A Brand New Day | TAEJIN

By reasontaejin

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[CONCLUÍDA] [FINALISTA DO WATTYS 2021] Seokjin do Leste sempre esteve fora da curva do esperado para alguém c... More

❉ Cast & Avisos
I - A New Place
II - A New Conception
III - A New Confident
IV - A New Feeling
V - A New Euphoria
VI - A New Vision
VII - A New Confession
VIII - A New Ally
IX - A New Despair
XI - A New History
XII - A New Shower Of Questions
XIII - A New Adrenaline
XIV - A New Way to Fall in Love
XV - A New Sensation
XVI - A New Revelation
XVII - A New Way to Feel Loved
XVIII - A New Predator
XIX - A New Truth
XX - A New Denial
XXI - A New Possibility
XXII - A New Way of Looking at Someone
XXIII - A New Facet
XXIV - A New Flame
❉Segunda parte do Cast & Mais avisos
XXV - New Rules
XXVI - New Friends
XXVII - New Ways To Be Affected
XXVIII - New Shared Secrets
XXIX - New Plan
XXX - New Pain
XXXI - New Punishments
XXXII - New Past
XXXIII - New Hopes
XXXIV - New Surprises
XXXV - New Souls
XXXVI - New ways to feel you
XXXVII - New Victory
XXXVIII - New Fail
XXXIX - New Victors
XL - New Future
XLI - A Brand New Day
Agradecimentos <3
ESPECIAL 20K - De volta ao Norte
ESPECIAL 40K - Fui eu quem te ensinou a lutar, não foi?

X - A New Rage

1.5K 235 230
By reasontaejin

Demorei um pouco, mas cheguei! Deixei vocês curiosos rs Mas cá estamos com o resto da treta que começou no capítulo anterior!

Não se esqueçam de votar e comentar, é bem importante pra mim! E se puderem dar uma olhada na minha fic Yoonseok eu ficaria feliz <3 BOA LEITURA!

══════⊹⊱≼≽⊰⊹══════


"O que eu acabei de fazer... O que eu acabei de fazer?"

Eu tinha os olhos de todos em mim enquanto minha cabeça girava absorta nessa mesma pergunta. De repente eu havia esquecido como as coisas sempre funcionaram para pessoas como eu, apenas agi por meio dos impulsos ao me dar de cara com uma injustiça. Céus, o que eu tinha feito?

Meu pai estava enfurecido e me fuzilando com seu olhar, Minho tinha uma interrogação negativa em seu rosto e o Rei Donggun... Ele não expressava quase nada sob seus olhos frios, no entanto eu podia sentir, mesmo a metros dele, que quem acabaria executado seria eu. Meus irmãos e os irmãos de Taehyung estavam completamente chocados, as bocas abertas em perfeitos "o" na mesma medida que o Alpha ainda rosnava, como se minhas ações para ele fossem completamente coerentes.

- O que você disse, Ômega? - Minho murmurou em um sopro que quase me cortou em dois - Quem você pensa que é?

"Eu preciso pensar... Eu preciso arranjar um jeito de sair dessa situação e salvar Mingi... O que eu acabei de fazer?"

Eu estava sentindo o suor frio escorrendo por minhas costas, mesmo que estivesse nevando e eu sentisse frio. Era nervosismo, era um beco sem saída do qual eu havia me enfiado e agora simplesmente não sabia sair. Meu senso de justiça sempre foi grande, no entanto eu sabia bem como as coisas ocorriam para pessoas como eu, que não tinham voz e não podiam argumentar diante daquilo que não parecia o correto. Mas de repente eu agi ignorando tudo isso.

Eu... - Engoli em seco, meus olhos passeando por todas aquelas pessoas ali - Eu estou pedindo para que não o executem. Acho que... - Céus, como era complicado encontrar palavras - Acho que uma execução assim, com meus irmãos presentes seria desconfortável já que... Já que somos Ômegas sensíveis e não estamos acostumados a ver isso. - E foi aí que eu comecei a achar a luz que me guiaria para fora dessa situação.

Se eu era diminuído pelo meu papel de Ômega, eu deveria começar a usar isso ao meu favor. Na concepção da sociedade nós somos seres sensíveis e delicados, não podemos ser adeptos à violência e devemos nos portar tal qual o ensinamento que pregam por toda a vida do híbrido. A fórmula mágica para me safar e salvar o Beta ao chão era justamente essa.

Rei Donggun levantou uma de suas sobrancelhas para mim. Ele era frio como gelo, seus olhos eram capazes de me matar se assim ele quisesse, no entanto eu não tinha medo dele. Era algo mais voltado ao ódio, mas eu sabia que eu estava em desvantagem sobre ele por diversos fatores.

- Acha que o Beta insolente não deve pagar pelo que fez? - Ele murmurou, sua voz conseguia arrepiar todos os meus pelos.

- Ele deve pagar, majestade. - Percebi a confiança preenchendo minha voz aos poucos, isso era bom - Se me permite... Quero me desculpar pela forma como agi agora e dar uma sugestão cabível.

Eu me curvei para ele, contra a minha vontade, todos os meus ossos e nervos lutavam contra minha cabeça naquele momento. Era como se eu estivesse abaixando a minha cabeça para sua tirania, concordando com seu ódio, mas eu estava sem alternativas.

Quando meu corpo ficou reto outra vez e eu já sentia as doses de confiança subindo por minhas veias, me atrevi a olhar para Taehyung. A coloração de seus olhos estava diferente, ele parecia tão maior do que era... Esse era o retrato daquele homem gentil e doce perante as injustiças da vida, como ele reagia ao errado. Ele questionou, mas jamais seria crucificado por isso. Já eu...

- E o que você sugere, Príncipe Seokjin? - O Alpha indagou com um sorriso no rosto, mas era maléfico.

Limpei a garganta e engoli em seco outra vez. Eu não queria prejudicar Mingi... Ele tinha uma família que sofria pela falta de senso de Donggun do Norte ao governar. Era um criado que provavelmente trabalhava mais do que seu corpo aguentava, tinha uma família que o esperava sempre com a barriga vazia, era mais um dos vários corpos trabalhadores que viviam sob a injustiça de um tirano egoísta. Mingi nunca errou, pois a comida que ia para nossa mesa no fim da noite, aquela que comíamos com gosto, era dele também. Assim como qualquer cidadão da Província da Nevasca, seu trabalho árduo tinha resultados apenas para aquele que tinha mais poder e quem estava sob suas asas, mas não era para ser assim. Todos tinham direito de desfrutar dos resultados de seu trabalho. Por que querer executar um homem desesperado que sabia que sua família precisava comer?

Mesmo que todos esses pensamentos estivessem me rondando e gerando a revolta ainda maior dentro de mim, precisava me centrar para conseguir nos salvar disso. Enquanto eu olhava para Donggun mantive minha compostura e então voltei a falar.

- Tendo em vista que a execução seria algo... Sensível para mim e meus irmãos e que o Beta Mingi furtou comida das propriedades do castelo, acho justo que prenda-o e o deixe sem comida. É páreo e me parece adequado, se me permite dizer.

Foi como se eu estivesse cravando uma espada em meu próprio corpo. Dizer tais coisas me machucava por dentro porque não era o que eu realmente queria para ele. Eu queria que ele pudesse se levantar e ir embora alimentar seus filhos. Mas nós estávamos em uma sociedade em que isso não era realidade...

Olhei para baixo e Mingi fitava-me com... Gratidão. Seus olhos marejados pelo choro incessante me transmitiam um agradecimento silencioso e aquilo me tocou de uma forma que fez meu coração doer. Ele não queria morrer, ele queria uma chance. Era isso que eu estava tentando fazer por ele, lhe dar uma oportunidade de continuar aqui por seus filhos, por sua família.

E é claro que eu encontraria meios para que ele não passasse fome.

Donggun sorriu ainda maior, os dentes amarelados e afiados me assustavam com a frieza que ele continha em si. Era impossível ao menos tentar decifrar o que passava por sua cabeça e aquilo me deixava num escuro, sem saber se eu tinha conseguido me livrar do pior que poderia estar por vir.

Demorou muito para que ele finalmente falasse alguma coisa e nesses segundos torturantes eu sentia um tremor percorrer minha espinha, a frieza, não só da neve, mas da situação em si me tomando e me congelando de dentro para fora. Meu estômago estava completamente embrulhado pelo medo e ansiedade, mas meu rosto mantinha-se impassível. Demonstrar temor ao inimigo era uma das coisas que eu não faria nunca.

- Você é um Ômega inteligente, Príncipe Seokjin. - Disse por fim - Mas devo lembrar-lhe que você deve saber qual é o seu lugar. - Não havia gentileza em suas palavras, apesar de não expressarem raiva. - Desesperou-se por causa da sensibilidade de seus irmãos e isso é compreensível, o que me faz considerar seu pedido, mas... - Seus olhos se tornaram afiados - Não tolerarei mais insolências no futuro.

Nem a espada mais afiada poderia me cortar como aquelas palavras e toda a sua autoridade. Era um ultimato dado a mim sem mais delongas e eu o compreendi e o engoli descendo a seco por minha garganta. Se eu fizesse aquilo outra vez... Se passasse por cima de sua autoridade como rei, o próximo a estar submetido à uma execução seria eu. Em sua visão a minha natureza não me permitia interferir, opinar, passar por cima dessa forma. Eu deveria ter ficado calado e observando um inocente morrer por nada.

Não era assim que eu pensava, esse não era eu. Meu lobo e eu sabíamos nossa verdadeira essência, nossa verdadeira justiça. Nós, ligados como um só, não éramos capazes de deixar que as coisas acontecessem desse jeito.

Não se repetirá. - Garanti, meu sangue correndo gelado por minhas veias - Tem minha palavra e novamente peço desculpas pela forma que eu agi diante do desespero...

Donggun assentiu, ele era imponente, era grandioso acima de todos. Mas eu ainda o enxergava apenas como um tirano. Meus olhos viajaram novamente por todos presentes ali e eu pude ver o alívio tomando o rosto de meus irmãos e dos irmãos de Taehyung. As duas Ômegas permaneciam impassíveis, no entanto o brilho nos olhos de minha mãe era diferente, no entanto indecifrável.

- Minho, mande levarem-no para a prisão do castelo. - Donggun bradou - Já acabamos por aqui.

O Alpha asqueroso sorriu para mim e eu senti vontade de pegar a espada empunhada em sua mão e cortar-lhe a cabeça, porém tudo o que pude fazer foi olhar para Mingi outra vez, sendo violentamente tomado pelos guardas e sendo levado para o interior do castelo. Donggun deu as costas para a cena, sendo seguido assim por sua esposa. Meu pai estava enfurecido... Seu rosto estava trincado junto de seus dentes, a derme vermelha de ódio enquanto ele me fitava quase fervendo. Ele não deixaria isso passar batido.

Assim como o Rei do Norte, Rei Sangwoo do Leste deu as costas junto de minha mãe, deixando-nos ali, apenas os herdeiros das duas províncias. Não se demorou para que eu sentisse a mão quente de Taehyung em meu ombro, fazendo-me olhá-lo imediatamente. Seu semblante ameaçador havia desaparecido e ele voltou a ser o homem gentil e leve, porém com tons de preocupação em seu rosto.

- Seokjin... - Namjoon arfou se aproximando de nós. O primogênito estava um tanto atordoado - Você precisa tomar cuidado com o que faz. - Ele passou a mão nos fios castanhos - Isso foi perigoso em demasia.

Analisei bem o Alpha e percebi que ele, apesar de estar tão preocupado quanto todos, parecia mais aliviado pelo fim não-trágico que a situação havia tido. Jungkook, agarrado fortemente a seu braço, me olhava com os olhos cheios de lágrimas. Ele era sensível, ele era delicado, não eu.

- Eu agi pelo impulso. - Murmurei fitando meus próprios pés - Eu... Eu não sei o porquê-

- Você fez o certo. - Taehyung me interrompeu, a voz intensa. - Mingi não merecia morrer. Mas você precisa cuidar para que a sua vida também não seja esvaída sem motivos. Meu pai não tem a mínima pena de ninguém, ainda mais Ômegas e Betas. E eu não posso perder você assim. - A intensidade em seus olhos era gigante, ele me fitava com tantos sentimentos que era quase palpável - Por favor, Jin.

Suspirei profundamente e assenti. Ele tinha razão. Eu deveria começar a agir corretamente para poder conseguir o que eu queria. Meu eu impulsivo e inconsequente poderia acabar me matando.

- Yoongi, o que está fazendo fora do quarto? - Falei de repente, fitando meu irmão do meio que ainda era envolvido pelos braços de Hoseok.

- O Rei ordenou que eu viesse. - Respondeu - E eu já não me sinto mais tão mal assim... - Seus olhos voltaram-se para o Alpha que lhe abraçava - Hoseok cuidou bem de mim e ninguém chegou perto.

Cerrei meus olhos e analisei o Alpha que me olhava com receio. Depois de hoje com certeza Hoseok teria ainda mais medo de mim. Mas se ele foi capaz de deixar meu irmão confortável mesmo em seus piores tempos, eu teria que dar-lhe um crédito. Na verdade Hoseok não era ruim, eu que era apenas um irmão protetor e preocupado.

- Tudo bem. - Murmurei - Obrigado por cuidar do meu irmão... Hoseok. - Nossa troca de olhares foi a mais sincera até hoje - E me desculpem por preocupar vocês com tudo isso. Mas já acabou. Deveríamos entrar... Está frio aqui fora.

O frio que corria em meu corpo e me arrepiava não era por causa da neve e nem da ventania. Era causado por toda a frieza e maldade de Donggun do Norte, era por causa de seus olhos que eu podia sentir me congelando, sua voz cortante e ameaçadora que definitivamente não aceitaria mais que eu não reconhecesse meu lugar.

Mas em contrapartida, esse frio foi sumindo na medida em que os braços de Taehyung envolveram meu corpo em um abraço confortante. Seu cheiro de lar me tomava e me esquentava, eu me sentia melhor e menos tenso só de poder sentir que ele estava perto de mim daquele jeito. Me permiti suspirar e abraçá-lo de volta, envolvendo-o também e deixando ele recostar sua cabeça naquela parte de mim que ele tanto gostava, meus ombros.

- Você é incrível, Jin. - Ele sussurrou - Obrigado por ter salvado o Mingi. Eu não conseguiria... - Lamentou - Mas vou garantir que ele não passe fome e nem a família dele. Eu te prometo.

Aquilo me confortava porque eu sabia que ele faria mesmo. Taehyung e eu éramos iguais no sentido de não concordar com as injustiças cometidas pelos grandes - apesar de sermos considerados "grandes" também -. Naquele momento eu pude me deixar relaxar em seu abraço e esquecer por alguns momentos do frio que me tomava... Ao lado dele eu podia ser eu mesmo e me deixar suspirar aliviado por ter passado por essa sem mais danos.

Ao lado dele eu podia fazer qualquer coisa.

══════⊹⊱≼≽⊰⊹══════

O interior do meu quarto estava mais confortável que o lado de fora. Jimin não estava lá, apesar de já saber de tudo, mas pedi que ele fosse descansar. Eu estava deitado em minha cama enquanto sentia o peito de Taehyung subir e descer em sua respiração profunda, seus dedos emaranhando-se em meus fios em um carinho agradável. Ele me prometeu que ficaria comigo até quando eu quisesse, eu via em seus olhos que ele não queria sair do meu lado por nada nesse mundo. Me senti extremamente grato.

Eu me sentia estranho. Estava satisfeito, mas também temeroso. Eu ainda temia que Minho acabasse por fazer algo a Mingi por baixo dos panos, o que eu não duvidava já que seu caráter era extremamente questionável. Não queria mais ver cenas desse tipo, mas eu tinha de reconhecer que elas continuariam acontecendo ao mesmo passo que Donggun e outros tiranos governavam as províncias... Estávamos todos fadados ao caos enquanto os caóticos tinham a todos nós em suas mãos.

Senti o calor de Taehyung me envolver em um abraço terno e nem protestei, apenas acompanhei o ato me aninhando ainda mais em seu corpo. Meu doce Taehyung.

- Seu pai não parecia nada feliz. - Ele sussurrou roçando seu nariz em meus cabelos - Ele vai fazer alguma coisa a você?

Suspirei profundamente antes de responder. Não havia sido a primeira vez que eu passei dos meus limites e o enfureci. Toda a minha vida foi baseada em questionamentos que eram punidos com violência para que eu aprendesse a minha lição, então Rei Sangwoo nunca teve pena de mim. Não me via como um filho, talvez como um fardo pesado, mas isso de longe me magoava... Eu também não o via como um pai.

- Não me surpreenderia se ele aparecesse aqui logo mais. - Respondi voltando meus olhos para Taehyung - Mas já estou acostumado.

Ele franziu o cenho e me analisou calculadamente. Talvez não tivesse entendido bem o meu ponto.

- Ele te bate?

Fiz que sim com a cabeça. As bofetadas que ele desferia em meu rosto não eram nada se comparadas à vida que eu levava. Aquilo não doía quanto ser calado todos os dias e ter que presenciar situações como a de hoje.

- Eu não ligo... Não ligo mesmo. Ele pode me esbofetear quantas vezes quiser, mas eu sempre vou permanecer o mesmo. Nunca serei o Ômega que ele quer, o boneco perfeito de seus desejos que não tem voz e nem vida... Esse não sou eu, Taehyung.

- E é por isso que eu me apaixonei por você. - Sorriu para mim, conseguindo arrancar a mesma reação de meus lábios.

Seu rosto foi se aproximando do meu com carinho e logo nossos lábios estavam colados novamente. Suas mãos percorriam meu corpo por debaixo das grossas cobertas, acariciando cada centímetro do meu ser e me levando à uma sensação extrema de paz e outras coisas que eu ainda não conhecia bem. Nós estávamos colados, nem um centímetro de distância, nossas temperaturas corporais se misturando e fazendo um frio bom na minha barriga e uma quentura em meu baixo ventre.

Era meu corpo reagindo ao dele, desejando o dele, querendo mais e mais.

Interrompendo o ósculo ele me olhou como se me pedisse permissão e eu entendi o que ele queria no momento em que sua mão percorreu de minha cintura até a base de minhas costas. Ele não faria nada que eu não quisesse, mas o problema era que eu queria exatamente tudo com ele.

Meus olhos assentiram e então ele voltou a me beijar, um pouco mais feroz do que antes, seus dedos deslizando até minha nádega e se firmando ali em um aperto que me fez arfar ainda em sua boca. Meu corpo estava reagindo ainda mais ao seus toques e suas carícias, assim como o dele, que já demonstrava uma ereção entre suas pernas me cutucando e me deixando ainda mais desejoso.

Era uma linha que talvez eu ainda não estivesse pronto para cruzar, apesar de querer. Em minha concepção, sexo não era apenas para consumar um matrimônio. Era uma união de dois corpos que se querem e se necessitam, mesclados ao prazer, que não era nada culpado. Não era unicamente para gerar outras vidas, porque só pelas sensações que me tomavam, eu sabia que de alguma forma deveria ser extremamente prazeroso.

Sua boca se desprendeu da minha devagar e foi fazendo um caminho lento por meu rosto, maxilar, até chegar em meu pescoço, beijando cada parte da minha pele, fazendo-me fechar os olhos enquanto eu me deleitava daquelas coisas novas que eu havia me permitido sentir. Sua mão grande e seus dedos firmes ainda me apertavam, me levavam a si quase como se nós dois pudéssemos nos fundir naquele momento. Taehyung me levava ao céu em questão de segundos.

Não contive o gemido baixo que saiu por minha garganta e aquilo pareceu atiçá-lo ainda mais, fazendo-o morder de leve minha pele, exatamente na região em que Ômegas eram marcados. Bem, ele não iria me marcar ali e agora, eu sabia, mas pareceu tão correto no momento...

- Não vou avançar mais do que eu devo. - Ele arfou contra minha pele - Por mais que eu queira. Mas você me enlouquece de tantas formas diferentes que eu me sinto completamente perdido em você...

- E por que não quer avançar, se eu quero? - Respondi em meio a um arfar - Eu quero você, Taehyung.

- Tenha calma... Por mais que seja difícil, mas tenha. - Deixou beijos rápidos em minha pele enquanto sua mão foi se afrouxando de mim e voltando a segurar minha cintura.

- Você sempre nega as coisas que eu peço. - Fiz um biquinho - Quando te pedi para me beijar, você fez o que?

Ele soltou uma risadinha e balançou a cabeça, os olhos repletos de carinho para comigo não podiam deixar de me olhar. Eu me sentia tão bem...

Vai jogar isso na minha cara por quanto tempo?

- Hm, não sei. Talvez a vida toda.

Ele sorriu de canto.

- Quer passar a vida toda do meu lado então?

Céus, que pergunta difícil. Mas a resposta era clara... Eu queria sim. No momento em que nossos destinos estiveram cruzados desde que nascemos, eu tinha a mais completa ciência de que sim, se nós havíamos nos encontrado, eu deveria permanecer ao seu lado. Nunca me apaixonei, nunca fui arrebatado por um sentimento desse jeito, nunca me permiti sentir aquela quentura boa que tomava meu interior e me fazia querer mais e mais de alguém. Ele despertou em mim não só instintos naturais, mas também me fez ver que ao seu lado as coisas eram possíveis e eu podia ser eu mesmo. Taehyung do Norte fez com que o meu eu adormecido viesse à tona.

- Sim. - Respondi com um sorriso - Nós vamos passar a vida toda um do lado do outro. Não pense que vai se livrar de mim facilmente.

- E quem disse que eu quero me livrar de você? - Sorriu beijando a ponta do meu nariz - Eu esperei tanto tempo por você... Meu lobo sempre me falava que nosso Ômega predestinado era um rapaz de uma província distante, nunca me disse que era da minha terra natal, mas falava que era longe do Norte. Ele me dizia que eu iria reconhecer você assim que o visse, pois nós nos conectaríamos justamente por nossos ideais. Não foi difícil ver sua insatisfação, por mais que você seja um belo ator. - Soltou uma risadinha - Eu fiquei extremamente enfurecido quando soube dos casamentos, mas quando eu te vi... Ah, eu soube que era você.

Curiosamente meu lobo interior sempre foi calado diante desse assunto. Ele não me falava sobre Alpha predestinado, talvez porque ele me conhecia tão bem que saberia que eu provavelmente iria repelir o assunto com muito desdém. Mas o fato do lobo dele lhe falar sobre mim, o fazer me esperar... Bem, eu achava isso incrível.

- Acho que esse acordo entre Leste e Norte não foi pura coincidência. - Ponderei - Tem algo a mais nisso tudo...

- Sim, tem. E acredito que logo vamos saber.

Concordei e voltei a me aninhar, agora na curva de seu pescoço. Sempre fui muito cético em relação aos caminhos da vida, para ser bem sincero. Não fazia jus às minhas convicções acreditar que o destino de alguém já é traçado ou algo do tipo. Mesmo com tudo isso, eu ainda persistia no meu credo de que nossa história é escrita por ninguém além de nós, no entanto, fosse o que fosse, também interferia nessa parte e fazia com que caminhos se cruzassem.

Ter Taehyung ao meu lado me fez agir de uma maneira diferente, enfrentar a autoridade de um tirano e também me ajudou a agir para contornar a situação. Ele me ensinava a lutar, como eu sempre quis, me colocava num patamar de igualdade consigo, como deveria sempre ser nas relações híbridas. Realmente era para ser.

Passamos longos minutos apenas desfrutando da companhia e do calor um do outro, sequer vi o céu ser tomado pelo véu da noite. Meu estômago estava começando a reclamar de fome e isso ficou bem nítido quando Taehyung riu e eu fiz uma careta.

- Eu vou para o meu quarto e chamo o Jimin para te ajudar no seu banho. Você precisa comer.

Fiz um bico pela milésima vez.

- Eu sei me banhar sozinho. - Resmunguei - E eu não quero que você vá.

- Parece que alguém está viciado em mim. Ora, ora.

Dei um tapa em seu ombro e ele gargalhou. Alpha abusado.

No entanto nossas risadas foram cortadas assim que eu ouvi batidas nada suaves na madeira de minha porta. Franzi o cenho e suspirei, tendo de me levantar para poder ver quem era. Taehyung me seguiu, ficando bem atrás de mim enquanto eu abria a porta e me deparava com aquela figura que era a última que eu queria ver.

Meu pai.

Seus olhos estavam enfurecidos, seus traços rígidos e o corpo retesado. Os punhos cerrados e colados no corpo me faziam perceber que ele não estavam feliz, ainda mais quando seus feromônios de ódio exalavam por todo o recinto.

Ele me olhou e logo depois viu a figura de Taehyung atrás de mim, o que o deixou ainda mais furioso. Mas eu não movi um dedo sequer, não tinha medo dele.

- Você ultrapassou todos os limites. Insolente. - Ele rosnou para mim sem delongas - Você sabe o que você poderia ter causado entre o Rei Donggun e eu? A crise que poderia ter causado, Seokjin?

Eu não queria responder, sinceramente tudo o que eu conseguia fazer era olhá-lo com o mesmo teor que recebia seu olhar. Ele não estava ali pacificamente e eu sabia no que resultaria isso.

- E ainda por cima é um imoral... - Ele riu com desgosto - Sequer casou e já permite que um Alpha entre em seu quarto! Depravado!

- Já chega! - Falei sem pensar duas vezes - Já entendi e já me retratei com o Rei Donggun. E quanto a Taehyung, não faz diferença, já que ele e eu vamos nos casar mesmo.

Sangwoo me fitou com seus olhos cerrados e eu vi uma veia saltando em sua testa. Eu costumava contrariá-lo, mas nunca me impor dessa forma. Com certeza eu estava causando muitas coisas contraditórias em meu pai, mas eu realmente não me importava com isso. Eu queria causar sim.

- Aprenda a se colocar no seu devido lugar... Ômega. - Ele disse a palavra com tanto asco e desdém que era quase possível ver o nojo em sua boca.

Era aquilo que eu, minha mãe, Jungkook e Yoongi éramos para meu pai. Nada além de seres inferiores dos quais deveriam se submeter ao que Alphas queriam. Ele não me via como igual, como Taehyung era capaz. Eu não era nada para ele...

- Eu sei bem qual é o meu lugar. E não é você quem vai me dizer onde é. Eu o conheço muito melhor do que você.- Rebati enfurecido, sentindo meus dedos se apertarem contra a pele de minha mão.

Foi muito rápida a forma que aconteceu em seguida. Sangwoo do Leste estava no auge de sua fúria e não aceitou ser confrontado tão diretamente por alguém que ele considerava inferior. Seu braço se levantou e abaixou-se novamente em questão de segundos, a mão aberta espalmando em meu rosto, causando uma dor e ardência enquanto eu caía ao chão, tamanha era a força do Alpha Lupus.

Não era nem a primeira e nem a última vez que ele me batia. Eu sempre soube disso.

Do chão, eu tocava minha face, o ponto onde doía e o fitava enquanto ele dava as costas para mim. Só nessa hora eu pude notar que o tempo todo minha mãe esteve ali, atrás dele. Eu não tinha os olhos marejados, eles estavam tomados por raiva e revoltada. Quando foram aos de encontro aos dela, eu consegui de fato decifrar o que seu olhar queria dizer mais cedo...

- Me desculpe. - Ela sibilou me olhando, antes de sair atrás de meu pai, como sempre.

Eu havia sido reprimido outra vez, mas com truculência. Apanhei por pensar de forma diferente. Sem novidade alguma.

No entanto, em meio ao caos que eu estava, pude ouvir novamente Taehyung rosnando. Senti sua raiva, sua revolta...

Ele se abaixou até mim e fitou a porta como se ainda pudesse ver meu pai ali, apesar deste já ter desaparecido pelos corredores do castelo.

- Taehyung... Está tudo bem. Não foi nada demais.

- Eu vou matá-lo.... - Ele grunhiu em meio ao seu rosnado - Eu vou matá-lo!

Peguei seu rosto com as duas mãos e o obriguei a olhar para mim. Pela segunda vez no dia eu o via daquele jeito, mas ainda sim não me assustava. Fiquei meus olhos nos dele e me permiti sorrir, mesmo sentindo um pouco de sangue preencher minha boca com o gosto ferroso. Eu sentia o lado atingido da minha face doer, mas não importava mais.

- Ei... Está tudo bem. Não fique assim, por favor. - Sussurrei.

- Ele te bateu! - Ele exclamou - Ele feriu você, como quer que eu me acalme?

Colei nossas testas tentando passar para ele toda a prova de que eu estava realmente bem.

- Sangwoo pode me bater quantas vezes for. Eu não vou mudar. Vou continuar sendo exatamente essa pessoa que eu sou. Quanto mais ele acha que pode me matar, mais eu fico forte... E ao seu lado, eu ganhei mais força. Não se preocupe, por favor.

Aos poucos ele foi ficando mais leve, seu rosto rígido foi se desfazendo conforme ele fechava os olhos e passava seus braços por meu corpo, puxando-me para um abraço. Taehyung sabia que não poderia me proteger de tudo, até porque eu mesmo queria fazer isso por mim mesmo, mas ele não podia evitar de se sentir impotente neste tipo de situação. E eu o compreendia, pois me sentiria da mesma forma se fosse ao contrário.

Em seus braços eu novamente suspirei e me senti melhor. Eu tinha a ele e ele tinha a mim, era isso que importava e me dava forças para manter meu pensamento de que eu jamais me submeteria a ser o que aquelas pessoas queriam.

Naquela noite eu não desci para jantar, Taehyung tampouco. Jimin levou comida para nós em meu quarto e depois de nos alimentarmos, pela primeira noite deixei-me dormir profundamente aninhado em seu peito.

Eu sabia que momentos de paz como este seriam apenas detalhes... Muita coisa ainda vinha pela frente e isso me custaria toda a coragem que eu tinha.

Mas eu não temia nada e nem ninguém.

══════⊹⊱≼≽⊰⊹══════

E aí? O que acharam? Vamos conversar <3 Próximo capítulo teremos pov do Namjoon!

Queria abrir um diálogo com vocês, é uma coisa que não é direcionado a ninguém daqui, porém é mt importante sempre ressaltar.

Recentemente eu passei por uma situação meio chata no Spirit, e que eu creio que todo autor passa. Não é um "sermão" direcionado a vocês, porque todos meus leitores SEMPRE me respeitaram e me deram muito carinho, mas é um pequeno alerta pra quem costuma ler fics e interagir com os autores.


Nós que escrevemos nos dedicamos bastante para algo que literalmente só nos dá retorno afetivo, e não tem nada de ruim nisso. Nós não lucramos em cima disso, e alguns como eu nem querem lucrar, só poder compartilhar das nossas ideias e levar algum tipo de diversão e entretenimento pras outras pessoas. Só que mesmo assim nós colocamos bastante dedicação nisso, nos planejamos, tiramos um tempinho de nossas rotinas pra poder e escrever e gostaríamos muito que as pessoas dessem atenção a esse fato. Há algumas pessoas que chegam nas fics e fazem perguntas incômodas "quem vai ser top/bottom? qnd vai ter hot?". Pelo amor de deus, isso incomoda MUITO! A gente fica com a sensação de que tudo o que a gente escreve e pensa não vale de nada e que as pessoas só estão aqui por conta disso, é bem desgastante. Eu fiquei bem chateada por ter passado por isso (LEMBRANDO QUE NÃO FOI AQUI NESSA FIC!) e eu conversei com outra amiga minha que é autora e ela falou que era bom eu abrir esse diálogo com vocês. Os leitores de A Brand New Day NUNCA me incomodaram, vocês são incríveis, mas peço que se virem esse tipo de atitude, não só comigo, mas com qualquer autor do site, deem um toque nessas pessoas, educadamente, de que não é legal. Eu fico morrendo de medo de parecer grossa, mas também não é justo que eu me sinta chateada, eu penso.

Eu tenho muito a agradecer vocês pelo carinho que tem tanto com minha fic quanto comigo! 


Quem me acompanhou em Window View sabe que meus leitores pra mim são tipo meus filhos que mamãe ama e mamãe cuida UAUIGSAIUHSI mas esse diálogo é extremamente necessário!

Enfim, feito o desabafo, me sinto melhor.

Se quiserem me seguir no twitter, n se esqueça que meu user é "innerchildhsk" e eu comento bastante da fic lá ;) Até a próxima!

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