CASTA 6 • pjm + jjk

By pjikook-

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[CONCLUÍDA] O rei de Busan achava que era o momento certo para que Jeongguk se casasse. Não que quisesse comp... More

Casar não é lucrativo
Tentativa ou desistência?
O preferido do rei
O hyung possui olhos azuis
Companheiros de quarto
Bondade demais, Jeongguk desconfia
Ômegas "clichês" estão em extinção
O primeiro será Park Jimin
O hyung tem uma beleza divina
Despedidas e consequências
Protegido por um ômega
O segundo será Henry Lau
É mais complicado do que aparenta
O terceiro será... Wu YiFan
Indigno de ser golpeado
Jimin é mais que uma criança bondosa
O encontro que não foi planejado
Pensamentos que traem
Perfumes que atraem
Sabores que se misturam
Jovem demais, sedutor na mesma proporção
Jovem demais, sedutor na mesma proporção (Parte 2)
O ômega é meu, a punição também
Sobre controle (ou a falta dele)
Sobre conexão (ou algo acima disso)
Henry Lau não é quem aparenta
As peças restantes
Aqueles que se sacrificam
Quando é preciso perder o que ama
Lilás e âmbar
O teu trono
O sangue mais forte
Casar não é tão ruim
Capítulo Bônus: Taehyung e Yerin

A voz de um verdadeiro rei

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By pjikook-

boa leitura amores, se protejam do frio ❤️

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A cerimônia formal que marcou a chegada da Elite já havia começado a algumas horas, e diante de dezenas de câmeras, Jeongguk já havia apresentado os membros da fase final da Seleção. Os alfas eliminados continuavam no salão conversando animadamente junto dos cinco escolhidos, e possivelmente aquela era a primeira vez que eles socializavam entre si daquela forma. Até mesmo Taehyung havia se juntado ao assunto e se sentia feliz por ser tão bem acolhido entre aqueles outros. Todos os selecionados usavam trajes brancos com detalhes em dourado, como se fosse uma farda solene. Park Jimin tinha as laterais dos cabelos trançadas, e a parte solta tinha um ar um pouco bagunçado.

Ao longe, Jeongguk observava Jimin com admiração. Nunca havia pensado que o rapaz ficaria tão bem com os cabelos longos ou com uma roupa daquelas. O olhar dos dois se encontrou por um instante e o mais novo sentiu vontade de arrastar o príncipe para algum lugar. Sentia igualmente saudade dos beijos alheios e dos toques, e por um momento parou para pensar que apenas uma noite por mês não era suficiente para que matasse a saudade que sentia. Bem, ao menos estava acabando. As coisas estavam caminhando devagar, porém valia a pena esperar um pouco mais. Por Jeongguk, claramente valia a pena. Jimin suspirou e quebrou a troca de olhares, olhando para baixo e se sentindo um pouco perdido. Quando percebeu, todos os lúpus haviam saído dali e só restava Taehyung.

- Parece pensativo demais, hyung - disse o alfa mais novo, este que tinha os cabelos presos em um coque. Alguns fios escapavam sorrateiramente já que eram lisos demais, e o colar de prata com o brasão de Daegu se perdia no decote da camisa azul escura que usava, que mostrava até metade de seu peitoral. Kim Taehyung tinha quase vinte anos de idade, mas era inegavelmente sedutor e isso não era nenhuma novidade. Jimin sorriu pequeno e sacudiu levemente a taça que segurava, fazendo o vinho branco ondular em seu interior. - Acho que seus pensamentos estão fixos demais em um determinado ponto, tanto que você parece alheio à sua realidade.

- Você usa palavras rebuscadas demais para descrever minha paixonite - Jimin disse com um sorriso de canto e Taehyung sorriu abertamente, como se concordasse. - Preciso concordar com duas coisas... de fato estou um tanto pensativo e com meus pensamentos centrados demais em um único ponto. Ou melhor, em um único homem - disse com o tom de voz mais baixo. O príncipe de Daegu já sabia bastante sobre a relação de Jimin e Jeongguk e compreendeu o porquê do mais velho parecer tão perdido e deslocado. Era complicado para ambos não poderem agir da forma que queriam. - Mas isso não significa que eu esteja alheio ao que acontece em meu redor. Estou bem atento, acredite. Eu preciso estar bem atento, ou posso perder boas oportunidades de estar perto dele.

- Você está atento somente a ele, então. Se estivesse tão esperto assim, teria notado que a cerimônia da Elite acabou a mais ou menos dez minutos. Estamos apenas você e eu aqui, hyung - disse baixinho o mais novo e Jimin piscou duas vezes, em seguida olhando o salão e encontrando apenas o vazio. - Estive conversando com o hyung esses dias e ele está preocupado com você. Você sabe que o castelo está sofrendo ameaça de invasão dos rebeldes a qualquer momento, não sabe? Por mais que você seja forte e saiba bem se defender, Jeongguk tem medo de que algo aconteça com você. Por mais que ele tente se focar no problema, não consegue parar de pensar na sua segurança, e por mais que isso pareça bonito da parte dele, ainda é preocupante. Tome cuidado, hyung. Não quero que a sua desatenção te prejudique a ponto de machucá-lo. Se vocês pensarem apenas em si próprios, muita gente vai se ferir.

Jimin ficou ainda mais pensativo. De fato, toda a sua desatenção poderia lhe prejudicar, e a situação do castelo de Busan não era das melhores. O alfa lúpus fechou os olhos e suspirou profundamente, apenas acenando com a cabeça em afirmação. Taehyung era um garoto maduro, o que fazia seu discurso ser ainda mais pesado. Parecia estar preocupado tanto com seu melhor amigo quanto com o alfa em sua frente, e foi justamente essa preocupação que o fez tomar coragem para ter aquela conversa rápida com Jimin. Murmurando um "tudo bem, me desculpe", o Park sorriu pequeno, tendo explicitamente um ar de tristeza em seu sorriso. O príncipe então decidiu mudar de assunto.

- Aliás, hyung. Preciso de um conselho seu - Taehyung murmurou como se fosse um segredo e Jimin mostrou-se então interessado. O que poderia ser, afinal? O alfa piscou atordoado e abandonou a taça de vinho (agora vazia) sobre uma mesa. Com um movimento na mão direita, o Park incentivou o mais novo a falar e ambos caminharam devagar para o lado de fora do castelo. Ainda eram nove da noite, então os dois poderiam conversar por um bom tempo. - Quero sua ajuda porque... você é o melhor amigo dela - disse e Jimin abriu a boca para falar, com uma expressão confusa e questionadora.

- Yerin? - Jimin perguntou e pôde ver uma vermelhidão leve nas bochechas de Taehyung. Meu Deus, pensou. Suprimiu o desejo de dar risada e respirou profundamente. - Veja bem, Taehyung. Desde que você veio da última vez, mais precisamente algumas semanas depois que você foi embora, o comportamento dela mudou. Ela parece mais calma e relaxada, por mais que ela geralmente seja ligada no duzentos e vinte. Eu não sei o que está acontecendo entre vocês dois, mas...

- Ainda não tem nada acontecendo entre nós dois, hyung! - Taehyung disse com um bico e Jimin riu, guardando bem em sua mente a palavra "ainda". - É justamente sobre isso que eu quero falar com você. Eu quero ter algo com ela, mas... ela parece insegura. Falo com ela todos os dias desde a última vez que estive aqui, ela foi a primeira pessoa a quem falei à respeito do meu irmão e provavelmente só aguentei a pressão porque Yerin esteve do meu lado. Mas ela me deixa horrivelmente confuso, eu... não sei se ela também quer.

- Yerin definitivamente gosta de você, Taehyung. Mas você precisa entender que a diferença entre vocês dois ainda grita na mente dela. Você é um príncipe, tem sangue azul, e ela é uma criada, assim como sua mãe é e sua avó foi. É por isso que ela se sente insegura, nunca passou pela mente dela ter um príncipe apaixonado por ela, isso é algo longe até mesmo de ser um sonho. O único conselho que eu tenho para te dar é que você tenha paciência, e que você mesmo converse com ela. Tente abrir a mente dela, e tirar dela essa insegurança. Eu sei que ela gosta de você, a conheço a tempo o suficiente.

Foi a vez de Taehyung ficar pensativo. Por mais que o alfa tivesse poder apenas em suas palavras, não conseguia simplesmente conversar com Yerin por puro nervosismo. Era como se ele fosse um mestre do discurso por trás da dela do celular que usou para se comunicar com a ômega, mas um completo deslocado quando queria falar cara a cara. Suspirou audível e passou as mãos em seu rosto como se tivesse em um impasse - aquela era uma situação bastante simples de se resolver, mas para o Kim, era quase um enigma. Levou alguns tapinhas nas costas por parte de Jimin e sorriu pequeno, mostrando que havia entendido o que deveria fazer.

- Espero que você tenha sorte - Jimin disse, ainda segurando o ombro do mais novo. - Bem, eu não garanto que você deva se preocupar com isso. Como eu já disse, não acho que seja algo difícil pra você quando Yerin está claramente nutrindo sentimentos, mas também imagino como é estar na sua pele. Então apenas tenha calma. Aproveite o fato de que você é próximo dos Reis e peça para um deles que a deixe livre por algumas horas. Assim vocês podem conversar melhor a respeito e talvez até resolvam o que realmente querem - concluiu o lúpus, agora soltando o Kim. Sorriu mediano. - E... obrigado pelos conselhos. Prometo que vou ser mais cuidadoso e concentrado.

- Você não tem que me agradecer, hyung. Te alertei por uma causa maior, afinal de contas. Eu só quero o bem do meu melhor amigo, e o seu também. O que eu fiz foi apenas abrir sua mente por um instante, fico feliz que você tenha absorvido tudo bem - Taehyung disse e se virou de costas para Jimin, pronto para ir até seus aposentos. - E obrigado pela dica sobre Yerin. Sinto que se eu estiver ao lado dela, nada poderá me atingir - disse olhando para trás uma última vez. O alfa lúpus então sorriu grande, mostrando o adorável eyesmile ao dongsaeng.

- Preciso concordar - disse o Park, pensando na forma como gostava de estar com Jeongguk e se sentia tão protegido ao lado do mesmo. É, Taehyung estava completamente apaixonado por Yerin, então o mais velho sabia exatamente como este se sentia.

Foi quando a Elite teve início que os selecionados passaram a ter aulas sobre assuntos relacionados ao reino. Os cinco alfas eram reunidos cerca de três horas por dia, antes do almoço, para aprenderem sobre a economia, agricultura e sobre os requisitos de divisão de Castas de Busan. Eram ensinados pessoalmente por Jongdae e Yugyeom nessas questões, enquanto que Hoseok - que havia sido "promovido" para General, se tornando o soldado mais jovem a receber o título - e Ahn Heeyeon, a nova Coronel, supervisionava as aulas de luta corporal. Jeongguk acompanhava tudo de perto e se sentia feliz já que até mesmo Taehyung ajudava nas aulas.

O clima estava começando a ficar quente, a chegada do verão estava próxima e, por falar em proximidade, Jimin e Henry passavam horas conversando durante o tempo livre. Os dois dormiam em quartos paralelos - agora cada um dos cinco selecionados tinha um quarto somente para si - e costumavam caminhar lado a lado pelo jardim do castelo. E, foi em um desses dias quentes de caminhada que o príncipe chinês contou praticamente a sua vida toda para o mais novo. A vida de Henry não era simples, e a menção de certos detalhes sobre a mesma deixara o Park completamente assustado.

- Você precisa falar isso para os Reis - Jimin disse seriamente para Henry. Os dois estavam agora sentados frente a frente sob a sombra de uma árvore mediana, com garrafinhas de água gelada perto de si. A expressão dos dois era tensa, o corpo do príncipe estava levemente trêmulo apenas de mencionar aquelas coisas para o garoto mais novo. - Você definitivamente precisa revelar isso aos Reis, e à Jeongguk principalmente. Eu entendo que não seja fácil, mas se é este o motivo pelo qual você entrou na seleção, é preciso que você se abra com os Reis. Eles serão compreensivos e eu sei que você mesmo já sabe disso.

- Não dá, Jimin - Henry disse exasperado, passando as duas mãos no rosto e as levando até os cabelos. - Você não conhece o Rei de Zhengzhou, não sabe do que ele é capaz. Meu pai é um homem ruim, meu reino vive uma ditadura. Nem mesmo pessoas da segunda Casta são bem tratadas naquele lugar. Ele humilhou e desprezou minha mãe até que ela enlouquecesse, e eu sinto que ele planeja fazer o mesmo com o meu irmão mais novo, já que ele é mais vulnerável. Ele já tirou muitas coisas de mim, Park...

- Você ainda não perdeu Lia, hyung. Ainda não perdeu o seu irmão. Você não pode se prender naquilo que você perdeu, mas naquilo que você ainda tem. Eu tenho certeza que Lia não desistiu de você, então não desista deles também - Jimin suspirou ao terminar de falar e o rosto do príncipe chinês se tornou triste. O mais novo fechou os olhos e colocou a mão no joelho de Henry, como se o consolasse. - Confie nos Reis e no príncipe. Eu sei que eles farão de tudo pra ajudar você. Enfrente o seu pai, hyung, Busan estará ao seu lado - disse sorrindo pequeno e Henry tentou controlar o medo crescente em seu corpo.

Em resumo, Henry se envolveu com uma garota da Casta Quatro chamada Lia. A mesma era, assim como o príncipe, uma alfa lúpus, e o fascínio que ambos tiveram um pelo outro logo os levou a se relacionarem. No entanto, quando o rei de Zhengzhou descobriu a respeito do namoro, obrigou o filho a se separar, sob a ameaça de que poderia matar Lia a qualquer momento, e ele definitivamente seria capaz disso - um homem que matou a própria esposa seria capaz de tudo. Quando a seleção foi anunciada, o rei viu uma boa oportunidade de se tornar ainda mais poderoso. Assim, obrigou Henry a se inscrever e conquistar o Príncipe Jeongguk para unificar os reinos, e ainda lhe disse que era melhor que tivesse sorte e fosse selecionado, ou sua amada iria desaparecer. Bem, não sabia se fora realmente sorte, mas de fato, o príncipe de Zhengzhou acabara sendo um dos escolhidos. E foi um dia antes de partir para Busan que Lia revelou estar grávida.

- Você tem razão, Jimin... eu perdi o nascimento do meu filho, mas ainda posso pedir a ajuda dos Reis e voltar para o meu reino sem levantar muitas suspeitas. E então, posso ser um pai presente, como o meu pai nunca foi - Henry disse baixinho e sorriu ainda um pouco nervoso. No entanto, sabia que revelar aquela situação aos nobres era importante para ambos os reinos, em especial ao de Zhengzhou. Era um sonho distante, mas Lau planejava a anos tirar o pai do poder e dar um pouco de paz eu seu povo, que vivia quase uma ditadura. - Acho que vou tomar um banho e de lá irei direto para a Sala do Conselho. Vou falar tudo e pedirei ajuda. Obrigado, garoto - Henry disse levando a mão direita aos cabelos negros e longos de Jimin, bagunçando-os.

Os dois se levantaram do chão e saíram de baixo da sombra fresca que aquela árvore lhes dava, então sentindo o sol impiedoso lhes aquecer o topo da cabeça quase instantaneamente. Caminharam devagar, o mais novo sempre falando sobre situações divertidas para deixar o hyung ao menos um pouco relaxado. Ao entrarem no castelo os dois se dividiram: Henry fora ao corredor em direção ao seu quarto e Jimin decidiu ir para a biblioteca, para relaxar um pouco sua mente cansada. Porém, no caminho para a mesma, a porta da sala de estudos foi abruptamente aberta e uma mão forte puxou Jimin para dentro do cômodo, que era pequeno comparado aos demais no castelo.

Quase que de imediato a porta fora fechada e o Park teve seu corpo prensado contra a mesma. Os olhos de Jeongguk pareciam ferozes, como se fosse um predador com a presa em seu encalço, e bem, era exatamente isso. A mão de Jimin se prendeu involuntariamente na cintura fina e bem marcada do mais velho, segurando ali com leveza - por mais que houvesse um pequeno resquício de posse naquele toque - e as mãos do príncipe se firmaram nos ombros largos e fortes que o outro possuía. Era um toque que era ainda incapaz de trazer à tona a saudade que ambos sentiam. Por vezes, o Jeon se via amaldiçoando a si mesmo por parecer um adolescente com os hormônios à flor da pele, no entanto, era incapaz de se conter. Não sabia se aquilo era ruim ou bom.

- Como estão indo os seus estudos, Park Jimin-ssi? - Jeongguk perguntou em um murmúrio, deixando que o nome do alfa dançasse suavemente por sua língua de maneira formal. Os rostos estavam tão próximos que a fala do príncipe criou pequenas lufadas de ar que atingiram diretamente os lábios recém umedecidos de Jimin, este que não pôde evitar um suspiro um pouco trêmulo de nervosismo. - Soube que está se saindo realmente bem em economia e nas aulas de luta corporal.

- Estão indo bem, obrigado - Jimin disse quase que no mesmo tom que Jeongguk, o que deixou sua voz um pouco mais grave do que o normal. O príncipe parecia não se lembrar da maneira que a sua pele reagia ao som da voz suave do alfa lúpus, no entanto, seu lobo estava empenhado em lhe fazer recordar. - As aulas de luta corporal são bastante divertidas, no entanto... há outra matéria que deveria ser ensinada - disse o mais novo, alternando seu olhar entre os olhos amendoados de Jeongguk e os lábios rosados do mesmo. Ao ver o olhar de dúvida estampado no mais velho, o Park sorriu pequeno, meio de canto. - Gostaria de aprender a me controlar perto de você, Majestade.

Os lábios de Jeongguk colaram nos de Jimin de maneira abrupta, até um pouco violenta. Não foi preciso nem mais de um segundo para que as línguas se unissem, deslizando feroz e rapidamente uma sobre a outra. O toque do alfa, que até pouco tempo atrás era leve, havia se tornado um toque quase bruto, que pressionava o corpo do príncipe contra o seu com bastante firmeza, como se eles pudessem se aproximar ainda mais, mesmo sabendo que não era possível. Os dedos longos do Jeon se prenderam nos cabelos do mais novo, acariciando ali com bastante fervor. Os dois se separaram e ofegaram audivelmente, sem realmente sentirem o desejo de se afastarem, e se encararam por alguns momentos.

- Você ficou lindo com esse cabelo, Jimin, pelo amor de Deus - Jeongguk disse ainda em tom de murmúrio, passando seus dedos por entre as mechas negras e sedosas. O Park tinha um cabelo bastante macio e brilhante, além de extremamente cheiroso. Aquilo estranhamente excitava o príncipe, que não gostaria de tirar sua mão dali. - Se eu não estiver pedindo muito, você poderia deixar ele crescer mais?

- Não planejo cortar tão cedo - Jimin disse, ainda abraçado ao tronco do ômega lúpus. - Agora tenho mais um incentivo, já que meu ômega me acha bonito com cabelos longos - disse com um tom malandro que quase não usava, ainda mais com Jeongguk. Aliás, o príncipe sentiu a coluna se arrepiar mais uma vez com a fala do mais novo.

- Pare de dizer que sou seu ômega... meu corpo reage de um jeito estranho.

- Estranho bom ou ruim?

- Estranho sexual, e eu não quero te jogar em cima da mesa de estudos, por mais tentador que isso seja - Jeongguk disse rindo e Jimin o acompanhou. Os dois se afastaram e o príncipe caminhou em direção oposta, ficando de costas para o alfa lúpus. - Taehyung foi falar com você na noite da Elite, não é? - perguntou casualmente. Já faziam alguns dias desde a cerimônia da Elite, e o ômega não tivera tempo para procurar Jimin depois daquilo. - Ele disse que queria pedir conselhos sobre Yerin e eu recomendei você.

- Sim, ele veio me pedir conselhos. Aliás acho que funcionou, já que eu meio que flagrei os dois se beijando ontem à tarde - Jimin disse rindo e Jeongguk o acompanhou. Já sabia que os dois haviam se acertado. - Yerin ficou da cor de um tomate quando me viu, achei que ela fosse me esfaquear.

- Yerin e Taehyung tem personalidades muito diferentes, são totalmente opostos. Ele é calmo, está sempre paciente e tranquilo. É raro ele ficar nervoso ou alterar o tom de voz. Já ela parece que vai se explodir quando fica empolgada demais - Jeongguk ponderou com um sorrisinho e Jimin lhe acompanhou, parando para pensar na forma como sua amiga ficava agitada e começava a falar alto demais. - Fora isso, dá pra ver que Taehyung está de quatro por ela. Eu o conheço desde sempre, mas nunca tinha visto ele tão bobo. Esse castelo se tornou um grande conglomerado de imprintings.

- Faz sentido. Almas gêmeas são ditas como raras, mas aqui dentro parece a coisa mais comum do mundo. Deve ser o castelo - Jimin disse rindo. - Mudando o assunto, Henry hyung vai conversar com você e os Reis daqui alguns instantes. Ele tem coisas importantes pra dizer, acho melhor você ir preparado.

- Você quer me deixar curioso ou assustado? - Jeongguk perguntou confuso. - Henry está bem?

- Depende do ponto de vista. Ele está bem, mas não o bastante. Você vai entender quando conversarem - Jimin disse e se aproximou da mesa de estudos, apoiando os cotovelos na mesma, o que deixou sua coluna arqueada. - Ele é um bom homem, hyung. Eu até tentei ter um pé atrás com ele antes, mas não dá. Definitivamente Henry é um cara gentil - Jimin disse e Jeongguk sorriu. Era notável que o mais novo gostava do outro selecionado, e o príncipe se sentia feliz por isso, já que todos os seus outros amigos já haviam sido eliminados.

- Sempre ouvi falar bem de Henry. Nossos reinos são distantes mas mesmo assim, os nomes se espalham pelos mares. O príncipe chinês sempre foi conhecido por ser um homem gentil, Jimin. Eu garanto que você não faz errado em confiar nele - Jeongguk disse com um tom de voz calmo. - Bem, já que ele quer conversar, já irei esperá-lo junto de meus pais, no Conselho. Agora que te vi, vou estar saciado pelas próximas duas horas. Talvez menos - disse bem humorado e o alfa lúpus sorriu, vendo o mais velho se aproximar e segurar sua mão. - Estou feliz em ver seus progressos nas aulas, Jiminnie. Vou tentar arranjar uma desculpa para te dar aulas extras e particulares.

- Você me parece sedento demais, Majestade - Jimin disse sorrindo, puxando o corpo do mais velho para si novamente. - Espero que essa sede não diminua.

- Quanto mais eu bebo de você, mais sede eu sinto - Jeongguk disse e então sorriu malicioso. - Entenda como quiser - sussurrou e Jimin arregalou os olhos.

- Eu não acredito que você disse isso, hyung - disse rindo, sentindo o rosto avermelhar.

A marca no pulso dele ardia na medida que os dias passavam. Sabia que estava atrasado, sabia que estava apenas matando a si mesmo de forma lenta, entretanto, não tinha coragem para fazer a tarefa que lhe fora passada. Mesmo assim, havia feito o juramento que lhe rendera aquela marca no pulso esquerdo. Sua alma estava marcada, seu destino estava premeditado, e se não cumprisse o prometido, a marca lhe levaria a uma via de mão única.
"Se não cumprir sua palavra, você irá morrer."
Quanto mais tempo passava, menos o beta dormia.


Henry se reuniu com os nobres de Busan e contou aos mesmos tudo o que já havia dito a Jimin. Como esperado, Kunpimook foi o primeiro a prestar apoio a Henry e prometeu que faria o possível para que o chinês estivesse com sua mulher e filho em breve. Yugyeom também pediu a ajuda de Jeongguk - que além de um príncipe exemplar também era líder da Força Tática do reino, logo, era um excelente estrategista - para derrubar o rei de Zhengzhou em segredo. Claro, fariam isso quando o problema dos rebeldes fosse adormecido, e bem... isso parecia longe de acontecer. A cada dia que passava, os nobres pareciam cada vez mais encurralados.

Jeongguk agora praticamente morava na Sala do Conselho, onde seus pais, juntamente de Yoongi, Jongdae, Heeyeon, Hoseok e até mesmo Taehyung passavam boa parte do dia - tirando os horários de aula dos selecionados - tentando encontrar uma forma de solucionar aquela situação. Haviam recebido uma mensagem em anônimo através do computador principal, dizendo que iriam invadir em breve. Por mais que Jeongguk não dormisse direito, buscava manter sua mente sã e limpa para dar máximo de si naquela tarefa.

- Qualquer coisa que façamos não os vai deter. Sei disso. É muito improvável que estejam blefando, temos de estar preparados pra tudo - Hoseok disse, cauteloso. Quando ocorreu a primeira invasão, o Jung era apenas uma criança de seis anos de idade, no entanto, se lembrava de coisas importantes daquele dia. Em especial, a imagem do rei (na época príncipe) Kunpimook levando um tiro na barriga. Tiro que matou Taehyung, o gêmeo de Jeongguk. - Imagino que com o treinamento que Heeyeon e eu estamos dando aos selecionados, até mesmo eles poderão ajudar no caso de uma invasão.

- Pelo que acompanhei das últimas aulas de luta, os selecionados estão cada vez mais experientes nisso - Taehyung ponderou. - São bons lutadores, suas habilidades complementam um ao outro.

- Estão se saindo bem em combates corporais, até mesmo na forma completa da transformação lupina - Heeyeon apontou, levando a mão direita até os cabelos raspados. - Entretanto, não sabemos quantos deles são, nem como eles irão atacar. Pelo que consta nos registros, o último ataque foi de livre de armas de fogo, com exceção do rebelde que atirou no Rei.

- A vinte e poucos anos atrás, as armas de fogo não eram as melhores - Yugyeom disse calmo, mas com um tom sério de voz. - Os rebeldes ainda assim são sujos, e se invadirem dessa vez, poderão estar bem armados. Eles não vão se importar em surgir aqui até com bazucas se isso for possível.

- Isso já era de se esperar. O que temos que fazer é esperá-los tão armados quanto eles - Jeongguk disse sério, levando a mão até a nuca, tendo a palma sendo espetada pelos fios recém aparados. - Temos atiradores excelentes, deixá-los "engavetados" é besteira. Se temos recursos, devemos usá-los, ainda mais por não sabermos quantos deles irão invadir. Podem ser dezenas, podem ser centenas. Infelizmente, sobre isso só nos resta esperar - ponderou. Yoongi suspirou, olhando para as costas de Hoseok.

- Eu só não consigo entender como eles parecem estar tão seguros de que conseguirão invadir - Yoongi disse baixo e foi a vez de Hoseok suspirar.

- Eles com certeza possuem um informante infiltrado, alguém que conheça as nossas fraquezas. Heeyeon e eu estávamos pensando nisso e até cogitamos questionar cada soldado, mas temos mais de cinco mil apenas na linha de frente das Forças Armadas, não daria tempo. Entretanto, a existência de um traidor é quase óbvia. Não existe outra explicação para a confiança dos rebeldes.

- Se soubéssemos ao menos quem é o líder, talvez poderíamos começar de algum lugar - Jeongguk murmurou pensativo e então piscou rapidamente. - Yoongi hyung, pesquise sobre Castas Oito desaparecidos, Jongdae hyung pode ajudar procurando por Castas Oito que tenham passagem na polícia por extrema violência ou que tenham demonstrado insatisfação geral com o r-... - interrompeu a si mesmo e olhou para frente, em direção à vidraça que dava uma boa visão para o lado nordeste do castelo. Aguçando sua visão o máximo que pôde, viu que Jongdae estava próximo da mata, olhando diretamente para si. - Jongdae... hyung?

- Hm? Onde está ele? - Kunpimook piscou, desnorteado. - Jongdae estava em minha frente a menos de cinco minutos atrás!

Mesmo a praticamente trezentos metros de distância, Jeongguk conseguia ver perfeitamente a expressão triste no rosto do conselheiro. Ficaram alguns segundos se encarando, até que Jongdae virou levemente o antebraço esquerdo, mostrando uma marca vermelha em seu pulso. A marca parecia levemente inflamada, e logo o príncipe soube o que era aquilo.

- Juramento de Alma - murmurou, olhando fixamente para o conselheiro. O Juramento consistia em uma troca de sangue entre dois lobos. Tendo seus pulsos esquerdos perfurados por uma adaga, deixavam que os sangues se misturassem e assim, suas almas ficavam conectadas. No momento da conexão, um dos lobos faz um juramento, e caso demorasse para cumpri-lo, o ferimento poderia deteriorar até que provocasse a morte daquele lobo. Jongdae olhou para Jeongguk tristemente e deu as costas ao mesmo, entrando mata a dentro. Então, passaram se minutos. O príncipe continuou em silêncio, até que se virou lentamente em direção aos pais e aos outros ali presentes, que lhe encaram apreensivos sem entender absolutamente nada. - Jongdae nos traiu. Ele era o rebelde infiltrado.

Os outros sequer tiveram tempo de se surpreender. Um rosnar violento foi ouvido e até mesmo Jeongguk sentiu o corpo doer, denunciando que se tratava do rosnar de um alfa comum. Voltou a olhar na direção da vidraça e ali pôde ver que diversos logos iam aparecendo de dentro da mata. Formas humanas também surgiam pouco a pouco, e de algum canto, ouviu-se um tiro. Kunpimook se levantou abruptamente da cadeira e, sem nem mesmo olhar para trás, o príncipe ergueu a mão esquerda, como se pedisse para que o pai se acalmasse. A mão do ômega pegou o walkie-talkie que havia em cima da mesa e ao ligá-lo, as ordens vieram sem piedade.

- Aqui é Jeon Jeongguk, Príncipe Regente e Líder das Forças Táticas. Aos que não sabem, os rebeldes chegaram e irão invadir. Não sabemos qual o seu número, não sabemos o quão fortes eles são, então tomem cuidado. Crianças e idosos, por favor, se encaminhem para a ala subterrânea à oeste, próxima a cozinha principal. Aos criados que quiserem lutar no interior do castelo, fiquem a vontade, contamos com toda a ajuda possível. Os membros da Elite que quiserem nos ajudar também estarão bem vindos. Quero no mínimo sete equipes médicas disponíveis, iremos precisar. Câmbio - disse com o tom de voz grave e sério e desligou o aparelho, se virando de frente para Hoseok. - Quero que coloque ao menos dois franco-atiradores em cada Torre. Escolha sua melhor equipe e a deixe responsável da segurança dos Reis. Heeyeon, você irá ficar na linha de frente. Quero pelo menos quinhentos soldados ao seu lado até que saibamos o número exato de rebeldes. E por favor, esqueçam a cordialidade. Não hesitem em matar quantos forem necessários, pois eles definitivamente não estão aqui para nos deixar feridos. Eles não terão piedade, e nós devemos agir da mesma maneira. A cada bala disparada por eles, duas serão disparadas por nós. A cada lobo do nosso lado que matarem, dois dos deles devem morrer - ordenou e Hoseok não conseguiu segurar o sorriso orgulhoso. Aquela era uma situação fodidamente tensa, entretanto, foi ali que Jeongguk provou que estava pronto.

- Às suas ordens, Majestade - disse o Jung, se curvando ao príncipe e deixando a sala, sendo seguido por Heeyeon.

- Taehyung e Yoongi podem ajudar os selecionados. Vocês precisam dar cobertura a eles - Jeongguk disse e os dois saíram da sala, deixando o ômega sozinho com seus pais. O príncipe pareceu pensar bem em cada palavra que diria, mas não havia nada. Não estava calmo, mas também não estava uma pilha de nervos como achou que estaria naquela situação. Sua mente viajava nas possibilidades do que poderia acontecer naquela noite, mas seu coração se prendia em um único lugar.

- Você é um verdadeiro rei, Jeongguk. Você está pronto - Yugyeom disse baixinho, como se fosse uma confissão, e naquele instante, o Jeon não sabia se estava feliz em ouvir aquilo.

Tudo estava bem a menos de dez minutos atrás.

Como as coisas evoluíram para isso?

Como foi que a paz se converteu para guerra tão rapidamente?

- Eu te conheço bem, Gguk-ah, sou teu pai - Kunpimook disse um pouco mais alto que seu companheiro. - Sei que quer nos dizer algo, então vá em frente.

A partir do lado de fora daquele cômodo, Jeongguk já não sabia mais o que poderia acontecer consigo. Algo em seu coração dizia que coisas boas viriam, mas coisas ruins também, pois nem sempre o final da história se assemelha a um conto de fadas. No entanto, sabia que deveria tomar aquela decisão de uma vez por todas, pois não aguentava mais agir com tanto controle sobre si mesmo. Sentia que estava usando várias pessoas ali dentro como suas marionetes, mas não estava em um teatro. Se estava mesmo pronto para ser um rei, então deveria dar o primeiro passo importante para isso.

Era hora de terminar aquele ciclo. Já havia ido longe o bastante; era o suficiente.

- Eu não sei o que vai acontecer comigo esta noite. Então, a única ordem que tenho para vocês... é que, independentemente do que me acontecer durante essa Rebelião, independentemente do quão ferido eu esteja... Declarem a Seleção terminada. Ela já se estendeu por tempo demais e eu já tenho minha decisão tomada a meses, não faz mais sentido que eu continue adiando o término dela para "evitar chamar a atenção dos súditos de forma indesejada". Se eu for incapaz de dar essa ordem ao fim da luta, deixo isso nas mãos de vocês dois. Encerrem a Seleção e anunciem que o vencedor é Park Jimin.

________________________________________________

Seis capítulos restantes.

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