo, iria se queimar. Não conseguia visualizar um botão de desligar; era como se houvesse apenas um interruptor que acendesse, mas não apagasse. Seu medo causou o efeito contrário ao que Bakugou pedira, e logo as chamas estavam ainda maiores.

Sem dizer nada, ele empurrou o balde d'água com o pé, aproximando-o dela. [Nome] mergulhou as mãos na água e o fogo se apagou imediatamente, o que a fez suspirar de alívio.

Bakugou a encarou por alguns instantes, deixando-a constrangida.

- Eu não consigo. O fogo só aumenta, não diminui - murmurou, com medo de tirar as mãos da água e sentir o fogo se alastrando novamente.

Ele estreitou os olhos levemente, parecendo pensar em algo. Depois, ergueu as mãos e fez algumas explosões leves em suas palmas. Foram tão fracas que quase não podiam ser vistas.

- As luvas que você projetou me ajudam a usar minha individualidade sem me machucar. Elas concentram melhor a nitroglicerina que sai das minhas palmas e permitem que eu use apenas o que acho necessário, me ajudando a controlar a intensidade sem me exceder. Mas eu não posso depender delas se quiser me tornar um verdadeiro herói. Em alguma emergência, posso estar sem meu equipamento completo - explicou, virando uma das mãos para trás e explodindo com mais intensidade a parede ao lado deles. O barulho foi alto e o concreto ficou chamuscado. - Para mim é natural, agora, mas isso acontece porque eu sempre usei minha individualidade, e ela evoluiu junto comigo. Você precisa começar a pensar no fogo como parte de você, e não como uma maldição.

O queixo de [Nome] estava no chão. Ficou em silêncio por tanto tempo, tentando processar o que Bakugou tinha dito, que ele começou a perder a paciência, franzindo o cenho e contorcendo o rosto em sua carranca usual.

- Eu vou tentar de novo! - concluiu ela, por fim, sorrindo na direção dele. Sentindo o coração palpitar e as mãos suarem de nervosismo, [Nome] imaginou as chamas se acendendo em sua palma, depois se espalhando para o resto de suas mãos, mas sem exceder os limites que seu corpo suportava. O esforço foi tanto para se concentrar que o suor escorria pela sua nuca, mas depois de um minuto o fogo continuava do jeitinho que ela tinha imaginado, sem esquentar demais ou aumentar descontroladamente. - Tá dando certo!

Ela sorriu ainda mais largo, olhando para ele com os olhos brilhantes de empolgação. E então Bakugou a surpreendeu ainda mais. Ele sorriu de volta.

O sorriso foi pequeno, fechado e apenas o repuxar de um lado dos lábios. Mas ele ficou tão incrivelmente bonito sorrindo, sem as linhas de expressão raivosas marcando seu rosto, que ela perdeu o ar, sem conseguir pensar em mais nada além daquele sorriso. Automaticamente, suas chamas diminuíram sem que ela percebesse, até se apagarem por completo.

Ele arregalou os olhos em sua direção.

- Você conseguiu apagar!

Completamente abismada, ela não soube o que dizer.

Parece que tinha encontrado seu botão de desligar, afinal.

-x-

Eu gostaria que vocês, se possível, comentassem o que estão achando pra eu saber se estou seguindo na direção certa :)

O próximo capítulo já é o último!

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