—Conversa comigo porfavor, ou grita, me xinga... só diz alguma coisa. —pede Jughead ao ver que ainda não abri a boca.
—Não tenho nada a dizer. —respondo sem olhar pra ele.
Tenho milhões de coisas pra dizer, e muita vontade de gritar, mas sei que se fizer isso vamos terminar mal.
Só quero que diga que não teve nada com a Toni, que só foi naquela festa mas não aconteceu nada de mais, só preciso de uma explicação, porque não consigo imaginar nenhuma pelo que acabei de ver.
Com voz trêmula faço a pergunta.
—Aconteceu... aconteceu alguma coisa entre você e a Toni?
Porfavor diz que não.
—Não! Claro que não... nunca faria isso com você. —seu olhar entristece quando solto um suspiro de alívio. —Não confia em mim?
É claro que confio nele, mas depois de tudo o que passei é normal as vezes eu desconfiar.
—Sabe que de mim a confiança é uma coisa difícil de conseguir. —ele assente, e eu continuo. —Mas por alguma razão, você a conseguiu muito rápido.
Aquele brilho especial aparece de volta em seus lindos olhos verdes.
—Sei que isso é minha culpa, que sou eu quem está te fazendo desconfiar, mas juro que não aconteceu nada, pelo menos não o que você deve estar pensando.
—Então me explica o que eu vi, porque estou ficando confusa Jughead.
Ele passa a mão pelo cabelo, um gesto ao qual já estou familiarizada, costuma fazer isso quando está frustrado ou nervoso.
—Sabia que não tinha que ir naquela, que enquanto colocasse os pés lá ia fazer merda. —começa. —Não deveria ter me deixado convencer, sei que disse que ia mudar, e juro que estou tentando... mas é complicado, sabe?
Assinto, ele fica calado por uns segundos pensando no que dizer, pacientemente espero.
—Robert insistiu muito e terminei indo, lá perdi o controle e quando me ofereceram cocaína, aceitei.
Solto um longo suspiro, eu odeio que Jughead use qualquer tipo de drogas, será que não sabe que isso pode destruí-lo? Que poderia morrer?
Mas seu olhar arrependido me acalma um pouco.
—Fazia muito tempo, não podia me resistir.
Não podia dirigir no estado que estava, então passei a noite lá.
—Com a Toni. —termino a frase com amargura. —Vocês dormiram no mesmo quarto?
—Não... bom, sim. —engulo em seco, logo Jughead esclarece. —Em algum um momento determinado da festa não tinha ideia do que estava fazendo, Toni me levou pro quarto e começou me tocar, não coloquei um só dedo nela, prometo. Quando tirou minha camiseta soube que tinha que detê-la, não estava com a cabeça no lugar, mas em nenhum momento você saiu dos meus pensamentos, não podia fazer aquilo com você, não a queria, porque a única mulher que quero estava em casa preocupada por mim enquanto eu estava sendo um babaca.
Envergonhado Jughead coça a nuca, e prossegue.
—Tinha bebido demais, então vomitei nas suas roupas, por isso tive que deixar minha camiseta pra ela.
Isso explica tudo. Aquela bruxa tentou se aproveitar do meu namorado enquanto ele estava no seu estado mais vulnerável. Se ela aparecesse na minha frente agora, não responderia pelos meu atos.
—Você precisa acreditar, ela tentou se aproveitar de mim, foi aí que decidi cortar nossa amizade. Hoje mais cedo, quando acordei e estava com cabeça no lugar, lhe disse que não tentasse se aproximar mais nem de mim, e muito menos de você. —confessa me deixando supresa. —Na minha vida não tem nenhuma outra além de você, princesa.
Reviro os olhos, mas sorrio. Não sei o que dizer, Jughead só me surpreende mais e mais cada dia, as vezes ele é um idiota, sim, mas quando quer consegue ser a pessoa mais doce do mundo.
Já eu não sei ser tão carinhosa, não sei expressar meus sentimentos, é uma coisa complicada pra mim, então decido recorrer ao meu melhor método.
Beijo sua boca, eu e ele sabemos que com isso, palavras não são necessárias, Jughead entende tudo o que quero disser com apenas isso, não precisa de mais nada.
—Me desculpa, não confiei em você e...
Ele me cala beijando meu lábios de novo, sua boca ataca a minha com pressa, como se estivesse com raiva e a descontasse toda no beijo.
—Você não tem culpa de nada, entendo perfeitamente sua desconfiança, sei que vai ser difícil, mas vou lutar muito até ganhá-la por completo. —murmura juntando nossas testas.
—Sei que sou meio, como dizer... pouco carinhosa, não sou dessas que consegue expressar o que sente, nem usar palavras fofas, mas preciso que saiba que meus sentimentos por você são reais, mesmo eu não demostrando isso como deveria.
Jughead começa distribuir beijos por todo meu rosto, deixando beijos no meu pescoço, nas bochechas, na testa, e finalmente volta pra boca.
—Não tem nada pelo que se preocupar, tá? —com delicadeza morde meu lábio inferior e me dá outro beijo. —Acha mesmo que tendo você pelo menos olharia pra outras garotas? E ver você brigando com Toni me deixou tão excitado...
Meu sorriso se intensifica.
—Você seria bem idiota se fizesse isso, é um garoto com sorte, sabe quantos homens desejariam estar no seu lugar? —zoo. —E saiba que não me produz nenhum prazer humilhar outras mulheres, mas ela não me deixou outra opção.
Não sou do tipo que gosta de pisar em outras meninas, acho algo desnecessário, não preciso ridiculizar outras pessoas pra me sentir bem comigo mesma.
Jughead me puxa pra eu sentar no seu colo, lentamente vai tirando minha camiseta, seu olhar descansa nos meus peitos, os admira com veneração. Suas mãos vão até eles e os acaricia por cima do sutiã. Solto um gemido pelo prazer que é ter suas mãos no meu corpo.
—Pra minha sorte, o único que te faz gemir sou eu ... —suas mãos vão até minha costas, em pouco segundos o tecido que cobria meus peitos está no chão. —O único que pode te tocar desse jeito. —ele beija meus seios. —O único nome que vai sair pela sua boca enquanto gozar é o meu...
Palavras parecidas foram ditas há semanas atrás no mesmo lugar, já era dele desde tempo atrás.
Ele abocanha um dos meus mamilos e o chupa devagar, solto um suspiro jogando a cabeça pra trás, me entregando.
—O único que tem o poder de fazer isso. —sua língua percorre meus peitos. —Agora você é só minha, princesa.
Suas palavras deixam minha calcinha úmida.
O puxo pelo queixo o obrigando me encarar, nossos olhares se encontram, ele me olha com admiração, adoro isso, nunca na minha vida me senti tão adorada por ninguém. Uma vez mais grudo nossas bocas.
—E você... —murmuro contra sua boca. —É meu. —junto o mais possível nossas bocas em um beijo longo e profundo, engolimos um ao outro apaixonadamente, deixando nos levar pelo delírio do momento. —Só meu. —confirmo.
—Só seu.
E sinto que essas palavras são promesas, promesas que significan que eu sempre vou ser dele, e ele meu, aconteça o que acontecer.
[...]
—E como é que você tem uma ilha? —pergunta Jughead entre os risos.
—Quando eu era pequena sempre vivia falando que quando crescesse ia ser a dona de uma ilha e moraria lá com sereias e baleias, meu pai literalmente fez meu sonho realidade no meu aniversário de quinze anos, ele comprou a ilha pra mim. —conto e rio pelo qual absurdo e exagerado isso é. —Só que as sereias não estavam incluídas.
Meu pai sempre fez de mim uma mimada consentida, tudo o que queria ele me dava, minha mãe era bem diferente, ela sempre me ensinou que pra conseguir as coisas devia tentar conquístalas pela minha conta.
—E onde ela fica?
—Perto de Cuba, algum dia levo você lá, meu pai tem um jatinho particular, poderíamos ir no verão com Cheryl e Veronica.
Estou fazendo planos pro futuro... será que até lá continuaremos juntos? Espero que sim, é difícil imaginar como minha vida seria agora sem ele, sim, passei 19 anos sem a sua presença, mas não me imagino mais sem esse moreno que mudou minha vida por completo. Tenho mais do que claro que quero continuar com ele por muito tempo, sei que só estamos namorando há duas semanas, mas o que tem entre nós começou há varios meses atrás, antes só fingíamos não sentir nada um pelo outro, quando era óbvio que era tudo pelo contrário.
Depois da nossa discussão, na qual fomos incrivelmente calmos e tranquilos, Jughead me trouxe pro quarto dele e fizemos amor. Agora ele está massageando meu braço de cima pra baixo com os dedos.
—É claro que sua família tinha que ter um jatinho. —não estou vendo seu rosto, mas tenho certeza de que revirou os olhos. —Mas sim, ia ser legal. —ele deixa um beijo no topo da minha cabeça e de repente o noto nervoso debaixo de mim. —Falando de viagens... no Natal, você vai pra Nova Iorque?
Apoiando a cabeça no seu peito nu, o encaro.
—Sim —respondo. —Por que?
Ele coloca uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha e percebo no seu olhar nervosismo.
—Queria te perguntar uma coisa.
—Vá em frente.
Ele tá evitando meu olhar a toda custa.
—Hm... quer vir comigo por México? —solta rápido demais, tão rápido que por um momento penso que não entendi direito.
Abro muito os olhos, não estava esperando por essa.
—Eu...
—Pensa no assunto, não precisa me dar uma resposta agora.
Ir pro México com ele e conhecer sua vó? Parece meio precipitado, ele já conheceu meus pais, mas naquele tempo não estávamos namorando.
Também, nunca passei o natal sem minha família. Porém sem contar tudo isso, gostaria de ir, já visitei varios países, mas por incrível que pareça, nunca estive no México.
Mas fazer uma viagem tão longa, por varios dias e com a família sobre a qual não sei nada de Jughead? Não sei, talvez estamos indo rápido demais.
—Vou pensar. Onde é a que sua vó mora?
—No estado de Jalisco.
—Nunca ouvi falar. —digo desenhando círculos invisíveis no seu peito.
—É um lugar lindo, se aceitar ir poderia levar você em Cuixmala, nunca estive lá, mas minha vó contou que é como um paraíso.
Sorrio, tudo que ele me conta parece maravilhoso, e minha vontade de ir aumenta por momentos.
—Não se sinta forçada a ir, eu só achei que...
Puxo sua boca até a minha, e como ele costuma fazer, o calo com um beijo.
—Disse que vou pensar, não se preocupe. — beijo sua bochecha. —Agora preciso ir, tenho que terminar de estudar, essa semana tenho três provas.
Felizmente as últimas do trimestre, tenho tudo controlado, mas ainda preciso reforçar economia. Tenho a facilidade de estudar e conseguir que as coisas fiquem gravadas na minha cabeça rapidamente.
—Tá fugindo de mim, não tá?
—Não Jug, realmente preciso ir pra casa.
—Levo você.
Ele levanta da cama e tenho a bela visão de contemplar sua perfeita bunda redondinha. Esse homem é um deus grego.
[...]
—Obrigado por me trazer. —digo e dou um selinho de despedida nele. —Não sei se vou ter tempo de te ver nessa semana, pelos estudos, mas se tiver algum tempinho livre ligo.
Segurando meu queixo ele me beija com carinho... de todos os tipos de beijos, esse é o meu favorito, sinto que demonstra seu amor por mim, que é um beijo verdadeiro cheio de paixão.
—Tudo bem, mas preciso de uma resposta o antes possível, não deixe pro último momento, porfavor. —pede. —E saiba que está tudo bem se não quiser vir comigo.
Antes de sair faço a pergunta que esteve rondando pela minha cabeça um tempo:
—A Veronica sabe que você tem família no México?
Ela me disse uma vez que Jughead não tinha nenhum familiar.
—Não, ninguém sabe. Gostaria que continuasse assim.
Simplesmente assinto e saio do carro.
Fico feliz por ser a única pessoa que sabe isso sobre ele. Mas me pergunto o por que disso.
Estou bastante confusa sobre esse assunto, não sei se estou preparada pra isso, não sei se quero passar as férias longe dos meus pais, não sei se quero viver isso com Jughead, preciso de tempo pra pensar.
___
Maratona 2/6