Uyara Narrando
Antes de sair de casa, davina me ajudou a organizar as coisas e a guardar alguns doces na cozinha, depois disso davina me levou ao parque de diversões e tive que dizer que a "uyara" havia saido com um amigo e que eu precisava dela antes que a nossa tia chegasse, resumindo eu inventei uma mentira daquelas. A sorte é que ela não vai poder me esperar porque se não a mentira iria por água abaixo. Chegamos no parque estava um barulho triste, som alto e só de ouvir minha cabeça e os ouvidos pediram socorro.
Uyara : Obrigada davina e espero que o senhor stewart se recupere - Agradeci a ela que me olhou pelo retrovisor.
Davina : Obrigada e boa sorte para encontrar sua irmã aí dentro, esse parque só vive lotado.
Sai do carro e fechei a porta com cuidado. Lá vamos nós, fui comprar meu ingresso e tinha poucas pessoas na fila então não demorou muito para chegar minha vez e eu pagar o meu ingresso. Fui até um homem que deve ser segurança do parque e entreguei o ingresso a ele, o mesmo colocou uma pulseira colorida em mim e eu encarei a mesma. Até que é bonitinha.
Entrei no parque que estava lotado, quanta aglomeração, não vejo a hora de achar a úrsula e sair daqui mas... vai ser difícil.
Me aproximei de um homem que estava no brinquedo do carrossel.
Uyara : Moço, pode me informar a hora? - Perguntei e o homem olhou no seu relógio.
Xxx : 19:55.
Úrsula Narrando
Estavamos saindo do barco viking, até o garoto inventou de ir e foi muito divertido, achei que iria voar do brinquedo. O garoto só sabia rir junto a mim porque o riki tinha as melhores reações sobre os brinquedos que ele andava.
Riki : Esse também entrará na minha lista de que nunca mais deverei andar - Ele falou encarando o brinquedo com os assentos vazios mais que logo foram ocupados pelas pessoas que estavam na fila.
Úrsula : Isso é porque não fomos na torre ainda - Falei e ele arregalou os olhos, era o único brinquedo que eu faltava ir.
Sebastian : Eu queria ir ao banheiro - Sebastian falou e olhou para o riki.
Úrsula : Me encontrem na torre, irei ficar aguardando na fila - Falei e vi riki revirar os olhos e sai com o garoto da minha vista, estava a caminho da torre quando a clone apareceu na minha frente, achei até que estava vendo coisas - Mais o que
Uyara : Você só acredita vendo é? Vamos embora - Ela pegou no meu braço e eu tirei a mão dela do meu braço.
Úrsula : Não me diga que aquele louco foi atrás de você - Ela concordou com a cabeça.
Uyara : Ele me falou o que iria acontecer aqui e só temos dois minutos úrsula para sair daqui, ligue para o riki e mande ele ir embora com o sebastian - Ela falou preocupada e eu rir.
Úrsula : Não vai acontecer na.. - Parei de falar quando vi mais de 10 homens, todos vestidos com uma roupa social preta e óculos escuros, eles estavam armados. Um deles mirou na direção da uyara e eu arregalei os olhos - UYARA SE ABAIXA - Gritei empurrando a minha irmã fazendo com que caíssemos no chão e o disparo fosse feito acertando um idoso que estava passando por perto da gente.
O homem que parecia estar encapetado mirou mais uma vez na nossa direção e eu peguei na mão de uyara e saimos correndo dali indo para trás de outro brinquedo. Escutamos mais disparos, eram tiros para todo lado.
Uyara : Ele estava certo, agora acredita? - Ela perguntou nervosa e eu apenas concordei com a cabeça, estavamos escondida atrás de um brinquedo e parece que um dos atiradores não se importou muito de vim procurar por nós.
Úrsula : É melhor saimos daqui - Falei um pouco alto por causa dos disparos que estavam super altos, olhei em volta tentando procurar um lugar para se esconder e vi a floresta que é ao redor do parque.
Eu e uyara iriamos correr na direção da floresta quando vimos uma mulher grávida correr com uma criança no braço, a criança deveria ter seus 2 anos de idade. Ela correu com a criança na direção da floresta e eu e uyara não nos mexemos para fazer nada, ficamos horrorizadas com o desespero daquela mulher. Ficamos mais horrorizadas ainda quando vimos dois tiros acertarem ela nas costas e depois outro tiro na cabeça da pobre mulher, a criança de dois anos caiu no chão junto ao corpo da mãe, eu iria até ele mas uyara me segurou e foi quando eu vi que dispararam dois tiros no menino, um na cabeça e outro na boca, fechei os olhos tentando não chorar com aquela cena. E uyara me puxou para debaixo do brinquedo que estavamos. O homem que atirou neles passou pelo local em que estavamos e eu e uyara prendemos a respiração para que ele nem isso escutasse.
Ele passou direto e eu olhei para uyara, um olhar de "temos que ir para a floresta". Então nós duas saimos debaixo daquele brinquedo e percebemos os tiros se afastando da parte em que estavamos, corremos o mais rápido possível para aquela floresta e conseguimos nos esconder atrás de um dos grandes arbustos, dava para ver algumas coisas através dele. Gritos eram ouvidos pedindo por socorro, tiros e mais tiros, corpos das pessoas no chão como de idosos, funcionários, mulheres que estavam grávidas, crianças... completamente aquilo era um filme de terror. Nos afastamos um pouco do arbusto quando dois homens que estavam atirando se aproximaram do corpo da mulher que estava grávida e do garotinho que inclusive, tinham caidos quase perto da floresta já que o destino deles eram se esconder aqui.
Xxx : Mataram o garotinho - Um dos homens falou e eu e uyara nos entreolhamos.
Xx : Eles faziam parte da família do dono desse parque e você ouviu o patrão, matem todos - O outro homem falou colocando a arma no cós da calça.
Xxx : Já tem mais de 600 corpos no chão deste parque, o que ele pretende? Fazer mil mortos - O homem parecia já não querer fazer mais aquilo porém, isso não tira o fato de eu estar com uma enorme raiva deles. Eles mataram pessoas inocentes e ainda estão matando.
Os gritos eram escutados e os disparos também, tudo ao mesmo tempo. Foram alguns minutos suportando ouvir tudo aquilo, uyara já estava abraçada a mim e chorando baixinho pois os dois homens já não estavam ali.
Uyara : Quanta maldade úrsula, por que isso? Eu não sabia que eles pretendiam fazer uma chacina dentro de um parque - Ela falou baixo e eu olhei pela brecha do arbusto para o corpo do garotinho que estava no chão ao lado da mãe, ele sangrava tanto que meu coração apertou vendo aquela cena.
Úrsula : E eu ainda não queria ir embora... Meus Deus o riki... e o garoto - Falei baixinho sentindo as lágrimas nos olhos e uyara me apertou mais ainda no abraço.
Uyara : Calma, eles podem ter conseguido fugir a tempo, calma... ainda bem que a davina foi embora, gosto nem de pensar.
Estavamos sentadas mais logo escutamos passos como se estivesse correndo e nos deitamos porém, não desfizemos o abraço, olhamos pelas poucas brechas dos arbustos e era um homem correndo, ele estava bem vestido e parecia o único ser vivo correndo naquele parque em meio a milhares de corpos ensanguentados naquela terra fresca.
Uyara : Será que ele precisa de ajuda? - Uyara perguntou baixo e ela iria se levantar mais eu a impedi quando vi vários homens correndo atrás dele, ela voltou a se deitar e nós nos afastamos mais ainda daquele arbusto indo para outro arbusto que estava mais adentro da floresta, a noite estava fria e o vento que vinha de encontro com a gente me fazia se arrepiar por completa.
Não podiamos ver nada, apenas escutar, não nos desgrudamos um só minuto e como eu previa aquele homem bem vestido conseguiu chegar perto do arbustro em que estavamos, já pensou se estivessemos ainda lá? Seriamos as próximas a morrer também.
Escutamos um tiro e eu e uyara nos assustamos, logo escutamos as vozes dos homens que falavam coisas tipo "achou mesmo que iria escapar do patrão?" "Seu imbecil" "Você não vale nada" e para piorar acho que estavam espancando ele porque só escutei os gemidos do homem de dor.
Úrsula : Deve ser o dono do parque... - Falei baixo e pude ver o olhar de uyara desentendida, a floresta estava escura mais algumas luzes do parque iluminavam um pouco, fazendo assim com que eu pudesse enxergar um pouco a expressão facial da clone.
Uyara : Como assim dono?
Úrsula : Tudo isso foi para matar esse homem, ele deve uma quantia alta para o homem que manda nos vigiar e pelo visto hoje chegou o dia de pagar... ele vai pagar com a própria vida - Falei ainda baixo e uyara arregalou os olhos e colocou as mãos no rosto.
X•X : Boa noite trapaceiro - Escutei uma voz grave e sombria e não teria como não reconhecer aquela voz... aquela voz é a mesma voz do sonho que eu tive com um homem que eu nunca vi...
"Como você está linda querida... É a última vez que você me vê agora querida... nos reencontraremos no futuro"
Aquelas palavras ficaram martelando a minha mente e quando eu quis me mover para pelo menos tentar ver algo pelas brechas do arbustos, uyara me impediu colocando a mão no meu ombro e negando com a cabeça. Eu sabia que era arriscado pois eles estavam próximos da gente, só não sabiam que estavamos escondida atrás do segundo arbusto que era afastado do primeiro. Voltei a minha posição anterior e ali mesmo fiquei deitada com a uyara, até respirar silenciosamente a gente estava respirando, só pudemos ficar ali quietas e escutando o que os homens e o homem com a voz igual a do meu sonho falavam.
X•X : Você jurava que eu não iria descobrir onde você estava? - A voz grave se fez presente novamente e pude escutar passos sendo dados.
Xxx : Você matou a minha família... matou essas pessoas que não tinham nada a ver com isso - O homem falava com a voz embargada e entre alguns soluços, deveria ser o dono do parque.
X•X : A culpa não é minha se você não pagou o que me devia, isso é o que acontece com quem faz acordos comigo e não cumprem com sua palavra.
Um silêncio se fez presente por alguns minutos e uyara pegou na minha mão e apertou, ela estava nervosa e com medo e eu? É que estou mesmo. Escutamos dois disparos e meu coração estava batendo feito louco.
Xxx : Mo...mons.. monstro, vai p-para o... inferno.
A voz do homem estava falhada, tenho quase toda certeza que foi ele que levou os tiros, agora aonde? Eu não sei mas foi ele que levou os tiros.
X•X : Ah não querido romeu, diferente de você eu não irei agora mas olha - Escutamos mais uns passos se aproximando, eu poderia jurar que esse homem estava perto do primeiro arbusto, não tão perto, mas ele estava - Quando chegar ao inferno, diga a odette e stevan que mandei lembranças.
Eu e uyara nos entreolhamos assustadas, se tinhamos alguma duvida sobre o assassino dos nossos pais agora, já não tinhamos mais.
X•X : Homens, vocês já sabem o que devem fazer mais eu serei o responsável por terminar com esse verme - O homem falava com desprezo na voz e eu me encolhi naquele chão sujo me arrepiando com o vento frio.
Xx : Senhor, é para despejar gasolina por todo o parque?
X•X : Óbvio, a maioria desses corpos devem ser cremados agora vão logo seus imbecis e o grand finale deixem comigo.
Não sei o que estava acontecendo mais tudo estava silencioso, aquelas palavras foram as últimas que eu e minha irmã ouvimos, olhei para uyara que estava abraçando seu próprio corpo.
Me aproximei um pouco do arbusto para ver se tinha alguém por perto ainda já que, estava silêncio e como eu previ, não tinha ninguém.
Úrsula : Podemos sair - Falei baixinho e uyara arregalou os olhos e agarrou o meu braço impedindo que eu fizesse qualquer ação.
Uyara : Não, esse parque vai pegar fogo e se o parque ainda não está em chamas é porque eles ainda estão por aqui - Foi só ela falar que um cheiro horrível de queimado começou a tomar conta do local, aquilo me agoniava de um jeito que se eu demorasse muito tempo inalando aquela fumaça teria uma crise de tosse.
Úrsula : Acho que eles acabaram de começar com o incêndio - Eu e uyara nos sentamos fazendo assim termos uma vista do parque já em chamas, não estava completamente todo em chamas, não ainda. Apenas a metade estava e junto com os brinquedos pegando fogo, pudemos avistar os corpos no chão pegando fogo também.
Fechei os olhos, que cena horrível, eu não desejaria que ninguém tivesse a oportunidade de ver isso. Uyara se levantou e bateu sua roupa, estendeu sua mão para me ajudar a se levantar e eu levantei, bati a roupa tentando tirar o resto de terra que tinha nela mas, algumas partes da roupa estavam manchadas por eu ter ficado tanto tempo em uma só posição.
Eu e uyara caminhamos e foi quando eu tropecei em algo e cair, olhei para trás para ver no que eu tinha tropeçado e era uma perna que estava ensanguentada, ela havia sido cortada da coxa para baixo e eu me afastei daquela perna e uyara estava espantada olhando aquilo tudo.
Uyara : Meu Deus - Uyara falava horrorizada mas ela dessa vez não estava olhando para a perna perto do arbusto e sim para um dos brinquedos, olhei também e me arrependi de ter feito isso, no carrossel tinha o corpo de três crianças no cavalinho, acho que elas nem conseguiram ou se quer tiveram tempo de sair, aquela cena foi como um soco forte no estômago. O fogo estava tomando conta do carrossel e dos corpos daquelas três crianças... que raiva que eu estou daquele homem que raiva, comecei a tossir e uyara me olhou e me ajudou a levantar novamente.
Uyara : Temos que sair daqui.
Úrsula : A saida, acho que o fogo - Parei de falar graças a tosse que me interrompeu - o fogo não deve ter chegado na saida ainda - Falei começando a tossir novamente e uyara se apressou em me tirar dali, em nos tirar dali na verdade.
Corremos que nem desesperadas para sobreviver daquele incêndio, graças a gasolina o fogo estava se espalhando rápido demais, corremos entre os corpos ensanguentados e eu fiz de tudo para não encarar os rostos daqueles cadáveres no chão. Conseguimos chegar na saida que o fogo ainda não tinha alcançado, e logo saímos, a rua que logo cedo estava lotada de carros agora se encontrava vazia, sem movimento algum.
Uyara : Que destruição - Minha irmã falou vendo as chamas tomar contar de tudo no parque e eu também olhei para a cena, meu coração apertou, eu estava preocupada com o riki e o garoto, eu passei correndo entre aqueles corpos no chão mas eu não deixei de procurar eles dois entre aqueles cadáveres....porém eram muitas pessoas mortas, seria como procurar uma agulha no palheiro.
Comecei a chorar ali e uyara veio até mim e me abraçou, começamos a chorar por tudo que tinha acontecido, várias pessoas haviam morrido ali e o que eu mais vi foram corpos de crianças... cara isso é tão aterrorizante, crianças inocentes, pessoas inocentes pagaram por algo que não tinha nada a ver com eles, tudo por causa de um homem de merda que nem se importou em pagar suas divídas... é como diz um famoso ditado, por causa de um... todos pagam.
Me afastei da uyara e nós ficamos olhando o parque pegando fogo, o céu estava escuro, preto o suficiente e aposto que não demoraria muito para policiais e bombeiros chegarem aqui. Enxuguei minhas lágrimas e unir minhas forças para falar.
Úrsula : O homem que estava nesse parque, que falou que nossos pais estavam no inferno... foi com ele que eu sonhei, a voz era a mesma, uma voz grossa e assustadora - Falei e uyara também enxugou suas lágrimas que rolavam pelo seu rosto e me olhou - Se de uma coisa eu não esqueço desse sonho, ou melhor, pesadelo... é da voz daquele homem e dos seus olhos.
Uyara : Por isso fez o esforço de querer ver quem era? - Uyara perguntou e eu concordei com a cabeça - Úrsula, você sabe que conhece ele né.
Úrsula : Nós duas conhecemos maninha, só não estamos lembradas de quem é esse filho da puta - Falei com raiva - Esse merda além de mandar nos vigiar, ele mamdou matar pessoas inocentes... me pergunto como ele consegue dormir a noite? Como ele consegue dormir sabendo que foi responsável por matar mais de 400 pessoas? - Perguntei angustiada com aquilo e uyara me abraçou novamente.
Uyara : Como o dono do parque que devia a ele falou... ele é um monstro. Um monstro que em breve iremos dar de cara - Ela falou e eu me afastei um pouco dela para olhar nos olhos dela.
Úrsula : Eu só quero que ele vá se fuder e quem seja o próximo a ir para o inferno seja ele... o que eu não entendo é que merda de verdade é essa que ele tanto esconde, sabemos que é algum parente nosso - Falei e uyara pareceu pensar.
Uyara : Eu pensei que quem estava por trás disso era nosso tio jorge, mas, além dele está na Europa, a voz dele nem de longe chega a ser parecida com a daquele homem - Suspirei lembrando mais uma vez do riki e do garoto.
Úrsula : O riki e o garoto, eu vou ser a próxima a morrer de preocupação se eles estiverem no meio desses corpos - Senti meus olhos marejarem, a culpa seria minha se isso acontecesse, eu não dei ouvidos aquele louco e fiquei por teimosia... eu tinha todas as chances de ter saido logo cedo desse parque.
Uyara : Meu professor de química no meio desses corpos? Acho difícil, riki é esperto e duvido muito que esteja entre esses corpos - Ela falou dando de ombros e eu a olhei confusa - Conheci riki esse ano e uma das qualidades dele é ter sorte, ele mesmo fala isso de vez em quando na sala então... acho que ele conseguiu fugir, pensa positivo maninha - Ela tocou no meu ombro e eu dei um sorriso fraco - Você realmente se apaixonou por ele.
Úrsula : Tá tão na cara assim? - Perguntei e ela concordou com a cabeça.
Uyara : Está escrito nos seus olhos... é uma pena que seja um amor proibido.
Soltei um suspiro pesado e um caminhão passou na estrada perto do parque, ele veio na nossa direção e eu já me preparei. O caminhão parou perto da entrada do parque que já estava em chamas só que eu e uyara estavamos bem longe dela. O vidro da frente do caminhão abaixou e revelou o homem que ficava na roda gigante.
Úrsula : Você? Você conseguiu sobreviver? - Perguntei e ele assentiu.
Xxxx : Um velho amigo me avisou porém eu não quis acreditar de início, foi quando eu vi eu acho que era mais de 20 homens entrando no parque e eles não tinham uma boa aparência de que estavam ali para se divertir então, eu lembrei do que o meu velho amigo falou e sair correndo dali de modo imediato, mas antes deixei a roda gigante responsável por outra pessoa... não poderia para-lá se não desconfiariam. Foi minha chance de apressar os passos e quando cheguei perto da saída, foram ouvidos os primeiros disparos, eu sabia para onde correr, meu caminhão sempre ficou lá para baixo - Ele falou e apontou na direção oposta que ele tinha vindo - Fui para lá e para lá eu fiquei, escondido, mesmo estando longe escutei os gritos, pedidos de socorro, os tiros - O homem falava e vi seus olhos encherem de lágrimas - Demorou uma hora e foi quando eu vi o céu escurecer com uma fumaça preta, não sabia ao certo se aqueles homens já haviam ido embora, então eu decidi passar por aqui para saber e o que eu encontro é você, na verdade, duas de você.
Úrsula : Minha irmã gêmea - Falei apresentando uyara que encarava ele.
Uyara : Vincent foi o homem que te avisou sobre o que iria acontecer?
Olhei para a clone desentendida mas o homem do caminhão assentiu.
Xxxx : Vincent... esse é o nome dele mais ele é conhecido como homem das cobras por saber doma-lás, ele mudou muito... enfim, se estou vivo eu devo a ele, vocês querem carona para casa?
Úrsula : Queremos mais por favor, nos deixe em uma rua antes que seguiremos caminho a pé - Falei e olhei para uyara e a mesma concordou, não queria me sentir culpada por mais uma morte, não poderia arriscar de algum dos nossos vigias estarem na nossa rua e ver o caminhão desse homem nos deixando na porta de casa.
Eu e uyara entramos no caminhão e nos sentamos no banco da frente enquanto o homem dirigia, o caminho estava sendo silencioso e eu pela primeira vez estava gostando do silêncio. Demorou alguns minutos para eu e uyara chegarmos em casa e assim que chegamos eu tranquei a porta e fomos urgentemente tomar um banho.
Nos livramos daquelas roupas sujas de terra e nós mesmo lavariamos depois para nossa tia não desconfiar de nada, ela poderia nem imaginar que estavam no meio de uma chacina e só sobrevivemos por sorte... eu acho.
Eu e a clone estavamos na sala assistindo o jornal que já estava falando do novo parque que havia sido incendiado e com mais de 900 corpos no local, eles logo ligaram os pontos e falaram que ocorreu uma chacina no parque de diversões, a maioria dos corpos haviam sido cremados e um perito chegou dando uma entrevista de que morreram no total 1.238 pessoas e só 600 foram corpos de crianças. Ele também falou que iria ser difícil identificar a maioria dos corpos e que precisaria saber das famílias das pessoas que foram naquele parque.
Uyara : Isso tudo é muito... me faltam até palavras para descrever o quanto isso tudo é horrível.
Para piorar o que minha irmã acabou de falar, logo eles começaram a falar de um corpo de um homen que foi esquartejado e as partes do corpo foram encontradas em alguns brinquedos, não quiserem descrever muito mas pelo que entendi eles falando, os braços foram encontrados no trem fantasma, uma perna encontrada perto do carrossel, a outra perna encontrada perto de um arbusto... com certeza a que eu tropecei, o tronco no pula pula e a cabeça do homem encontrada em um dos sofázinhos da roda gigante, não demorou muito para eles revelarem que o corpo esquartejado era do dono do parque. Estava pasmada assistindo tudo aquilo e me assustei mais ainda quando meu celular chamou, peguei o mesmo e era um número desconhecido.
Mostrei a tela do meu celular para uyara e a mesma mandou eu atender.
Ligação On 📲
Úrsula : Alô?
Riki : Uyara?
Assim que ouvi a voz do riki do outro lado da linha eu pude respirar aliviada, eu estava tão preocupada com ele e o garoto que se eu não tivesse noticias dos dois, nem conseguiria dormir a noite. Percebi que ao atender a ligação eu falei com a minha voz e bati na testa.
Uyara me olhou desentendida e eu fiz um sinal para que ela ficasse em silêncio.
Úrsula : Vou passar para ela...
Afastei um pouco o celular e aproximei do ouvido novamente, agora vai.
Úrsula : Riki? Você está bem? O garoto está bem? Vocês estão bem? Por favor me diz que sim - Falei já querendo fazer aquelas perguntas assim que ouvi a voz dele.
Riki : Sim estamos, conseguimos fugir daquela situação, não só nós né, acho que umas outras 30 pessoas conseguiram também - Ele falou e eu respirei mais uma vez aliviada - E você? Eu fiquei bastante preocupado e sebastian também, sebastian queria te procurar mas se fizessemos isso poderiamos
Úrsula : Riki você fez o certo, e respondendo a sua pergunta consegui sobreviver também - Falei e ouvi o mesmo soltar um suspiro.
Riki : Eu juro a você que não iria conseguir dormir se não ouvisse sua voz, pedi seu número ao ricardo pois ele disse que tem contato com você... não sabia que vocês estavam tendo tanto contato e se tornando amigos - Percebi um tom de ironia quando ele falou amigos.
Úrsula : Ricardo é uma ótima pessoa mas não quero falar dele agora, o garoto, cadê ele? Posso falar com ele?
Riki : Ele já está dormindo pois já é tarde, mas saiba que ele foi dormir preocupado com você, quase não pegava no sono e foi preciso valéria ajuda-lo com isso. Ele ficou muito preocupado com você, muito mesmo.
Ouvir aquilo só fazia meu coração acelerar, eu não sei quando iria admitir isso, talvez nunca mas... eu amo aquele garoto, amo aquele pestinha maluco.
Úrsula : Eu posso falar com ele amanhã? Claro se você permitir.
Riki : E por que não permitiria?!
Ouvi um barulho na porta e tive certeza que a cruella havia chegado.
Úrsula : Obrigada e graças a Deus que vocês estão bem, agora preciso desligar tchau riki.
Riki : Tchau uyara
Ligação Off 📲
Me sentia tão culpada por estar mentindo desse jeito, mas em breve irei tirar ele da minha cabeça então tudo estará resolvido.
Cruella apareceu na sala jogando sua prada de couro de cor cinza no sofá e se sentou perto de mim, pegou o controle que estava em cima da mesinha e aumentou o volume da TV.
Coralina : Que loucura foi essa de chacina no parque de diversões? Passei até por lá e haja bombeiros, policiais e peritos - Ela aumentou a TV no 90 e a olhei incrédula.
Úrsula : Tia ninguém aqui é surdo - Falei pegando o controle da mão dela e abaixei um pouco a TV, ela me encarou mais logo prestou atenção na reportagem.
Eu estava tranquila pelo riki e o garoto estarem bem, agora o que me incomoda é o homem do parque, aquela voz... no sonho eu sou tão apegada aquele homem, parece que eu me dava bem com ele, será que o aquele infeliz falou é realmente verdade? De que nos reencontraremos no futuro? Porque se isso for verdade eu não vou pensar duas vezes em acertar um murro na cara dele, ele pode ter os seguranças que forem, o maior dinheiro do mundo mas desse murro ele não vai escapar.
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